– Já pra delegacia! Os seis, agora! - o homem que deveria ter uns três metros gritou.

A mini-ser e eu protestamos e nos recusamos de irmos, até o homem novamente nos encarar feio.

– Ok. Nós vamos! - falamos em uníssono. Bufei e vi a garota repetir meu ato.

Chegando na delegacia, o policial nada querido resolveu que nós seis passaríamos a noite na prisão.

Ótimo. Me avisaram tanto que eu já poderia ser presa, que acabei sendo. Malditos.

A mini-ser que acabei descobrindo que se chamava Samantha, porém odiava o nome e tinha o apelido de Sam, estava toda esticada sobre a única e provavelmente desconfortável cama da sela. Logan estava escorado em uma das paredes com Dhully em sem braços. Eles estão juntos e ela não me contou?

John estava em um canto de cara emburrada e parecia tentar dormir no chão nada confortável.

Arthur e eu ficamos do outro lado da sela, também escorados na parede e tentando achar um modo de se sentir confortável naquele cubículo quente e desconfortável que chamam de sela.

Droga.

Em um maldito aniversário de dezoito anos, eu fiquei um ano mais velha e ganhei uma festa surpresa, onde descobri que meu namorado é um anjo e acabei indo parar na prisão por causa de uma briga que eu nem estava metida.

Obrigado queridos amigos, desconhecidos e John. Eu também amo vocês.

Idiotas.

(...)

– Porque raios você estava defendendo o John, Logan? Porque não queria deixar eu e a garotinha ali batermos nele? - a ruiva perguntou baixo ao meio ruivo apontando com o queixo para Sam.

A maioria dali já dormia, inclusive Arthur com quem eu não havia trocado muitas palavras desde a festa. Os únicos acordados éramos Dhully, Logan e eu. Graças ao infeliz do John que roncava como um boi.

(n.a/ Bois roncam? Acho que não. Dane-se.)

– Porque ele é meu primo, ruivinha. - o garoto respondeu inocentemente.

Minha melhor amiga e eu abrimos a boca suspresas. Logan tinha que ser primo justo de John? Sério?

– O quê? Você é primo daquele imbecil? - perguntei me metendo na conversa.

– Sim. Porquê vocês o odeiam tanto? Eu não entendo, ele é um cara legal.

– Legal? O John? Jura? - ri debochada. Logan me encarou confuso.

– Logan... John e eu já namoramos. E ele me traiu. - a ruiva contou.

Ele nos encarou boquiabertos e um silêncio estranho se instalou entre nós.

– Eu vou embora. Daqui a duas semanas. - Logan disse após quase meia hora com nós três em silêncio e sem sono algum.

– O quê?

– Ruivinha, eu apenas vim passar um tempo com meus tios e meu primo, o John. Daqui a duas semanas vou voltar para minha cidade.

–E você só me avisa isso agora? Eu não acredito.

Minha melhor amiga não poderia passar por isso de novo. Merda.

Ela o encarou com os olhos cheios de lágrimas, estava mais decepcionada do que nunca. Saiu de perto dele e veio para meu lado, onde Arthur não estava.

– Vai ficar tudo bem Dhu. - murmurei aconchegando-a em um forte abraço e assim caindo no sono.

****

– Acordem crianças! - ouvimos o cara gigante nos chamar ainda de cara feia e assim acordamos.

Saímos da sela parecendo uns zumbis mendigos e fomos para o escritório do delegado.

– Mãe! - chamei correndo em sua direção e a abraçando.

Ela me encarou feio. Muito feio. Fo-deu.

– Você tem sorte que o Harry me avisou que estavam aqui. - disse brava e foi falar com o delegado.

Ficamos por mais ou menos meia hora dentro daquele mini escritório. Estávamos todos amontoados em dois sofás minúsculos enquanto minha mãe parecia quase discutir com o delegado que tinha cara de cavalo.

– Vamos crianças. - minha mãe disse curta e grossa e saiu dali. Fomos todos atrás sem dizer uma única palavra.

– Ela está brava. Muito brava. - Dhu me disse baixinho. Como se eu não houvesse percebido isso.

– Jura? Eu nem tinha notado. - respondi irônica. Ela me deu língua.

Minha mãe passou na casa dos Carter para deixar a Dhu e os outros também já que seus carros estavam lá desde a noite passada.

Seguimos nós duas, minha mãe e eu, para nossa casa em silêncio. Eu vou ficar o resto da vida de castigo.

– Você completa dezoito anos e so invés de ficar mais responsável, é presa? - minha mãe diz com um tom de voz mais alto do que o normal. - Caramba Sophia!

Gente, é nessa hora que eu morro. Só espero que seja uma morte rápida e sem dor. Vão ao meu velório ok? Beijos.