Everything Is Changed escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 11
Ela não pode desconfiar


Notas iniciais do capítulo

Olha o capítulo novo. E sinto muito pelos meses sem postar.
Pov Estela



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Susana mexia no celular ao meu lado enquanto eu observava as nuvens pela janela do avião. Ela falava algo sobre como seria chato voltar às aulas em Yale depois daqueles três dias e como não estava mais conseguindo parar de comer. Eu não conseguia prestar atenção em nada. As cenas do final da festa dois dias atrás, e de outras recaídas ontem e hoje ainda não saíam da minha mente. Queria realmente saber como vou encarar o Ethan a partir de agora.

— Estela, está me ouvindo? – perguntou Susana pela décima vez

— O quê? – falei desorientada – Desculpe Su. Eu realmente não estou com cabeça pra nada disso.

— Você que pediu para te ajudar a pensar em outras coisas. – ela retrucou – Mas você não se ajuda!

— Eu não consigo! – protestei – Sempre que eu começo a pensar em outra coisa, algo me arrasta de volta para as lembranças desses dias. E o pior é que eu não me sinto arrependida, entende? Eu tenho vontade de sorrir! Qual é o meu problema?

— O problema é que você não admite pra si mesma que queria que isso acontecesse. – respondeu Susana – Você e Pedro.

Pensei por um segundo. Em como era quando estávamos juntos e vi que ela tinha razão. Sempre que ficávamos juntos eu tinha vontade de ficar mais próxima a ele. Beijá-lo, abraça-lo. O que aconteceu iria acabar acontecendo mais cedo ou mais tarde. Éramos como imãs.

— Olha, eu acho que vocês tem que conversar sobre. – ela disse – Agir como se nada tivesse acontecido e não fosse nada de mais. Eu vou dormir, ok? Fala como ele pelo whatsapp. Vou te dar essa privacidade.

— Obrigada Su, de verdade. – eu falei – Não sei o que eu faria sem você.

Ela sorriu e virou a cabeça para o lado, fechando os olhos. Peguei meu celular e desbloqueei, hesitando por um momento. Abri a galeria e procurei nas fotos antigas. Abri uma de dois anos atrás, que foi a única que não consegui apagar depois do nosso término. Nós estávamos na praia, no dia em que começamos a namorar e ele beijava a minha bochecha, que estava suja de Nutella, e eu sorria para a câmera.

Sorri automaticamente com aquela foto e isso me fez pensar o quanto eu queria aquilo de volta. Voltei ao menu principal e abri meu whatsapp. Haviam duas mensagens do Ethan, me perguntando se eu já estava voltando e se estava tudo bem. Respondi rapidamente com dois “sim” e abri a conversa com Pedro.

Acho que precisamos conversar”, mandei. Na mesma hora recebi a mesma coisa e fui obrigada a sorri.

Banheiro.Agora.” falei.

“Certo”, respondeu.

Eu me levantei e andei até o banheiro do avião, sem olhar para ele, disfarçando. Entrei no banheiro e fechei a porta. Dois minutos depois ouvi duas batidas na porta. Abri uma fresta e ele entrou, fechando rápido a porta e me beijando com força. Retribuí na mesma intensidade, agarrando-me a ele.

Quando nos separamos, ele olhou nos meus olhos. Um sorriso brincava em seus lábios.

— Não sei nem explicar o quanto eu queria isso. – ele me disse.

— Eu também não. – respondi e nós rimos baixinho.

Mas pouco a pouco a expressão dele foi se fechando e eu fiquei me perguntando o que havia de errado. Ele se afastou de mim e se encostou no canto oposto.

— O que foi, Pedro?

— Nós erramos, Estela. – ele me disse – Estou me sentindo culpado.

— Eu também estou. – respondi – Mas não podemos voltar atrás agora podemos?

— Não, mas podemos impedir que aconteça de novo.

— Como é? – questionei, incrédula

— É Estela. – ele respondeu – Nós dois temos namorados. Tivemos uma recaída e tal, mas acabou, temos que voltar a realidade.

— Você está me dispensando agora, é isso?

— Eu não diria assim...

— Você está! – pus a mão na cabeça – Você me usou. Me fez de idiota. Que droga, Pevensie.

— Não é assim também.

— É assim sim! Olha, me faz um favor? Fica longe de mim. Vai aproveitar a vida com a sua namoradinha. E me deixa em paz.

Abri a porta com raiva e saí, indo para a minha poltrona e me jogando nela. Comecei a chorar de raiva, incapaz de acreditar no que ele tinha me dito e indignada comigo mesma por ter me permitido ter esperança.

Mas agora era o fim. Definitivamente.

—__

Depois de desembarcar, eu liguei para o Ben vir me buscar no aeroporto. Quando ele chegou, eu nem disse nada, só entrei no carro e liguei o rádio.

— Ok. – ele disse – Pode desembuchar.

— Ah Ben, nem sei por onde começar.

Contei a ele tudo o que tinha acontecido, desde o desembarque em Los Angeles, até o banheiro no avião na volta. Ele balançou a cabeça.

— Eu posso bater nele? – ele perguntou no fim – Não acredito que ele foi tão idiota.

— Que eu fui tão idiota. – retruquei – E ainda traí o Ethan. Como vou encarar ele agora?

— Acho que devia terminar com ele. – Ben aconselhou – Vocês parecem tudo, menos um casal.

Eu pensei por algum tempo nisso. Ben tinha razão novamente. Não era nem pelo Pedro. Seria por mim mesmo. Não seria feliz com o Ethan e nem ele comigo. Era hora de acabar com essa farsa.

Nós chegamos ao nosso apartamento e eu fui logo desfazer as malas, pensando no que dizer ao Ethan. Ben se encostou no batente da porta do meu quarto e ficou me olhando.

— Eu acho que vou comer fora hoje. – ele disse – Melhor você ligar para o Ethan e falar logo com ele, porque ontem ele já esteve aqui me perguntando sobre você.

— Que ótimo. – ironizei.

Ele deu uma risada fraca e veio me abraçar. Eu me agarrei a ele com toda a força. Ben sempre seria o meu porto seguro, sempre. Podiam passar anos que as coisas ficariam assim. Depois de alguns minutos , eu me afastei e limpei algumas lágrimas.

— Está melhor agora? – ele perguntou

— Estou sim. Bem melhor. Graças a você, como sempre. – respondi

— Ah, você sabe que sempre estarei aqui pra você Estrelinha.

— Sim, eu sei. Obrigada por tudo, Ben 10.

Ele assentiu, deu-me um beijo na bochecha e saiu. Eu respirei fundo e peguei meu celular, pedindo ao Ethan para vir até nosso apartamento. Enquanto eu esperava, fiquei treinando um discurso, mas tudo me parecia errado. Quando a campainha tocou, eu ainda não tinha algo descente para falar.

Abri a porta e Ethan me deu um selinho, entrando. Um nó se formou na minha garganta. Ele se sentou no sofá e me encarou, confuso.

— O que aconteceu, Estela? – ele perguntou – Que cara é essa?

— Nós precisamos muito conversar.

— Ih, não gosto dessa frase.

— É, eu pensei muito durante esse tempo e eu realmente percebi que nós não podemos ficar juntos.

— Por que não Estela? Fiz algo errado?

— O problema não é com você. É comigo. Não correspondo aos seus sentimentos. E você merece mais do que isso.

Ele virou a cara e ficou pensando por alguns segundos, apertando as mãos, tanto que os nós dos dedos dele ficaram brancos. Fiquei com medo da reação dele.

— Tudo bem. – ele disse por fim, com um brilho sinistro no olhar – Eu gosto muito de você, Estela e fico triste por terminar. Mas quero que seja feliz e se eu não sou o cara certo, não posso fazer nada.

— Eu sinto muito, Ethan.

— Tudo bem, eu entendo. – ele respondeu e levantou, dando-me um beijo na testa – Se cuida.

E saiu. Eu respirei aliviada, me jogando no sofá. Um peso a menos.

—__

Pov Narrador

Enquanto saia cantando pneus, puto da vida, ele discou o número do amigo rápido no celular. No segundo toque, ele atendeu.

— Fala cara.

— Mudança de planos. – ele disse – Não chegaremos ao velho Cambridge do jeito fácil. Vamos partir para o jeito difícil.

— Falou, já vou começar a providenciar tudo.

— Ótimo. E não esqueça, ela não pode desconfiar.


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Notas finais do capítulo

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