Always and Forever escrita por tsukuiyomi, Letí


Capítulo 3
Quem é você?


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Um P.O.V. do Damon para vocês! Achei que seria legal fazer, e fiz! Espero que gostem, boa leitura.



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Minha vida nunca foi muito complicada, nunca tive uma grande descoberta, uma grande decepção, uma grande dor e uma desistência, até conhecer Katherine Pierce e virar um vampiro.

Cresci ao lado de Stefan, brinquei, briguei, aprontei e amadureci com ele. Ele é meu irmão. E mesmo assim tomou um caminho diferente do meu. Temos uma eternidade pela frente, e mesmo assim não sei quando tudo vai voltar a ser como era antes, provavelmente nunca.

Ainda pior que Katherine Pierce, era Elena Gilbert.

Certo, eu gostava da garota, todos gostam da menina indefesa. Mas eu sabia que ela não era para mim, e que ela sempre voltaria para Stefan, isso era muito claro.

Conheci-a em um momento de minha vida em que não me importava mais com nada, e estava tão desesperado por ter alguém que lutei, da minha maneira, por ela. E eu nem a queria, queria apenas um objeto.

Elena Gilbert era um nada.

Assim como minha vida, sem sentido, vazia, opaca.

Provavelmente os anos passariam, ela morreria, Stefan ficaria amargurado, ou ele a transformaria, se realmente a quisesse. Esse altruísmo dele nunca foi compreendido por mim, abnegar de coisas que queria nesse mundo egoísta parecia no mínimo estúpido. Mas eu não sabia dos motivos que motivavam Stefan, ou pessoas como ele, porque ele se importava, ele sabia.

Nada importava para mim, eu não precisava daquilo, eu não precisava da compreensão.

—Olá. —uma garota loira apareceu ao meu lado no banco no Grill. —Você parece tão tristonho, talvez eu possa te ajudar.— ela se inclinou para mim.

Eu não estava no clima para isso, apesar de ser normal.

Virei o resto do whisky, e sai do bar sem respondê-la.

***

Três dias haviam se passado, e a festa de Caroline estava recebendo os últimos detalhes. Elena e Bonnie combinaram com Stefan que a festa seria aqui, claro que ninguém perguntou minha opinião. Em duas horas pessoas beberiam e vomitariam no meu quintal, transariam nos quartos da casa e quebrariam algumas decorações.

Perfeitamente aceitável.

Ótimo, agora estava dando uma de Stefan, essa avaliação da vida realmente me fez mal, hora de voltar ao bom e velho Damon de sempre. Uma ótima ideia é irritar Elena, que teve a boa intenção de homenagear sua amiga, enchendo minha cabeça com sua voz irritante enquanto reclama de tudo.

— Parece que isso aqui vai estourar, Eleninha.— disse, com a voz supostamente animada.—Vai ter que tomar cuidado para os vampiros não esfolarem os humanos. Não queremos pessoas caindo da ponte enquanto fogem de seres malignos— comentei, seguindo-a por toda a sala, na qual ela arrumava algumas fitas fluorescentes.

—Não enche, Damon!—disparou. ­—Nem todos são sanguinários como você.— ela não entendeu a piadinha.

—Eu ainda não te matei, então não sou tão sanguinário assim. — Observei, em tom frio, me aproximando de seu pescoço, ameaçando.

Ser vampira não era um dos planos de Elena, morrer também não, por isso ela saiu às pressas da sala, com uma cara indignada. Falar com Stefan, claro.

As horas passaram rápido, e em breve a casa estava lotada com adolescentes bêbados, alguns vampiros maliciosos e uma música um tanto quanto irritante. As pessoas parecem muito animadas quando não estão fazendo algo de importante.

Eu vestia um terno preto, e uma calça jeans escura, a sala estava decorada de jeito psicodélico, apesar de quase todos estarem vestidos de modo formal, era bem estranho. Aparentemente uma festa em minha casa inspirava uma vontade de chamar atenção latente.

Caroline rodopiava pelo salão, dando o máximo de si para agradecer a todos por comparecer a festa, e verificar, ansiosamente, se alguém tinha trago presente. Eu mesmo não tinha comprado nada, e ela devia saber disso, então foi voltando desanimada para a mesa central.

Foi aí, enquanto ela discursava sua gratidão com voz embargada, que um presente que ela não esperava receber apareceu bem a seu alcance.

Klaus entrou no campo de visão de Caroline, todo de terno e com expressão serena, nem parecia o psicopata que enfia estacas nos irmãos. Estava acompanhado por uma figura mal iluminada, que não pude distinguir. Ele se aproximou de uma Caroline chocada, tomou sua mão, retirando um anel do bolso. Não esperou uma reação dela para colocar o anel em seu dedo anelar. Esperto.

Irritar Klaus é a coisa mais divertida que um vampiro como eu pode fazer, por ser perigoso. A expressão furiosa dele, e sua cara de psicótico faziam qualquer morte valer à pena. Não iria resistir a uma provocação, por isso me aproximei, e disse, com bastante ironia:

—Wow, olha o que temos aqui, o híbrido está caindo de amores pela Barbie. —Pude ver que a figura atrás dele se movimentou um pouco, mas antes que Klaus falasse algo, Caroline o puxou par fora da mansão, estragando toda minha diversão.

Finalmente consegui enxergar o vulto a minha frente direito.

Uma garota ruiva observava tudo ao redor com olhos atentos, de um verde claro. O rosto delicado era obscurecido pela feição entediada, boca carnuda estava franzida em sinal de desaprovação. Um vestido preto cobria seu corpo curvilíneo. Ela era a visão infernal de um perfeito anjo. Deliciosamente tentadora. Perigosamente apaixonante.

—Olha lá, ele trouxe uma menininha. — Conferi seu físico novamente, tendo certeza que não era uma menina.

Ela me lançou um olhar frio, e aquilo me incomodou, não estava acostumado a ser ignorado pelo sexo feminino. Pegou um copo de whisky e se escorou na parede do bar. Ela bebericou a bebida forte, sem nem ao menos fazer careta

Quem é essa mulher?

Hey, garota, pode me explicar o que estão fazendo aqui?Elena se aproximou dela, com ar arrogante, estava com um vestido azul, mas, para minha surpresa, não senti nada por ela. Era praticamente impossível reparar nela, quando a figura ao seu lado a encarava com ar altivo.

—Eu, buscando compreender o amor, Klaus, tentando conhecê-lo. —A acompanhante de Klaus respondeu. Tenho que dizer que fiquei surpreso, ela parecia o tipo que gostava de magoar as pessoas, rude, egocêntrica, cruel. Sua frase não condizia com meus pensamentos, no entanto. Temos aqui alguém que se esconde atrás de uma máscara, então.

—Posso saber o que você faz aqui?— Elena repetiu um pouco irritada—Fala, garota. —Fiquei curioso para ver aquela cena, isso seria divertido.

—Educação mandou lembranças, viu?— sua voz era suave, calma, controlada. —Eu não sou daqui, vim de Nova Orleans com Klaus, cheguei tem três dias.—ela fez uma pequena pausa.—Você deve ser Elena, Rebekah comentou sobre você— algo me deu a impressão de que não era algo bom. —Talvez possamos nos dar bem. ­—falou sorrindo levemente, amigável.

Elena olhou para mim, como se esperasse algo. Então saiu dali irritada, sem responder nada, deixando a garota levemente corada. Ela desviou os olhos, e parecia decidida a sair daqui quando deu um passo a frente.

— Quem é você?

A pergunta escapou de meus lábios antes que eu pudesse controlar, isso me irritou.

—Me chamo Diana.

Ela respondeu, olhando para mim com interesse, mas saiu antes que eu pudesse responder, sumindo porta afora logo em seguida.

Tive uma última visão de suas costas nuas, e me arrependi de não ter segurado-a por mais um momento, para conseguir respostas.

Não percebi quanto tempo se passou desde que fiquei bebendo no bar, mas Stefan chegou, parecendo confuso.

—O que está acontecendo?— indagou, pedindo uma bebida.

—Klaus invadiu a festa, saiu com Caroline porta afora. Trouxe uma garota, que parece irritar muito sua namorada. —respondi, vagueando os olhos pela festa, que parecia encher cada vez mais.

—Onde está Elena?— perguntou, desconfiado.

—Eu não sei colega, a namorada é sua, não minha. — retruquei, ele saiu em disparada logo em seguida, desapontado. Stefan tinha um senso estranho de tato. Parecia sempre querer o bem das pessoas, mas quando era para botar tudo em ordem, desaparecia, sem conversa. Deve ser um grande apoiador do ditado “O tempo cura tudo” ou seja lá qual for.

Quando virei meu terceiro copo de whisky, lembrei da ruiva instantaneamente. Os olhos verdes perspicazes me faziam ter arrepios de curiosidade.

Seja lá o que ela esconda atrás daquela máscara, eu vou descobrir.


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Notas finais do capítulo

E aê? Gostaram? Odiaram? Opiniões nos comentários, por favor!

Como puderam ler, nesse capítulos vimos o que o Damon pensa da Elena, o capítulo ficou pequeno, mas foi para esclarecer as coisas e facilitar o entendimento daqui para frente. Desculpem. Vimos um pouco mais dos pensamentos do Damon, e eu tentei deixar um Damon típico também.

Para quem comentar, eu escrevo um frase fodinha, filosofando HSUAHUSHSASA, brincadeira, ou não.
Beijos.

—Colly.