Sociedade Devoradora de Cérebros escrita por Silent Lulamoon


Capítulo 8
A Casa


Notas iniciais do capítulo

Boostzinho básico pra postar mais de um capítulo por semana...



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Estava começando a esfriar e o sol estava se pondo, o shopping ainda estava um pouco longe, Sr. Gerard dirigia rapidamente pela cidade destroçada.

– Acho melhor pararmos em algum lugar para passar a noite. - Diz Freud, olhando para o sol ao longe. - Pode ser perigoso ficar na rua no escuro, sabe... Os zumbis.

– Não usamos essa palavra por aqui, a Rachel... Deixa pra lá. - Comenta Fred.

– E eu estou ficando sem combustível. - Diz o professor.

Laura dormia com o bebê no colo no canto do capô da camionete, eu aponto para um grande casa entre dois pequenos prédios:

– Podemos passar a noite naquela casa. É grande, tem espaço suficiente para nós 7.

– Boa. - Responde Tracy, tirando o pescoço de Freud, que se aproximava de seu ombro.

Sr. Gerard encosta o carro na calçada perto da casa e tira a chave, desligando-o. Todos abrem a porta e saem do carro. Danny faz um sinal com os olhos olhando pra mim, dizendo para eu acordar Laura.

Eu cutuco o lado de sua cabeça levemente e ela acorda em um susto.

– Já chegamos ? - Pergunta.

– Não, vamos passar a noite em uma casa abandonada porque já está anoitecendo. - Respondo.

Ela levanta e sai do capô com o bebê no colo, eu vou logo atrás.

– Como vamos entrar, gênio ? - Pergunta Danny, sarcasticamente, olhando pra mim.

– Pela porta. - Respondo, apontando.

– Se estiver aberta...

– Se não estiver, quebramos uma janela ou alguma coisa assim.

– Hum...

Sr. Gerard vai na direção da porta e gira a maçaneta, ela não abre. Ele aponta para a janela ao lado, que estava entreaberta. Caminho para lá e abro com cuidado, para não fazer muito barulho.

– Quer ir primeiro para garantir que é seguro ? - Digo para o professor.

– A ideia foi sua. - Responde ele.

– Medroso. - Murmuro, entrando pela janela.

Lá dentro estava extremamente escuro e silencioso, eu passo a mão na parede para procurar um interruptor e encontro um perto da porta, aperto o botão e a luz se acende, revelando uma simples sala de estar com dois sofás e uma televisão. Bem no centro da sala, um corpo de um homem morto ensanguentado, com um cachorro beagle em cima apoiado em sua barriga sujo de sangue. O beagle chora baixinho quando me vê.

– Olá ? - Chamo por alguém na sala. O silêncio continua.

– Ta limpo. - Digo, olhando para fora da janela.

Os outros entram, Tracy solta um "awn" quando vê o cachorro em cima do provável dono, Freud apenas rola os olhos, Sr. Gerard, o último a entrar, fecha a janela lentamente.

– Ok, como vamos ficar com algumas luzes acesas, precisamos fechar todas as cortinas da casa para não chamar a atenção à noite. - Digo, em posição de liderança.

Todos concordam com a cabeça e se separam pela casa em pequenos grupos, Danny e Sr. Gerard vão para a cozinha, Freud e Tracy vão para o outro lado da sala fechar as cortinas das 3 janelas principais e sobram eu, Laura e Fred no centro da sala.

– Vou ver oque posso encontrar no porão. - Diz Fred, andando em direção a uma portinha aberta que levava a um nível subterrâneo.

– Meu braço já está cansado de carregar ele. - Diz Laura.

– Deixa que eu seguro. - Respondo, rapidamente.

– Se não se importa. - Ela fala enquanto me passa o bebê, um pouco pesado, mas não tanto.

– Acho melhor fecharmos as cortinas do andar de cima. - Digo, apontando com a cabeça para a escada.

– Sim. - Responde ela.

Subimos a escada e nos deparamos com um corredor que dava para duas portas abertas, revelando dois quartos. Entro por um, Laura me segue. Entrego o bebê para ela enquanto vou fechar a cortina do quarto.

– Acha que vamos encontrar os pais dele ? - Ela pergunta, com ar triste, se sentando na cama do quarto.

– Sinceramente, não. - Digo, sentando ao seu lado. - Sabe... É só um bebê, e os pais podem estar...

– Eu sei, mas nós podemos ficar com ele ?

– Como assim ?

– Enquanto não chegamos no shopping.

– Claro que sim, já trouxemos ele até aqui, né ?

– É.

– Acha que devemos dar um nome a ele ?

– Acho que não, a última coisa que queremos é nos apegar a ele. Não vamos ficar com esse bebê pra sempre. - Respondo.

– Claro. - Diz, triste.

– Vamos fechar a cortina do outro quarto.

– Vou ficar aqui por um instante. Estou cansada.

– Ok.

Eu sigo para o outro quarto para fechar a cortina, e vejo as fotos do homem com o cachorro. Ele era solteiro e tinha apenas o beagle de companhia, por isso a casa está tão vazia. Volto para o outro quarto e Laura está deitada, abraçada com o bebê.

– Vai lá pra baixo depois, vamos tentar pegar algum canal na televisão. - Digo. Ela não responde.

Eu desço as escadas e Tracy está tentando dar água para o cachorro em uma tigela, ele nem se mexe em cima do homem.

– Ele não quer sair do lugar. - Diz Tracy.

– Deixa ele, vai sair daí quando estiver com fome ou sede. - Sr. Gerard diz, trazendo salgadinhos da cozinha com Danny.

– Achamos comida ! - Exclama Danny, alegre.

Os 2 jogam tudo na mesinha de centro enquanto todos nos reuníamos ao redor dela para comer, Fred estava subindo as escadas.

– Não tem nada lá em baixo, está literalmente vazio. - Diz ele. - E a Laura, cadê ?

– Ela quis ficar um tempo lá em cima. - Digo.

Todos comemos ao redor da mesinha de centro e tentamos assistir televisão, porém todos os canais estavam sem sinal. Quando eu já estava ficando com sono, digo:

– Acho melhor irmos dormir, temos esses dois sofás e dois quartos com camas de casal lá em cima, como vamos nos dividir ? - Pergunto.

– Eu não fico com esses 2 garotos safados ! - Exclama Tracy, olhando para Freud e Danny.

– O que eu fiz ? - Pergunta Danny.

– Ok... Tracy e o professor dormem aqui nos sofás e nós 4 dormimos lá em cima, então.

– Pode ser. - Diz ela. - Mas você vai ficar acordado olhando pra porta . - Exige, olhando para Sr. Gerard.

– Aff. - Resmunga o professor.

Fred, Danny, Freud e eu subimos as escadas depois dos "boa noites" e nos separamos nos 2 quartos. Os 3 ficaram no quarto vazio e eu fiquei junto com Laura. Fecho a porta e deito no chão, não quero que Laura ache que eu quero dormir na mesma cama que ela, e também não quero incomodar o bebê. Fecho os olhos e só consigo imaginar a tia Mary no abrigo do shopping, sozinha, no meio de uma multidão de pessoas desesperadas.

Acordo com batidas na porta do quarto, era a voz de Laura:

– David, acorda ! Já vamos sair !

Eu me levanto, cansado, e abro a porta.

– Já estou indo. - Digo.

Laura estava segurando o bebê e dando leite para ele no copo, ele mais babava que bebia.

– Aparentemente esse cara era solteiro e não tinha filhos. - Diz ela, sorrindo.

Descemos as escadas e o beagle estava dormindo em cima do homem, todos estavam lá conversando, exceto por Freud e Tracy, que estavam no canto da sala falando algo em particular, Tracy tinha uma cara triste, na verdade estava quase chorando. Freud faz um sinal com a mão me chamando pra rodinha.

– O que foi? - Chego perguntando.

– Não é nada bom. - Freud diz.

– É o professor... - Diz Tracy, com voz falha. - Ele... Me tocou.

Freud continua com cara de preocupado. Eu passo a mão no bolso, e meu achado de ontem ainda estava lá, 2 balas de escopeta que eu tinha encontrado no armário do quarto de cima. Pego a minha escopeta que estava encostada no lado da porta e recarrego, ninguém nem percebe.

Aponto para o professor e todos se assustam, paralisados.

– Que porcaria é essa, menino ?

– Me diz que não é verdade, por favor.

– Do que você tá falando ? Eu não fiz nada.

– Ontem à noite.

Ele olha para Tracy:

– Eu falei pra você não contar, sua vag...

Eu puxo o gatilho e a cabeça dele explode em vermelho vivo.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, galera. Por favor, comentem mesmo se não gostarem. Comentários positivos motivam bastante para eu continuar escrevendo, e críticas construtivas mais ainda !



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