Red Like Blood escrita por Scream Queen


Capítulo 11
Capítulo 10 - Sou seu pior pesadelo.


Notas iniciais do capítulo

Bom, acho que vou virar lésbica, porque estou apaixonada pela minha criação. R :3



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Soltei um arquejo quando Hunter soltou-me na cama, com sua brutalidade costumeira. O treinamento fora tão duro que ele tivera que me carregar até ali. Encarei-o, vendo mais três Hunters ao seu lado, desfocados. Resolvi fechar os olhos por um instante, abrindo-os em seguida. Ele franziu a testa, imaginei que fosse dizer algo com preocupação, mas o que veio a seguir era mais “Hunteriano”.

– Começamos cedo amanhã. Tente não babar e sangrar demais, há um gremlin na máquina de lavar que não para de bagunçar os fios, não conseguimos lavar os lençóis sem explodir sabão na área toda. – Disse, e se retirou. Suspirei. Encantador. Virei-me delicadamente na cama, sentia os cortes e machucados pequenos se fechando, mas a mordida em minha clavícula ainda ardia. Comecei a me lembrar do treinamento.

“...– Vamos Pirralha, pode fazer melhor do que isso. – Hunter gritava, recuando após ter me imobilizado, me feito dar uma cambalhota sobre suas costas, e me estatelar no chão. Podiam bem ser palavras de incentivo, mas eu sabia, e o tom dele não escondia, eram provocações. Me levantei, zonza. Enxergava cerca de seis Hunters desfocados. Ele avançou de novo, girando e uma voadora me fez deslizar pelo chão após ser deslocada 2m no ar, sem tempo de reação. Sangue quente escorreu pela minha nuca. “Amada, é um treinamento, não uma surra. Eu realmente acho agradável te ver apanhar, mas já que você representa a mim agora, será que poderia treinar?”, R pensou em minha mente, indignada e cheia de desprezo. Um arquejo fraco escapou por meus lábios. “Treine você oras. Quero ver quando ele chegar na parte lupina”, pensei, de qualquer forma acabaria doendo em mim. Me levantei dolorida, e avancei rapidamente, tentando acertar um soco na boca de seu estômago. Sua mão agarrou meu pulso na metade do trajeto, imobilizou-o, e me lançou por cima de seu ombro. Caí agachada as suas costas, mas meu braço doía demais, provavelmente alguma torção. Ele girou com o pé no ar, e acertou meu rosto com um chute. Aquilo com certeza tinha deslocado meu maxilar. E se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado meu pescoço. E foi por isso, que enquanto eu jazia no chão, aguardando meu maxilar voltar ao lugar certo, ele postou-se acima de mim, e disse:

Morta. – Sorrindo convencido, ele anunciou que era hora de lutar como lobo. Suspirei, e R riu alegremente, tomando o controle em instantes, as roupas de Soana rasgando. Hunter aguardava, rosnando em desafio. Às vezes as transformações dele pareciam deveras mais rápidas que as minhas. R não o deixou esperando, saltou com agilidade, batendo em seu peito com as patas dianteiras, e os dois saíram rolando, porém ele era mais forte. Deu-lhe uma patada que a fez voar para o lado, e saltou, caindo em cima dela, mordendo suas costas com força. Ela ganiu, mas enterrou ainda mais as costas nos dentes dele, assim alcançando seu pescoço, onde mordeu sem dó, o sangue jorrando de ambos os lobos. “Um bom sacrifício, R. Mas valeu a pena?”, a voz de Hunter soou em minha mente, me assustando, eu não conseguia me acostumar. R riu. “Me diga você, valeu?”, perguntou, quando ele soltou a mordida, mas ela não, usando as patas para empurrá-lo e ficando por cima. “Eu sempre gostei mais de ficar por cima”, justificou, ainda rindo. Aquilo me deu ânsia. Hunter apenas rosnou, invertendo a situação em segundos. “É uma pena, hoje não é o seu dia. Morta”, pensou, e nossa garganta já maltratada foi rasgada de novo. “É fácil treinar, R?”, questionei irritadiça. Ouvi seu riso, quando a cura se iniciou. “Essa é a parte divertida, Amada, não tem que ser fácil”. E assim eles voltaram a praticamente se matar.”

Tudo aquilo me resultara inúmeras escoriações, arranhões, mordidas terríveis e muita dor. Tudo se curava devagar, mas ainda doía. Suspirei, fechando os olhos e dormindo. Meu sonho estava estranhamente nítido, eu podia ver tão claramente, que reconheci o lugar logo de cara. A torre onde Sebastian me prendera. Ele ainda estava o chão, sua nuca sangrava, mas eu via suas costas subirem lentamente, na respiração fraca. Vagarosamente, vi sua cabeça se levantar, as mão buscando apoio no chão, tremendo e respirando fundo, ele se levantou. Queria correr para ajudá-lo, mas eu apenas observava, era uma coisa familiar, assistir tudo como a um filme... E então eu percebi. Os sonhos. Estavam dentro da minha mente. Havia alguém que podia invadi-los. Invadi-los como humana. R caminhou até ele, com sua aparência perfeita, o capuz vermelho serpenteando em suas costas. Ela parou em sua frente, era da mesma altura que ele, aparentemente. Um pouco menor que Hunter. Todos eles maiores que eu, isso era patético. Sorriu, girando em volta dele, enquanto ele observava abismado. Era um fato estranho, mas éramos idênticas, exceto por altura. E o fato de que eu era mais acabada comparada a perfeição dela. Ela estava com os olhos incandescentes quando pousou as mãos nos ombros dele, e se inclinou sussurrando em seu ouvido.

– É um prazer. – E então afundou seu joelho na boca do estômago dele, enquanto ele arfava e se encolhia, fraco demais para revidar. Ou foi o que pensei. R voou, batendo contra a parede contrária, numa gargalhada ensandecida. Levantou-se sem dificuldade.

– Isso fez cosquinha, querido. Me diz, está com saudades dela? Hunter nunca vai deixar tocá-la, sua irmã muito menos. Mas eu posso ajudar... Eu sei onde estão... Sei o que quer... – Ela dizia, já próxima demais dele, quase ronronando. Ele encarou-a.

– Parece tanto com ela. Quem é você?... – Questionou, aparentemente hipnotizado por seus olhos. Eu lembrava da história. Olhos de cigana, atraiam homens como mel atrai abelhas. Ela sorriu, sussurrando em seu ouvido, pressionando –o contra a parede atrás dele.

– Sou o seu pior pesadelo. – E então beijou-o intensamente. Ele retribuiu de um modo que me deixou desconcertada, e inverteu a situação, R agora tinha as costas na parede, e suas pernas enlaçavam a cintura de Sebastian, os cachos negros caindo sobre os ombros dele. Ela olhou diretamente para o ponto de onde eu aparentemente via tudo, a malícia brilhando em seus olhos incandescentes. Minha raiva explodiu... E eu acordei quando a vidraça da janela explodiu em meu quarto na Cabana. A raiva ainda percorria minhas veias, e eu percebi que flutuava acima da cama. Minhas feridas estavam curadas. Na porta, uma Soana meio sonolenta mas atenta me encarava atônita, e um Hunter sem camisa olhava sem reação qualquer, embora seus olhos me encarassem. Caí de volta à cama, respirando fundo. Soana se aproximou cuidadosamente, sentando-se ao meu lado. Olhou acusadoramente para Hunter.

– Eu sabia que tinha exagerado! Causou pesadelos, seu idiota! – Gritou, enquanto um sorriso de escárnio surgia no rosto dele.

– Agora a culpa é minha? Não seja tola Sony, eu posso ver a mente dela. Sei que o que aconteceu ali, não tem nada a ver comigo. – Respondeu-a, e eu corei. Ele sabia do sonho. Essa conexão estava me irritando, e junto a raiva que sentia de R, eu deixei que as palavras saíssem. Fiquei em pé, marchando até ele, sem olhar para Soana.

– Tem que retirar essa idiotice! Você não tem direito de invadir a minha mente! – Exclamei. Soana parou ao meu lado, sem entender. Hunter apagou o sorriso. Seus olhos ficaram vermelhos.

– Kassandra, não deve desafiar seu Alpha. Faz parte de ser da matilha. Não devemos ter segredos. – Ele respondeu. Seu olhar me penetrou, e eu sentia que ele tinha razão... Ele estava certo... Sempre estaria... Mas com um piscar de olhos, acordei do transe. Virei um tapa em seu rosto.

– Não sou submissa a você Hunter! Jamais serei! Quero você fora de minha mente! Agora! – Gritei, sem conter minha fúria. Ele estava em choque. O rosto nem ao menos tinha virado com o tapa, mas ele me encarava atônito.

– Como você?... A voz de Alpha... – Ele murmurava. Bufei irritada. Marchei para fora do ambiente, saindo para fora da casa. Ainda estava escuro, as estrelas começavam a desaparecer. Eu só usava o capuz vermelho. Era só o que sobrara do treinamento lupino. Eu estava tão machucada que Hunter teve de vesti-lo em mim. Eu já não tinha vergonha alguma. Devia estar frio, mas a raiva aquecia meu corpo de modo inexplicável. Os dois vieram atrás. Parei ao lado de Katherine.

– Hunter! Você vai me levar até àquela torre agora! – Berrei em ordem. Ele estava sério quando olhou para mim com raiva. Soana me olhou indignada.

– Você não vai Kassandra! Ficou doida?! – Ela gritou, segurando meu braço com força, após marchar até mim. Soltei meu braço, dando um passo para longe. Ela suspirou. Eu podia sentir a magia que emanava dela se dirigindo a mim, fazendo meus olhos piscarem sonolentos, mas não dessa vez. Ergui o braço, gritando:

– Basta! Não sou mais uma criança! – A onda de magia vermelha se tornou visível, e Soana foi jogada para trás. Por um momento me preocupei, mas depois que ela se levantou, me concentrei novamente. Hunter me encarava furioso. Vinha em minha direção, os olhos rubros como sangue. R estava silenciosa até agora. Mas eu sentia seu prazer nos confins de minha mente. Me irritava demais. Ele imediatamente agarrou meu pescoço, me levantando do chão, mas eu sabia que era forte para impedir isso. Um choque percorreu seu braço e ele soltou, bufando de raiva.

– Vai me levar até aquela torre. Não me importa se vai me largar lá. Se nunca mais vai me ver. Eu vou até lá. – Disse decidida. Ele bufava cada vez mais, aparentemente tentando controlar a transformação iminente. Mas finalmente respirou fundo, e seus olhos voltaram à cor normal, quando Soana tocou seu braço. Ela me encarou, sem o mínimo traço de ressentimento.

– Não sei o que viu, mas se quer ir, então vá. Mas irá sozinha. – Disse. Seus olhos se encheram de lágrimas, e eu processei suas palavras. Quase não me fazia sentido. R riu. “Claro que ela não vai. Sabe o quão poderoso aquele trouxa é quando está revigorado. Eu sei bem, e ela seria despedaçada”, debochou com gosto. Suspirei. Não podia exigir, e as palavras de que eu não era uma criança pareciam finalmente entrar em sua mente. Ela e Hunter se olharam por um segundo, e ele se afastou dela, soltando-se de seu braço. Me encarou furioso com os olhos rubros, marchando até estar próximo o suficiente para seu cheiro me intoxicar.

– Você. Não. Vai. Sozinha. Entendeu? – Disse rígido. Bufei, me afastando. Mas quando ele montou a Harley, eu me postei atrás dele, sem olhar para trás. Eu tinha um acerto para fazer com um certo trouxa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, estou com o próximo pronto, mas quero ver os comentários. Dependendo do que for, posso fazer modificações. :3



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