Everything Is Changed escrita por Isa Pevensie Jackson
Notas iniciais do capítulo
Oi pessoas. Eu sei que muitos devem ter pensado que eu abandonei a fic, mas não. Ainda tenho muita vontade de escrevê-la, mas o tempo é complicado. Peço desculpas por demorar a postar e juro que tentarei fazer as coisas com mais regularidade.
Espero que gostem do novo capítulo e não me matem no final.
Pov Pedro (again)
Já havia passado mais de um mês desde o dia em que Estela sofreu o acidente. Graças à rapidez com que o resgate chegou, foi possível salvar a vida dela. Os médicos disseram que mais alguns minutos, e ela teria perdido tanto sangue a ponto de não haver mais o que fazer. Mas, felizmente isso não aconteceu.
Porém, nem tudo eram notícias boas. Estela continuava desacordada desde aquela tarde.
O padrasto dela, o médico Charles, veio da Inglaterra especialmente para tratar do seu caso e explicou que isso era uma das consequências da força na pancada que sofreu na cabeça quando capotou o carro.
A mãe de Estela, Marcela, não saía um dia de perto da filha, e Arthur vinha todos os dias e ficava a tarde toda ao lado da filha. Eu também ia todos os dias, na esperança de que ela acordasse a qualquer momento. Mas isso não acontecia. Charles dizia que precisávamos ter paciência, que o quadro dela evoluía bem e que era até normal o estado de coma, levando em conta a gravidade da saúde dela por causa do acidente.
O que ele não sentia, era a angústia por vê-la daquele jeito. Frágil, meio pálida e dormindo o tempo todo.
Eu estava desolado. Sentia-me culpado por ter feito ela se sentir mal antes de dirigir. O outro acidente que ela teve, segundo Marcela, também foi causado porque ela estava sob grande estresse, então desconfiávamos que isso poderia ter se repetido.
Era uma quarta-feira e eu estava repetindo a minha rotina de todos os dias. Eu saía da faculdade ao meio dia, pegava um lanche no caminho e seguia para o hospital. Chegando lá, eu já cumprimentava a quase todos os funcionários. Depois de pegar meu crachá de visitante, fui em direção à UTI e encontrei Charles na porta.
— Boa tarde Charles. – cumprimentei.
— Boa tarde Pedro. – respondeu.
— Como ela está hoje? – perguntei logo.
— Está melhor. Sua respiração está mais firme e o pulso mais forte também. – começou – Não quero me precipitar, mas acredito que ela deve acordar em breve.
Aquilo me fez sorrir. Eu mal podia descrever o quanto ansiava por poder ver os seus lindos olhos novamente, mesmo que ela ainda estivesse com raiva de mim. Charles percebeu a minha animação, mas não acompanhou meu sorriso.
— Temos que ter calma, Pedro. – alertou – Ainda não sabemos ao certo quais podem ter sido as consequências da pancada. Só saberemos quando ela acordar.
— Tudo bem. – respondi – Só o que me importa é vê-la bem.
— Ela ficará. – garantiu – O pior já passou.
Assenti e ele me deu um tapinha nas costas. Segui em direção ao quarto e, quando cheguei, bati na porta, abrindo-a em seguida. Dona Marcela estava ao lado da cama, lendo uma revista enquanto segurava a mão de Estela. A mulher que eu amava continuava da mesma maneira de ontem, dormindo, serena.
— Bom dia, dona Marcela! – disse.
— Bom dia, querido. – ela respondeu – Já conversou com Charles?
— Já sim. Ele parece confiante.
— Ele está e eu também. – ela afirmou – Espero que estejamos certos.
— Eu também espero, dona Marcela.
— Bom, já que minha menina está em boas mãos agora, vou lá comer alguma coisa.
Assenti e ela me deu um meio abraço, saindo em seguida. Eu andei até a cama de Estela e dei um beijo na sua testa, trocando as flores no vaso, em seguida. Logo depois, sentei na cadeira e segurei a mão dela, fazendo carinho. Senti ela respirar fundo.
— Oi, Nutella. – comecei a falar – Você descansou bem? Que bom. Você não sabe da última. Susana e Caspian foram fazer a primeira ultrassom essa semana e já sabem o sexo do bebê. Ela mal pode esperar pra te contar, então trate de acordar logo pra vocês conversarem.
Continuei conversando com ela sobre os assuntos do dia a dia, dando uma olhada no conteúdo da prova que eu teria na próxima semana, até que eu senti ela se mexer um pouco. Aquilo não era normal, então eu logo fechei o livro e me levantei, ansioso. Ela mexia levemente a cabeça para os lados e apertava mais forte a minha mão. Eu fiz um carinho leve no cabelo dela, e meu coração acelerou quando suas pálpebras tremeram um pouco, abrindo devagar.
Percebi que seus olhos se abriram lentamente e que ela tentava focalizar o ambiente ao redor. Eu fiquei ansioso, olhando-a enquanto ela acordava. Eu sorria feito bobo e estava pronto para falar, quando ela me encarou, com os olhos verde-água, da cor mais maravilhosa do mundo, transbordando confusão.
— Quem é você? – ela questionou, baixinho, franzindo as sobrancelhas e fazendo meu coração falhar algumas batidas.
— Você...você não lembra de mim? – murmurei e soltei a sua mão devagar.
— Eu...me desculpe. Seu rosto me é familiar, mas não consigo associar a uma lembrança.
Assenti, derrotado e incapaz de impedir que meus olhos se enchessem de lágrimas. Sem conseguir dizer mais nada, toquei a campainha, chamando os médicos e enfermeiros.
Estela ainda me encarava com as sobrancelhas franzidas, concentrada, tentando entender o que acontecia. Eu sabia que algo poderia acontecer, mas admito que não estava preparado para aquilo. Estela pareceu sentir a minha tristeza.
— Me desculpe. – ela disse – Eu estou tão confusa. A última coisa que eu me lembro é de estar em uma festa e beber um monte. Eu entrei em coma alcóolico?
— Os médicos vão te responder tudo. – falei simplesmente. Eu não conseguia dizer mais nada.
Logo Charles e os enfermeiros entraram no quarto, com dona Marcela vindo também. Quando ela viu a filha acordada, começou a chorar e a abraçou forte. Enquanto os médicos a examinavam, a mãe veio até onde eu estava e viu o meu estado.
— Querido, – ela chamou colocando a mão no meu rosto – o que houve? Você não está feliz?
— Estou, e muito dona Marcela. – sussurrei – É...que...ela não...lembra.
— Como assim?
— Ela se lembra apenas de uma bebedeira, mas eu não sei quanto tempo faz isso.
— Ah meu deus! – exclamou – Ela não se lembra de você.
Assenti. Dona Marcela me abraçou e retribuí, enxergando, pelo canto do olho, Estela nos observar, sempre confusa. Forcei-me a parar de chorar e me recompus.
— Eu vou para a casa, dona Marcela. – disse – A Estela está em boas mãos e precisa descansar. Vou contar a todos as notícias.
— Tudo bem, querido.
Quando eu já estava na porta, ouvi Estela me chamar.
— Espera. – ela disse – Você voltará amanhã?
Levei um minuto até perceber que ela falava comigo e me encarava com expectativa.
— Você quer que eu volte?
— Eu...quero sim. – admitiu – Tenho a sensação que preciso de você.
Andei novamente até ela e coloquei a mão na cama, próxima à dela. Estela observou a cena e, devagar, segurou a minha mão, como se buscasse alguma informação daquele toque.
— Você estava segurando a minha mão quando eu acordei. Isso deve significar alguma coisa. – ela ponderou – Não faço ideia do que pode ser, mas quero descobrir, então, por favor, não desista de mim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Não se preocupem que ainda tem muita coisa para acontecer.