How it all began escrita por Saturn


Capítulo 20
CHAPTER TWENTY - Danger will follow me now, EVERYWHERE i go.




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O dia passou rápido, com Lily me entretendo. Jogamos cartas - não explosivas, é claro - xadrez de bruxo, conversamos e ela até se rendeu a ler um pedaço do livro que eu estivera lendo antes para mim. E eu devia admitir, a história do garoto em uma terra congelada, soava bem melhor nos lábios dela do que no meu pensamento. Me recostei na cama, ouvindo a história saindo dos seus lábios em uma voz suave e me pego pensando em como eu era o homem mais feliz do mundo naquele momento, havia tanta felicidade em meu peito que eu seria capaz de produzir um exército de patronos. 

No meio da tarde, Madame Pomfrey veio observar o feio corte nas minhas costas provocado pelo feitiço e disse que no dia seguinte, eu já poderia deixar a enfermaria, desde que não fizesse nada arriscado - Ela me olhou com censura enquanto dizia essas últimas palavras, fazendo Lily segurar a risada nas suas costas - e terminou de pingar uma poção amarronzada e ardida nos rasgos da minha pele, fazendo Lily corar e desviar o olhar quando eu tirei a camisa.

Fiz caretas de dor enquanto Madame Pomfrey apalpava o lugar onde os cortes estiveram um minuto antes, a fim de certificar-se que eles estavam realmente fechados, mas eu ficaria o resto do dia ali em observação. O feitiço era desconhecido até para a curandeira, então ela precisava ter certeza de que não haveria nenhum efeito retrógrado, porém, apesar de perder dias ensolarados e quentinhos, eu não me preocupava em ficar na enfermaria. 

Lily me fazia companhia, nos intervalos das aulas Sirius, Remus e Marlene davam um pulinho para me ver, Peter e Mary traziam doces, Dorcas, Alice e Frank vinham com as fofocas mais quentes de Hogwarts todo final de tarde. Aparentemente, já corriam boatos de que quem havia me atacado era um unicórnio furioso que invadira a escola fugindo de Hagrid e me espetara com seu chifre, também havia a história de que era um dragão que tinha cuspido fogo em mim e eu estava com o corpo todo queimado e morrendo na enfermaria. 

Poucas pessoas sabiam da verdade, e eu preferia deixar assim, não queria  que ser atacado gerasse uma onda de pena por ter sido covardemente atingido pelas costas enquanto estava distraído. Mas, a fama de Lily também se espalhara pelo contrafeitiço genial que ela demonstrara e mais uma vez, os boatos aumentaram e já haviam histórias dizendo que ela tinha lutado sozinha contra o dragão. Eu jamais entenderia como a corrente de fofocas de Hogwarts corria tão depressa e aumentava tanto as histórias essencialmente simples. 

No final da tarde, uma grande horda de aviõezinhos de papel entraram flutuando vorazmente pela porta da enfermaria e pousaram na minha cama, todos eles continham piadinhas oriundas de Padfoot e também a matéria das aulas que eu havia perdido. Revirei os olhos. É óbvio que eles não me enviariam a matéria feito pessoas normais. Fiquei abrindo os papéis e organizando em pilhas devagar, para me manter ocupado por um tempo, já que no momento, eu estava sozinho naquela enfermaria e minha única companhia era uma segundanista da corvinal que estava inconsciente em uma cama no final da enfermaria, com as cortinas puxadas para lhe dar mais privacidade. Uma bandeja flutua até mim com o meu jantar e como devagar, pensando que no dia seguinte, eu já estaria fora daquele lugar.

Durante a noite, todos os meus amigos ficam um tempo sentados ao redor da minha cama, conversando em um tom de voz baixo e quando todos saem, Sirius temporariamente para buscar alguns travesseiros, Lily fica comigo, com a mão tocando meu pulso deliberadamente, e ficamos em silêncio, simplesmente olhando um para o outro. Eu não sabia o que éramos nós, uma vez que depois do baile de natal, não tivemos mais chance de conversar sobre e aquele, decididamente não era um bom momento para puxar uma conversa daquelas, então me contentei com o silêncio. 

Quando Padfoot chega, irrompendo pelas portas da enfermaria como se  estivesse fazendo uma grande entrada dramática - recebendo um olhar muito feio de Madame Pomfrey, que o garoto retribuiu com uma piscadela assanhada - carregando dois travesseiros nos braços, Lily levanta-se de um pulo, assustada com a repentina entrada do garoto, então, enquanto o mesmo ajusta-se confortavelmente na poltrona ao meu lado com seus travesseiros, ela me dá um beijo no rosto, olhando-me com uma expressão de que sabia exatamente o que se passava na minha cabeça um segundo antes, para na poltrona e dá um beijo fraternal na testa de Sirius e sai pela porta, parando por um breve momento na soleira, para virar a cabeça por cima do ombro com uma expressão travessa no rosto, que combinava muito bem com ela, e dizer:

— Comportem-se, rapazes. 

E sai, deixando-me encarando o local onde ela estivera por vários segundos até Pads resmungar audivelmente algo como “Era só o que me faltava”. Jogo um sapo de chocolate nele e me viro para dormir, ansioso por sair daquelas quatro paredes e passear pelos jardins, comer no salão comunal e deitar em uma cama confortável onde tivesse cortinas que protegessem meus olhos para não acordar toda vez que o sol raiasse. 

Meus sonhos são repletos de imagens salteadas e sem sentido, um campo aberto onde eu estou correndo puxando alguém, depois Lily lutando com um dragão, Sirius transformando-se em um enorme hipogrifo, Remus e Lene dançando no lago, acima da água, eles são tão sem sentidos, que eu fiquei razoavelmente feliz de ser acordado pelo primeiro raio de sol da manhã batendo no meu rosto. 

Rolo um pouco na desconfortável cama e pulo para o chão, sentindo um puxão nas costas onde fui atingido e soltando um gemido de dor que fez Madame Pomfrey sair correndo de sua sala com um roupão grosso e rosa enrolado no corpo, já puxando a varinha e xingando em vários idiomas. Quando me vê de pé ao lado da cama, vem na minha direção batendo os pés no chão com força, com uma expressão que me fez sentir vontade de voltar para o meu sonho esquisito e ficar vendo Remus e Lene dançando com a Lula Gigante até o horário do almoço, a curandeira, com os lábios cerrados, me faz voltar para a cama com ordens expressas de não me levantar até que ela permitisse e com a ameaça de me transformar em uma lesma se eu tentasse levantar novamente. 

Levando em conta a expressão no rosto da mulher e sua varinha furiosamente apontada para mim, eu acredito que ela realmente me transformaria, então volto para a cama e fico lá, quietinho, mastigando alguns feijõezinhos de todos os sabores com o mínimo de barulho possível, prevenindo uma nova vinda de Madame Pomfrey para fora da sala, e nem percebo quando pego no sono novamente. 

Quando Sirius e Madame Pomfrey me acordam, o sol já estava alto e o relógio marcava dez da manhã. A curandeira dá uma última observada nas minhas costas, faz alguns movimentos com a varinha e me dá uma última poção para a dor, neste meio tempo, Padfoot despachou todos os doces que estavam empilhados ao lado da minha cama, juntamente com o resto dos meus pertences, para o quarto com um aceno displicente da varinha. E então, eu sou liberado da enfermaria. 

— Ei, Pads, vamos passar na cozinha? Estou morrendo de fome. 

Ele sorri, com a mesma expressão travessa que Lily tinha mostrado no dia anterior ao sair da enfermaria. Se eu não os conhecesse, diria que são irmãos. E então me guia pelos corredores, sem ligar para os meus protestos e frases dramáticas, todas sobre eu estar definhando de fome. Passo pelos corredores largos e iluminados pela luz solar, tentando descobrir o que raios Padfoot está aprontando. 

Chegando na entrada do castelo, uma grande horda multicolorida de pessoas vem me receber, e Lene me abraça tão forte que eu sinto como se estivesse sendo atingido novamente pelo feitiço. Quando o aglomerado se dispersa, eu vejo uma toalha estendida no chão com uma grande cesta de vime cheia de comida.

— Você está de brincadeira comigo. 

Padfoot sorri e me empurra até a toalha. 

— A ideia foi de Peter e Remus, achamos que você merecia uma tarde vazia depois de lutar com um dragão em plena Hogwarts - Diz o rapaz, ironicamente. 

Dou de ombros, dramaticamente.

— O que eu posso fazer? O perigo me segue, onde quer que eu vá. 

Ficamos rindo e comendo durante um bom tempo, conversando amenidades e nos atualizando dos últimos acontecimentos de Hogwarts, até que Sirius, com a boca cheia de empadão de frango, grita dramaticamente:

— EU TIVE UMA IDEIA GENIAL. 

Lene olha feio para ele e tira algumas migalhas de empadão da toalha, que voaram da boca ridiculamente enorme de Sirius quando ele a abriu para gritar, e fala:

— Eu prefiro que você engula toda essa comida que tem na sua boca antes de falar mais alguma coisa, ou eu vou fazer você engolir à força. 

Ele olha sério para a garota, com um olhar divertido e temeroso ao mesmo tempo, mas a obedece e só fala novamente depois de não ter mais comida na boca. 

— Certo, continuando. Acho que deveríamos fazer uma brincadeira para o Ano Novo, escrevemos os nomes em um pedaço de pergaminho e sorteamos, e a pessoa deve dar um presente para aquela que está escrito no papel. O que vocês acham? - Ele para um momento e se empertiga, todo cheio de si - Eu sou um gênio, preciso de um nome para isso. 

Lily, sorrindo maquiavélica, lhe responde:

— Que tal “Amigo Secreto”?

— SIM. Ginger, você é um gênio também. 

E então ela e Moony explodem em risadas, deixando todos nós confusos. Quando eles finalmente pararam de rir, lágrimas escorrem pelo rosto de Lily e Remus está deitado no chão respirando fundo e segurando as costelas, e então, o rapaz percebe a confusão em nossos rostos e diz:

— Na verdade é um jogo trouxa bem comum em épocas festivas. Chama-se Amigo Secreto e é sorteado exatamente como Pads falou e...

Padfoot o interrompe. 

— Então você está dizendo que minha ideia genial já existe? - Remus assente com a cabeça - Droga, pensei que ia ficar rico com essa. Mas a ideia ainda está em pé, quem topa?

Todos nos apressamos em concordar e Mary pega um pedaço velho de pergaminho da mochila, repleto de anotações no verso e também uma pena visivelmente amassada e verde. Escreve nossos nomes com uma letra caprichosa e passa por toda a rodinha com as mãos em concha, com os pequenos papéis dobrados dentro delas. Quando chega minha vez, faltam poucos nomes a serem retirados, fecho os olhos e puxo qualquer um, torcendo para ser certa ruiva. Abro os olhos para o papelzinho na minha mão, está repleto de anotações referente à poções na parte de trás, e quando o abro, com a mesma letra caprichosa que está no verso, o nome de Sirius salta aos meus olhos. 

Sorrindo, guardo o pergaminho fundo no bolso, pensando no presente perfeito. Foi combinado que iríamos jantar em Hogsmeade no primeiro dia do ano, atravessando a passagem da Dedosdemel e revelaríamos os presentes. Deu um pouco de trabalho para convencer Lily, Remus e Mary, mas quando o fazemos, eles estavam tão animados quanto nós para a revelação do amigo secreto. 

Eu tinha certeza de que seria uma noite memorável. 

 


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