Sociedade Devoradora de Cérebros escrita por Silent Lulamoon
Notas iniciais do capítulo
Boostzinho básico pra postar mais de um capítulo por semana...
Estava começando a esfriar e o sol estava se pondo, o shopping ainda estava um pouco longe, Sr. Gerard dirigia rapidamente pela cidade destroçada.
– Acho melhor pararmos em algum lugar para passar a noite. - Diz Freud, olhando para o sol ao longe. - Pode ser perigoso ficar na rua no escuro, sabe... Os zumbis.
– Não usamos essa palavra por aqui, a Rachel... Deixa pra lá. - Comenta Fred.
– E eu estou ficando sem combustível. - Diz o professor.
Laura dormia com o bebê no colo no canto do capô da camionete, eu aponto para um grande casa entre dois pequenos prédios:
– Podemos passar a noite naquela casa. É grande, tem espaço suficiente para nós 7.
– Boa. - Responde Tracy, tirando o pescoço de Freud, que se aproximava de seu ombro.
Sr. Gerard encosta o carro na calçada perto da casa e tira a chave, desligando-o. Todos abrem a porta e saem do carro. Danny faz um sinal com os olhos olhando pra mim, dizendo para eu acordar Laura.
Eu cutuco o lado de sua cabeça levemente e ela acorda em um susto.
– Já chegamos ? - Pergunta.
– Não, vamos passar a noite em uma casa abandonada porque já está anoitecendo. - Respondo.
Ela levanta e sai do capô com o bebê no colo, eu vou logo atrás.
– Como vamos entrar, gênio ? - Pergunta Danny, sarcasticamente, olhando pra mim.
– Pela porta. - Respondo, apontando.
– Se estiver aberta...
– Se não estiver, quebramos uma janela ou alguma coisa assim.
– Hum...
Sr. Gerard vai na direção da porta e gira a maçaneta, ela não abre. Ele aponta para a janela ao lado, que estava entreaberta. Caminho para lá e abro com cuidado, para não fazer muito barulho.
– Quer ir primeiro para garantir que é seguro ? - Digo para o professor.
– A ideia foi sua. - Responde ele.
– Medroso. - Murmuro, entrando pela janela.
Lá dentro estava extremamente escuro e silencioso, eu passo a mão na parede para procurar um interruptor e encontro um perto da porta, aperto o botão e a luz se acende, revelando uma simples sala de estar com dois sofás e uma televisão. Bem no centro da sala, um corpo de um homem morto ensanguentado, com um cachorro beagle em cima apoiado em sua barriga sujo de sangue. O beagle chora baixinho quando me vê.
– Olá ? - Chamo por alguém na sala. O silêncio continua.
– Ta limpo. - Digo, olhando para fora da janela.
Os outros entram, Tracy solta um "awn" quando vê o cachorro em cima do provável dono, Freud apenas rola os olhos, Sr. Gerard, o último a entrar, fecha a janela lentamente.
– Ok, como vamos ficar com algumas luzes acesas, precisamos fechar todas as cortinas da casa para não chamar a atenção à noite. - Digo, em posição de liderança.
Todos concordam com a cabeça e se separam pela casa em pequenos grupos, Danny e Sr. Gerard vão para a cozinha, Freud e Tracy vão para o outro lado da sala fechar as cortinas das 3 janelas principais e sobram eu, Laura e Fred no centro da sala.
– Vou ver oque posso encontrar no porão. - Diz Fred, andando em direção a uma portinha aberta que levava a um nível subterrâneo.
– Meu braço já está cansado de carregar ele. - Diz Laura.
– Deixa que eu seguro. - Respondo, rapidamente.
– Se não se importa. - Ela fala enquanto me passa o bebê, um pouco pesado, mas não tanto.
– Acho melhor fecharmos as cortinas do andar de cima. - Digo, apontando com a cabeça para a escada.
– Sim. - Responde ela.
Subimos a escada e nos deparamos com um corredor que dava para duas portas abertas, revelando dois quartos. Entro por um, Laura me segue. Entrego o bebê para ela enquanto vou fechar a cortina do quarto.
– Acha que vamos encontrar os pais dele ? - Ela pergunta, com ar triste, se sentando na cama do quarto.
– Sinceramente, não. - Digo, sentando ao seu lado. - Sabe... É só um bebê, e os pais podem estar...
– Eu sei, mas nós podemos ficar com ele ?
– Como assim ?
– Enquanto não chegamos no shopping.
– Claro que sim, já trouxemos ele até aqui, né ?
– É.
– Acha que devemos dar um nome a ele ?
– Acho que não, a última coisa que queremos é nos apegar a ele. Não vamos ficar com esse bebê pra sempre. - Respondo.
– Claro. - Diz, triste.
– Vamos fechar a cortina do outro quarto.
– Vou ficar aqui por um instante. Estou cansada.
– Ok.
Eu sigo para o outro quarto para fechar a cortina, e vejo as fotos do homem com o cachorro. Ele era solteiro e tinha apenas o beagle de companhia, por isso a casa está tão vazia. Volto para o outro quarto e Laura está deitada, abraçada com o bebê.
– Vai lá pra baixo depois, vamos tentar pegar algum canal na televisão. - Digo. Ela não responde.
Eu desço as escadas e Tracy está tentando dar água para o cachorro em uma tigela, ele nem se mexe em cima do homem.
– Ele não quer sair do lugar. - Diz Tracy.
– Deixa ele, vai sair daí quando estiver com fome ou sede. - Sr. Gerard diz, trazendo salgadinhos da cozinha com Danny.
– Achamos comida ! - Exclama Danny, alegre.
Os 2 jogam tudo na mesinha de centro enquanto todos nos reuníamos ao redor dela para comer, Fred estava subindo as escadas.
– Não tem nada lá em baixo, está literalmente vazio. - Diz ele. - E a Laura, cadê ?
– Ela quis ficar um tempo lá em cima. - Digo.
Todos comemos ao redor da mesinha de centro e tentamos assistir televisão, porém todos os canais estavam sem sinal. Quando eu já estava ficando com sono, digo:
– Acho melhor irmos dormir, temos esses dois sofás e dois quartos com camas de casal lá em cima, como vamos nos dividir ? - Pergunto.
– Eu não fico com esses 2 garotos safados ! - Exclama Tracy, olhando para Freud e Danny.
– O que eu fiz ? - Pergunta Danny.
– Ok... Tracy e o professor dormem aqui nos sofás e nós 4 dormimos lá em cima, então.
– Pode ser. - Diz ela. - Mas você vai ficar acordado olhando pra porta . - Exige, olhando para Sr. Gerard.
– Aff. - Resmunga o professor.
Fred, Danny, Freud e eu subimos as escadas depois dos "boa noites" e nos separamos nos 2 quartos. Os 3 ficaram no quarto vazio e eu fiquei junto com Laura. Fecho a porta e deito no chão, não quero que Laura ache que eu quero dormir na mesma cama que ela, e também não quero incomodar o bebê. Fecho os olhos e só consigo imaginar a tia Mary no abrigo do shopping, sozinha, no meio de uma multidão de pessoas desesperadas.
Acordo com batidas na porta do quarto, era a voz de Laura:
– David, acorda ! Já vamos sair !
Eu me levanto, cansado, e abro a porta.
– Já estou indo. - Digo.
Laura estava segurando o bebê e dando leite para ele no copo, ele mais babava que bebia.
– Aparentemente esse cara era solteiro e não tinha filhos. - Diz ela, sorrindo.
Descemos as escadas e o beagle estava dormindo em cima do homem, todos estavam lá conversando, exceto por Freud e Tracy, que estavam no canto da sala falando algo em particular, Tracy tinha uma cara triste, na verdade estava quase chorando. Freud faz um sinal com a mão me chamando pra rodinha.
– O que foi? - Chego perguntando.
– Não é nada bom. - Freud diz.
– É o professor... - Diz Tracy, com voz falha. - Ele... Me tocou.
Freud continua com cara de preocupado. Eu passo a mão no bolso, e meu achado de ontem ainda estava lá, 2 balas de escopeta que eu tinha encontrado no armário do quarto de cima. Pego a minha escopeta que estava encostada no lado da porta e recarrego, ninguém nem percebe.
Aponto para o professor e todos se assustam, paralisados.
– Que porcaria é essa, menino ?
– Me diz que não é verdade, por favor.
– Do que você tá falando ? Eu não fiz nada.
– Ontem à noite.
Ele olha para Tracy:
– Eu falei pra você não contar, sua vag...
Eu puxo o gatilho e a cabeça dele explode em vermelho vivo.
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É isso aí, galera. Por favor, comentem mesmo se não gostarem. Comentários positivos motivam bastante para eu continuar escrevendo, e críticas construtivas mais ainda !