Sociedade Devoradora de Cérebros escrita por Silent Lulamoon
Notas iniciais do capítulo
Me desculpem por ficar tanto tempo sem postar um novo capítulo, galera.
Enfim, acho que consigo um boost de novo pra postar pelo menos 1 capítulo por semana.
Vlw e boa leitura.
Se passaram pelo menos 5 minutos de silêncio e encaradas até alguém resolver falar alguma coisa, Fred, que estava olhando pela janelinha da porta, quebrou o silêncio:
– Bom, temos uma missão. Não podemos ficar lamentando a morte dele e ficar com medo, e como o "doente" - Ele diz com tom irônico - já foi embora, acho que podemos sair.
– Fred tem razão, se esperarmos muito tempo, vai anoitecer e as coisas podem piorar bastante se os doentes tiverem "visão noturna". - Rachel olha para Fred com seu olhar de menosprezo e voz sarcástica.
Tínhamos que sair, eu começo a puxar a mesa que Fred e Jack haviam usado de barricada para a porta fazendo o menor barulho possível, logo os dois chegam para me ajudar, Jack ainda estava com cara assustada, mais do que todos nós. Ao terminar de puxar, eu abro a porta e vejo se o corredor estava realmente limpo, e estava. Via-se apenas o corpo morto do garoto que deixamos para trás. Faço um movimento com as mãos para me seguirem e andamos em silêncio pelo corredor até chegar à escada, descemos.
Ao chegar no corredor do primeiro andar, Rachel aponta para a porta dos fundos da escola:
– Aquele é o caminho mais rápido para chegar à lanchonete.
– Mas não sabemos se há zumbis lá ou não, já olhamos o caminho da porta da frente e estava limpo... - Fred responde, com rapidez.
– Em primeiro lugar, pare de usar essa palavra, por favor, é ridícula, eles tem uma doença recém-descoberta e estão manifestando os sintomas, não são monstros genéricos de algum filme antigo. - Rachel olha séria para Fred. - E em segundo lugar, verificamos o caminho da frente já faz um tempo, então não faz diferença.
– Quem te elegeu como líder do grupo ?
– Ninguém, porém eu sou claramente a mais inteligente, e talvez a única que percebe oque realmente está acontecendo aqui e não fica falando de zumbis e baboseiras de nerd ! - Rachel começou a levantar a voz, quase como um grito.
– Amor, fala um pouco mais baixo. Não queremos fazer barulho. - Jack quase sussurra em seu ouvido.
– Muito bem. - Rachel falava, agora com voz normal, após receber um beijo de Jack.- Nós vamos pelo caminho dos fundos, vocês vão por onde quiserem.
– Quê? - Jack soltou, com cara preocupada.
– Nem mais um piu. - Rachel se vira e o leva pela mão pelo corredor em direção à porta.
– Eu quero ir por onde ela for. - Laura os segue.
– David... - Fred diz, olhando pra mim.
– Haja paciência. - Murmuro, enquanto seguíamos os "rebeldes".
– Caiu a ficha ? - Rachel diz, olhando pra trás.
Ao chegar na porta, via-se do lado de fora o pátio, com as cadeiras e guarda-sóis usados para conversar e comer os lanches da cantina, que ficava logo acima, um grande quiosque aberto coberto por uma lona azul que fazia muito barulho quando chovia, apenas a cozinha era fechada.
Tudo estava completamente devastado, nada estava no lugar, cadeiras caídas, guarda-sóis do outro lado do pátio cobertos de sangue e até 6 ou 7 corpos de estudantes no chão, não era nada lindo de se ver.
– Não podemos pegar as comidas do balcão, os mostruários se estilhaçaram e está tudo caído no chão. - Fred observa.
– Obrigado por nos avisar o óbvio, teremos que ir para a cozinha. - Rachel nem olha pra trás.
Fred atrasa um pouco o passo e chega do meu lado para sussurrar:
– Não vamos ficar com eles pra sempre, né ? Vamos nos separar.
– Não sei, amigo.
Chegamos na porta de entrada da cozinha, Jack tenta abrir e não consegue:
– Está trancada, acho que...
– Vocês não podem entrar. - Uma voz feminina fala do outro lado da porta.
– Por favor, precisamos de comida. - Jack implora.
– Algum de vocês está mordido ?
–Não. Não que eu saiba.
Um silêncio fica no ar por alguns segundos, ouve-se discussões do lado de dentro:
– Não parece confiável, fiquem aí fora e não tentem mais entrar !
– Por favor...
– Se continuarem aí fora vou atirar em todos vocês.
– Vocês tem uma arma ? - Rachel parece desconfiada.
– Sim, e não estou blefando.
– Ela está mentindo. - Rachel sussurra para Jack, que parece um pouco mais feliz.
Jack começa a bater na porta, parecendo desesperado.
– NOS DEIXEM ENTRAR, NÃO PODEMOS VOLTAR SEM COMIDA !!!
A voz de dentro começa a gritar também:
– EU JÁ MANDEI VOCÊS DAREM O FORA DAQUI !! SEUS GRITOS VÃO ATRAIR OS ZUMBIS!!!
– Doentes...- Rachel diz, em tom de impaciência.
– POR FAVOR, É SÓ UM POUCO DE COMIDA!! - Jack continua.
– Jack, eu acho melhor você parar, eles não vão abrir a porta. - Chego perto dele, que nem me ouve.
– VAMOS ARROMBAR A PORTA !! - Jack grita ainda mais alto.
– NÃO SE ATREVAM !!
Jack começa a chutar a porta com força, fazendo muito barulho.
– ABRAM AGORA !!
A porta se abre e a cozinheira sai de lá com uma escopeta, ela era extremamente gorda e usava seu uniforme e uma touca de cozinha, nunca foi boazinha, porém parecia particularmente psicopata enquanto estourava a cabeça de Rachel com um único tiro em uma enorme explosão de sangue que fez muito barulho. Gritos distantes ecoam pelo pátio, não gritos comuns, de doentes. Eles ouviram e estavam vindo.
– Droga ! - Diz a cozinheira e entra na cozinha novamente, deixando cair a escopeta para o lado de fora.
Fred e Laura estavam paralisados de terror, não importa quanta violência você vê na televisão ou video-game, na vida real é muito pior. Jack deixava cair lágrimas enquanto olhava para o corpo:
– Docinho...- Ele diz, soluçando.
– Jack... Temos que ir.
Jack senta no chão e pega o corpo decepado de Rachel no colo, chorando.
– Não faz isso comigo, volta pra mim !- Ele começa a gritar - Você não tem esse direito ! - Sua camiseta já estava encharcada de lágrimas e ele começa a abraçar o corpo no chão.
– Jack, temos que ir. Agora . - Eu chego perto.
Ele pega a escopeta do chão.
– Jack, não...
Jack pega a escopeta com a mão tremendo, e coloca o cano em sua boca, dizendo, com dificuldade:
– Para sempre te amarei, te amarei para sempre.
– Jack, larga essa arma agora. - Tento convencê-lo com a voz séria.
– Qual é a razão de viver, se não terei você ? - Ele estava me ignorando por completo.
Me ajoelho e minhas mãos chegam perto da arma com calma:
– Jack, eu vou tirar essa arma de dentro da sua boca e vai ficar tudo bem, ok ?
– A morte pode tentar nos separar, eu não permitirei. - Ele fecha os olhos.
Movimentos bruscos são complicados, muitas vezes não se pode entendê-los. Eu tinha certeza que Jack iria puxar o gatilho naquele exato momento, eu precisava fazer alguma coisa, seria um covarde ainda maior se não fizesse nada. Naquele exato momento, tudo foi rápido demais, eu tento pegar a arma o mais rápido possível, não podia deixá-lo se matar, naquele momento, minhas mãos tocam as dele e eu, inconscientemente, aplico um pouco de força em seus dedos, naquele momento, o cano da arma solta o projétil e mais uma vida é perdida, naquele momento, eu não sabia se a culpa era minha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado do capítulo de hoje. E se não gostaram, comentem a razão.
Vlw, flw, e até o capítulo 6 ! o/