Backstage!

– Essa coisa tá ligada?

– Eu não sei... A luz vermelha tá piscando.

– Então ‘tá ligada... Cadê o manual?

– Eu sei lá! Você roubou a câmera de dentro do estúdio, imbecil!

– Mas quem me ajudou a fazer isso, hein Kiba?!

– O que vocês estão fazendo?

– Ahh! – o adolescente loiro gritou, apontando a câmera para a pessoa que lhe tocou o ombro, e logo focalizou o homem loiro de olhos azuis. – Tou-san! O que está fazendo aqui?

– Eu é que pergunto. – falou desconfiado. – Onde conseguiu essa câmera?!

– Câmera? Que câmera? – falou escondendo o objeto em suas costas.

– Naruto, você acabou de apontá-la para mim. – o loiro mais velho falou, buscando algo em seus bolsos, tirando de lá um pano branco, do qual usou para limpar a maquiagem de seu rosto. – Desfazer a maquiagem do edo-tensei é um saco. – resmungou, terminando de limpar o rosto e trazer o tom naturalmente bronzeado para o seu rosto. - Como eu dizia, onde conseguiu a câmera?

O rapaz de olhos azuis remexeu os lábios de um lado para o outro.

– É do Kiba, oras! – acusou.

– Que mentira! – o rapaz de cabelos castanhos retrucou. – Naruto pegou a câmera dentro do estúdio, Minato-san.

– Kiba, seu X-9! – o loiro acusou apontando para o colega de trabalho. – Mas a ideia não foi só minha. Quem distraiu o diretor para que pudesse pegar, hein?

– Só te ajudei por que sei que não fizesse você iria correr e contar para Sakura sobre aquele lance. – deu de ombros. – Você é um chantagista!

– A culpa não é minha se a Tenten é um fofoqueira e correu pra me dizer que vocês haviam “ficado” no dia da comemoração de dois anos da série! Aliás, quem devia me contar isso era você, pensei que fosse meu brother!

– Eu faria se a loira aqui não fosse uma fofoqueira de janela! – ofendeu-o.

– Tá, isso não importa! – o pai de Naruto falou, chamando a atenção dos dois rapazes para si. – Naruto, para que pegou a câmera do estúdio? Pelo que eu saiba eles vão usar nas filmagens amanhã.

– Mas... Tem várias câmeras pra eles usarem, datteba... Epa! Sai de mim, coisa ruim. – passou a mão livre no braço como se estivesse afastando um bicho de si. Irritava-o perceber que estava pegando os trejeitos do seu personagem.

– Sei como é, tem vez que nem eu percebo, mas já estou pulando encima de tudo que é cachorro como se fosse o Akamaru! – Kiba lamentou balançando a cabeça.

– Ah! Ainda bem que falou sobre isso, senhor Inuzuka. – uma voz abafada soou no ambiente, fazendo ambos os homens olharem para trás vendo dois homens fantasiados de cachorro, ou melhor, um com a metade frontal e o outro com a parte traseira. – Se você puder maneirar nos seus pulos heroicos eu agradeço, está acabando com a nossa coluna! – o figurante falou.

Kiba coçou a cabeça, envergonhado pela advertência. Murmurando um ‘Foi mal’.

– Mas e então Naruto, não vai me dizer o porquê da câmera? – questionou o homem mais velho, puxando a capa branca com labaredas para fora de seu corpo.

– Ah, tou-san, eu quero fazer um Making Off! – confessou.

– Making... O que? – questionou o loiro de olhos azuis com o cenho franzido.

– Making Off! – o loiro repetiu. – O senhor nunca viu que quando a gente compra alguns DVDs, vem com ás cenas dos bastidores, mostrando como ocorre a coisa toda e os erros de gravação.

– E pra que você que vai fazer isso? – questionou o mais velho cruzando os braços.

– A série de Dragon Ball teve! – alegou dando de ombros.

Minato estapeou a testa. Naruto e essa mania de competição com as outras séries.

– Está bem, se quer tanto fazer isso, vá em frente! – o pai virou-se e passou a caminhar para perto dos outros atores que tomavam café e conversavam.

– Viu! Eu sabia que ele ia deixar. – o loiro sorriu para o Inuzuka.

– E o que está esperando? Ao ataque!

– Yosh! – assentiu, virando a câmera para seu próprio rosto. – E aqui vamos nós para os bastidores de Naruto Shippuden!

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– Você não está segurando direito. – bronqueou.

– Estou sim, agora fique quieto! Vai estragar a gravação com sua voz de fundo. – rebateu. – Oh, Oh! Ali, Karin está falando com a Okaa-san!

– Você não devia dizer: onee-san? – o Inuzuka questionou.

– Tsk, eu não preciso chamar ela assim toda hora, dã! – revirou os olhos azuis. – Vem, vamos começar por elas. – chamou com a mão caminhando até as duas ruivas.

– O que está fazendo aqui com esse troço, Naruto? – Kushina apontou para a lente da câmera que a filmava.

– Oh, Otou-san falou que ele faria um pôs-gravação com o elenco, Okaa-san. – a ruiva mais nova falou.

– É claro que o tou-san te falou. O que ele não te conta, ele é um fofoqueiro. – o Uzumaki resmungou para a irmã mais velha, está lhe deu a língua.

– Sabemos a quem você puxou então! – Kiba falou rindo, arrancando risos das duas fêmeas ruivas, e um olhar zangado do Uzumaki.

– E então me digam o que estão achando dos últimos capítulos? – o loiro falou ajustando a câmera para que focalizasse a irmã mais velha e a mãe.

– Tirando o fato de que eu tive uma tremenda dor nas costas por que aquela anta do Zetsu não sabe o que quer dizer contracenar e me acertou de verdade... Tudo ótimo. – retorquiu Karin, massageando a coluna dolorida. – E que tenha de usar esses óculos que me deixam com cara nerd...

– Para mim fica com cara de menina de Hentai escolar. – Kiba falou enquanto erguia as sobrancelhas de maneira sugestiva, recebendo uma cotovelada no estomago em resposta. – Itte! O que eu fiz?!

– Está falando da minha irmã, seu babaca! – estreitou os olhos de maneira perigosa. – E você Okaa-san, o que está achando?

– Eu nem na série estou aparecendo. – a ruiva deu de ombros. – Mas sinto que o tal Kishimoto pode trazer a Kushina de volta... Afinal, mulheres estão no poder!

– Acho que até mesmo você está se deixando levar pelo personagem, Kushina-san! – o Inuzuka falou, massageando a barriga dolorida pela pancada que recebeu.

Naruto não sabia brincar.

– Mas é verdade! – Karin defendeu a tese da matriarca. - Onde acha que o bebê-Naruto estaria se Kushina não tivesse levado-o para perto do ataque da Kyuubi?

– Vivo e com uma mãe? Bem provável... – resmungou um rapaz de cabelos laranja que passava perto deles enquanto bebia uma Coca-cola.

– Cale a boca Kurama! Ninguém te perguntou nada! – rebateu Karin erguendo-se e afrontando o rapaz que passou por lá, este apenas virou-se e lhe sorriu de forma provocativa e lhe dando uma piscadela.

A ruiva corou. Então o Uzumaki e Kiba se entreolharam, talvez os rumores que saíram nas revistas sobre Karin estar envolvida em um suposto affair com o representante da Kyuubi fossem reais no fim das contas.

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– Por favor! – o loiro implorou seguindo o homem de longos cabelos até o camarim.

– Não! – retorquiu com a voz grave e levemente irritada.

– Por favor!

– Não!

– Por favooooor! – se Naruto não estivesse com as mãos ocupadas, teria juntado-as e implorado de joelhos. – Para de ser chato, Madara! O que custa dar uma entrevista para os seus fãs?

– Eu sou o vilão, loirice. Caso não tenha reparado não tenho fãs, vilões são odiados, caso não saiba. E para sua informação, tem um bando de meninas loucas, paradas na frente da minha casa berrando por que eu “matei” – fez aspas com os dedos. – o protagonista e o seu namoradinho, isso enche o saco sabia?

– Mas a culpa não é minha, devia falar com o chefe sobre fazer você o maior hack de todos. – o loiro falou. – Funcionou com todo mundo, e todos viram o Snape¹ no fim! Agora... Dê um sorrisinho para mim. – pediu.

– Ah, mas que saco! – esturrou, virando-se para o loiro. – Naruto, eu tenho trabalhado mais que o elenco, e isso incluem até os sub dos sub-figurantes, nos últimos dias de gravação. Ser o vilão apelão está cansando a minha beleza, olha o tamanho das minhas olheiras! – apontou para a própria face. - Estou cansado, quero tirar essa roupa e ir pra casa dormir, dá pra ser ou tá difícil?

– Tá difícil. – falou sorridente apontando a câmera para o homem. – Só diz: Oi pra câmera! Plis!

– Oi pra câmera! – e bateu a porta nas fuças do loiro.

– Estressado... – cantarolou de forma desmunhecada.

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– Agora eu vou dar a vocês uma visão i-né-di-ta! – falou com a câmera focada em seus olhos azuis enquanto caminhavam dentro do estúdio de gravação. – O que vocês acham que os Akatsuki fazem quando estão nas horas vagas?! Eles treinam? Não. Eles estudam o texto? Não. Eles estão focados em algo que seja relacionado ao trabalho? Háhá! No.

Assim o Uzumaki abriu uma porta revelando todos os integrantes em uma batalha...

De dança.

Timber do Ke$ha e do Pitbull tocava alto, enquanto Sasori, Kisame e Kakuzu tentavam imitar os passos de dança reproduzidos pela boneca no jogo.

– Esse jogo tá bugado, só pode! – Sasori foi o primeiro a acusar. – Como Kakuzu consegue vencer todas? Isso é injusto! Ele está mais desengonçado do que todo mundo junto. – reclamou, saindo do campo de visão do jogo Just Dance.

– Você é que não sabe perder, senhor ‘Fiz aulas de balé a vida toda, e vencerei vocês com uma mão nas costas’. – Kisame retorquiu, bebendo um pouco d’água direto da garrafa, enquanto secava a testa suada com um pano.

– Sua garrafa está suando, sabia? – questionou Konan, sentada em sua cadeira mexendo no celular que não parava de apitar com mensagens no Whatsapp, os cabelos curtos e pretos estavam bagunçados, sinal de que ela havia ficado cansada de usar a peruca de cor azul e assim que tirou, bagunçou os fios escuros.

– E daí? – questionou o homem incrivelmente alto.

– E daí que a tinta do seu corpo está saindo, homem-peixe! – a mulher constatou olhando-o de cima a abaixo. – Não é uma visão muito agradável, acabou com a maquiagem de horas! Não quero nem ver quando a equipe vir isto.

– Eu não vou gravar por tempo, aliás, gravar esses fillers é um saco. Será que a produção não entendeu que ninguém gosta? Eu devia estar tirando umas férias longas, eu já morri sabia?- questionou, jogando a toalha para a garota de cabelos castanhos.

– Todos morremos, un! – retorquiu Deidara que estava com o notebook sobre as pernas. – Mas ainda assim ainda temos que vir, nunca se sabe quando vão precisar, e fora que ficar de Miami pra cá é um saco... – pegou o longo rabo de cavalo e jogou sobre os ombros. – Mas o clima do Japão está acabando com meu cabelo! Olha só! Todo ressecado. – lamentou com um bico.

– Eu não disse que eles eram estranhos? – Naruto falou apontando a câmera para o seu rosto dessa vez, e logo voltando a filmar o interior da sala.

– Você fala como se o seu cabelo fosse grande coisa! E a minha pele perfeita... – lamentou Hidan, entrando no cômodo. – Já é minha vez? Eu quero Applause!

O Uzumaki gravava tudo em silêncio os ocupantes nem pareceram perceber que ele estava ali.

– Bando de bichas... – a voz grave soou, assustando o loiro de leve, que até mesmo saltou com a surpresa. Virando-se para trás ele encontrou os olhos vermelhos e pequenos e uma carranca mal humorada.

– Você já não devia ter tirado essas lentes? – perguntou, virando a câmera para o mais alto. - Vai pegar uma alergia, Itachi-san.

– Devia, mas ainda não acabei as gravações... Dá licença, preciso me trocar está calor! – comentou desviando do Uzumaki e entrando no cômodo.

– Você chegou! Vai vir jogar com a gente também? – questionou Sasori.

– Por obvio que não vou jogar algo tão estúpido. – rebateu Itachi, tirando o longo sobretudo e jogando para sobre Konan,que lhe lançou um olhar significativo de raiva.

Ela havia virado cabide e não percebeu?

– Naruto está gravando vocês, caso não tenha reparado. – comentou o de longos cabelos, apontando com o polegar por cima dos ombros.

Todos os pescoços ricochetearam.

Itachi era um trairá!

– Oh! Um filme novo? Eu gostaria de dizer que eu sou a estrela! – o loiro de longos cabelos falou, saltando e indo para frente do adolescente. – Você quer fazer uma entrevista comigo, não é Naruto-kun?

– Ah...

– Claro que não. Está claro que a estrela disso sou eu! Lembre-se como eu morri de forma digna e bonita! – falou Sasori empurrando Deidara, que o revidou com um tapa e assim começaram um briga infantil.

O loiro olhou em volta e viu quando Kisame o chamou com um aceno com o dedo indicador e dedo médio. Ele caminhou até o homem forte e alto com passos cautelosos.

– O que está fazendo Naruto? – questionou o homem.

– Um Making Off da série, quero que as pessoas vejam além dos personagens.

– É, mostrar os paspalhos dançando é mostrar mesmo além dos personagens. – Konan riu, ouvindo um novo bip das mensagens de texto e passou a digitar rapidamente.

– Falando em paspalhos... – Itachi falou chamando a atenção para si, enquanto terminava desvestir-se. - Sasuke e vocês brigaram de novo?

– Brigamos? Não. Por quê? - questionou o loiro com o cenho franzido.

– Ele estava vindo comigo para cá. – comentou. – Íamos a uma coletiva hoje, aliás, vamos, assim que sairmos daqui... Mas quando ele te viu saiu andando na direção oposta.

– Ah, é? – questionou. – Estranho. Bem de qualquer forma eu já estava mesmo procurando ele. Você sabe pra onde ele foi?

– Ele estava indo para o camarim. – o de longos fios escuros refutou.

– Certo, vou atrás dele. – o de olhos azuis exclamou, virando-se e saindo do lugar.

Itachi terminava de tirar a camiseta quando sentiu a mão de Kakuzu posar em seu ombro, fazendo-o fitá-lo. O homem lhe abriu um sorriso misterioso, que o fez erguer a sobrancelha como se dissesse: O quê?

– Você me deve. – Kakuzu estendeu a mão a Itachi, o moreno de cabelos longos fitou a palma da mão com descaso.

– E pelo que? Se é que posso saber – indagou em um tom ofendido.

– Eu disse que seu irmãozinho iria ficar agindo como uma puta neurótica por causa daquilo. – deu de ombros. - Seja homem de palavra e pague a aposta.

– Ainda não está comprovado que ele esteja bravinho. E olha lá como se refere ao Sasuke. – acrescentou, não gostando como o colega referiu-se ao seu irmão mais novo.

– Até vinte da noite você vai estar me pagando cinquenta paus, Uchiha, você verá só.

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O Uzumaki depositou a câmera encima da mesa ao lado da porta antes de empurra-la com cautela, encontrando o rapaz de tez pálida em frente ao espelho retirando as lentes de contato vermelhas que usava para o personagem.

– Eu ‘tava procurando você! – o de olhos azuis saldou, e o moreno só fitou-o pelo reflexo do espelho. – Quase não te vi nas gravações dessa semana, o que está acontecendo, Teme?! – riu do apelido que soltara.

– Hm. – o outro retorquiu, mal humorado.

– Ah, não... De novo você vai começar com esses seus ‘hn’ – o mais novo falou, batendo a mão nas extremidades dos quadris. – Essa mania do Sasuke tá começando a pegar em você, e está sendo mais irritante do que o normal!

– Eu não me lembro de pedir pra você vir falar comigo. – retorquiu o outro. – Pode voltar e falar com a Sakura, aliás, Kiba é muito cara de pau, ele nem devia estar falando com você depois do que fez.

– Do que está falando, babaca? – questionou o loiro franzindo o cenho.

– Você sabe muito bem do que eu estou falando! – retorquiu o mais alto, lhe apontando o dedo rente a face. – Você é aquela... Aquela... – crispou os punhos enquanto falava entre dentes.

O de olhos azuis franziu o cenho.

– Tá falando do que? – questionou, ainda com um vinco entre as sobrancelhas.

– Daquele beijo!¹ – o moreno esbravejou.

O de fios claros piscou algumas vezes, fitando as feições no rosto pálido com estranhamento.

– Desculpe? Que beijo?

– Aquele que você – apontou-o. – deu naquela vadia de cabelo rosa!

O de olhos azuis deu um passo para trás, assustando levemente com o comportamento do rapaz de olhos escuros, e sem conter-se, prendeu um riso que queria escapar ao ver o outro tão irritado, sem motivos (aparentemente).

– Oi? – seus lábios se remexeram com aquela vontade arrebatadora que teve de cair na gargalhada perante o rapaz, que agora o fitava com os lábios finos posicionados em uma linha reta e uma expressão rígida.

– Você me ouviu, Naruto! – o outro retorquiu. – Eu estava no estúdio na hora daquela cena patética! A Sakura praticamente enfiou a língua na sua garganta! E não faça essa cara de desentendido. Eu vi! – esbravejou, caminhando passos pesados para mais próximo do Uzumaki.

– ‘Perai, ‘Perai, Sasuke... – o loiro colocou os braços frente ao corpo, impedindo que o colega se aproximasse ainda mais de si. – Eu não tô entendo o porquê de você ‘tá tão bravo assim. Não vai me dizer que você, agora, depois de tantos e tantos anos da série decidiu que vai criar uma queda pela Sakura-chan, né?

– Não diga asneiras.

– Então o que? – deu de ombros. – Não vejo problema em fazer uma cena como aquela. E, aliás, se chama RCP², não foi um beijo.

– Não é isso que estou falando por ai. – o moreno rebateu, virando-se para o lado oposto. – Um bando de fãs de NaruSaku estão por ai batendo o pé dizendo que foi um beijo.

– E você parece que ‘tá do lado delas, né? – perguntou com uma sobrancelha arqueada. - Ou está tomando as dores das NaruHina's... Não, espere! Das SasuNarus?! - questionou com feições falsamente surpresas antes de rir.

– Não seja idiota. – rebateu.

– Quem estava rodando a baiana porque eu beijei a Sakura-chan é você, bastardo, não eu! - apontou.

– Você acabou de dizer que foi um RCP! – esbravejou.

– ‘Tá vendo. – o de olhos azuis apontou, rindo. – Que foi, hein? Tá com ciúmes, é? Olha que a baitolice do seu personagem vai pegar em você, Sasuke-teme-bastado, tome cuidado!

O moreno apertou os olhos de maneira perigosa para o rapaz pouco menor que si.

– E você não pode nos impedir, se o chefe manda a gente faz. Se tiver de haver outros beijos entre mim e a Sakura, vai acontecer. – retorquiu erguendo a abaixando os ombros.

– Aquilo não foi um beijo. – resmungou para si mesmo antes virar-se para o loiro com um brilho de determinação nos orbes escuros. – Eu vou te mostrar a diferença entre um RCP e um beijo de verdade.

– O que quer dizer com...

Antes que o de olhos azuis continuasse a falar o rapaz moreno lhe empurrou contra o móvel que havia em seu camarim, ato que fez o mais novo resmungar de dor e virar-se para cima para intimar Sasuke sobre a atitude, mas não teve tempo.

Foi tudo muito rápido.

Quando se deu conta à boca do rapaz moreno estava na sua, junta, colada, prensada sobre a sua, entendam como quiser. Não passava de um toque de lábios abertos, era estranho. Extremamente estranho! Como o erro de gravação que houve nos primeiros dias de filmagem onde um figurante esbarrou o braço em si, o fazendo tombar sobre o jovem adolescente, na época com treze anos, e seus lábios se tocaram.

Foi um acidente. Mas a produção resolveu que iria deixar a cena, uma péssima ideia por sinal. Porque aquele gesto simples de um erro de gravação atraiu milhares de fãs loucas que passaram a considerá-los um casal, e o gesto foi repetido mais duas vezes. Duas!

Naruto conseguiu respirar novamente quando a boca de Sasuke se afastou de si, estava pronto para questionar aquela atitude impensada quando o moreno falou por cima de si, interrompendo qualquer chance de fala.

– Isso, Uzumaki, foi um RCP. – explicou, exibindo um sorriso de canto de boca enquanto sua mão acariciava o braço do menor, subindo até a nuca a qual segurou com força antes puxa-la de encontro a si, trazendo o rosto de Naruto para perto do seu. – E isso é um beijo.

Disse antes de voltar a atacar os lábios do loiro, dessa vez beijando-o de verdade, com vontade, com desejo... Chupou os seus lábios com um pouco de força, fazendo-o gemer desconfortável e surpreso. Sasuke colocou uma mão na base da sua coluna, apertando o corpo do rapaz contra o seu, enquanto que a outra acariciava sua nuca.

Naruto levou uma de suas mãos para tocar a barriga do de cabelos pretos, em seguida subiu mais, passando pelo peitoral até chegar ao pescoço alvo.

O rapaz loiro sentiu uma pegada firme nos ralos pelos da nuca, o que o fez gemer desconfortável, e Sasuke aproveitou que ele havia aberto os lábios para adentrar a língua naquela boca gostosa.

Ficaram, no mínimo, cinco minutos naquele gesto intimo que remexeu o mundo dos dois adolescentes, mas infelizmente tudo tem um fim, e claro que eles precisavam respirar. Sasuke foi quem quebrou o beijo com uma mordida forte no lábio inferior do de olhos azuis, ao qual beijou em seguida como um pedido de desculpas.

Encaram-se entre as pálpebras caídas e o olhar quente, as faces coradas de vergonha e excitação, os lábios entreabertos e ofegantes.

Naruto soltou uma risada breve.

– Bem que os caras dizem que você não gostava de meninas. – riu.

– Cala a boca. – esturrou o mais alto. – Estou apenas tentando te explicar algo, imbecil.

– Claro, Teme, claro. – assentia em meio ao deboche. – Vou ali explicar para a Temari-san sobre isso também... – comentou, começando a afastar-se, mas, como esperado o outro o puxou pelo braço.

– Não vai a lugar nenhum, Dobe! – rebateu. – A sua boca não encosta em outra que não for a minha! – Naruto sorriu provocativo. – Do Sasuke! A do Sasuke!

– Certo, certo, Bastardo, continue a se auto-convencer. – deu tapas de compreensão no ombro do rapaz mais alto. – Mas saiba que você não pode ir contra as leis do universo, não fique esperançoso que o chefão vá fazer o protagonista dar a bunda para o irmão dele, ok?

– Eles não são irmãos, idiota. – rebateu, afastando uma franja loira da testa do rapaz loiro.

– Você não leu o roteiro sobre as vidas passadas ainda?

– Oh, é... E você, nunca ouviu falar em incesto?

– Claro que já, o que mais tem na internet são fanarts sua com Itachi-san! – o outro respondeu com alegria. - Ino-san e Tenten quem me mostraram, você precisa ver Sasuke, tenho certeza que ia... Aí!

– Não seja nojento. – bronqueou-lhe, com um tapa na testa.

– Não menospreze seus fãs, eles pagam seu salário. – Naruto riu.

– Hn... – respondeu, deixando os dedos escorregarem até a gola da camiseta que o rapaz menor usava, afastando a peça e aproximando-se do pescoço do mais novo com a boca.

– HEY! O que está fazendo, Sasuke! – bronqueou ao sentir uma mordida na curva do pescoço e logo depois um chupão particularmente forte que o fez sentir um ardor na virilha.

– Pronto. – o de olhos escuros murmurou, afastando-se do outro, fitando a pele com uma mancha bastante visível, sorriu satisfeito.

– O que? – questionou Naruto, apalpando sua pele. – O que você...? O que você pensa que tá fazendo me mordendo desse jeito?

– Marcando. – respondeu-o. – E agora irei falar com a chefia.

– Sobre?

– Reescrever o final. – retorquiu.

– Sasuke, Sasuke... Tá certo que o chefe te ama e te idolatra e tal, mas ele não vai mudar o final só porque você quer. Desce do salto, colega! – respondeu o rapaz de olhos azuis.

– Não se preocupe, Dobe. – consolou, alisando os fios claros. – Eu tenho meus meios, e nem que para isso eu preciso criar uma... Revolução³. – terminou, lhe dando um selar de lábios rápido, o que se prolongou quando o rapaz de olhos azuis o segurou pela nuca.

Um bipi passou a soar no ambiente, mas não alto o suficiente para acordar os dois enamorados do momento.

– A bateria tá ficando fraca. – Lee falou.

– Não importa. Você conseguiu gravar tudo? – Kiba questionou.

– Até o último take! – fez sinal de paz.

– Ótimo! – o rapaz de cabelos castanhos tomou a câmera da mão do outro. – Tenho certeza que muitas pessoas irão pagar milhões por esse vídeo!