O Fim - The End escrita por Bolinho


Capítulo 4
Capítulo 3: Sorriso do horizonte


Notas iniciais do capítulo

Nic: Hellooooooooooooo! Desculpem, eu estou em época de provas, e além disso estou apaixonada. Espero que gostem.



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Respiro profundamente. Desejei ter um pouco de tempo pra pensar, mas tempo era o que menos tínhamos naquele momento. Chego na beirada, e olho para baixo. Uma calçada cinzenta e desbotada, claramente suja. Uma ótima visão antes da morte. Blair vai na frente, apoiando o pé direito na beirada da primeira janela, e repete o movimento com o pé esquerdo em seguida. Espero ela conseguir pisar na segunda janela, e coloco meu pé direito na primeira. Fazendo exatamente o que ela fez. “Inspira, expira. Inspira, expira. Inspira, expira. Não sei por que estou fazendo isso, não há nenhum bom motivo para não morrer.” – penso. Dou uma espiada à calçada abaixo de mim. Ainda falta algumas janelas. Começo a suar frio. Olho pra calçada, os “terroristas” pareciam estar à nossa espera. Um vento frio começa, dando sinal da escuridão que está por vir. Começo a tremer, o suor empapava minhas roupas, e o vento que soprava me fazia sentir mais frio. Em meio aos meus devaneios, me distraio. Um passo em falso. Escorrego e solto um grito abafado. Por pouco.

– Cuidado Zoe! – grita um dos terroristas pra mim. Como eles sabiam meu nome? Após várias janelas, chegamos à última. Blair pula, e eu vou logo atrás.

– Clark! – exclama Blair, e abraça o cara mais alto. Tudo o que dava para ver dele, eram seus olhos verdes. E, céus! Eram muito verdes. Olho, pro garoto mais baixo, (mais alto que eu, porém, mais baixo que Clark), e ele me encara. Seus olhos definitivamente, não eram como de Clark. Eram castanhos bem claros, eram profundos, como se pudessem ler o que há na minha alma. Poderia ficá-los fitando, pelo resto de minha vida.

– Você está bem? – ele pergunta, parecia analisar minhas feições. Imediatamente fico corada, percebendo que o encarei por muito tempo.

– Sim, estou bem. Um pouco aflita e confusa talvez, mas estou bem. – respondo, fitando meus All Stars pretos e encardidos.

– Compreendo sua confusão. Estou aflito também. – ele diz, sua voz grave e tranquila, me acalma.

– Ei, dois pombinhos, vamos logo antes que escureça por completo. – disse Clark, para mim e o garoto de olhos castanhos do meu lado. Blair e Clark vão caminhando na frente, e eu e o garoto logo atrás. O céu nublado de Manhattan me amedrontava, as ruas vazias e mal cheirosas me causavam o mesmo efeito: medo. Essa era a palavra que definia meus sentimentos nas últimas horas. Eu tinha um milhão de perguntas à fazer.

– Aliás, meu nome é Allan. – diz o garoto, quer dizer, Allan ao meu lado. Esse nome me é familiar... – Eu sei que você deve achar estranho conversar com um estranho.. – ele fala, rindo da própria confusão. Eu rio junto com ele, não pela piada, mas pela risada dele. Era como música para meus ouvidos. – Eu juro que não quero seu mal. – diz ele, num suspiro de frustração. Ele parecia bem sincero pra mim. Olho pra ele, e ele me olha no mesmo instante. Ficamos nos encarando de lado por um tempo. O olhar dele me causava arrepios, e uma sensação estranha. Mas era um estranho bom.

– Eu sei que você não quer me fazer mal. – digo, praticamente sussurrando.

Continuamos caminhando por longos minutos, até que o céu começa a dar sinais de estrelas. Chegamos à um prédio bem precário. E parecia ser bem abandonado. A maioria das janelas destruídas, com tábuas de madeira ao em vez de vidro, a pintura descascada, era um verdadeiro prédio assombrado.

– Chegamos, finalmente. – diz Clark. Fico com vontade de perguntar o que há lá dentro. Mas ele se vira para a porta, e dá três batidas, espera, e dá mais duas. Alguns segundos se passam, e uma mulher que parecia ter uns vinte anos abre a porta.

– Graças à Deus! Agatha já estava começando a ficar bem preocupada com vocês dois. – diz a mulher para Clark e Allan.

– Agatha está aí? – pergunta Blair, fazendo uma cara péssima. Seja essa Agatha quem for, Blair não parecia gostar muito dela. A mulher olha pra mim, e fica um pouco surpresa.

– Ela é... – a mulher diz, sendo interrompida por Clark.

– Sim Maggie, ela é Zoe Evans. Não, ela não se lembra de nada. Portanto, sem perguntas, sem alvoroços. Ela está confusa e exausta. – diz Clark. A mulher, Maggie, pareceu um pouco aborrecida, mas não questionou. Ela abre a porta por completo, e todos nós entramos. Lá dentro era exatamente como por fora, velho, mofado, e abandonado. Parecia ter sido usado como um prédio de escritório, há muitos anos atrás, pois era repleto de salas, anúncios de computadores novos e essas coisas. Maggie nos conduz, até um elevador. Ela aperta um botão, não funcionou. Ela aperta de novo, e nada. Até que a paciência dela pareceu esgotar, e ela esmurra o botão. A porta do elevador abre e nós entramos. Depois de uma espera interminável, e constrangedora, a porta se abre novamente. Eu fiquei pasma.

– Bem-vindos, à nossa sede de sobrevivência. – diz Maggie, com um sorriso forçado. Fico estática. Não sei como reagir. Allan percebe minha ansiedade, e segura minha mão. Assim que seus dedos longos e ásperos envolvem minha mão pequena e macia, me causa um formigamento dentro de mim que me faz voltar à realidade. Eu e ele, vamos andando, seguindo Maggie, Clark e Zoe. Observo o movimento a minha volta: Muitos jovens. Rindo, comendo, dormindo, lutando, discutindo, lendo, e tinha até um grupo tocando um instrumento que eu não conseguia me lembrar o nome. Não havia escritórios que separassem eles, eram apenas uma grande abundância de colchões finos. O que mais me impressionava, era a organização. Apesar de os colchões estarem meio espalhados, não havia um colchão que estivesse desarrumado. Havia uma pilha de roupas no canto direito do salão, e ao lado, uma pilha de livros. Allan olha pra mim, a procura de alguma reação. Eu sorrio pra ele, e ele sorri de volta. O sorriso dele é... Como o horizonte. Provoca uma sensação de calor aconchegante, um sentimento de conforto e paz, que sentimos ao ver o nascer do sol mais lindo.


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Notas finais do capítulo

Nic: E aí?? Ficou bom?? Lembrem-se que os comentários são essenciais para a continuação da fic. :)



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