Fogo ou Gelo? escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 10
Não quero ficar sozinha


Notas iniciais do capítulo

Ohayo!
Como prometido, voltei a postar semanalmente. :D
espero que gostem.
bjs



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*Lucy Heartfilia*

“A sensação de segurar as mãos dos pais quando estamos caminhando é maravilhosa e protetora, como se fossemos invencíveis, uma mão pra cada um, eles nos levantam e logos estamos longe do chão voando, nos sentimos super-heróis. Logo somos abraçados com braços fortes e peludos, papai nos olha e diz que essa é a melhor tarde da vida dele por que está com as pessoas mais importantes de sua vida, sua filha que ele ama mais que tudo e que seu sorriso inocente o comove e o faz voltar a ser criança. Então ele olha para mamãe e com uma mão ele a puxa pela cintura dando um beijo delicado em seu rosto, dizendo que tudo aconteceu graças a essa mulher maravilhosa que tornou seus sonhos possíveis e prometeu que iria cuidar dessa família para sempre.

Mamãe sorri com lágrimas nos olhos, então ela me rouba dos braços do papai e me esmaga com um beijo de mãe na bochecha. Eu tinha apenas 1 ano e 3 meses, por que todo mundo adora beijar bebês? Dã, eu sei a resposta, eu sou gostosa e irresistível, haha.

Um tempo depois, mamãe deixou pronto nossa piquenique, havia uma toalha quadriculada em vermelho e branco, uma cesta toda trançada, que continha dentro vários sanduíches, tortas, bolinhos, sucos, água, e para sobremesa deles sorvete, é deles, por que mamãe estava com a minha papinha pronta, é eu sei, é uma injustiça comigo né, eles comem sorvete de chocolate e menta e eu papinha ¬¬, mas eu gosto até, é molinha, não preciso mastigar até por que meus dentes estão nascendo agora. Viu como mamãe pensa em mim.

O lugar onde estávamos era lindo, a grama verde era macia e quando o vento batia nela trazia um cheirinho das flores que cresciam no meio, havia uma única árvore num raio de 200 metros em nossa volta, e nós estávamos sentados bem de baixo dela.

Papai deitou na toalha depois de comer e cruzou seus braços atrás da cabeça, ele olhou para as nuvens do céu, eu fiquei curiosa, mas não consegui ficar na sua posição, mas eu queria ver as nuvens que ele via, então fui até ele gatinhando e agarrei em sua blusa para subir e sua barriga.

_Hey Lucy, o que está fazendo? – ele olhou para mim que tinha sentado em sua barriga.

_Céu... – eu falei apontando para cima, mas não tinha muito equilíbrio, por isso quando ergui minha cabeça, meu corpo foi para trás então tombei, papai rapidamente me segurou, me ergue com seus braços fortes e depois me deitou do em seu peito, de forma que minhas pequenas pernas ficavam em sua barriga.

_Ok, ok, vamos ver as nuvens juntos então. – ele deu a mão para mamãe e a ela deitou ao nosso lado.

_Olha filha, tem uma nuvem com formato de estrela, tenho certeza que você vai ser uma linda estrela, que aparece até de dia de tanto brilhar. - mamãe sorriu apontando para a nuvem que tinha aparentemente cinco pontas.

Sorri e comecei a procurar outras formas, tinha de muitos animais, mas nenhum deles me chamou a atenção, exceto uma, ela tinha a forma de um dragão, estiquei minha mão em direção a ela, papai e mamãe perceberam e olharam mais atentamente para aquela nuvem.

_Que lindo, uma bela fera. – mamãe mencionou. – parabéns por achá-la Lucy.

_É mais que uma fera Layla, é um poderoso dragão. Lucy, você um dia vai conhecer um verdadeiro dragão e vocês vão lutar, e você vai ganhar por que você é forte e ... – papai parou de falar assim que percebeu o olhar reprovador de mamãe.

_Lucy vai ser amiga desse dragão, quem sabe até eles podem se apaixonar. – mamãe o corrigiu.

_Uma princesa jamais se apaixonaria por um dragão Layla. – papai retrucou rindo.

_Não é impossível, as vezes a beleza dentro de uma fera, olha pra você! – mamãe riu.

_Hey! – papai olhou-a indignado. – eu posso ser rude as vezes, mas tenha um grande coração.

_Eu sei meu amor, assim como um dragão também pode ter. – mamãe explicou novamente.

Enquanto os dois discutiam, eu olhava para aquele dragão perdido no céu, será mesmo que vou encontrar um algum dia? Será que vamos ser amigos?

_Bem já está ficando tarde, é melhor nós irmos. – mamãe foi levantando e papai me deitou na toalha para ajudar a mamãe, eu fiquei cuidando mais um tempo da nuvem, mas ela começou a mudar de forma, tornando-se uma espécie de floco de neve.

_Dagão... – eu o chamei de volta, mas ele não voltou. Mamãe e papai perceberam meu desespero então vieram me pegar no colo e assim papai apontou para o céu.

_Não se preocupe minha princesa, aquele dragão sempre vai cuidar de você!

_Sim, e não se preocupe com o gelo que substituiu o seu dragão, ele também pode ser seu amigo. – mamãe sorriu, e assim ela pegou sua cesta e entrelaçou a mãe com a mãe livre do papai, eu coloquei minha cabeçinha no ombro do papai e dormi pensando nos meus novos amigos.”

_Ela vai ficar bem, por que ela está demorando tanto pra acordar? Faz alguma coisa... – essa voz vinha de tão longe, minha cabeça doía um pouco. Aos poucos eu comecei a sentir meu corpo, minhas pernas estavam um pouco dormentes, mas sentia minha saia que eu vesti para sair com minhas amigas, mexi meus dedos da mão, então senti o lençol sedoso em baixo de mim, estava deitada em uma cama, seria a de Gray? Foi o último lugar que eu me lembro de estar.

_Onde estou? – falei meio rouca, abri meus olhos devagar por causa da luz branca em cima de mim.

_Lucy, ainda bem. Como você se sente? – Gray estava sentado numa cadeira ao meu lado. Ele estava com olheiras e demonstrava cansaço.

_Você está bem? – fiquei preocupada com seu estado.

_Ela está bem. – ele sorriu e segurou minha mão. Ele olhou para uma mulher mais velha, tinha cabelos cor de rosa e expressão de poucos amigos. – pra ela se preocupar mais com os outros ela está bem.

_Tola, devia se amar mais. – ela disse e em seguida se aproximou para me examinar, colocou sua mãe em minha cabeça para ver se eu estava com febre, depois colocou um aparelho em meu braço para ver minha pressão e em seguida pegou outro aparelho para ouvir meus batimentos cardíacos. – tudo certo, agora fora vocês dois!

Levantei-me da cama, reparei em volta que estava na enfermaria da universidade. Mas o que eu estava fazendo ali?

Quando saímos para o corredor meus amigos estavam do lado de fora nos esperando, todos com cara de preocupados.

_Tudo bem? – Levy perguntou a Gray, como se eu não pudesse responder.

_Sim, Poluchka é sempre um charme! – Gray respondeu.

Todos olharam fuzilando Gray, como se ele tivesse feito uma piada em péssima hora o que não entendi.

_Por que eu estava na enfermaria e por que todos estão com essas caras de preocupado? Que foi, eu botei fogo na Fairy Tail? – estava ficando irritada já.

_Você não se lembra? – Erza me pediu.

_Do que? – perguntei.

_Lucy, seus pais, eles... eles faleceram. – Juvia respondeu com medo e pena na voz.

Não, eu ainda estava sonhando, só podia ser isso. Meus pais não podiam estar mortos, eu ainda trocava cartas com eles.

_Não... eles estão me esperando pras férias. – corrigi eles.

_Gostaríamos que eles estivessem, de verdade Lucy. – Gajeel disse olhando com lágrimas nos olhos para baixo.

Se até Gajeel estava chorando, sim ele era realmente durão, eu sabia a história dele, a mãe havia falecido e seu pai desapareceu, ele achava que tinha fugido para montar uma banda, Metalicana.

As lágrimas começaram a brotar sozinhas de meus olhos, e tudo piorava com todos me olhando daquele jeito. Eu virei e comei a correr para longe deles. Percebi Gray ser interrompido de me seguir por Jellal. Obrigada amigo, mas agora eu preciso ficar sozinha.

Corri sem parar, até chegar a colina, lá caí de joelhos chorando, não acreditava nisso, meus pais me deixaram, eu estava sozinha, Mamãe quem vai me apoiar agora com meu livro, papai quem vai discutir comigo sobre o meu futuro, que vai me chamar de princesinha, quem vai ver as nuvens comigo, quem vai me segurar no colo, quem vai me deixar dormir em seu ombro, quem... quem..?

As lágrimas saiam, meus olhos estavam inchados já, minha visão totalmente embaçada, mas eu não ligava pra isso, a dor no peito era maior do que qualquer coisa no momento, era assim que Natsu se sentiu? Era insuportável, queria ele ao meu lado agora, eu só queria meu dragão do meu lado.

Senti mãos me tocarem no ombro, o toque foi gentil e aconchegante. Solucei, e me virei esperando ver Natsu, mas Gray estava ali, e ao ver minhas lágrimas ele me abraçou fortemente se ajoelhando ao meu lado.

_Gray.. ?

_Shh... – ele me abraçou mais forte, me fez deitar minha cabeça em seu ombro, me fez carinho e me esquentou, ele não disse uma só palavra durante uma hora que ficamos ali abraçados, eu deixei sair, tudo, minhas lágrimas, meus soluços, o aperto em meu coração diminuiu, mas a dor ainda continuava ali. Mas com alguém do meu lado acho que posso aguentar isso. – sei que não sou como Natsu,.. que falta muita coisa me mim... mas... mas eu fiz uma promessa que cuidaria de você, e.. não vou deixá-la sozinha eu prometo.

Mamãe estava certa, o gelo também era meu amigo. Apenas abracei mais forte meu amigo e fiquei ali mais um tempo, até começar a anoitecer.

_Eu preciso ir pro meu quarto, vou arrumar minhas coisas... – eu disse me soltando dos braços de Gray.

_Arrumar..? – ele me olhou em dúvida.

_Vou falar com a diretora amanhã, vou ir para casa. – expliquei.

Ele só concordou e se levantou, me ajudando também, assim ele me acompanhou até a porta de meu quarto.

_Boa noite! – ele desejou, eu acenei de volta e assim ele se virou e sumiu no corredor, foi para o seu quarto.

Abri a porta, olhei em volta e comecei a arrumar a mala, quando fui na minha mesa pegar minhas coisas, vi duas cartas que chegaram hoje cedo.

Uma delas era de Natsu. Abri e comecei a ler:

“Oi Lucy, estou com saudades.

A viagem já está perdendo a graça, pois queria que estivesse aqui comigo, passaram-se apenas 2 meses e já estou pulando as paredes.

Meu pai está bem e me dando atenção até demais, ele não é o problema, estou ansioso, como se algo ruim fosse acontecer, não fique preocupada, só se cuide pequena.

Espero que o gelinho esteja cuidando bem de você, senão na volta eu pego ele.

Grande abraço,

Natsu.”

Sorri, é Natsu, você tinha razão, algo muito ruim aconteceu mesmo. Peguei a outra carta e as lágrimas voltaram. Era de meu pai.

Abri tremendo:

“Olá Lucy!

É a primeira vez que estou escrevendo pra você, estou me sentindo um adolescente, mas me senti obrigado a isso, sua mãe foi para o hospital ontem, achei melhor te avisar, mas não se preocupe, ela é forte e vai ficar bem logo.

Eu estou ansioso para chegar suas férias, a casa fica silenciosa sem você, hoje mesmo me peguei lembrando da nossa tarde de piquenique, acho que você não se lembra, você era apenas um bebê,.

Eu estou com saudades minha princesa, eu não sei por que estou sendo tão sentimental nessa carta, mas realmente acho que está na hora de voltar a ser como era, um pai de família, antes que seja tarde demais.

Um grande abraço do seu pai que te ama muito, espero que o seu dragão esteja cuidando bem de você.

Att,

Jude Heartfilia.”

Depois de ler aquela carta, passei a noite inteira chorando, meu pai finalmente ia voltar para nós, e realmente foi tarde demais, ele devia saber que ia acontecer alguma coisa, mas eu chorei ainda mais, por que sua primeira carta também foi a sua última.

Eu adormeci na mesa mesmo tendo lembranças do único e melhor piquenique da minha vida.

Acordei com o som dos passarinhos na janela do meu quarto e os raios de sol entrando pelo vidro.

Levantei a cabeça devagar, ela doía muito, meus olhos ardiam, os minha cara estava amassada, eu estava babada, e as cartas em cima da minha mesa estavam molhadas com minhas lágrimas.

Eu levantei e a primeiro coisa que fiz foi pegar o meu celular e ligar para casa.

Chamando: Mansão Heartfilia Bom dia!

_Bom dia Virgo, sou eu a Lucy!

Virgo: ó meu Deus, Senhorita Lucy, como você está nós sentimos muito...

_Virgo, você pode mandar o Caprico me buscar?

Virgo: é claro senhorita. Em 5 horas ele estará frente a Fairy Tail.

_Obrigada, até.

Virgo: Tchau!

Encerrei a ligação, eu tinha muita saudade de Virgo, ela foi minha amiga mais querida na mansão, mas se eu começasse a falar com ela por telefone, eu começaria a chorara de novo.

Fui para o banho e lá, algumas lágrimas desceram sozinhas, demorei mais ou menos uma hora no banho, precisava ficar afastada do mundo.

Me sequei, me arrumei, comi alguma coisa, depois fui responder a carta de Natsu.

“Olá Natsu.

Estou bem e você?

É os dias que você esteve fora, muita coisa aconteceu, mas nada grave, fique tranquilo eu estou bem.

Espero vê-lo em breve, aproveite sua viagem e o tempo com sua família.

Beijos,

Lucy.”

Coloquei dentro de um envelope e deixei do lado para depois eu colocá-lo na caixa do correio.

Olhei para o lado e vi a carta do meu pai, não fazia sentido respondê-la, mas sentia como se fosse necessário que em algum lugar ele estava esperando pelo retorno.

Peguei outra folha e comecei a responder o meu pai.

“Querido Papai!

Estou bem, e é claro que fiquei preocupada com a mamãe agora, mas estou com esperança que ela esteja bem por que está com o senhor, sei que vai cuidar bem dela.

Estou feliz por você ter me escrito, eu estava com saudade do meu pai, do homem que me pegou no colo e disse que era a melhor tarde de sua vida quando estávamos no piquenique, é papai eu lembro daquele dia, e sonhei com ele está noite, foi uma tarde muito linda, lembro-me das nuvens e da minha papinha.

É eu fiz amigos papai, até hoje o dragão me cuida e o gelo também.

Papai nunca é tarde para se voltar a amar! Obrigada por todo o amor que você e a mamãe me deram e o carinho, obrigada pelas papinhas, pelos piqueniques, pelas fraudas, pelas historinhas, por tudo, eu sempre vou amar vocês dois, espero que estejam num lugar como aquele que fizemos o piquenique, foi onde vi vocês mais felizes.

Adeus, de sua filha que te ama muito.

Att,

Lucy Heartfilia.”

Quando acabei de escrever vi as gotas das lágrimas que haviam caído na carta, então eu a guardei na minha bolsa, essa eu ia levar pra casa.

Me levantei, peguei minha mala e fui para a sala da diretora.

Chegando lá, bati na porta e ouvi uma voz dizendo para entrar.

_Com licença! – pedi educadamente.

_Oh, Lucy... entre, entre... – Mavis se levantou e veio me abraçar. – Do que você precisa? Sente-se.

Ela me fez sentar na cadeira em frente a sua mesa.

_Diretora, eu preciso me ausentar por um tempo, vou para a casa. – pedi calmamente.

_Ah... eu imaginei. De quanto tempo você precisa?- ela perguntou sentado-se na sua cadeira e pegando alguns papéis.

_Umas duas semanas talvez? – perguntei esperançosa.

Ela me olhou e em seguida escreveu num papel e entregou a mim.

Nele estava escrito que a diretora estava autorizando a mim, ficar um mês de atestado por motivos particulares.

Olhei pra ela e sorri.

_Obrigada.

_Por nada, você é uma de nossas melhores alunas e merece um momento para descansar. – ela sorriu e tirou algumas cópias dos papéis. – vou deixar um com cada professor seu.

_Tudo bem, eu vou partir agora, o carro já deve estar esperando lá em baixo. – me virei, mas não antes de receber outro abraço de Mavis.

_Sim, pode ir, seu acompanhante já está esperando também. – ela sorriu e saiu da sala sem ao menos eu perguntar do que ela estava falando.

Desci as escadas curiosa, fui para a entrada da Fairy Tail e lá estava o carro de Caprico, e em frente estava o motorista conversando com um rapaz vestido de camiseta social branca e calsa jeans preta com sua famosa corrente pendurada do lado.

_Gray? O que faz aqui? – perguntei.

_Bom dia! – ele sorriu. – eu vou com você.

_Como? – perguntei sem entender.

_Não vou te deixar sozinha nessa. – ele sorriu e pegou minha mala para entregar a Caprico que me acenou.

_Eu... eu não quero ficar sozinha. – olhei para Gray com lágrimas nos olhos.

Ele me abraçou.

_Eu nunca vou te deixar sozinha!


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Notas finais do capítulo

Obrigada pra quem está acompanhando a fic até aqui, semana que vem tem mais.
bjs e Feliz Ano Novo!



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