– Oliver! – Era Sarah o chamando – Preciso de você aqui, temos um pequeno problema.
Ele olhou para Felicity:
– Desculpa...Tenho que ir, mas não devo demorar, ok?
– Ok...
Ele lhe deu mais um beijo demorado e saiu apressado.
Ele estava demorando e apesar de querer esperá-lo resolveu ir embora. Despediu-se das amigas e foi pagar a conta no caixa.

Oliver demorou mais do que gostaria e quando voltou ela já tinha ido embora.
Sarah viu o olhar decepcionado do amigo...
– Ela acabou de sair, deve estar pagando no caixa.
Ele sorriu agradecendo e foi em busca da mulher que o havia intrigado...

Quando chegou ao caixa ela não estava mais, mas o rapaz falou que fazia uns minutos que ela tinha saído.
Ela estava tão distraída procurando as chaves na bolsa que nem viu o homem se aproximar. Ele estava completamente bêbado e sem noção.
Quando agarrou seus braços e a chamou de loira gostosa com aquela voz embaçada pela bebida, Felicity gelou. ‘Merda!!’ Porque não tinha esperado para sair com as amigas.
Ela tentou se soltar em vão. O homem apesar de bêbado era forte e a empurrou para que ficasse encostada num carro.
Ela debatia-se e tentava se soltar. Ele passou a mão no seu corpo e quando ela tentou tirar a mão dele dali acabou por rasgar um pedaço da blusa.
– Solte a!
Ela reconheceu a voz, mas havia uma raiva contida nela.
– Sai daqui...eu vi primeiro. – O bêbado falou enquanto se virava para enfrentar o homem que atrapalhava.
Nem bem havia se virado ele foi agarrado e jogado longe.
– Eu acho melhor você sumir daqui antes que eu chame a policia!
O homem correu o que suas pernas bêbadas conseguiram e desapareceu.
Oliver foi em direção dela que se apoiava no capo do carro para não cair. Suas pernas tremiam tanto que mal a mantinham em pé.
– Você está bem? – ele a pegou pela cintura e a abraçou.
– Estou... só assustada. – Ela se afastou dele e passou as mãos pelos braços onde o homem havia agarrado.
Ele olhou para os braços dela e viu que ali já tinham marcas vermelhas, desviando o olhar viu a blusa rasgada.
– Eu devia ter quebrado a cara dele.... – Ele acariciou a região avermelhada, arrumou a blusa do jeito que pode e a ajudou a ir até seu carro.
Querendo ou não demonstrar ela estava abalada. Senão fosse por ele sabe-se lá o que tinha acontecido.
Ele a estava levando para o banco do carona.
– Lado errado...
– Lado certo...eu dirijo....
– Nada disso, vou para casa sozinha...
– Deixa eu ver suas mãos...
Ela estendeu as mãos e só agora percebeu o quanto estavam tremendo.
Ele levantou uma sobrancelha e aguardou:
– Ok!
Felicity viu que aquela batalha ela não iria ganhar, entrega as chaves para Oliver e o guia pela cidade escura.
De alguma maneira ela se sentia bem ao lado daquele ilustre desconhecido, era como se já se conhecessem muito antes daquela noite.
Felicity se pega rindo do absurdo que passa em sua mente, ela nunca se considerou uma romântica, pelo contrário, sempre foi muito pratica, suas atitudes eram sempre calculadas. Algumas pessoas achavam que ela era fria, mas aqueles que realmente a conheciam sabiam que era apenas um mecanismo de defesa que ha tempos havia criado para ela mesma, quase como um antivírus para evitar problemas no seu software.
– Alguma coisa engraçada? – Oliver a pergunta referente à sua descontração, afinal ela tinha sido agredida a pouco, não é algo que as pessoas normalmente saem rindo por ai.
– Nada. – Ela diz, mas ao ver o olhar de Oliver de desconfiado logo fala a primeira coisa que vem à mente. – Eu nunca passei por nada assim.
–Assim como? Ser agredida na porta de uma boate? – Oliver começa a achar que a mulher ao seu lado estava tendo uma crise pós traumática.
– Também. – Ela admite. – Mas me referia a conhecer alguém e assim de repente já me sentir segura só em estar ao lado dela. Eu sei que você me salvou, mas mesmo assim, é estranho.
– Um estranho bom? – Oliver se pega sorrindo ao perceber que o que Felicity esta dizendo é que ela confia nele.
–Sim. – Ela sorri. – É aqui. – Felicity aponta para um conjunto de apartamentos. – Obrigada por ... – Ela não sabe bem o que dizer, pela noite, pelo salvamento, pela carona? – Por tudo.
– Você vai ficar bem?
– Vou. – Ela lhe dá um sorriso, e Oliver pensa o quão certo é estar ao lado dela. Seu cheiro, seus toques, seu rosto, mas principalmente o seu sorriso. Quando Felicity sorri, Oliver tem a impressão que as coisas ruins vão desaparecer.
– Que horas posso te trazer o seu carro? – Oliver poderia deixar o carro dela ali e pegar um táxi, mas assim ele teria uma desculpa para voltar a vê-la.
– Não sei. – Ela diz incerta. - Que tal um almoço, amanhã?
– Que tal um café? Sinceramente, não sei se vou aguentar ficar tanto tempo longe de você assim. – Ele diz o que realmente sentia. E aquilo pegou Felicity totalmente desprevenida. –Nove horas?
Felicity sorri encabulada, mas não pode negar a força que a liga a Oliver.
– Nove então.