Fogo ou Gelo? escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 18
Desistir não é uma opção


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aí está um capítulo pra vocês, espero que gostem.
beijos



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*Natsu Dragneel*

Durante muitos anos você planeja fazer algo e por medo deixa as melhores oportunidades passarem, e quando você toma coragem pra fazer, é tarde demais. Amei, não, ainda amo uma garota, passei tanto tempo sendo o melhor amigo dela, que nunca tive coragem de dizer o quanto eu queria namorá-la, e outra pessoa vai e a beija, uma pessoa corajosa que não teve medo de ser feliz e toma o amor dela pra ele.

O medo de amar faz a gente sofrer mais do que amar e sofrer depois. Por que pelo menos vocês tinha algo pra se lembrar, o que eu faço? Perdi a garota e nem tive a oportunidade de dizer a ela como me sinto.

O pior foi vê-la depois de um tempo na esperança que ficaríamos juntos e descobrir que ela já estava com outro.

Ver o brilho dos olhos de chocolate de Lucy, foi tão bom, foi reconfortante, mas essa sensação não durou muito, pois ela namorava meu melhor amigo agora. Maldito seja Gray, nunca demonstrou nada por ela, e eu burro fui deixá-la em suas mãos, era óbvio que qualquer rapaz iria se apaixonar pela garota.

Como fui idiota, mas sabe, por um momento, eu pensei que Lucy também fosse apaixonada por mim, que ela só tinha medo assim como eu, mas pensei que quando eu falasse a ela como me sentia, ela iria retribuir e nós finalmente seríamos um casal, mas ela não sente nada, fui ingênuo de acreditar em tal coisa.

Mas sem mais choros, ela gosta de outro, tenho que seguir em frente. Mas se eu realmente quisesse seguir em frente, por que diabos eu bati no Gray? Será que eu ainda queria brigar com ele? Será que eu ainda queria lutar pelo amor dela? Será que eu ainda queria ficar com ela?

Sabe, tudo isso se passou na minha cabeça, várias e repetidas vezes, durante algumas horas que fiquei sentado olhando o horizonte que ficava a vista da colina atrás da nossa linda Fairy Tail.

Fui interrompido por alguém me cutucando no ombro.

_Hey Natsu.. Natsu.. oh.. Natsu... acorda. – a voz estava me chateando já, será que ela não percebia que eu queria ficar sozinho. – Natsuuuuu.

_Ah.. o que foi? – respondi, olhando Lisanna com um pouco de irritação.

_Ahhh, por que está me xingando? Não fui eu que te traí. – ela respondeu manhosa.

_Eu não fui traído, ah eu quero ficar sozinho. – virei a cara para ela.

Lisanna já foi uma grande amiga minha, mas ela se distanciou muito, entrou num mundo onde ela quer que eu seja diferente e um mundo onde eu jamais vou pertencer.

_Hum.. sabe Natsu, eu sou sua amiga, mas você parece não confiar mais em mim. – ela reclamou.

_Eu não confio. – confirmei. – faz tempo.

_Mas por queeeê? – ela pediu agarrando meu braço.

_Ah Lisanna qual é? – sentei mais longe me soltando dela.

_Natsuuuu.. eu amo você... só queria estar contigo.. eu juro que nunca te trocaria por outro cara... a Lucy não merece sua atenção, desiste dela, fica comigo, juro que serei só suaaa.. – ela falou aquilo tentando roçar seus seios no meu braço.

_Lisanna, vou falar uma única vez. – olhei furioso pra ela. – me larga e nunca mais fale sobre isso comigo!

Ela fez beicinho e saiu dali. Garota chata. Mudou da água pro vinho. Fez amizade com quem não deveria, namorou uns 100 caras mais ou menos e nem se quer lembra o nome deles.

Voltei a minha linha de pensamento, mesmo perdendo o amor da Lucy, parecia não importar, eu ainda preferia ela do que muitas garotas por aí.

_Hahahahahahahahahahahahahaha! – ouvi uma risada muito estranha vindo de traz de mim. – que cara de taxo mano.

Me virei e vi a última pessoa que eu esperava ver hoje.

De cabelos ruivos no tom de laranja, inteiros presos num rabo alto de lado, olhos idênticos ao de Lucy, digo a cor, porém um pouco mais “discreta”, ela estava usando um óculos escuro estilo os que o Elton John usa, super discretos, corpo bonito, aparelho nos dentes, ela era muito bonita, mas com um estilo totalmente diferente.

Ela usava um cachecol verde, uma blusa rosa com estampa de gatinhos dizendo “miau” num balãozinho de histórias em quadrinho, uma saia jeans com um sinto da mesma cor do cachecol, por baixo uma legging laranja, e botas rosas de cano baixo. Esqueci de mencionar o colar que era um bigode de gato dorurado que ela usava pendurado em seu pescoço por baixo do cachecol mais discreto que ela usava.

_Luiza? – eu não acreditava que ela estava ali.

_Opa! – ela riu e baixou os óculos pendurando-os no cachecol. – o que aconteceu com você rosado, pensei que estaria pulando atrás do seu gato azul com a minha prima pendurada em suas costas.

_É.. tá um pouco complicado nossa relação. – respondi me levantando para cumprimentar nossa velha amiga.

_Relação??? – ela perguntou me dando um peteleco no nariz, era o jeito dela cumprimentar os amigos que ela mais gostava, ou seja eu e Lucy, sua prima.

_É .. de amizade. – respondi massageando meu nariz.

_Não me diga que vocês não deram nenhuns pega ainda? – ela ficou indignada.

_Não, é claro que não, não quero dar uns “pega” na Lucy, quero namorar sério com ela. – argumentei.

_Dã.. e você acha que namorados beijam o nariz um do outro só? – ela ergueu uma sobrancelha pra mim. – namorados dão uns pega legal mano.

_Ah Luiza, será que dá pra mudarmos de assunto? – pedi a ela.

_Affs.. ok. Como está indo a faculdade? – ela perguntou.

_Bem.. ótima.. – respondi.

_Tá, já falamos sobre outras coisas. Agora me responda que história é essa de você não ter dado uns pega na minha prima ainda? – ela retornou ao assunto de antes com a maior naturalidade.

_Ai ai.. – suspirei e sentei novamente. Ela se acrocou do meu lado.

_Fala aí.. o que houve com vocês.. pensei que a essa altura você teria engravidado ela já. – ela falou com toda sua sinceridade.

Luiza Draice Heartfilia era assim, filha do irmão do pai de Lucy, a mãe de Luiza era muito amiga de Layla, a mãe de Lucy, e com isso a duas se tornaram amigas inseparáveis na infância. E como eu também era amigo de Lucy, fiquei amigo dela também. Eu a loira tínhamos que cuidar da ruivinha por ela ser mais nova.

_Luiza.. ela tem namorado agora. – falei baixando a cabeça fracassado.

_Puta que o pariu! – Luiza soltou um palavrão, ou mais. - Como você deixou isso acontecer sorvete de morango? – ela me xingou.

_Eu viajei. – respondi.

_Por que não levou ela junto? – Luiza me perguntou e eu simplesmente arregalei os olhos, como eu pude deixar de pensar nisso, como fui egoísta comigo mesmo, caramba é verdade devia tê-la levado comigo, mesmo sendo uma viagem de família, meu pai não iria se importar, ele a adora, e meu Deus, como eu não pensei nisso.

Olhei para a Luiza com cara de culpado.

_Você não pensou nisso?- ela perguntou escandalizada. – como não? Natsu eu estou com vontade de comer sua cabeça de algodão doce agora.

_Eu realmente poderia ter evitado isso e quem sabe ter pedido ela em namoro nessa viagem não é? – pedi a Luiza.

_Dã. – a ruivinha respondeu. – Concerte isso agora de vez ficar se culpando que nem um cachorro.

_E como eu vou fazer isso? – olhei para a menina acrocada do meu lado.

_Ela não ama o cara como ama você rosa. Isso você pode ter certeza. – ela confirmou. – e outra coisa, pensei que você a amasse de verdade, como pode ter desistido dela tão fácil? Pensei que você enfrentaria o mundo por ela, seu filhote de dragão.

_Eu a amo, mas vê-la com outro é triste. – justifiquei minhas reações.

_Hum, é mais triste te ver não fazendo nada quanto a isso. – Luiza sempre foi direta, e desse modo ela acordava as pessoas pra vida. – mesmo que ela esteja casada senhor morango, você ainda pode conquistá-la, é assim que o amor funciona, você tem que ter medo de perder a pessoa que ama todos os dias e lutar para conquistá-la todos os dias, se não um espertinho vai lá e faz o que você não fez!

Olhei para Luiza impressionado, ela sabia exatamente o que eu sentia, e ainda por cima me acordou. Eu sabia que a considerava minha irmã mais nova por algum motivo, ela iria me aconselhar nas horas que eu estava agindo como idiota.

_Obrigado! – sorri pra ela.

Levei em troca outro peteleco no nariz.

_Faça o que já devia ter feito e seja um dragão de verdade! – ela disse e sorriu pra mim.

_Eu vou. – com isso, ela se levantou e fez menção de ir embora. – hey, espera, onde você vai? Ou melhor, o que você veio fazer aqui?

_Querido moranguinho, eu vim aqui pra ver a faculdade que eu futuramente vou estudar. – ela explicou colocando os óculos de volta no rosto. – e vim ver como está a Lucy, ela perdeu muitas pessoas importantes de uma só vez.

E novamente ela tinha razão.

_Bye mano. – ela levantou a mão e por fim desceu a colina entrando na Fairy Tail. Eu voltei a sentar.

Estou sendo egoísta? Fiquei preocupado com o namoro da loira, e nem sequer dei atenção a ela pela perda, justo eu que sempre estive com ela, a abandonei nesse momento e ainda bati no cara que é o atual namorado dela.

Mas Luiza estava certa, estava na hora de falar a Lucy como me sentia, e fazer o que eu sempre quis, beijá-la.

Pensando nisso, percebo alguém se aproximando, mas essa pessoa era mais delicada, mais gentil que a Lisanna e mais discreta que a Luiza.

Me virei e vi a loira sem jeito ao me ver ali.

Seus olhos brilhavam como sempre, o cabelo dourado esvoaçante com o vento, suas bochechas levemente rosadas e seu perfume que logo chegou ao meu alcance.

_Posso me sentar? – ela pediu gentilmente.

_Como nos velhos tempos? – perguntei sorrindo.

_Como nos velhos tempos. – ela confirmou sorrindo pra mim também. Fazia tempo que não via um sorriso dela, o sorriso que aquecia meu coração de tal maneira que era impossível imaginar outra pessoa com o mesmo poder. – como foi a viagem?

Ela puxou assunto. Decidi acompanhá-la.

_Foi bom, fui pra vários lugares, conheci bastante gente, meu pai e eu conversamos bastante, mas não teve um dia que não senti sua falta...

_Natsu eu.. – ela tentou me interromper, mas eu queria falar o que tinha pra falar agora.

_Não teve um coisa que eu fiz que eu não queria que você estivesse junto, uma foto que tirei que eu não queria que tivesse sido com você, uma noite que eu deitei para dormir, que eu não pensei em você, uma carta sua que chegava que eu não ficava feliz, uma carta que eu escrevia que eu não passava horas escrevendo para que ela saísse bonita, não havia um momento no qual me arrependi de não tê-la levado comigo. – contei a ela como foi minha viagem. – e os seus dias aqui, como foram?

Ela pareceu surpresa com minha pergunta, por que ela ficou olhando pro horizonte, como se pensasse, “será que conto a ele?”

_Quero que me conte Lucy, tudo. – insisti. – não precisa ter medo.

_Eu.. eu senti sua falta, todos os dias, ninguém conseguia me fazer sentir bem como você, as vezes eu almoçava com as meninas, mas elas falavam dos namorados, e eu me sentia estranha, por pensar em você nesses momentos, as vezes eu almoçava sozinha aqui, e queria que você estivesse compartilhando o almoço comigo. Teve um dia que o Gray almoçou comigo, e assim que começou nossa amizade... – ela começou a chorar. Eu não sabia se a abraçava ou se ficava esperando ela se acalmar, mas não consegui ficar sem fazer nada, eu a abracei, ela encostou sua cabeça no meu peito, meu coração acelerou, não conseguia vê-la sofrer.

_Lucy, eu sinto muito por tê-la abandonado na hora que você mais precisava. Quando eu soube do que eu havia acontecido, eu literalmente voei o mais rápido que pude, mas vim tarde demais, me perdoe, mas Gray fez um bom trabalho, ele te acalmou, te fez companhia, e te deu algo que nunca tive coragem pra dar. Mas que eu sempre senti.

Ela parou de chorar quando terminei de falar, ergueu a cabeça e me olhou nos olhos.

_Você não tem nada que se desculpar, você sempre esteve comigo, não tinha como saber que meus pais iriam falecer, você fez mais do que deveria fazer por mim, cuidou de mim durante nossa infância e quando eu estava crescida também, eu tenho muito a te agradecer, mas eu não consegui, eu queria ter te falado tantas vezes o quanto eu estava apaixonada por você, mas parecia tão distante essa possibilidade, você foi meu melhor amigo e eu pensei que era só isso, e por burrice, acabei me envolvendo com outra pessoa.

_Você o ama? – perguntei.

_Sim. – ela respondeu olhando pra baixo.

_Você me ama? – perguntei outra vez.

Ela me olhou e ficou vermelha. Ela estava começando a querer chorar de novo.

_Lucy, por favor, me responda sem medo. Eu preciso saber. – pedi a ela.

_Sempre amei. – ela respondeu e se levantou.

_Espera. – eu a segurei pelo braço e me levantei, fiquei frente a ela. – eu não vou desistir de você, só não te beijo agora, para não me tornar um traidor, mas eu te amo mais Lucy, você pode ter certeza disso.

Os olhos dela brilhavam, as lágrimas caíam com delicadeza, a mão dela estava fria e parecia tremer. Como não pude beijá-la, eu a abracei, e senti seu coração acelerado como o meu. Tive a certeza que eu precisava para continuar amando ela e agora eu queria mais do que nunca lutar por ela.

Ela me amava. Mas amava outra pessoa também. Então eu irei fazer o que qualquer dragão faria, lutar pela sua princesa com um maldito mago de gelo que ousou roubá-la da minha caverna.


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Notas finais do capítulo

E agora minha gente, ela vai escolher o Sub-Zero ou o Scorpion?
kkkkkkkkk



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