About Violet Harmon escrita por finch


Capítulo 1
Nunca tão fundo, nunca tão forte


Notas iniciais do capítulo

...
e isso se chama eu não ter nada pra falar nas notas
e eu quero que vocês saibam que eu tenho noção de que o tate é psicopata, e que ele ESTUPROU a mãe da violet. este texto é baseado em pensamentos "dele", sem intuito de vitimizá-lo ou defendê-lo, mas explorar um pouco mais o ponto de vista de um personagem que tem um potencial do caralho.



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CAPÍTULO ÚNICO

por finch

...

Eu realmente amava Violet.

Não que eu não ame mais.

Ah, eu realmente não sei explicar.

Mas, sabe, eu sempre fui o cara raramente assediado por garotas e nem por isso que me tornei celibatário. Ou resolvi tentar com garotos. Não sou legal o bastante pra coisas assim. Eu nunca fui escolhido por algum bom jogador pra fazer parte do time dele, e nem por isso não assistia à jogos de futebol e adorava. Tá bom, talvez isso seja mentira. Eu detesto futebol. E jogos no geral. Mas só quis dar um exemplo sobre como o contexto não influencia a consequência de modo automático. 

Minha mãe tentou me dar o máximo de atenção possível quando criança, mesmo sendo uma mãe solteira abandonada por um canalha e tendo de cuidar de Adelaide devido às suas circunstâncias especiais.

Nem toda a dedicação com a qual minha mãe me criou me impediu de matar pessoas. De me tornar um monstro. De entrar naquela escola e matar gente inocente.

Se eu me arrependo?

Não seja idiota.

Eu salvei aquelas pessoas da verdade. Do mundo. Das experiências horríveis que eles pudessem vir a ter. Da dor presente em tudo e em todos. Eu as salvei. Mas eu morri por isso.

Eu fui morto de um jeito frio e calculista. Eu não esperava. Você pode pensar que eu esperava, até eu posso pensar que eu esperava, mas você nunca espera a morte. Você nunca sabe o que te espera até acontecer. Você não tem a mais mínima noção até que aconteça com você. Até o momento que você sinta na sua carne. Você não sabe como é sentir a vida se esvaindo. Sentir-se indo embora.

Eu fui morto porque o mundo não notou a nobreza do meu ato ao poupar todos aqueles adolescentes de sofrerem com a crueldade do mundo. Eu os poupei. Mas não fui poupado.

E sobre Violet?

Eu a conheci, e desde o momento em que a vi pela primeira vez senti como se o mundo pudesse parar. Como se cada batida do coração dela fosse mais importante do que qualquer outra coisa e qualquer outro alguém.

E essa frase foi espetacularmente ridícula, mas foi como eu me senti. Achei engraçado ela tentando se auto-mutilar daquele jeito tão amador.

Eu me apaixonei por ela. Me apaixonei por Violet Harmon. De um jeito tão trágico e intenso que alguns poderiam chamar de idiotice ou estupidez.

Comecei à frequentar a casa dela não só pra me consultar com seu pai (o que, para falar a verdade, nunca foi uma coisa da qual eu realmente gostei, apesar de achar um pouco cômico a expressão perturbada que ele deixava escapar em algumas de nossas sessões). Passei a ir lá com o pretexto de sessões terapêuticas banais, mas com a intenção de passar tardes com Violet ouvindo música e falando sobre nada. E foi assim que me apaixonei.

Foi aleatório e confuso, mas foi real. E dizer que algo é real estando morto é infinitamente irônico, mas bom. Simplesmente muito bom.

Ela me fez sentir como era viver novamente. Cada toque dela ou nela me fazia sentir renovado. Especial. Alguém.

Ela era tão frágil, tão delicada, tão isolada de tudo, que eu sabia que se ela tivesse ideia das coisas que eu já havia feito, das coisas que as vozes me obrigavam a fazer, ela nunca mais iria querer chegar perto de mim. Eu tenho impulsos doentios e sabia que Violet nunca perdoaria algo assim.

E eu sempre me importei mais com os sentimentos dela do que com os meus. E eu realmente não sei onde errei, mas ela pegou comprimidos contra a insônia e sofreu uma overdose.

Ela tinha morrido.

Nada nunca havia doído tanto. Nunca tão fundo. Nunca tão forte. 

O que amenizou minha dor foi quando lembrei que ela não tinha morrido numa casa comum, e sim na casa dos assassinatos, onde todos os moradores que morrem (o que é a tendência) permanecem na casa, como se tivessem a alma presa ali pra sempre. 

É, eles têm.

Mas então ela descobriu que um dos filhos que sua mãe esperava era meu. E a partir daí tudo desmoronou. Das cinzas para mais cinzas.

Tudo o que nós havíamos construído, o que poderia se tornar um romance mais clássico que algum filme famoso da década de 50, tudo desmoronou. Ela agiu como se a droga dos gêmeos da mãe dela fossem mais importantes que nós. Que o que nós havíamos construído. Violet acabou com tudo. Eu acabei com tudo.

Eu era melhor que eles em inúmeros e indescritíveis sentidos, e definitivamente um ser humano de mais qualidade. E como eu não podia morrer, resolvi me isolar.

Isolar nunca soou uma palavra mais bonita à mim.

 


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Notas finais do capítulo

mandem um review sobre o que gostaram e o que acham que pode ser melhorado, ou só mandem um oi, avisem que leram, ou um gostei ou um odiei, eu só preciso de opiniões, não importando se são só de uma ou duas palavras, se são elogios ou críticas.
até uma próxima vez



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