A vingança do Espírito escrita por Emanuelle


Capítulo 5
Em meu coração


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Demorei, né? Mas não adianta reclamar. Eu compensei no tamanho do capítulo. Já viram o tamanho dele?!?
Bom, é só isso.
Até lá em baixo :3



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POV’S CARTER

Eu estava treinando os iniciados quando Walt chegou correndo, ofegante.

– Como soube? – Ele perguntou.

– Do que você está falando? - Perguntei.

Ele olhou nos meus olhos e de repente não estávamos na área de treinamento. Estávamos no hospital onde Sadie havia ficado depois de tentar cortar os pulsos. Eu conhecia aquela magia. Ele estava me mostrando as lembranças dele. Ele me mostrou a conversa dele e de Sadie durante a noite, e quando ela tentou se matar.

Quando acabou de me mostrar tudo, eu estava chocado.

– Não foi um sonho... – Falei mais para mim mesmo do que para Walt.

Ele me olhou confuso. Usei a mesma magia e o mostrei meu sonho.

– Precisamos contar aos outros. – Falamos em uníssono.

POV’S ZIA

Quando Walt saiu correndo para falar seja lá o que for com Carter, eu fui ver a Sadie. Bati na porta 3 vezes. Ninguém abriu. Comecei a ficar preocupada.

– Sadie Kane, estou entrando – Falei enquanto abria a porta.

Sadie dormia tranquilamente na sua cama com os fones ainda no ouvido. Sorri comigo mesma. Foi quando notei um álbum de fotos na cabeceira da cama dela. O abri, e me deparei com uma foto muito fofa. Era uma foto de Sadie, com provavelmente 5 anos. Ela usava um vestido xadrez, preto e vermelho. Estava em uma campina cheia de flores e já tinha um punhado delas na mão. O vento soprava seus cabelos loiros que iam até os ombros. Ela olhava para a câmera como se tivesse sido pega de surpresa, não esperava uma foto. Ela estava tão fofinha naquela foto. Nem parecia a Sadie que havia tentado se matar alguns dias atrás.

Passei a folha. A segunda foto era de uma mulher loira, muito parecida com Sadie,linda. Ela usava uma blusa branca com o símbolo da vida. A legenda da foto era Mamãe. Então aquela era a mãe de Sadie e de Carter. Carter sempre falava dela.

– Zia? – A voz de Carter me tirou do meu “transe”.

– Você queria sua explicação, vai tê-la. – Ouvi a voz de Walt. – Mas venha aqui logo!

Guardei o álbum na cabeceira da cama de novo e fui para a sala. Osíris, Walt e Carter estavam lá.

– Sabemos o que está acontecendo. – Disseram Walt e Carter em uníssono.

– Escutem. – Walt pediu, e de repente ele não estava mais lá. Anúbis tomou o controle. – Um espírito nos escapou, Osíris. Eu o vi.

Osíris se surpreendeu.

– Mas... Isso é impossível! – Exclamou.

– Não mais.

– Como assim? – Perguntei.

– Espíritos escapam do Duat ás vezes, Zia. – Osíris falou.

– E as vezes querem vingança. – Completou Anúbis. - Tentamos tomar providências contra isso, mas não parece ter dado muito certo.

– Mas... Por quê? – Perguntei.

– Não sabemos, mas a nossa cobra predileta está se aproveitando disso.

– A-Ap-pófis? – Gaguejei. – Vocês o execraram, não foi?

– Ele não pode vir até nós, - Carter explicou. - mas nada impede que alguém vá até ele. Lembram-se de Jane Hearley?

–Ela lutou do lado de Sarah Jacobi. –Eu me lembrava dela. Fria, calculista. Do tipo que mete medo em você só de te olhar. – O que ela iria querer com Sadie?

– Esse é o problema... Eu não sei... – Respondeu Anúbis.

– Sadie a viu na sala, antes de ir para o hospital. – Falei. – Por que não a vimos também?

– Espíritos podem aparecer para quem quiserem. - Osíris falou.

– E é óbvio que ela não queria que a víssemos. – Carter completou.

– Eu poderia ajudar... – Anúbis começou.

– Anúbis, não se culpe. Nada disso é culpa sua.- Osíris falou. – Mas precisamos nos lembrar de como ela morreu.

Me forcei a reviver a última guerra.

FLASHBACK ON

(...)

Com seus cabelos negros e espetados e as vestes brancas e soltas, Sarah Jacobi parecia a Bruxa Esquizofrênica do Oeste, especialmente por que voava em uma nuvem de tempestade como se aquilo fosse um tapete voador. Ela empunhava duas facas negras parecidas com navalhas de barbeiro e as arremessava em um malabarismo pavoroso contra o avatar de Set, pegando-as quando elas voltavam para suas mãos. Eu já vira facas como aquelas: Lâminas netjeri, feitas de ferro meteórico. Eram usadas principalmente em cerimônias fúnebres, mas também pareciam funcionar muito bem como armas. A cada golpe elas danificavam um pouco do corpo arenoso do avatar, dasgastando-o lentamente. O avatar de Set desviou de uma das facas, mas ela veio na direção de Sadie. Ela se desviou também, mas a faca atingiu alguém logo atrás, que estava preparada para um ataque surpresa.

Jane Hearley.

FLASHBACK OFF

– Eu sei como ela morreu. – Falei.

POV’S SADIE

Não sei em que momento, mais eu dormi. Eu estava dormindo muito esses dias. Sei lá, sofrer inúmeras tentativas de morte em menos de uma semana é desgastante. Alguém estava chamando meu ba.

Me deixei levar, não podia piorar.

De repente eu estava no Salão do Julgamento, em minha forma humana.

– Sadie? – Ouvi alguém atrás de mim perguntar.

Me virei rápida como uma bala. E lá estava ela, como sempre sorrindo para mim naturalmente.

– Mãe! – Falei e tentei a abraçar. Eu sempre me esquecia que ela era uma fantasma. Ela riu quando eu a atravessei.

– Desculpe. – Eu tinha certeza de que tinha corado. – Por que me chamou?

– Ah, querida, eu sei de tudo. – Ela falou.

“Não, não sabe. Não sabe sobre a mulher que quer me matar!” Tive vontade de gritar, mas me contive. Ela percebeu isso.

– Não só sobre as fachadas, Sadie. Eu sei sobre ela. – Ela falou e eu arregalei os olhos. – Sei quem ela é.

– Como você... – Comecei.

– Todos sabem. – Ela me interrompeu e a imagem tremulou. – Estão te acordando. Tenho pouco tempo. Tome. – Ela disse e me entregou um amuleto com um hieróglifo. Em meu coração.*

– Se quiser falar comigo, use isto. – Ela falou.

– Em meu coração? – Perguntei e ela sorriu.

– É onde você está para mim. Agora vá. – Ela disse sorrindo.

– Sadie! Acorda, garota! – Carter me sacudia freneticamente.

– Ah, qual é! – Falei. – Você tinha que me acordar agora?

– Tinha – Ele respondeu dando de ombros.

– Eu estava falando com a mamãe. – Falei naturalmente.

– Sadie, eu... – Ele começou mas eu o interrompi.

– Já sabe sobre ela. Como? – Ele me olhou confuso. Revirei os olhos. – Mamãe me contou.

– Por que você não me contou? – Ele perguntou.

– Carter, - Falei séria. – Eu tinha andado estranha por todos esses dias, tinha arranhões misteriosos nos braços, havia acabado de tentar me matar sem nenhum motivo. Agora eu te pergunto: Se eu te dissesse que era uma mulher-fantasma fazendo tudo isso, acreditaria em mim?

Ele baixou a cabeça. Sabia que eu estava certa.

– Eu não sabia... – Carter começou.

– Carter, para. – O interrompi. – Você sabe que se eu também não acreditaria se fosse o contrário. Ou pior, eu te internaria em um hospício se você viesse falando de Mulheres-fantasmas-más-que-querem-te-matar.

Ele riu.

– Você é incorrigível. – falou.

– Ainda bem que você sabe. – Falei.

– Sadie, - Ele de repente estava sério. – Me mostre o que realmente aconteceu.

Respirei fundo e mostrei minhas lembranças a ele. Todas. Desde os arranhões até o sonho com mamãe.

– Sadie... – Ele começou.

– Toda vez que for ter pena de mim, - O interrompi outra vez. - Se imagine de branco com uma camisa de força no hospício. Vai ajudar.

Ele riu.

–Eu vou sair um pouco, ok? – Aproveitei o momento. Você deve estar pensando: Tu fumou, garota? Tem uma mulher maluca fantasma que quer te matar e você faz o que? VAI DAR UMA VOLTA?!?

Não, eu não sou maluca. Mas sabe, toda aquela superproteção estava me cansando. Eu precisava de um tempo.

– Sair?!? - Carter perguntou incrédulo.

– Ah, qual é! – Reclamei. – Não vai dar uma de “irmão mais velho super responsável agora”, vai?

– Sadie...

– Carter, ela é uma fantasma. Ela atravessa paredes. Eu vou estar tão segura lá fora quanto estou aqui dentro. – Insisti.

– Tudo bem. – Ele cedeu. Em dois segundos eu já estava na porta. – Mas leve uma arma.

Não agüentei. Eu ri. Ri mesmo.

– Carter, é um fantasma. Acha mesmo que vou conseguir detê-la com uma arma?

– Não vejo sua arma. – Ele insistiu.

Revirei os olhos e levantei minha blusa. Lá estava ela, minha adaga amarrada á barriga (Ah, qual é, aquela adaga sempre esteve ali. O que eu posso fazer? Eu sou Sadie Kane. Não ia andar sem uma arma por aí ).

Carter franziu o cenho.

– Desde quando...

– Desde sempre, querido irmão. – O interrompi pela terceira vez só naquele dia. – Agora já posso ir?

– Já.

– Devo cantar aleluia?

– Você é mesmo incorrigível! – Ele riu. Dei de ombros.

– Com esses anos de convivência, achei que já tivesse aprendido isso.

POV’S CARTER

Ok, eu não devia ter deixado ela ir. Mas é impossível ganhar uma discussão para essa garota. Deci as escadas atrás dela.

– Sadie, aonde você vai? – Papai perguntou.

– Vou sair, ué. – Ela falou óbvia.

Todo mundo olhou pra mim. Era como se esperassem que eu fosse até lá e a impedisse.

– Autorizou isso?!? – Zia perguntou incrédula.

Dei de ombros.

– Ela está armada. – Falei.

– Sadie, onde está o seu verdadeiro irmão? Devolva essa cópia para a fábrica. – Walt falou no mesmo estado que Zia.

– Qual é gente! Eu só quero dar uma volta! – Sadie Protestou.

– É, nada demais. Só vai sair por aí sozinha, com uma mulher fantasma louca atrás de você tentando te matar. Nada demais. – Zia falou irônica.

– Quem disse que ela vai sozinha? – Falei.

Foi a vez de Sadie me olhar incrédula.

– O que?!? – Perguntou.

Dei de ombros.

– Falei que podia sair, não que podia sair sozinha.

– Carter! – Ela exclamou.

– Ok, esse é o Carter real. – Walt falou, visivelmente mais aliviado.

– Walt! – Sadie exclamou.

Walt levantou as mãos em sinal de desculpas, mas não conteve um sorriso.

– Qual é, isso não é justo! – Sadie falou irritada. – São 3 contra um! Desde quando Carter é segurança?

– Ahn, desde quando minha irmã mais nova está sendo caçada por uma mulher fantasma vingativa. – Falei.

Sadie suspirou.

– Nada do que eu disser vai convencer vocês, não é?

Todos assentiram.

– Carter, se quiser ser meu segurança, melhor se apressar. Estou saindo.

Bufei e fui atrás dela.


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Notas finais do capítulo

*Eu não consegui anexar o hieróglifo no capítulo, acreditam? Eu achei no google, mas na hora de colocar não seu certo.

Caso estejam se perguntando, EU NÃO PLAGEEI NADA. Parte do Flashback da Zia está no livro A Sombra da Serpente. Eu peguei uma parte e apenas incluí um final diferente. Quem narra o capítulo original é a Sadie, mas eu quis colocar a Zia. Caso queira comprovar, esá na página 291, no segundo parágrafo.

Me digam o que posso melhorar, bjocas.