Simply Different escrita por Cacau


Capítulo 25
24° Capítulo - Comida, amigos e uma vaca


Notas iniciais do capítulo

Oi! Como estão?
Cheguei muito antes do que imaginei, podem me amar muito por isso queridas. Akepaksp
Então, boa leitura.



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– Ele foi embora? Mas por quê? Pra onde? – minha mãe me enchia de perguntas enquanto eu chorava sem parar como uma criança chora ao levar uma bronca da mãe por ter aprontado.

– Ele simplesmente foi. – Com minha curta resposta, o abraço da minha mãe se intensificou e o único som eram meus soluços.

Eu não contaria á ninguém sobre nada. Sobre para onde ele foi – o que eu nem sei exatamente – ou porque dele ter ido. Eu não saberia o que dizer. Aquele imbecil simplesmente foi, voltou para o lugar de onde ele realmente não deveria ter saído, sendo assim, eu não teria me apaixonado e muito menos me machucaria.

Porque destruir a barreira que levei tanto anos para construir, a parede invisível que antes dele chegar e destruí-la, me tornava quase que incapaz de amar. Me protegia dessa droga que estorpece e nos destrói. Eu estava protegida, eu seria apenas mais uma garota fria que não precisaria de ninguém para ser feliz a não ser ela mesma, isso até ele chegar. Até ele chegar e destruir qualquer muro que eu tenha levado anos para construir e assim me mostrou o que era o amor. Por diversos momentos me provou que o amor era exatamente o contrário do que eu imaginei, para agora me mostrar que eu estava certa sim, essa droga nos destrói.

E eu posso levar dias, semanas, meses ou até anos, mas eu vou me levantar e reconstruir tudo o que ele destruiu. Já que eu tenho a certeza de que ele não irá voltar. Mas se caso voltar, eu estarei aqui.

Adormeci nos braços da minha mãe exatamente como eu fazia quando era criança e acreditava que havia monstros embaixo da minha cama. Eu corria e dormia no meio dela e de meu pai com a certeza de que ali eu estaria protegida de qualquer coisa. Por tantas vezes desejei crescer para que agora meu maior desejo fosse voltar a ser uma simples e inocente criança.

Desta vez eu não tive pesadelos. Talvez sem ele as coisas sejam até mais fáceis. Minha mãe não estava mais ali quando acordei. Era uma hora da tarde, droga. Perdi a aula.

Levantei da cama e corri para o banheiro. Ao me encarar no espelho vi o quanto meus olhos estavam inchados e vermelhos. Tomei um banho demorado, sequei meus cabelos e vesti a roupa mais confortável que achei no guarda-roupa. Desci e não havia ninguém na sala. E por algum motivo que desconheço, minha costas doiam. Corri para a cozinha encontrando em cima da bancada um bilhete da minha mãe:

“Querida, eu não tive como escapar do trabalho para ficar com você, sinto muito. Mas Dhully prometeu estar aí em menos de meia hora e irá passar o dia com você ok? Qualquer coisa ligue. Amo você. Um beijo.”

Assim que terminei de ler o bilhete, ouvi a campanha tocar. Ao abrir a porta encontrei uma pequena garota de cabelos ruivos e sorridente com várias sacolas na mão. Ela parecia uma menininha de sete anos voltando do mercado após comprar doces.

Sorri para ela. A mesma se apoiou nas pontas dos pés para me dar um beijo estalado na bochecha e ir em direção a minha cozinha. Foi tirando tudo o que havia nas sacolas e pondo na bancada. Doritos, Pringles, biscoitos recheados, barras de chocolate e caixas de bombom, ingredientes para fazer brigadeiro e qualquer outro tipo de "besteira" que se pode imaginar.

Se a minha melhor amiga pensou que eu iria me sentir melhor se me trouxesse bastante comida... Ela estava certa.

Fizemos o brigadeiro e colocamos as outras besteiras em tigelas, levamos tudo para a sala e nos jogamos no sofá para assistirmos 10 coisas que eu odeio em você. Não estava nem na metade do filme quando a campanhia tocou e eu olhei para Dhully.

– É o Harry. - ela disse com a boca cheia de Pringles dando de ombros.

Me levantei com muito custo do sofá e abrindo a porta, encontrando lá o nerd - não mais tão nerd assim - com sacolas de supermercado.

Agora só falta o Bruno. Pensei.

– Mais comida? - perguntou sorrindo torto. Eu sempre adorei esse sorriso.

– Vocês querem me deixar obesa ou o quê? - perguntei aos dois, quando já havia voltado para a sala levando Harry comigo.

Eles riram.

– Se isso for te deixar melhor. - responderam em uníssono dando de ombros.

Eu tenho os melhores e piores amigos do mundo. Melhores por terem me trazido comida sabendo que isso me animaria, e piores por eu ganhar mais três quilos em um dia graças as comidas nada saudáveis que trouxeram.

É, eu amo eles.

(...)

No dia seguinte, eu andava distraída pelos corredores vazios do colégio. Havia dado a desculpa de que estava com dor de cabeça para poder sair da sala e ficar zanzando por ai.

Acabei esbarrando em algo. Mas quando eu olhei para baixo, não era algo e sim alguém, a mini-ser dos cabelos divos... Sam.

– Sam!

– Soph!

Nos abraçamos.

– O que está fazendo aqui? - perguntei por nunca ter à visto nesse colégio antes.

– Meus pais e eu nos mudamos para uma casa a dois quarteirões daqui e acabei tendo que estudar aqui já que meu antigo colégio é meio longe. - ela explicou. - O nerd também estuda aqui? - perguntou após alguns minutos de silêncio.

Ela o chamava de nerd assim como eu, mesmo ela tendo o conhecido só depois de Dhully dar um trato em seu visual. Fazer o que se Harry continua com aquele ar de nerd e seu jeito um pouco desengonçado? Bem que isso se tornou seu charme. Ri do meu próprio pensamento.

– É, ele também estuda aqui. Por que?

– Não, por nada. Tenho que ir. Vejo você no irtevalo. - se despidiu já se afastando.

Logo o silêncio novamente reinou. Era apenas eu e o corredor vazio daquele colégio. Isso até o amado diretor me encontrar parada ali.

– O que a Srta. Tyler faz fora sala em horário de aula? - perguntou disconfiado aparecendo atrás de mim.

Girei meus calcanhares para encontrá-lo me fuzilando com o olhar. Na boa, esse homem me odeia e eu nem sei porquê.

– Olha só que incrível, era exatamente para lá que eu estava indo. - respondi com um sorriso irônico e saindo dali antes que ele começasse com o discurso de sempre.

As primeiras aulas da manhã logo acabaram e eu pude correr para o refeitório, já que meu estômago doía pela fome por eu não ter tomado café da manhã.

Peguei um toddynho e um pedaço de bolo de cenoura com calda de chocolate. Eu sempre me pergunto: Eu gosto mesmo de bolo de cenoura ou só como pela calda de chocolate? Enfim, com a bandeja com os lanches em minhas mãos, percorri meu olhar por todo o refeitório na procura da minha melhor amiga ou então uma mesa vazia para me sentar. Acabei encontrando Harry, Dhully e Sam juntos em uma mesa do outro lado do refeitório e fui naquela direção. A vadia da Hillary, namorada de John, esbarrou em mim propositalmente derrubando minha bandeja e me encarando de um jeito convencido enquanto mastigavam um chiclete como uma vaca, literalmente.

Esperei por um pedido de desculpas, que como esperado não veio. Em sua bandeja havia um enorme copo de suco natural, peguei o mesmo e derrubei todo o suco em seu cabelo e rosto sem a mínima dó. Tanto a vadia quanto todos que estavam no refeitório me encaravam pasmas.

Qual é. Já fiz coisa muito pior com essa vadia, eu até que estou sendo boazinha.

Ignorei todos os olhares e continuei andando, chegando na mesa onde meus amigos estavam e sentando junto com eles.

– Você é demais! - a mini-ser me elogiou e gargalhou alto, atraindo ainda mais olhares. Sorri em agradecimento e vi que até Hillary nos encarava com o rosto molhado e vermelho.

Dei dedo pra ela, fazendo a mesma bufar indignada e sair do refeitório em passos largos.

Espero que essa vaca tenha aprendido a lição.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da fic e realmente ela está acabando. Meu coração não vai aguentar isso gente, vou morrer.
Ta agora sem drama, infelizmente vai haver só mais dois capítulos eu acho, porém eu vou dar o meu melhor pra não decepcionar vocês.
Obrigado a todas que comentaram, acompanham e favoritam a fic. Eu adoro vocês! Nos vemos daqui alguns dias certo? Certo. Um beijo.



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