Everything Is Changed escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 23
Eu precisava agir


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Olha eu voltando depois de muiiito tempo. Mas aí está, um novo capítulo.

Pov Estela



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546169/chapter/23

No carro blindado enviado por Ethan, eu tentava me convencer de que fora a coisa certa a se fazer. Pensei em Lúcia, e em como ela saiu deste mesmo carro e tive certeza de que faria tudo da mesma forma. 

No banco da frente, Elliot mantinha-se sério. Quando eu contei ao meu irmão o meu plano, ele foi totalmente contra. Disse que era loucura e que isso não daria certo. Mas eu o convenci, pois assim como eu, ele sabia que psicopatas não tinham humanidade e ambos sabíamos reconhecer quando víamos um, no caso o Ethan.

A nossa única chance de salvar a Lúcia era fazer a troca que o Ethan queria, pois eu tinha mais chance de virar contra ele. Pensei também em meu pai e em Pedro, que provavelmente já haviam descoberto e estavam loucos de preocupação.

Eu tentei ao máximo gravar o caminho, para quem sabe poder passar a localização para alguém. Porém, para minha infelicidade, o carro parou em lugar nenhum, fazendo Elliot sair, desconfiado, junto ao motorista. Aproximei-me da porta para ouvir o que eles diziam.

— Vamos, amigo. - disse o capanga de Ethan - Não acha que a gente confiaria cegamente em você, certo? Pro porta-malas.

— Eu entreguei a garota pra vocês, meu chapa. Isso é suficiente. - argumentou Elliot.

— Sem chance. Só vai, meu amigo. Vai ser melhor pra nós dois.

Não escutei mais o Elliot, então deduzi que ele havia acatado a ordem do nosso motorista. Mas me assustei quando a porta da qual eu estava perto foi aberta. 

— Vem aqui garota do Ethan. - disse o cara.

Ele veio para cima de mim e colocou um lenço no meu rosto. Era éter. Tentei lutar contra ele, mas era inútil, pois ele tinha o dobro do meu tamanho. Em questão de segundos, eu apaguei. 

—~-

Acordei bem atordoada por causa da substância usada para me apagar. Olhei ao redor e vi paredes brancas, com uma pequena janela, porém não conseguia ver nada que pudesse me ajudar a identificar onde eu estava. 

Sentei-me na cama onde fui colocada e levei a minha mão à cabeça, tentando raciocinar. Alguém abriu a porta e eu olhei naquela direção, ainda com a visão meio embaçada.

— Ah, você acordou. Que coisa boa! - era Ethan - Nós temos muito o que conversar, minha doce Estela.

— Vá para o inferno. - murmurei.

— Que falta de educação com os seus hospedeiros. - ele comentou, irônico - Claramente, seus pais estavam muito ocupados fazendo coisas erradas para te dar uma boa educação.

Não respondi mais, porque mesmo meio zonza, a raiva começava a me dominar. Raiva por minha mãe ter sido pivô disso tudo, raiva por meu pai ter se envolvido com essa família, raiva por Ethan ser um desgraçado e raiva por eu ter sido burra a ponto de me envolver com ele.

— Fiquei feliz que você fez a escolha certa. - ele disse - A inocente Lúcia não merecia sofrer. Ela não tem culpa da mãe ter se envolvido com um fanfarrão como seu pai.

— Você não sabe nada sobre o meu pai. É só um coitado que nunca recebeu amor e por isso acha que pode conseguir a atenção do seu fazendo tanta maldade quanto ele.

Ethan riu, parecendo relaxado, mas vi em seus olhos o quanto a minha frase o deixou com raiva. Em outro momento eu teria medo, porém agora tudo o que eu sentia era raiva.

— Você não deveria tomar mais cuidado com a boca. Eu sou um cara paciente, Estela, mas não exagere nas provocações, pois até eu tenho limites.

— Já enfrentei coisas piores que você. - retruquei - E logo vou sair daqui. Meu pai vai me tirar daqui, sem grandes problemas e você vai voltar para a sarjeta, de onde não deveria ter saído.

— Acho que você confia demais em sua família. Já foi traída pelo seu irmãozinho, seu papai não vai abrir mão do império dele por você, porque esse seria o único jeito.

Não disse mais nada. Era melhor deixar ele acreditar que eu estava perdendo a fé. Ethan se levantou e foi até a porta, parando antes de sair de vez. 

— Eu vou voltar para ver você mais tarde. - disse o ser à minha frente - E espero que esteja menos arisca e reflita sobre qual lado pode ser vantajoso pra você.

E se foi, me deixando sozinha e fazendo exatamente o que eu queria que fizesse, acreditando que eu estava pensando em trair meu pai, que é a minha família. 

Com a mente mais clara, comecei a pensar em maneiras de tentar sair deste local ou então dar pistas aos outros de onde eu estava. Meio tonta, andei até a janela e tentei olhar ao redor. Pelo visto, eu estava em um porão, mas via apenas árvores ao redor. Bom, era um péssimo início, podia ser qualquer lugar.

Sentei na cama e comecei a maquinar algumas ideias, uma mais absurda e louca que a outra. Eu precisava dar um jeito de mandar uma mensagem para a minha família, tentar dizer para me acharem, mas não seria fácil.

Olhei ao redor no quarto, além da cama de solteiro simples, onde eu estava sentada, havia uma mesa e uma cadeira, uma porta que levava ao banheiro e só. Encarei as paredes brancas com melancolia, pois apenas queria estar aproveitando o tempo com meu pai, meu namorado e o resto da minha família.

Pensei em Elliot, em como ele sofreu durante toda a sua vida e ainda agora estava se arriscando por mim, por causa da minha ideia louca. O arrependimento estava começando a aparecer e a coragem insana, que veio com o efeito do éter, havia ido embora. Sinceramente, eu estava desesperada, me sentindo sozinha, e com medo. Mas não podia parar agora.

Com o desespero tomando conta, me encolhi na cama, tentando consolar a mim mesma. Não sei quanto tempo passou enquanto eu estava ali sentada, mas o barulho na porta chamou a minha atenção. Meu coração disparou de medo quando eu vi a figura que passou pela porta.

Eu não conhecia James Lancaster pessoalmente, mas logo o identifiquei. Havia muitos traços de Ethan ali e pela postura de chefia e confiança, era óbvio que era ele quem mandava em tudo ali. O homem era grisalho, tinha a idade de meu pai e usava um terno que parecia caríssimo. Ele sorriu e seus olhos azuis demonstravam frieza.

— Olá, minha querida. - disse o homem - Finalmente estou conhecendo a tão bela filha de Marcela. Sabe, Estela, você poderia ter sido minha, uma princesa de Chicago e da máfia americana, cercada de riqueza e poder. É uma pena.

— Eu preferia morrer a ser sua filha. - murmurei.

— Sabia que você diria isso. Pode negar o quanto quiser, mas você é parecidíssima com a sua mãe. Vocês duas tem uma fúria que faz qualquer homem querer ser domado por vocês. Pena que fazem as escolhas erradas.

— Você não sabe nada de mim.

— Será que não? - ele questionou e senti um frio na espinha quando ele sentou na cama - Senti pena de você quando quase virou brinquedo na mão de seu primeiro namorado e seus amigos. Ou quando você bateu o carro porque não aguentou a pressão de ter feito as escolhas erradas ao ir para Oxford. Mas o pior foi ver você sentir medo de cada namorado de sua mãe quando ela agia como a vadia que ela era na realidade.

Eu fiquei totalmente sem resposta, ele sabia da minha vida inteira, cada detalhe, cada medo. E, de repente, me senti uma menina novamente, escutando as ameaças dos namorados da minha mãe e desejando poder sair dali.

— Sim, eu acompanhei cada passo da sua vida. - ele confirmou - Mas não se preocupe, não farei mal a você. Não é você o meu alvo. Porém, não posso dizer o mesmo dos seus queridos pais. Mas estarei fazendo um favor de vingar a ausência do seu pai na sua vida e a pouca atenção da sua mamãe. Eles pagarão por isso, minha joia do mar.

Eu nem percebi quando James saiu do meu cativeiro. Eu estava totalmente em choque por tudo o que tinha escutado. E o que mais me amedrontava, eu não era o alvo, e sim todas as pessoas que eu amava. Eu precisava agir contra isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Gostaram da primeira aparição do James?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Everything Is Changed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.