Simply Different escrita por Cacau


Capítulo 17
16° Capítulo - O capitão do time de futebol dando uma de professor.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Cheguei! Sim, são duas da manhã e estou aqui.
Sono cadê você?
Enfim, obrigado Letícia Paixão por favoritar a fic! Obrigado mesmo gata! Espero que esteja gostando.
Então, boa leitura meus amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546025/chapter/17

Deixei a Dhully em casa depois de toda aquela briga e segui rumo ao letreiro de Hollywood. Eu sabia que Bruno estaria lá. Aquele lugar sempre foi nosso refúgio quando os problemas pareciam não ter solução.

Sentei ao seu lado e o ouvi soltar um longo suspiro.

– Eu sinto muito. Sei que estava realmente gostando dela. – tento dizer algo que o ajude, mesmo que nós dois soubemos muito bem que não sou boa com isso.

– Está tudo bem Soph. – ele diz emboçando um sorriso forçado.

– Esse papo pra cima de mim Bruno? Sério? Vem cá. – o puxei para um forte e longo abraço.

[...]

Cheguei em casa por volta das dez da noite.

– Filha! Onde você estava? Te liguei várias vezes e só dava na caixa postal. Achei que tinha morrido!

Mães sempre tão dramáticas.

– Desculpa mãe! Meu celular ta’ sem bateria. Eu estava com o Bruno, ele não tava muito bem e tal.

– Ah! Tudo bem filha. Então, lembra que te falei que o pai da Dhully havia me chamado para ir até a empresa dele hoje à tarde? – fiz que sim em um breve movimento com a cabeça incentivando-a a continuar a falar. – Então... – ela fez uma pausa.

– Fala logo mãe! O que ele queria?

– Ele me convidou para ser a nova advogada da empresa dele filha! Não é o máximo?!

– Oh! Sim! É maravilhoso mãe! – comemoro com ela a abraçando forte. – Fico tão feliz por você!

Minha mãe trabalhava como advogada desde que me conheço por gente. Lembro que ela me contava do quanto sonhou com isso a vida inteira. Mas há alguns anos atrás, dois para ser mais específica, quando ela descobriu que meu pai estava de casamento marcado com outra mulher, ela acabou ficando meio deprimida e por pouco não entrou em depressão. Ainda o amava. Ou seja, parou de trabalhar e desde então não havia mais tido propostas para trabalhar com empresas, apenas em alguns casos mais simples. Mas fico tão feliz de que finalmente minha mãe vai voltar a trabalhar definitivamente no que gosta! Ela merece isso mais do que ninguém.

Comemoramos com muito chocolate e sorvete acompanhado de alguns episódios de friends. Subi para o quarto por volta das três da manhã e não conseguia dormir de forma alguma, já que duas coisas não saiam da minha cabeça:

O estranho envelope com o meu nome que minha mãe escondia em seu baú e que infelizmente não tive a oportunidade de lê-lo.

E o tão estranho “Obrigado por voltar para mim.” Dito pelo Arthur naquela noite. Isso foi na semana passada. Eu fico me perguntando: Eu realmente o ouvi dizer aquilo ou foi só coisa da minha cabeça? Eu não tenho coragem de perguntar a ele.

Porque eu não sei o que nós temos. A gente se vê no colégio e vez ou outra rola um beijo, mas não tenho certeza de que estamos juntos ou algo do tipo. E eu é que não vou perguntar para ele se estamos namorando!

As horas foram passando e eu imersa em meus pensamentos. Juro que não fazia cinco minutos que eu havia pegado no sono, quando o infeliz do meu despertador tocou com aquele barulho irritante ecoando por todo o quarto. Droga eu tenho aula!

Me levantei e quase cai no chão pela tontura repentina que senti. Corri para o banheiro e tomei um banho rápido e gelado para me refrescar no calor de Los Angeles em plena sete e meia da manhã.

Pelo menos falta menos de um mês para acabar as aulas e as malditas provas finais já acabaram. Eu por um milagre fui bem em quase todas.

Corri novamente para o quarto e vesti um shorts jeans de lavagem clara acompanhado de uma regata preta cavada com um top da mesma cor por baixo. Passei o mínimo possível de maquiagem e soltei meus cabelos que eu nem havia lavado ou penteado. Desci para o primeiro andar da minha casa tentando calçar os meus all star ao mesmo tempo, quase rolando escada abaixo.

Tomei uma enorme xícara de Nescau, escovei os dentes e me despedi da minha mãe que já se arrumava elegantemente para o primeiro dia no novo trabalho e entrei no carro dirigindo em disparada para o colégio.

Porém é claro que ia chegar atrasada e agüentar pela milésima vez só neste ano, as reclamações do meu querido diretor.

Se eu matar ele e jogar o corpo em um rio será que alguém vai sentir sua falta?

– Srta. Tyler, quantas vezes vou ter que lhe falar que as aulas começam às oito horas da manhã? Qual seria a dificuldade de entender e cumprir tal horário? Eu estou farto de ter que lhe pedir para não chegar atrasada!

– Mas... – tentei começar uma desculpa qualquer, mas é óbvio que ele interrompeu. Esse homem me odeia!

– “Mas” nada! Também estou farto de suas desculpas sem pé nem cabeça. Vá já para sala e trate de não chegar atrasada novamente se não quer passar um sábado inteiro arrumando a biblioteca do colégio!

Bufei e sai de sua sala o mais rápido que pude, indo para a minha maravilhosa aula de literatura com a querida professora Isabel. E eu não estou sendo irônica. Eu realmente amo aula de literatura e minha professora é um senhora que com seus sei lá quantos anos, possui a maior calma do mundo e acho que é a única pessoa adulta desse colégio inteiro que vai com a minha cara.

A aula de literatura passou rápido – infelizmente – e logo o sinal para a próxima aula tocou. Biologia. Eu e Arthur tínhamos esta aula juntos.

Eu estava sentada em uma das carteiras do fundo da sala quando o vejo sentar ao meu lado.

– Oi. – ele me cumprimentou emboçando um sorriso simpático.

– Oi. – murmuro sorrindo tímida.

– Você quer... – ele começou, mas foi interrompido pelo professor que já entrava na sala falando sem parar. Droga!

– Bom pessoal hoje vamos revisar o primeiro conteúdo que estudamos este ano. A ecologia! – ele diz animado. – Ecologia é o ramo da biologia que estuda as interações entre os seres vivos e o meio onde vivem, envolvendo a dependência da água, do solo e do ar. – ele começou a explicar pela milésima vez este ano. Me esforcei ao máximo para prestar atenção na aula mesmo que até as provas finais já tenham sido feitas, porém eu estava tão curiosa para saber o que Arthur ia me dizer que passei a maior parte da aula pensando nisso e o olhando pelo canto do olho. Ele parecia prestar atenção na aula ou então fingia muito bem.

– Bom, por hoje é só pessoal. Nos vemos na próxima aula! – o professor se despediu saindo da sala sendo seguido pelos outros alunos que iam rumo as suas próximas aulas.

Arthur parecia não lembrar que havia sido interrompido quando ia me falar algo, já que guardava seus materiais calmamente. Sendo assim guardei os meus materiais e fui saindo da sala, quando o ouço me chamar. Dou mais uns passos, parando na porta e me virando para o olhar.

Ele larga sua mochila em cima da sua carteira e vem em minha direção sem expressão alguma no rosto. Aquilo estava me assustando. Então ele passa diretamente por mim enquanto me olha de canto e fecha a porta da sala de aula onde agora só nós dois estávamos.

Sem dizer uma única palavra, ele parou em minha frente e me beijou. Eu correspondi.

– Estava com saudade. – ele sussurrou após separar nossos lábios, porém nossas testas estavam grudadas e seus olhos encaravam os meus parecendo poder ver através de mim.

– Eu também.

Ele sorri. Repito seu ato.

– Eu estava pensando... Quer ir lá em casa hoje? – ele pergunta e o olho surpresa. – O dia ta’ ótimo para um banho de piscina não acha? – ele sorri torto. – Leve os seus amigos. Eu falo com Harry.

Murmuro um ok e não resistindo selo nossos lábios novamente.

– Precisamos ir. Te busco as duas? – me pergunta com uma expressão serena no rosto. Nossas testas ainda estavam coladas e seus braços envolviam minha cintura.

– Tudo bem. – concordo tímida me separando dele e saindo da sala.

Que aula eu tenho agora? Educação física. Merda!

Corro para o pátio do colégio encontrando todos os meus colegas daquela aula formando uma roda enquanto John fala algo e todos parecem ouvir atentos.

Como assim? Esse infeliz nem é do mesmo ano que a gente. Ele está no terceiro ano já eu ainda estou no segundo.

Entro na roda tentando não chamar atenção das pessoas, mas claro que aquele play boy idiota ia me ver.

– Sophia Tyler! A aula já começou há dez minutos! – ele diz me fuzilando com o olhar.

– Cala boca John! – digo irritada. Todos me olham surpresos com minhas palavras. – O que foi?

Minha melhor amiga que tinha esta aula comigo, aparece do meu lado.

– O professor não veio. Ele esta dando aula no lugar dele, já que é o capitão do time de futebol e blá blá blá. – a ruiva me diz revirando os olhos. Faço o mesmo.

– Vem cá Srta. Tyler. – John diz dando uma de professor e me olhando divertido. Lanço-lhe meu melhor olhar de “Não. Eu não vou aí querido!” – Agora!

Eu não mereço isso. Sério! O que eu fiz de tão errado para merecer esse infeliz querendo mandar em mim?

– O quê quer? – pergunto entediada parando na sua frente.

– Futebol! – ele diz alto para os outros alunos me ignorando completamente. – E você vai ficar no gol! – ele me diz se divertindo com a situação.

[...]

– Ai! Ai! AI! – reclamo alto entrando dentro de casa. Eu estou toda dolorida! Parei de contar na décima quinta bolada que levei. É sério! Aquele filho de uma linda mãe de divertiu às minhas custas! Ele vai me pagar por isso!

Eu até fui reclamar para o diretor sobre o infeliz do capitão do time de futebol que estava dando aula no lugar do professor de educação ter quase me matado. E ele acreditou? Não! Porque todos daquele colégio resolveram se voltar contra mim.

Eu havia falado com a Dhully e o Bruno na saída do colégio para irmos à casa do Arthur. A baixinha aceitou de imediato é claro. Já Bruno me custou quase meia hora para convencê-lo de que seria legal ocupar passar um tempo com os amigos para ocupar sua cabeça. Eu não vou deixar meu melhor amigo ficar sofrendo pelos cantos por causa de uma piriguete qualquer. E quem sabe ele e a Dhully finalmente não se entendem?

Duas e meia da tarde Arthur apareceu na minha casa.

– Está atrasado.

– Você está linda. – ele me elogia enquanto me analisava de cima a baixo. Minhas bochechas provavelmente estão rubras.

Eu vestia um shorts jeans curto e rasgado e uma blusa de crochê por cima do biquíni.

– Está perdoado. – digo divertida ao ouvir seu elogio. Ele sorri torto.

– Harry está com uns problemas em casa e não poderá passar a tarde com a gente. – o moreno me avisa.

Ao chegar à casa dele, o carro preto de Bruno está estacionado ali com ele e Dhully escorados no automóvel enquanto parecem conversar animadamente sobre algum assunto.

– Soph! – minha melhor amiga chamou correndo em minha direção. – Você está bem? - ela se referia à pior aula de educação física que já tive na vida! Meu corpo ainda doía pelas boladas que levei.

– Estou. Mas ele vai ter o troco, você vai ver.

– Ele quem? – Bruno e Arthur perguntaram em uníssono.

– Ninguém. – respondo dando de ombros.

Entramos os quatro na casa conversando sobre coisas alheias.

– Piscina? – Arthur convida.

– Piscina! – meus dois melhores amigos gritam juntos como crianças.

Solto uma gargalhada e sou acompanhada por Arthur.

Dhully que vestia um vestido solto e amarelo retirou-o ficando apenas de biquíni.

– Só não baba. – murmuro divertida para Bruno que encarava o belo corpo da baixinha. Ouço seu riso abafado e o acompanho.

Com a insistência da minha melhor amiga, retirei o shorts e a blusa que eu vestia também ficando apenas de biquíni. Eu definitivamente não gostava tanto do meu corpo quanto Dhully demonstrava gostar do seu, porém eu não era tão ruim assim. Eu tinha um corpo magro com algumas poucas curvas, mas nem chegavam perto das belas curvas que a minha melhor amiga possuía. Ela era simplesmente gostosa.

Os meninos, Bruno e Arthur, estavam sem camisa revelando seus músculos bem definidos. Desta vez éramos eu e Dhully que estávamos quase babando com os corpos maravilhosos dos dois garotos.

[...]

– Arthur... – o chamo.

Eram por volta das seis da tarde. Dhully e Bruno já haviam ido embora. Já eu e Arthur estávamos sentados no sofá da sua sala de estar assistindo The Big Bang Theory.

– Sim? – ele diz me incentivando a falar.

– Estamos namorando? – digo o mais rápido que posso antes que minha coragem fosse embora.

Seus olhos encaravam os meus enquanto seu rosto não demonstrava expressão alguma.

– É isso que você quer? –ele pergunta emboçando um sorriso apaixonado, talvez.

– Talvez. – murmuro tímida vendo-o agora sorrir torto. - Contanto que não acabe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!
Mereço reviews?
Amo vocês! Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Simply Different" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.