Alpha: O mundo antes de Divergente escrita por Regiane Belmonte


Capítulo 8
Capítulo 8




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Acordo de manhã com meus olhos inchados, meus cabelos extremamente bagunçados e para o meu desespero, atrasada. Vou correndo até o banheiro, arrumo o cabelo, escovo os dentes e disfarço como posso o inchaço dos olhos. Visto meus trajes costumeiros correndo e pego minha bolsa. Vou correndo até a mesa pra tomar café e ao me sentar, meus pais me olham preocupados.

– Tudo bem com você filha? – Pergunta minha mãe.

– Estou bem mãe, obrigada.

– Tem certeza filha? Porque você pegou sua bolsa e hoje não tem aula. – Disse meu pai tentando fazer piada.

– Nossa, verdade, onde estou com a cabeça? – Falo colocando ambas as mãos ao lado da cabeça. Estou cansada demais pra disfarçar qualquer sentimento de desespero que esteja me invadindo.

– Filha, é só a cerimônia de escolha, vai dar tudo certo. Você já tomou sua decisão correto? – Minha mãe veio afagar meu braço, aquilo me acalmou, mas mesmo assim não conseguia tirar da cabeça a cena do menino Sem Facção sendo usado como cobaia de um soro que eles criaram.

– Sim mãe, - Soltei um sorriso, estou começando a me assustar com a facilidade que consigo fingir tranquilidade tão bem. – Só estou com medo da Tori e do George não ficarem aqui comigo, só isso. – E olhei triste para a mesa. Isso era uma verdade, mas eu não tinha medo deles não ficarem, eu sabia que não ficariam.

Meu pai se levantou e ambos me deram um abraço apertado. Aquilo me trazia alívio e ao mesmo tempo raiva, porque eles tinham que ter feito parte da criação daquele soro?

– Nós te amamos filha, sabemos que qual for a sua escolha será bem feita. Nós sempre te amaremos querida. – Minha mãe disse.

– Exatamente super gênio, nem é um teste, não sei o porque de tanto nervosismo. – Meu pai disse.

Comecei a rir com esse comentário dele, não pude evitar. Respirei fundo umas quatro vezes e tudo que me oprimia pareceram ceder um pouco o fardo.

– Eu amo vocês, apesar de tudo. – Aquelas palavras transmitiam tudo. Eu os amava apesar de tudo o que vi ontem, mas aqui não era meu lugar, não mais.

– Olha, nós só iríamos te dar isso depois da Cerimônia, mas acho que você merece. – Meu pai tirou uma caixinha preta com um laço azul do bolso da calça e me entregou. – Pra você filha.

Meus dedos tremeram quando aquela pequena caixinha vou pousada na minha mão. Olhei para meus pais, aqueles que eu trairia ainda hoje e o olhar terno de ambos e incentivava a abrir o pequeno embrulho. Desfiz o laço e abri a tampa da caixinha, o que tinha dentro me deixou sem fala.

– Quando vimos lembramos de você. – Minha mãe falou.

– Não pude deixá-lo na loja quando o vi, ele se parece que foi feito pra você querida. – Foi com um sorriso extremamente orgulhoso que meu pai disse essas palavras.

Dentro daquela pequena caixa tinha uma corrente dourada fina com um pingente que pode ser definido com perfeito. Uma pedra no formato de uma gota, numa tonalidade de mesclas de azuis perfeitamente combinadas que davam a impressão de conter um Universo dentro dela, do tamanho perfeito para se usar como pingente.

– É uma safira filha, é uma pedra preciosa extremamente rara hoje em dia, mas não pude deixar de compra-lá quando vi. – Meu pai relatou. – Agora você sempre terá seu próprio Universo.

Aquilo me pegou desprevenida. Eu não esperava aquilo deles, não agora. Tirei a frágil corrente da caixa e entreguei para o meu pai.

– Pai, você poderia coloca-lá em mim? – Pedi.

Ele abriu um sorriso enorme enquanto prendia o feche do colar. Assim que ele já estava preso ao meu pescoço vi o quão lindo era aquele pequeno gesto deles. Será que não pertenço mesmo aqui? Preciso abandonar a Erudição e os meus pais?

– Vamos Naomi querida, não queremos nos atrasar pra sua Cerimônia, hoje é seu grande dia. – Disse minha mãe.

Assenti com a cabeça e seguimos até a porta.

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Fomos até o local onde seria realizada a Cerimônia de carro. Por serem pesquisadores, meus pais tem algumas mordomias. Assim que chegamos ao Eixo, vejo a mesma massa de cores que estou acostumada a ver, juntos, seguimos o fluxo de pessoas. Pegamos o elevador até o viségimo andar, assim que as portas se abrem meu desespero aumenta. No centro do salão estão os cinco recipientes: Água, Carvão, Terra, Pedra e Vidro. Cada um deles simboliza uma facção: Erudição, Audácia, Amizade, Abnegação e Franqueza. É neles que vou depositar meu sangue, decidindo assim de qual facção serei daqui em diante. Meu estomago não para de revirar enquanto caminho até a ala onde os indivíduos de dezesseis anos deveriam ficar. Recebo um ultimo abraço dos meus pais e um incentivo de que tudo ficará bem, retribuo o sorriso mais forçado que consigo e sigo para a maior escolha da minha vida.

Nossas famílias ficam na arquibancada dividida em cinco alas diferentes, uma pra cada facção. Essas alas estão dispostas em semicírculo em relação ao palco da Cerimônia.

Vejo meus pais tomando seus lugares na ala da Erudição. Ainda não somos membros, somos dependentes de nossos pais, seremos considerados importantes e parte do sistema depois de hoje, depois da nossa escolha. Ótimo, e eu ainda não tomei a minha.

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Eu me juntei aos outros adolescentes com 16 anos e esperei a minha vez, olhar para os meus pais, era como perfurar cada vez mais a parede muscular do meu coração, não podia mais fazer aquilo, então, apertei com força aquele pingente, meu pequeno universo, e me mantive firme na minha posição.
A fila foi feita por ordem alfabética de acordo com o sobrenome. Fiquei atrás de uma menina da Amizade, ela estava calma, nenhum traço da sua postura transmitia desespero ou medo. Ela, com certeza, estava nervosa, mas nada mais grave do que o nervosismo de ter que cortar a palma da sua mão e derramar seu sangue em um dos cinco recipientes que ficam centralizados no salão. Carvão em brasas, pedras cinzas, água, terra e vidro. Audácia, Abnegação, Erudição, Amizade e Franqueza. Qual seria a minha escolha?
– Sejam todos bem vindos a mais uma cerimônia de escolha! – Estava tão concentrada em meus pensamentos que, acabei levando um pequeno susto quando o Jack Kang começou a se pronunciar ao publico. – Hoje é um marco na vida de cada criança que está aqui na frente, a partir de hoje elas deixaram de ser dependentes e começaram a ser parte desse sistema. – Eu sei que ele é o líder da Franqueza e que é de seu costume falar o que lhe vier a cabeça, mas nos chamar de criança fez com que uma pequena chama da raiva que me possuía, desde os últimos acontecimentos, voltar com toda a força possível. O medo não me dominava mais, e embora não soubesse qual seria a minha escolha, eu tinha certeza que a faria com destreza. – Há mais de cem anos, a humanidade vivia no mais puro caos. A desordem, a mentira, a corrupção, reinavam sobre cada ser vivo. Quando viram que não tinha mais o que ser feito, nossos ancestrais construíram muros em volta de uma cidade e dividiram as pessoas, de acordo com aquilo que acreditavam. Aqueles que culpavam a agressividade pelo caos, formaram a Amizade. – Jack direcionou um leve sorriso em direção as cadeiras onde os membros da Amizade estavam sentados e recebeu em troca acenos de cabeça em sinal de respeito. – Quem culpava a ignorância pela guerra, se tornaram a Erudição. – Jack repetiu o mesmo gesto e em troca recebeu poses esnobes dos membros da facção. Não é possível que eu esteja destinada a ser como eles. – Aqueles que culpavam a duplicidade humana pelos desastres causados, fundaram a Franqueza. – Seu sorriso foi mais orgulhoso e cheio de vida, a resposta de sua facção foi praticamente um reflexo do seu próprio orgulho estampado. – As pessoas que culpavam o egoísmo pela devastação humana, geraram a Abnegação. – Ao sorrir para os membros da Abnegação, percebi que nenhum deles olhou de volta para Jack, eles nunca gostavam de chamar a atenção se fosse possível passar despercebido, mas a postura de cada um ali agradecia o elogio. – E aqueles que culpavam a covardia pela devastação que aconteceu, se juntaram a Audácia. – Quando Jack sorriu para a ala dos membros da Audácia, eles urraram e vibraram. A empolgação deles era tanta que Jack teve que esperar que eles se acalmassem para prosseguir. – Juntas as facções mantém a paz, cada uma exercendo seu papel na sociedade, colaborando para a estabilização da ordem. Não sou muito de proferir sermões, então vou dar por encerrado a parte chata. – Ele deu uma leve risada e todos os presentes riram junto. – Lembrem-se. – Agora ele olhava fixamente para cada um dos adolescentes que fariam a escolha hoje. – Hoje será o primeiro dia da vida de vocês, após saírem por aquela porta, nada será como antes. Se decidirem trocar de facção, vocês terão uma nova família, novos afazeres e novas crenças. Escolham com sabedoria, pois a escolha de hoje os acompanharam para o resto da vida. Não há como voltar atrás depois que aquele sangue se fundir há alguns daqueles recipientes. – Pode ter sido impressão minha, mas, parece que ele deixou os olhos pousarem em cima de mim ao falar. – A facção sempre vem antes do sangue. Boa Sorte.
Ele saiu do centro da sala com uma salva de aplausos, e alguém da Erudição nos explicou que a cerimônia seria feita pela ordem alfabética oposta a original, em vez de ser de A à Z, seria de Z à A. O primeiro a ser chamado foi um menino da Franqueza. Ele caminhou até o centro da sala onde Jeanine estava parada, esperando pra te entregar uma faca de prata. Jeanine ia fazer a leitura dos nomes e a entrega das facas, será que eu podia ao menos pegar a faca e cortar a garganta dela?
Quando olhei para trás para ver o próximo a ser chamado eu os vi. Tori e George seriam os próximos. Os olhos de Tori encontraram os meus e desespero passou por eles, ela disse um pequeno “me desculpe” com os lábios antes da Jeanine chamar.
– Victoria Wu, Erudição. – Jeanine deu um sorriso orgulho quando Tori caminhou até ela para pegar a faca. Tori lançou um olhar firme a ela enquanto tirava a faca de suas mãos e caminhava até o recipiente em brasas. Ela cortou a palma da mão e deixou com que o sangue aumentasse as chamas. Ela escolheu a Audácia.
Eu sei que não deveria estar surpresa, Tori tinha me contado, mas isso não deixou com que a sensação de traição fosse menor.
No rosto de Jeanine um pequeno choque foi visível, mas ela logo se recompôs e chamou o próximo nome da lista.
– George Wu, Erudição. – Dessa vez Jeanine ficou atenta a ele, sem demonstrar nenhuma emoção enquanto entregava a ele a faca. George cortou a palma do lado de Jeanine e ficou olhando o sangue formar uma poça na mão em concha. Andou reto na direção da recipiente da Erudição, mas no ultimo segundo se virou para as chamas e deixou com que o líquido as alimentasse.
Os membros da Audácia explodiram em comemoração, dois prodígios da Erudição desertando na cara da Jeanine, isso deveriam ser comemorado. Enquanto Jeanine tentava manter a postura e chamar o próximo nome da lista, me atrevi a olhar para eles. Os membros da Audácia os abraçavam e diziam coisas para eles. George sorria e Tori ficava ao seu lado, protetora. O que farei sem eles agora?
Atrevi-me a olhar entre um nome e outro para os meus pais, e posso dizer que ambos estavam preocupados. Meus melhores amigos acabaram de abandonar a facção de sangue, como eles não podiam temer que eu também tivesse tomado essa decisão?
Minha vez estava cada vez mais perto, Jeanine já estava na letra E, uma garota da Abnegação acabou de se cortar e deixar seu sangue nas pedras cinza, era difícil alguém da Abnegação sair de lá. Com a proximidade da minha vez comecei a pensar: Qual a facção que eu suportaria viver? Não conseguiria ser da Abnegação, não sou altruísta o suficiente. A Erudição, embora tenha sido criada pra isso, não me representa mais, preciso se um novo ideal de vida. A Franqueza, bem, não que eu seja mentirosa, mas existem certas coisas que não precisam ser ditas, não posso lidar com tanta sinceridade assim. As minhas opções são Amizade ou Audácia.
Foi quando percebi uma ausência atrás de mim. A menina da Audácia que estava atrás de mim se encaminhava para pegar a faca da mão de Jeanine, ela era uma típica pessoa da Audácia, tinha tatuagens e piercings, e sua roupa preta ficava bem com seu cabelo curto e azul, mas havia alguma coisa na sua postura, mostrava algo estranho aos membros da Audácia: medo. Ela estava com medo.
Ela cortou a sua mão e caminhou até o recipiente da Audácia, era quase obvio aonde seu sangue iria cair, mas para o espanto de todos, sua mão foi mais para a direita e seus dedos se abriram. Ela escolheu a Abnegação. O som do desprezo dos membros da Audácia era unanime, ela os havia abandonado e agora a facção vem antes do sangue. Fiquei tão chocada com a cena que me assustei quando ouvi a palavras seguintes da Jeanine.
– Naomi Carstar, Erudição.

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Olhei para Jeanine desesperada. Minha vez já tinha chego? Mas eu nem tinha tomado a minha decisão ainda. Percebi todos os olhares em mim naquele momento e só consegui sair daquele transe quando Jeanine me chamou uma outra vez.

– Naomi Carstar, Erudição.
Ajustei os meus óculos, mais por costume do que por precisão e caminhei até ela. Ela me entregou a faca e afastou o microfone da sua boca.
– Pense bem na sua escolha Naomi, você tem um grande futuro comigo. – Ela disse enquanto me olhava friamente. Será que ela podia ler a traição estampada no meu rosto? Era impossível, ela não tinha esse poder. De repente aquele garoto Sem Facção me veio a memória, ela o havia matado e queria que eu acreditasse que existia um futuro pra mim na Erudição?
– Obrigado. – Respondi. Não pude deixar de notar que ela percebeu a ironia na minha voz e isso fez com que me sentisse melhor.
A lamina era fria e bem amolada, rasgar um pedaço da palma da mão não foi problema, o problema maior era onde deixar cair o sangue?
Eu poderia ir pra Amizade, meus conhecimentos da Erudição poderiam ser muito bem utilizados lá, eu seria bem aceita e não teria que mudar muita coisa. Ou eu poderia ir para a Audácia, eles sempre me fascinaram, e Tori e George estão lá agora. Não Naomi, você não poderia ir para lá, você não tem o tipo físico de um membro de lá, é gorda e provavelmente não passaria pela iniciação. Tudo bem então, vamos para a Amizade.
Olhei para a terra machada de sangue, parecia convidativa até, mas algo inflamou dentro de mim. Meu corpo estava me levando a um recipiente sim, mas não era a terra, o calor me chamava, me abraçava, era como se cada vez que as chamas subissem mais alto, subissem para perguntar: “Você tem coragem menina? Pode suportar tudo? Qual seu maior medo?” Meus olhos respondiam: “Sim. Sim. Ficar sozinha.” As respostas saíram tão fácil que até eu me assustei com as respostas, eu não queria ficar sozinha, queria ter companhia para o eu fosse fazer.
Várias perguntas rodavam na minha mente, até que a frase de um livro saltou para meu campo de atenção: “Só queremos conhecer aquilo que nos incomoda.” A Audácia sempre me incomodou, instigou, me trouxe perguntas sem respostas, creio que se existe um lugar que eu possa pertencer mais do que a própria Erudição, é à ela. Virei minha mão e o sangue alimentou o fogo, as chamas lambiam minha mão ferida enquanto diziam: “Boa menina, você fez a escolha certa.” Será que realmente fiz a escolha certa?

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A ala de membros da Audácia foi a loucura, eu mal tinha saído do palco e já estava sendo abraçada e parabenizada pela escolha. Alguém mais velho me puxou e limpou a minha mão, colocando um curativo em seguida. O alvoroço na ala dos corajosos estava incontrolável, então aproveitei a deixa para procurar os meus pais. Não devia ter feito isso. Minha mãe estava chorando, arrasada, mas não foi isso que acabou comigo, foi a expressão no rosto do meu pai, traição. Eu os havia abandonado, eu parti e os deixei sozinho, abandonei a minha família, onde eu estava com a cabeça? Eu ia começar a chorar, mas um abraço familiar me reconfortou.
– Não chore super gênio mirim, estamos juntos nessa. – Era George, seu abraço era familiar demais para não me trazer conforto. – Não tenho a mínima ideia do porque você escolheu vir pra cá, sei que não vive sem mim, que sou seu amor platônico, mas, - Ele fez uma cena de como tudo aquilo era óbvio e eu não pude deixar de rir em cima das lágrimas que caiam sem permissão. – estamos juntos agora. Eu, você e a Tori, como nos velhos tempos. – Involuntariamente, levei a mão ferida até o pingente de safira que meus pais tinham me dado hoje mais cedo, meus pais queriam mostrar o quanto me amavam com aquele ato, gostaria de ter tido pra eles que eu os amava, que só não podia ficar porque não sou um membro da Erudição.
A cerimônia terminou muito rápido. Antes do que eu imaginava que pudesse ter dado por encerrada, Jack já estava novamente lá na frente.
– As escolhas de cada um foram feitas, agora vocês são partes integrantes da sociedade. A nova vida de vocês começa agora, e não se esqueçam, a facção vem antes do sangue.
Jack mal acabara seu discurso e os membros da Audácia começaram a sair correndo. Um homem alto cheio de tatuagens gritou antes de sair.
– Iniciados, agora é com vocês. – Ele deu um sorriso debochado e seguiu os companheiros.
Olhei para Tori e George e dois concordaram, seja o que for que nos esperava, estaríamos juntos. Saímos correndo atrás do aglomerado de pessoas da Audácia tentando sair ao mesmo tempo.


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