Everything Is Changed escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 13
Não desista de mim


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas. Eu sei que muitos devem ter pensado que eu abandonei a fic, mas não. Ainda tenho muita vontade de escrevê-la, mas o tempo é complicado. Peço desculpas por demorar a postar e juro que tentarei fazer as coisas com mais regularidade.

Espero que gostem do novo capítulo e não me matem no final.

Pov Pedro (again)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546169/chapter/13

Já havia passado mais de um mês desde o dia em que Estela sofreu o acidente. Graças à rapidez com que o resgate chegou, foi possível salvar a vida dela. Os médicos disseram que mais alguns minutos, e ela teria perdido tanto sangue a ponto de não haver mais o que fazer. Mas, felizmente isso não aconteceu.

Porém, nem tudo eram notícias boas. Estela continuava desacordada desde aquela tarde.

O padrasto dela, o médico Charles, veio da Inglaterra especialmente para tratar do seu caso e explicou que isso era uma das consequências da força na pancada que sofreu na cabeça quando capotou o carro.

A mãe de Estela, Marcela, não saía um dia de perto da filha, e Arthur vinha todos os dias e ficava a tarde toda ao lado da filha. Eu também ia todos os dias, na esperança de que ela acordasse a qualquer momento. Mas isso não acontecia. Charles dizia que precisávamos ter paciência, que o quadro dela evoluía bem e que era até normal o estado de coma, levando em conta a gravidade da saúde dela por causa do acidente.

O que ele não sentia, era a angústia por vê-la daquele jeito. Frágil, meio pálida e dormindo o tempo todo.

Eu estava desolado. Sentia-me culpado por ter feito ela se sentir mal antes de dirigir. O outro acidente que ela teve, segundo Marcela, também foi causado porque ela estava sob grande estresse, então desconfiávamos que isso poderia ter se repetido.

Era uma quarta-feira e eu estava repetindo a minha rotina de todos os dias. Eu saía da faculdade ao meio dia, pegava um lanche no caminho e seguia para o hospital. Chegando lá, eu já cumprimentava a quase todos os funcionários. Depois de pegar meu crachá de visitante, fui em direção à UTI e encontrei Charles na porta.

— Boa tarde Charles. – cumprimentei.

— Boa tarde Pedro. – respondeu.

— Como ela está hoje? – perguntei logo.

— Está melhor. Sua respiração está mais firme e o pulso mais forte também. – começou – Não quero me precipitar, mas acredito que ela deve acordar em breve.

Aquilo me fez sorrir. Eu mal podia descrever o quanto ansiava por poder ver os seus lindos olhos novamente, mesmo que ela ainda estivesse com raiva de mim. Charles percebeu a minha animação, mas não acompanhou meu sorriso.

— Temos que ter calma, Pedro. – alertou – Ainda não sabemos ao certo quais podem ter sido as consequências da pancada. Só saberemos quando ela acordar.

— Tudo bem. – respondi – Só o que me importa é vê-la bem.

— Ela ficará. – garantiu – O pior já passou.

Assenti e ele me deu um tapinha nas costas. Segui em direção ao quarto e, quando cheguei, bati na porta, abrindo-a em seguida. Dona Marcela estava ao lado da cama, lendo uma revista enquanto segurava a mão de Estela. A mulher que eu amava continuava da mesma maneira de ontem, dormindo, serena.

— Bom dia, dona Marcela! – disse.

— Bom dia, querido. – ela respondeu – Já conversou com Charles?

— Já sim. Ele parece confiante.

— Ele está e eu também. – ela afirmou – Espero que estejamos certos.

— Eu também espero, dona Marcela.

— Bom, já que minha menina está em boas mãos agora, vou lá comer alguma coisa.

Assenti e ela me deu um meio abraço, saindo em seguida. Eu andei até a cama de Estela e dei um beijo na sua testa, trocando as flores no vaso, em seguida. Logo depois, sentei na cadeira e segurei a mão dela, fazendo carinho. Senti ela respirar fundo.

— Oi, Nutella. – comecei a falar – Você descansou bem? Que bom. Você não sabe da última. Susana e Caspian foram fazer a primeira ultrassom essa semana e já sabem o sexo do bebê. Ela mal pode esperar pra te contar, então trate de acordar logo pra vocês conversarem.

Continuei conversando com ela sobre os assuntos do dia a dia, dando uma olhada no conteúdo da prova que eu teria na próxima semana, até que eu senti ela se mexer um pouco. Aquilo não era normal, então eu logo fechei o livro e me levantei, ansioso. Ela mexia levemente a cabeça para os lados e apertava mais forte a minha mão. Eu fiz um carinho leve no cabelo dela, e meu coração acelerou quando suas pálpebras tremeram um pouco, abrindo devagar.

Percebi que seus olhos se abriram lentamente e que ela tentava focalizar o ambiente ao redor. Eu fiquei ansioso, olhando-a enquanto ela acordava. Eu sorria feito bobo e estava pronto para falar, quando ela me encarou, com os olhos verde-água, da cor mais maravilhosa do mundo, transbordando confusão.

— Quem é você? – ela questionou, baixinho, franzindo as sobrancelhas e fazendo meu coração falhar algumas batidas.

— Você...você não lembra de mim? – murmurei e soltei a sua mão devagar.

— Eu...me desculpe. Seu rosto me é familiar, mas não consigo associar a uma lembrança.

Assenti, derrotado e incapaz de impedir que meus olhos se enchessem de lágrimas. Sem conseguir dizer mais nada, toquei a campainha, chamando os médicos e enfermeiros.

Estela ainda me encarava com as sobrancelhas franzidas, concentrada, tentando entender o que acontecia. Eu sabia que algo poderia acontecer, mas admito que não estava preparado para aquilo. Estela pareceu sentir a minha tristeza.

— Me desculpe. – ela disse – Eu estou tão confusa. A última coisa que eu me lembro é de estar em uma festa e beber um monte. Eu entrei em coma alcóolico?

— Os médicos vão te responder tudo. – falei simplesmente. Eu não conseguia dizer mais nada.

Logo Charles e os enfermeiros entraram no quarto, com dona Marcela vindo também. Quando ela viu a filha acordada, começou a chorar e a abraçou forte. Enquanto os médicos a examinavam, a mãe veio até onde eu estava e viu o meu estado.

— Querido, – ela chamou colocando a mão no meu rosto – o que houve? Você não está feliz?

— Estou, e muito dona Marcela. – sussurrei – É...que...ela não...lembra.

— Como assim?

— Ela se lembra apenas de uma bebedeira, mas eu não sei quanto tempo faz isso.

— Ah meu deus! – exclamou – Ela não se lembra de você.

Assenti. Dona Marcela me abraçou e retribuí, enxergando, pelo canto do olho, Estela nos observar, sempre confusa. Forcei-me a parar de chorar e me recompus.

— Eu vou para a casa, dona Marcela. – disse – A Estela está em boas mãos e precisa descansar. Vou contar a todos as notícias.

— Tudo bem, querido.

Quando eu já estava na porta, ouvi Estela me chamar.

— Espera. – ela disse – Você voltará amanhã?

Levei um minuto até perceber que ela falava comigo e me encarava com expectativa. 

— Você quer que eu volte?

— Eu...quero sim. – admitiu – Tenho a sensação que preciso de você.

Andei novamente até ela e coloquei a mão na cama, próxima à dela. Estela observou a cena e, devagar, segurou a minha mão, como se buscasse alguma informação daquele toque.

— Você estava segurando a minha mão quando eu acordei. Isso deve significar alguma coisa. – ela ponderou – Não faço ideia do que pode ser, mas quero descobrir, então, por favor, não desista de mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não se preocupem que ainda tem muita coisa para acontecer.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Everything Is Changed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.