– Então ele irá atrás dela? - Pergunta, sombria, a figura encapuzada, sob o capuz se via somente a boca azul - como se tivesse congelado - e os caninos anormalmente grandes e amarelados, nas pontas, esverdeados. A pouca pele que dava para ver e das mãos finas, era roxo, como se a escuridão tivesse se condensado com a luz e formasse o roxo claro, estranhamente bonito. As longas unhas mais se assemelhavam à garras enegrecidas.

– Sim. - A pessoa encapuzada rosna, a outra se encolhe. - Acalme-se, minha senhora. Não permitiremos isso. - A voz cortante e maléfica dizia. - Vazio nunca conseguirá chegar até Origem.

– Espero que assim seja. - Dispara a outra, com um sorriso sádico sob a capa cinza. - Pois sabem que se falharem... Depois que falharem... Não haverá mais um "depois" e eu mesma me encarrego de mandá-los àquele que devem impedir!

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– Para onde ele foi? - Pergunta Caos novamente, olhando fixamente para a garota à sua frente que tinha os braços cruzados e o cenho franzido em irritação.

– Não irei dizer, senhor! - Exaspera-se ela, cansada. - Prometi à Vazio que não diria. - Mente ela, esfregando os olhos escuros, tentando se manter acordada. - Ao menos, até a guerra. Espere, senhor. Mas não queira saber onde ele foi. Pois se eu disser, não vai ser por um bom motivo. - Termina sombriamente, se esticando na cama e se rendendo à Morfeu, observando Caos, que estava de pé ao lado de sua cama murmurar um "boa noite."

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– Merda! - Resmunga Vazio, observando os monstros que o cercavam, quantos eram? Cem? Duzentos? - Eu juro que eles vão se arrepender disso. - Murmura irritado, como seus netos podiam ser tão diferentes do pai? O primordial sorri. - Faz tempo que não luto. - Observa puxando uma espada de ferro estígio das costas. Logo se atira em meio aos monstros.

Ele desmembrava, decapitava e esquartejava qualquer um que ousasse se jogar contra ele, todos ou corajosos demais ou burros demais. O resto somente esperava ele abrir alguma brecha em sua defesa. Um ciclope salta e se joga contra o primordial que o corta ao meio, os cabelos e roupas negras rapidamente foram cobertos por pó dourado, cinco dracaenaes o cercam, sibilando e sorrindo, seus olhos brilhando em puro desejo de sangue. A primeira se adianta, tentando acertá-lo com a lança no ombro, ele puxa a mesma e a empurra, acertando o monstro no ombro, rapidamente gira a espada, rasgando as caudas/pernas de cobra. A segunda sibila irritada e ataca-o, a espada de ouro imperial retinindo contra o ferro estígio. Ela desvia de sua espada e corta seu pescoço, superficialmente, icor dourado começa a escorrer do pequeno e fino corte, o monstro sorri. Mas logo o sorriso se vai assim como seu corpo para um monte de pó dourado, tendo sido morta pela espada que atravessara-lhe a armadura. A terceira nem mesmo conseguiu atacá-lo, tendo a cintura separada das pernas/caudas verdes escamosas pelo primordial, as outras duas foram inteligentes o suficiente para fugirem.

Vazio olhou em volta, não havia mais nenhum monstro. Em toda a clareira somente se viam montes e mais montes de vários metros de pó de monstro. Foi tão fácil assim? Ele dá de ombros e se vira para a caverna escura em um canto da clareira. Ele iria saber a verdade. Nem que tivesse que morrer por isso.

A caverna era fria, úmida e escura, nada que não se esperasse de uma caverna. A única coisa que poderia ser chamada de “anormal” ali era um tipo de porta vermelho claro que girava de um modo hipnotizante em meio às nuvens dentro da porta. Sem hesitar o primordial atravessa-a, quando chega ao outro lado quase volta, algo cai sobre ele e, se não houvesse se segurado teria caído dentro do portal. Mas logo um enorme sorriso se abre no rosto dele, quando ouve uma risada.

Porque isso o fez perceber que eles estavam errados.

E o fez perceber que poderia voltar para casa.

Percebeu que estava feliz.