Dreaming of Dragon escrita por Diwa, Mrs Chappy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Titia: Heeeey pessoas lindas! ♥ Rukia nee: Minnaa!! -correndo abraçando os leitores- Que saudades vossas! Finalmente nos encontramos numa oneshot Hitsukarin novamente, mas aviso já a ideia foi da Tia-san, sem ela não havia estória nenhuma, eheh.Titia: Foi a Kia que escreveu a maior parte, e ela que teve as melhores ideias! :P Fiquei muito feliz em poder escrever com ela :3Rukia nee: Eu também fiquei feliz em escrever com a Tia-san *--* Mas não sejas modesta, muitas coisas incríveis vieram da tua mente brilhante, qualquer um que conheça as tuas fics sabe que o que eu digo é verdade :3Titia: Obrigada, Kia-nee! Mas sem você essa one não seria boa! Hehe~ Enfim, espero que gostem do nosso trabalho~~Rukia nee: Trabalho de equipa dá nisso ;) E desejamos uma boa leitura pessoal ;)



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Kurosaki Karin regressava a casa depois de um dia cansativo de aulas. Chutava a bola de futebol, sua fiel companheira, com o pé direito enquanto afundava-se em suas lembranças. Foi através da sua amiga que ela conheceu o jovem albino rabugento.Na época, ela estava frustrada com o inesperado desaparecimento de seu irmão, e descarregou na bola que acabou por escapar entre o relvado indo em direção aos pés do rapaz que a morena julgou ser do ensino fundamental. Ele a alertara, para ter mais cuidado e devolveu sua bola, desaparecendo em seguida tão misteriosamente quanto apareceu. Mais tarde, quando Toushirou a salvou do hollow e protegeu seus amigos, ela descobriu que ele era um shinigami tal como Ichi-nii. Ela o encontrou mais uma outra vez, quando ele viera visitar sua avó, Haru. Depois nunca mais revebera notícias.

Regularmente ia ao local onde se conhecerem na esperança de o encontrar teclando seu pequeno telemóvel ou olhando o céu. Mas a única forma que ela encontrava para o reencontrar era através de seus sonhos.

– Droga Toushirou! Quando pensas visitar-me?

A morena ia descontar a sua fúria na bola novamente porém um rugido ecoou por seus ouvidos e seu corpo se enrijeceu. Ela conhecia aquela presença maligna… Com certeza um dos muitos monstros que atormentava sua vida. Mas acompanhado de um urro veio um grito agoniante, parecia de uma mulher. Sem pensar duas vezes, a Kurosaki dirigiu-se ao local onde persentia o poder espiritual e não surpreendeu-se ao deparar-se com um hollow prestes a devorar a alma inofensiva. Porém este tinha algo diferente, não era apenas sua aparência repugnante que estava mais intimidante, havia algo mais… Aquele parecia mais humano? Não perdeu muito tempo a pensar nos detalhes, grudou seu pé na bola, resultando um poderoso chute, pelo menos para as suas forças humanas limitadas.

Não causou nem um arranhão.

Não que ela esperasse machucá-lo, ela só pretendia que ele largasse a mulher inofensiva e nisso obteve êxito.

– Tens uma alma saborosa, criança.

Karin reprimiu o asco que sentiu naquele momento pelo ser desprezível. Suas íris negras pareciam que a levariam para uma outra dimensão. Ela salvou a alma porém agora não tinha como salvar-se a si mesma.

– Estou com graves problemas.



Uma borboleta infernal atravessou os céus infinitamente azuis de Karakura, enquanto um portal abria-se e revelava um jovem capitão. Fora convocado pelo Capitão-comandante de eliminar todos os hollows fugitivos de Hueco Mundo. Numa situação normal não era necessário um superior do Gotei 13 dirigir-se ao Mundo Real por uns hollows, Kurosaki Ichigo poderia encarregar-se da situação. Mas o número de almas condenadas tem aumentado consideravelmente para um substituto de shinigami se encarregar do problema por conta própria.

– E tratando-se de Kurosaki Ichigo mais depressa destruía a cidade do que os hollows.

Hitsugaya Toushirou, capitão do décimo esquadrão, iria dirigir-se ao Urahara Shop’s para pegar um gigai porém uma luta entre reaitsus prendeu sua atenção. Obviamente ele identificou uma delas como Vasto Lorde, mas a segunda não reconheceu de prontidão. Mas era-lhe familiar...

O capitão pulou em cima do telhado mais próximo e começou a correr usando seu shunpo na direção em que as reiatsus estavam. Ele franziu a testa. O segundo poder espiritual lembrava muito o de Kurosaki Ichigo... Enquanto tentava se lembrar a quem ele podia pertencer, acabou por tropeçar e cair. Murmurou alguma coisa antes de se levantar e voltar a correr. Não tinha tempo a perder e, de qualquer maneira, descobriria quando chegasse. Pensando assim, ele acelerou o passo, conseguindo alcançar seu objetivo em instantes. A rua em que estava era perto do campo onde... ele jogava futebol com a irmã do Ichigo! Finalmente lembrou-se.

Toushirou arregalou levemente os olhos quando a viu. De todas as formas que imaginou reencontrá-la, nenhuma chegava perto do que realmente estava acontecendo. Karin estava caída no chão, onde uma poça do liquido vermelho carmesim se formava ao seu redor, e sua pele estava mais pálida do que o normal. O Vasto Lorde soltou uma gargalhada estridente, se aproximando do corpo caído enquanto erguia sua lâmina, pronto para dar o golpe final e matá-la.

Maldição!

Sem pensar duas vezes, Toushirou usou o shunpo, reaparecendo entre os dois no exato momento em que o hollow descia sua lâmina.

Ele recebeu o golpe por ela.

O corte se abriu por toda a extensão de seu peito. Suas pernas cederam e ele caiu no concreto. A visão havia ficado um pouco turva, mas não o suficiente para deixar de notar a surpresa do hollow, e em seguia seu sorriso.

– Um shinigami. Meu almoço acabou de ficar melhor.

Levou a mão ao cabo da zanpakutou e a desembainhou enquanto tentava se erguer do chão. Toushirou ofegava e arquejava, lutando para respirar. Seu sangue escorria, manchando todo seu kimono e o haori de capitão. Mas ele nunca cairia em uma batalha como essa. Iria protegê-la a qualquer custo! À sua frente, o Vasto Lorde riu com escárnio.

– Vai mesmo lutar assim? - Provocou.

Toushirou investiu contra o hollow, mas sua zanpakutou cortou o ar. As gargalhadas aumentaram, porém isso já não o irritava. Havia perdido a conta de quantas vezes fora subestimado por seus adversário somente por aparentar ser mais novo. Sempre fora desprezado por seu tamanho e pela cor do seu cabelo… Sempre fora subestimado, por isso treinou para se tornar mais forte, para desenvolver seu poder. Para aprenderem a respeitá-lo.

Tentou mais uma vez acertá-lo, mas o Vasto Lorde continuava desviando sem nenhuma dificuldade. Pelo estado em que Toushirou se encontrava, não conseguiria ganhar aquela luta se dependesse somente de força. Precisava de alguma estratégia, e rápido! O hollow o atacou e por muito pouco ele não ganha mais um ferimento. O som das risadas ecoavam.

A lâmina do hollow se ergueu novamente, e Toushirou recuou. Usou shunpo para desaparecer da visão do inimigo, o que não pareceu o alegrar.

– Vai se esconder agora, shinigami? - O hollow parou de rir, começando a se irritar. Não queria ter de procurá-lo! Aquele shinigami estava quase morto, por que resistia tanto?

Começou a caminhar pela rua a contragosto, em busca de sua presa. Como odiava correr atrás de covardes. Mataria aquele shinigami assim que o encontrasse! Nesse momento percebeu que a garota também havia sumido. Então aquele covarde fugiu? Desgraçado! O Vasto Lorde mal conseguia conter sua raiva. Ele iria encontrá-lo de uma maneira ou de outra! Nem que precise destruir a cidade toda para isso!

O hollow abriu a boca e uma bola de energia espiritual começou a se formar. O Cero reluzia em vermelho, pronto para causar destruição por onde passasse. Ele ia dispará-lo, mas então escutou uma voz, nada mais alto que um sussurro.

– Bakudou n° 61, Rikujou Kourou.

Sentiu como se algo atravessasse seu corpo, mas não teve dor. Fez um grande esforço para se mover na direção em que a voz viera, mas seus músculos não obedeciam. Conseguiu olhar para baixo, e se viu preso por seis feixes de luz. O shinigami conseguiu o prender em um kidou?

– Hadou n° 73, Souren Soukatsui.

A voz de Toushirou foi ouvida novamente, e uma bola de energia azul saiu das palmas de suas mãos e foi em direção ao hollow, acertando diretamente em sua máscara. O Vasto Lorde grunhiu, atordoado, e o shinigami não desperdiçou a chance de atacá-lo. Saltou no ar, erguendo sua zanpakutou enquanto caía sobre o inimigo.

– Ascenda aos céus congelados, Hyourinmaru!

Ativou sua shikai enquanto descia a lâmina, acertando o hollow. Uma névoa se formou ao seu redor por causa do frio repentino. Os únicos barulhos eram o gelo se estilhaçando e a respiração pesada de Toushirou. Não conseguia enxergar nada direito, mas quando a névoa começou a se dissipar, viu o sorriso. O Vasto Lorde parou sua zanpakutou com apenas uma mão!

– Ahah! Nunca vai me derrotar dessa maneira!

A alma condenada agarrou fortemente o punho de Toushirou, pronto para dizimá-lo. Porém o mostro é surpreendido quando em vez de saltar sangue, surge um bloco de gelo enorme com a forma do capitão e da sua zanpakutou. Sentiu uma corrente de ar mover-se nas suas costas mas não teve tempo de reagir. Só percebeu a sua situação quando baixou o olhar e viu uma lâmina pontiaguda perfurar e atravessar seu peito, dividindo seu corpo ao meio, e esvair-se em cinzas.

– Nunca substimes o poder de um capitão do Gotei 13.

A dor agoniante obrigou Toushirou a encurvar-se, gemendo de dor. Suas pálpebras piscavam, tentadas a fecharem-se completamente. Contudo lembrou-se de Karin, que os seus ferimentos eram profundos e que se não recebesse tratamento poderiam sugar até a sua vida.

Pesarosamente, ergueu-se e foi arrastando o seu corpo até o lugar onde escondera a Kurosaki do hollow. Sentiu um aperto no peito ao constatar que mais sangue derramara-se pelo piso sujo, ele tentou estancar o ferimento dela pelo menos até destruir o monstro.

Ele mediu a temperatura de Karin e os seus receios estavam corretos. Gelada, pálida. Se continuasse ali iria morrer com toda a certeza. Ignorando a sua própria dor, o capitão agachou-se e pegou o corpo ensanguentado correndo em direção da residência Kurosaki. Pelo que se lembrava o pai de Karin era médico, saberia como curar aqueles ferimentos.

As casas passavam por ele como um borrão, estava incrédulo como ainda conseguia usar o shunpo naquela velocidade depois da reiatsu que gastara e dos machucados que estavam distribuídos por todo o seu corpo. Só parou quando por fim estava em frente da porta da casa da família Kurosaki, porém não fora capaz de dar sequer mais um passo. Seu corpo caía lentamente enquanto via a porta abrir e ver Ichigo sair e gritar por seu nome, num baque surdo, perdeu a consciência.



Seu corpo levitava, como se estivesse a dançar num profundo oceano. Seus músculos relaxavam contra a corrente fresca, deliciava-se com os sons suaves que invadiam seus ouvidos. Abriu lentamente os olhos ónix deparando-se com uma dimensão arrepiantemente negrume.

Todas as sensações iniciais foram substituídas pelo pânico e repulsa. Um lugar nauseabundo, que sequestrara toda a luminiosidade solar. Cerrava os olhos tentando recuperar o desafogo de antes porém era um balbucio supérfluo. Seu torso estava sobrecarregado, dolorido… Seu corpo latejava numa folia tortuosa, sua mente implorava por uma libertação, um repouso para o seu sofrimento.

– Onde eu estou?

A voz saíra num leve sussurro, quase inaudível, afogando-se no perpétuo silêncio. A humana estava desgastada, sua garganta seca doía ao tentar pronunciar-se. Karin estremecia apavorada, abraçando seu próprio tentando se reconfortar. Aquele local estava a sucumbir seu coração às trevas da solidão.

Porém entre a escuridão surge um feixe de luz, uma esperança de sair daquele medonho sítio. Karin enxerga um sobretudo esvoaçar pela maré negra, reconhecendo-o de imediato. Aquele que estava ausente de sua vida mas sempre presente em sua memória e que regularmente penetrava cauteloso em seus sonhos, e pelos vistos também em pesadelos. Toushirou estava de costas para ela. O capitão modificara-se, era diferente de como ela se recordava porém conseguia reconhecê-lo na perfeição. A morena viu Toushirou virar-se na sua direção e estender a mão. Ela remexeu-se, deslizando para o albino enquanto estendia o braço, na esperança de poder alcançá-lo. Seus dedos se roçaram levemente, e após o leve toque, Toushirou apagou-se entre a penumbra.

– Toushirou!

Karin sufocou-se no desespero. Seus sonhos sempre simbolizaram a esperança de o voltar a ver um dia, mas este parecia ser a dura realidade, o desmoronamento de sua fé, o pior de seus medos: ela estava sozinha, ele não voltaria. Ele a tinha abandonado.

A morena não sabe quanto tempo tinha passado, o tempo ali parecia distorcido. Porém ela continuava presa em seus temores, acorrentada naquela dimensão obscura. Avistou várias vezes o Toushirou mas nunca o alcançava e quando o fazia ele sumia entre a escuridão, como se fizesse parte dela… Era sempre assim. Mas estranhamente começaram a surgir uns olhos vermelhos ao lado de Toushirou, a encarando. E na última vez, não apareceram só os olhos mas um dragão belíssimo esculpido de gelo. Karin permitiu-se deslumbrar com a figura que rodeava o albino.

– Kurosaki Karin…

Ela espantou-se não só por há tempos o silêncio que a rodeava ser quebrado, como por aquele dragão misterioso saber o seu nome. Mais enigmático ainda era que aquela voz parecer que ecoava em sua mente.

O que queres de mim?

A frase articulada por Karin não cruzou seus lábios, resumia-se a um simples pensamento, porém o dragão pareceu escutá-la. Ele aproximou-se sorrateiramente, flutuando para o seu lado. Proferiu em seu ouvido, mas por algum motivo as palavras não faziam sentido, não passavam de ruídos.

O que queres comigo?

Pensou novamente com mais intensidade. O dragão olhou para ela, com um rosnado preso em sua garganta.

– Kurosaki… Acorde.

Karin abriu os olhos de supetão. Ela encontrava-se no seu quarto, deitada na sua cama confortável. Obrigou-se a levantar, desprezando as dores de seu corpo. Foi tudo um sonho? Mais um? Mas este era diferente… Pareceu que dormira uma eternidade.

As pérolas negras passearam pelos arredores de sua divisão, sentindo seu coração falhar uma batida quando o encontrou. Ele estava em pé da direção contrária à dela, como no pesadelo, enfaixado com o seu kimono negro rasgado e sujo de pó e sangue. Mas o que mais se destacava era o seu cabelo de neve brilhando sob a luz da lua que adentrava pela janela.

– Toushirou?

O albino virou-se rapidamente para ela, com a surpresa e felicidade estampada em seus olhos azuis-turquesa.

– Toushirou o que aconteceu? O que fazes aqui nesse estado?

A morena iria continuar suas inúmeras perguntas, mas fora interrompida pelo dedo de Toushirou sobre seus lábios. Karin estava envergonhada não só pela sua atitude inesperada como pelo olhar penetrante que recebia dos olhos turquesa. Então ele se afastou dela e aproximou-se da janela.

– Vem comigo.

Karin saiu rapidamente da cama, jogando as cobertas para o lado e quase tropeçando entre elas, enquanto corria para encontrá-lo na sua janela. Ela não percebeu o quão íntimo foi o seu ato, e muito menos a rigidez do corpo do capitão, quando ela se inclinou perto do ouvido dele. O hálito quente dela acariciando a bochecha dele. Hitsugaya afrontava-a com o olhar, enquanto seu rubor era camuflado pelo escuro. Por sua vez, Karin retribuiu o olhar impaciente, afastando ligeiramente seus corpos para cruzar os braços.

– Vamos Toushirou. Não esperas que eu salte de uma janela do segundo andar por mim mesma, não é?

Toushirou por vim redobrou a consciência da realidade, passando o braço pela cintura dela, puxando-a contra o seu peito. Karin instintivamente agarrou-se ao pescoço dele, e inconsciente acariciou algumas madeixas brancas na nuca do rapaz ouvindo um suspiro abafado por parte dele, mas não teve tempo de questionar e pensar em mais algo.

Com extrema facilidade e agilidade, Toushirou saltou da janela, aterrando suavemente no chão. Karin se afastou dele e fitou sua casa, notando que todas as luzes estavam apagadas. Franziu a testa, voltando-se novamente para o rapaz.

– Que horas são?

Toushirou encolheu os ombros.

– Não faço idéia. Mas acredito que falta pouco para o sol nascer.

– Então você leva garotas para passear de madrugada? - Ela arqueou uma sobrancelha e sorriu zombeteira.

– Posso te levar de volta para o seu quarto, se quiser.

– Depende. Aonde pretende me levar?

– Só irá descobrir se vier comigo. - Toushirou deu as costas e começou a andar, sabendo que ela o seguiria.

Sem dizer uma palavra, os dois caminhavam pelas ruas calmas e escuras da cidade adormecida. As estrelas brilhavam de forma encantadora, tanto que Karin as vezes se distraía, fitando-as. Toushirou percebeu, mas preferiu não comentar. Em alguns minutos ele parou dizendo que haviam chegado e Karin fitou a construção abandonada. Ela tinha se acostumado a ver aquele lugar sempre cheio e animado, mesmo que quase todos ali estivessem mortos. Mas agora ele estava vazio, com um ar de assombrado, porém sem fantasmas. É. Ela não foi a única que ficou abalada com a morte de Haru.

Ela se virou para o shinigami, esperando que ele dissesse algo.

– Não tive a chance de me despedir. - Explicou fitando seus olhos.

– A vida é assim Toushirou… - Falava observando uma flor- … Tudo o que nasce, morre. Simples assim, de uma hora para a outra. É impossível prever, até para um capitão como tu.

Toushirou observava a mesma orquídea que Karin mirava, vendo as pétalas brancas esvoaçarem com a pequena brisa nocturna, refletindo sobre as suas palavras. Por instantes sentiu-se melhor.

– Mas… Para a próxima, tenta não demorar tanto para nos visitar, sabes gostaria de ainda ser jovem quando isso acontecesse, menino do ensino fundamental.

O albino não sabia se a repreenderia por insultar sua baixa estatura ou por novamente o tratar de uma forma nada cordial. Porém não era isso que o incomodava, era o aperto em seu peito. Culpa? Arrependimento?

O trabalho sempre consumia seu tempo, sempre foi uma prioridade em sua vida. Por isso diminuiu os passeios pelo Mundo Real. Nunca esperou era que seria punido daquela forma, não ver o sorriso acolhedor de sua avó uma última vez, e principalmente, por não ter visto a morena durante longos três anos. Era compreensível o seu ressentimento. Mas mesmo assim ela lhe sorria como se não estivesse magoada, como se eles se tivessem encontrado constantemente. O albino pode ver Karin pensativa, mordendo o lábio inferior, gesto de que estava indecisa se deveria ou não perguntar o que queria.

– Pode perguntar.

– Toushirou, o que estavas a fazer no meu quarto? - Interiormente Toushirou se amaldiçoou por ter falado, mas na falta de uma desculpa credível, acabou por falar a verdade-

– Estava preocupado com o teu estado. Você não acordou por uma semana.

– O quê? Mas como eu dormi tanto tempo? O que aconteceu? -Karin estava desesperando, atropelando-se nas suas próprias perguntas-

– Calma, Kurosaki… Você tem uma forte reaitsu chamando a atenção dos hollows. Além disso, você parece estar sempre se metendo em problemas.

A morena automaticamente lembrou-se dos seus sonhos com o misterioso dragão. Quem seria ele? Pela sua visão periférica, a Kurosaki encarou as madeixas brancas preocupada se deveria questioná-lo novamente.

– Ouve sonhar com dragões, é normal?

– A minha zanpakutou é um dragão, não só sonho como falo com ele. Nunca nada de estranho nisso.

Karin arregalou os olhos ao processar a informação, ele não só achava os seus sonhos completamente normais como a sua zanpakutou era um dragão!? Foi nesse momento que a morena começou a encaixar os detalhes, ousando voltar às perguntas mesmo sabendo que isso poderia despertar a ira do jovem capitão.

– Por acaso o teu dragão é de gelo com olhos vermelhos?

– Como sabes?

– Eu sonhei com ele… Durante todo este tempo em que não acordei, eu o via. -Karin falava omitindo intencionalmente a presença de Toushirou nesses mesmos sonhos- Ele tentava falar-me algo, mas eu nunca entendi o que ele tinha para me dizer.

– Ele é Hyourinmaru, o dragão de gelo. Mas não percebo como tu conseguiste conectar com ele...

– O que tem isso de anormal?

– Só eu, seu portador, deveria ter interligação com Hyourinmaru. Mais ninguém deveria poder, muito menos uma humana sem poderes de shinigami.

– E sabes o que ele queria? Pergunta a ele ou algo assim. Tu podes fazer isso, não podes?

– Tão mandona…-Toushirou franziu a testa, chateado por receber e acatar uma ordem, sendo ele um capitão. Porém no segundo seguinte, ele assumiu uma expressão vaga.

Seus olhos estavam inexpressivos, ausentes de qualquer emoção, todos os músculos de seu corpo pareciam estar congelados no tempo. Karin, preocupada pela falta de reação dele, colocou uma mão no ombro dele, sacundindo-o.

– Toushirou… Está tudo bem?

De repente ele piscou, e a morena pode perceber por detrás de seus olhos turquesa novamente que era ele.

– Eu acho que está na hora de te levar para casa. -Toushirou parecia confuso, e mesmo no escuro, Karin percebeu que ele estava corando-

– O que você está falando!?

– Está ficando muito tarde. Vamos.

– O que ele disse? Toushirou, espera!

Sem responder às suas perguntas, ele a ergueu do chão, saltando para o telhado mais próximo. Karin tentou protestar, mas ele não pareceu ouvi-la. Então tudo transformou-se em um borrão, e no instante seguinte estavam dentro de seu quarto. Piscou atordoada, afastando-se dele. Tentou entender o que acabara de acontecer, mas não conseguiu. Sua mente ainda girava, mas antes que caísse Toushirou a segurou.

– Me desculpe. - Pediu.

Karin sacudiu a cabeça para afastar o mal estar, e dirigiu um sorriso para ele.

– Isso foi incrível! - Gargalhou baixinho, para não acordar sua família. - Mas, Toushirou, o que sua zanpakutou lhe disse?

– Acho que isso não importa, Karin. - Apenas mais tarde, quando ela repassou aquele momento em sua mente, ela percebeu que ele a havia chamado pelo primeiro nome. - Agora vá dormir.

Um pequeno sorriso, quase impercetível, surgiu nos lábios de Toushirou. Então ele se afastou, caminhando até a janela.

– Até a próxima. - Murmurou, pronto para sair.

– Por favor, não demore para voltar. - Ela sussurrou tão baixo que esperava que ele não tivesse escutado. Porém o shinigami parou.

Quando ele se virou, havia um brilho diferente em seus olhos turqueses. Toushirou aproximou-se dela, eliminando rapidamente o espaço entre os dois. Ele não sabia ao certo o que estava fazendo, mas sabia que se pensasse duas vezes acabaria desistindo. Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância.

– Não vou. - Sussurrou antes de selar seus lábios.

Karin não sabia como reagir, sua mente ficou em branco. Os lábios macios de Toushirou pressionavam os seus. Eles eram frios mas ao mesmo tempo quentes, se é que isso é possível. Quase que inconscientemente suas mãos alcançaram o cabelo de neve, acariciando algumas mechas. Ele respondeu enlaçando sua cintura e apertando seu corpo contra o dele. Karin queria que o beijo durasse para sempre, mas se lembrou que precisava respirar. Então eles se afastaram, ambos com as bochechas coradas.

– Acho que posso ficar mais um pouco. - Toushirou sorriu, apoiando sua testa contra a dela.

– Não vão brigar com você?

– Era para eu ter voltado há uma semana.

Ela riu.

– Então é melhor você ir.

Karin deu um selinho nele, mas ele não permitiu que ela se afastasse. Sentiu ele pegar sua mão, colocando-a sob a sua, e o frio brotar entre elas. Alguma coisa bem gelada começava a tomar forma na palma de sua mão. Toushirou então se afastou, deu-lhe um último beijo e partiu sem dizer adeus. Era melhor assim. Despedidas sempre parecem muito tristes e, afinal, eles voltariam a se ver em breve.

Quando Karin tornou a olhar para sua mão, sorriu. Um pequeno dragão serpente feito de gelo estava entre seus dedos. Uma pequena lembrança daquele dia. Um sorriso brotou nos lábios carnudos da morena, reconhecendo o dragão de seus sonhos.

– Meu capitão de gelo…

Toushirou estava fora do gigai observando Karin uma última vez antes de partir, recordando as palavras de sua zanpakutou.

“Mestre, o seu amor pela humana é correspondido.

Eu aprovo a vossa relação.”



Dizem que sonhar com dragões é o correspondente de adversidades no amor… Entretanto foi um poderoso dragão de gelo que me uniu ao seu capitão que secretamente sempre amei.


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Notas finais do capítulo

Titia: Well, esse foi a nossa one! *---* Espero que tenham gostado! :3Rukia nee: Aye, aye! :3 Quem sabe eu e a Tia-san não voltamos a fazer algo em conjunto novamente, né? Talvez com várias fics HitsuKarin, Tite-sensei decida unir esse casal -olhinhos brilhando-. Bom está na hora da despedida, voltamos a encontrar-nos minaa! Jya née!Titia: Até logo, pessoal!! Tchau, tchau! ♥



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