Um Verdadeiro Conto escrita por katnissberry


Capítulo 13
Capítulo 13




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/545927/chapter/13

Enquanto isso, nas terras distantes onde habitavam sereias, fadas e piratas, Peter encarava o teto de uma caverna numa rede, há uma distância de uns cinco metros do chão, onde várias crianças perdidas dormiam em cima de folhas.

–Peter. –sussurrou uma criança.

Peter pousou cuidadosamente perto da criança, evitando que os outros acordassem.

–Fala Gabriel. –disse Peter calmo. –Por que não está dormindo?

–Eu tive um sonho, e depois não consegui mais dormir. –respondeu Gabriel.

–Que sonho?

–Sonhei com uma menina. A mamãe. Aquela que você trouxe faz anos.

Gabriel aparentava ter uns nove anos, apesar de não ter. Já que naquela terra encantada a contagem de tempo era diferente. De inicio os meninos cresciam normalmente, e depois de por volta dos sete anos o tempo contava lentamente, e as vezes, com um pouco de magia simplesmente paravam. Os meninos perdidos são crianças que caem de seus carrinhos quando a babá se descuida. Se não são procurados em sete dias, vão para a terra do Nunca. Mas não tem meninas por lá, já que elas são muito inteligentes para caírem de seus carrinhos.

Peter olhou entristecido para Gabriel. Sabia exatamente quem era aquela tal menina. Wendy. A garota que tinha arrancado seu coração e o partido em vários pedacinhos. Acontece que ela tinha sido a pessoa mais próxima a uma mãe que ele e todos os meninos perdidos tinham tido.

–Acontece, Gabriel, que aquela não era sua mãe, de jeito nenhum. Ela era malvada e você não a verá mais. Ela não passava de uma bruxa mentirosa.

–Mas Peter, a Sininho anda meio chateada e ela só fica assim quando você vê uma menina. Você conheceu uma nova mamãe?

–Sim. Conheci uma mamãe incrível, linda, de olhos claros e fios dourados.

–E por que ela não veio?

–Porque ela não quis.

–Como você sabe?

–Nós marcamos de nos encontrar e ela chegou mais tarde.

–Mas ela foi?

–Sim.

–Então não entendo o problema. Ela só chegou atrasada, só isso. Mas foi, e o ama.

–Mas...

–Você deu adeus mesmo com ela te amando?

–Sim.

–Peter, lembra do que você sempre nos disse?

–“Nunca diga "adeus", porque dizer "adeus" significa ir embora e ir embora significa esquecer.” O que faço agora? Eu já disse adeus, já fui embora, e não quero esquecer. Não posso esquecer.

–Não vai. Ainda dá tempo. Vai atrás dela, Peter!

–Acha mesmo?

–Com certeza! E só volte com uma mãe nova pra mim.

–Obrigada, Gabriel. Eu vou sim. Não posso mais perder tempo.

Sendo assim, Peter voou para fora da caverna e pelos céus de todas as terras até chegar as estrelas de onde se via o castelo e toda a cidade. Mais próximo da terra, ele viu Cinderela diferente, e espantado achava que tinha mudado por sua conta. A culpa o conquistou aos poucos, e então pensou que ela não o aceitaria se voltasse na hora. Talvez, se ele levasse alguma coisa especial ou então se fizesse algo bom, ela o aceitasse.

Já com os pés na neve, caminhava lentamente, até de repente ver uma rena correndo em sua direção.

–Ei, amiguinho! –ele gritou a parando. –É um menino muito atrapalhado não é? Tem dono? –ele perguntou olhando em volta. –Acho que não. O que acha de ser meu amigo, ein? E seu nome pode ser... Sven. Já eu, sou o Peter. Mas é melhor ninguém me chamar assim. Quando pensar num nome bom te conto, agora vamos, preciso ir atrás de uma moça!

Peter usou um pouco de pó mágico para criar um trenó.

–Assim, não vão desconfiar de como eu vim parar aqui.

Peter e Sven não pararam até o entardecer do dia seguinte, quando Sven finalmente mostrava sinal de fome. Peter parou o trenó em frente a um pequeno mercado para comprar cenouras para o amigo.

–São seis cenouras.

–Seis moedas de ouro. –falou o rapaz do caixa.

Peter olhou preocupado para o bolso. Não tinha dinheiro algum, e sua mágica não conseguia virar ouro, ou cenouras. Não queria ver o amigo morrer de fome. Quando estava quase desistindo ouviu um barulho vindo da porta: uma linda moça de cabelo castanho preso em um par de tranças entrara meio desgovernada o encarando.

–Você... É o dono do trenó? –ela perguntou sorridente.

–Sou sim, por quê?

–Eu quero muito chegar até o topo, mas não tenho como.

–Eu adoraria ajudar, mas... Não tenho como. Minha rena vai morrer de fome, e não tenho dinheiro para cenouras.

–Eu pago as cenouras. Pago quantas quiser, se me levar até o topo.

Ela entregou as moedas e ele deu a comida para Sven.

–Por que você quer ir ao topo? –perguntou Peter.

–Minha irmã está lá. Já deve ter ouvido da Cinderela, não é mesmo? Mas ela não é do mal, eu te garanto.

–Eu acredito.

–Eu sou Anabelle, mas pode me chamar de Ana ou Belle, como preferir.

–Prazer Ana.

–E você? Quem é? –ela perguntou.

–Eu?

–Quem mais?

Peter olhou para o céu, pensou um pouco e respondeu:

–Kristoff.

–Prazer, Kristoff. Agora vamos, não tem noção de como é importante que eu a veja. –ela falou sentando no trenó.

Peter não conseguia acreditar de como a sorte tinha batido em sua porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Verdadeiro Conto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.