Destinazione escrita por Nancy


Capítulo 13
Um retorno muito aguardado


Notas iniciais do capítulo

Olá! Hahahaha
Pois é, depois de quase um ano e meio de hiatus não planejado/abandono da fic, eu voltei...
Queria ter uma explicação realmente boa para dar, mas não tenho. Só o fato de que eu não sabia o que acontecia na história depois do acontecido no domingo de páscoa e eu não tinha ânimo para ler o livro... Bem, terminei o livro e (vi um MONTE de gafes na história) voltei.
Espero que ainda tenham algumas pessoas aqui que leiam a fic e que se interessem pela história.
Teremos o reencontro tão aguardado logo em breve (próximo capítulo), então realmente espero que a espera eterna de vocês seja recompensada!

Boa leitura.



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Maya sabia que precisava se atualizar sobre tudo o que havia acontecido nos últimos doze anos. Aproveitou-se das meninas de Paola e reuniu todas as informações que conseguiu em três dias, ela sabia que não podia perder mais tempo que isso. Cesare era uma cobra e após o ocorrido em público, ele poderia querer descontar em seu país, Maya teria que ser rápida para que a fúria dele não tomasse forma.

Cavalgou para Veneza o mais rápido que pôde. O capuz preto sempre cobria seus cabelos e Eri mantinha uma distância segura de sua dona, Maya não tinha tempo para gastar com os partidários dos Bórgia espalhados por todos os lugares e ela era facilmente reconhecida onde quer que fosse. Sentia-se como Ezio assim que se conheceram.

Veneza foi uma parada difícil. Os ladrões claramente ainda dominavam a maior parte da cidade, mas o clima tenso de guerra pairava no ar e podia ser notado pelas pessoas que chegavam de fora. Mesmo durante a noite era perigoso andar nas ruas e ser pego ou parado por guardas, até mesmo capangas dos Bórgia. Maya se apressou em encontrar seu caminho pelos becos e ruas mal iluminadas para chegar à Guilda dos Ladrões, mas apenas para se frustrar ao descobrir que La Volpe não estava lá.

Durante a noite que passou em Veneza, Maya teve tempo suficiente para arquitetar o que faria para desmascarar Maquiavel. Ela sabia que os Bórgia eram o problema mais urgente, mas a Irmandade estava focada em resolver isso e não teria tempo para notar a faca apontada para suas costas. Os ladrões estavam em Roma para ajudar com o recolhimento de informações e as portas da Irmandade estavam fechadas para ela até segunda ordem. Seria difícil manter-se escondida e investigar um dos Assassinos mais influentes sem ser descoberta. Talvez o mais difícil de sua missão, fosse voltar a se envolver em assuntos delicados e que muitas vezes exigiam medidas drásticas, sem ser reconhecida como a princesa coroada da Escócia, sua principal missão era esconder sua identidade debaixo de seu capuz e não envolver seu país nos assuntos dos Assassinos.

Na manhã seguinte, antes mesmo de o sol nascer, Maya já havia se levantado e selado seu cavalo, pronta para partir novamente para Roma, agora ciente de tudo o que havia acontecido em sua ausência. Ela teve seu tempo de luto por Mário e Monteriggioni, ouviu sobre Bartolomeo e sua missão de manter o controle sobre os franceses que mostravam-se prontos para seguir os Bórgia e também sabia sobre o banqueiro de Rodrigo Bórgia, o homem que possuía controle sobre armamentos e suprimentos que mantinham o rico estilo de vida da família.

Cesare não perdia uma única chance de demonstrar ao povo o quão poderoso ele havia se tornado. Sempre que possível dava festas e discursos e banquetes. O imprudente capitão da guarda papal não poupava os recursos de seu pai para se exibir e era exatamente um desses momentos de distração que Maya usaria para atingir os Bórgia com força suficiente para a Irmandade se erguer contra eles. Ela sabia que a vida dos Assassinos não estava fácil depois do que houve com Monteriggioni, muitos deles haviam morrido e a ordem italiana estava debilitada. Com sorte, talvez Jaime receberia sua carta com a urgência que foi enviada e responderia exatamente como ela havia solicitado, mas enquanto não contava com o apoio de seu irmão, ela daria um jeito de enfraquecer o inimigo.

Naquela noite, ao chegar a Roma, Maya se dirigiu para o Rosa in Fiore, sabendo que Claudia havia se tornado a líder do lugar, seria fácil conseguir ajuda. O reencontro foi incontáveis vezes mais fácil do que com Ezio, apesar de deixar claro que sua vontade era estrangular Maya, Claudia estava contente em revê-la, bem como Maria.

Claudia já tinha um plano perfeito arquitetado, aparentemente ela estava tão envolvida com a Irmandade como qualquer outro Assassino e isso deixava Maya contente. Com a ajuda de Claudia e das outras meninas que fariam parte da missão daquela noite, Maya se vestiu como uma das prostitutas, deixou-se maquiar e pentear como Claudia sugeriu e ouviu todas suas instruções com calma. Ela sabia que sua relação com Ezio também não estava nos melhores momentos, mas não insistiu em saber o motivo ao notar que não era um assunto confortável.

Ao cair da noite, todas as meninas que participariam daquela missão estavam dentro do salão da mansão onde seria realizada a festa para os amigos e aliados mais importantes de Cesare. Maya teve o cuidado de estar fora do campo de visão de ambos os Bórgia presentes no palco para um discurso, apesar de Claudia ter conseguido um ótimo disfarce para ela, tingindo seus cabelos com uma mistura de óleos e maquiagem preta, preferia não se arriscar, sabendo que Cesare conhecia bem seu rosto.

Ao término do discurso que Maya preferia não ter ouvido, iniciou-se uma cena igualmente desagradável de se ver. Enquanto a orgia tomava o lugar com seus sons, ela procurava desviar dos políticos bêbados que a abordavam e procurava por seu alvo. Agostino Chigi era um homem difícil de encontrar longe de sua guarda pessoal, aquela era uma das poucas oportunidades que ela teria para roubar a chave do principal armazém que mantinha o palácio Bórgia.

Uma mão quente se fechou em volta do braço de Maya, seu coração deu um salto e um único pensamento correu por sua mente, “fui descoberta”. Logo ela suspirou aliviada ao ver uma das meninas do Rosa in Fiore se aproximar com pretensões nada inocentes.

— Ele não está aqui – ela sussurrou no ouvido da Assassina disfarçadamente enquanto fingia seduzi-la – O banqueiro não está aqui, mas há alguém igualmente importante e muito mais imbecil, vamos pegá-lo.

O ambiente estava começando a ser sufocado pelo calor e por gemidos infinitos de prazer e dor, com sorte, ela não precisaria fazer parte de nenhum dos grupos que se consumiam nos sofás para conseguir o que precisava. Lucia sabia exatamente como se aproximar de alguém, ao contrário de Maya, que parecia muito mais alerta com o que acontecia ao seu redor, do que focada no homem que precisava enganar. Não fosse a prostituta experiente e mestre na arte de enganar, ela teria falhado miseravelmente. Aproximaram-se de Juan Bórgia, banqueiro de Cesare, alguém menos cuidadoso e certamente menos importante que Agostino, mas que possuía a mesma chave que Maya furtaria do outro banqueiro.

Assim que Lucia seduziu o homem para um sofá na penumbra do salão e começou a despi-lo sem pudor, Maya se aproveitou da distração e facilmente encontrou uma chave prateada no casaco do banqueiro. Logo a prostituta fez sinal para que ela saísse dali, e assim ela fez. Deveria correr para o armazém o mais rápido possível e atear fogo nos suprimentos dos Bórgia.

Os guardas que deveriam cuidar da segurança da casa estavam mais intertidos com a orgia do que realmente fazendo seu serviço, o que facilitou muito a saída silenciosa de Maya. Nas ruas desertas, uma guerra parecia ter sido vencida enquanto ela estava dentro da mansão. Poucos guardas circulavam e o silêncio era até mesmo suspeito, o caminho até o armazém não contou com surpresas e mesmo alguns dos guardas que a viram, não deram muita atenção, afinal ela não era reconhecida por nenhum deles.

A entrada do armazém era mais bem protegida. Na entrada havia quatro guardas uniformizados e portando o símbolo dos soldados de Cesare. Ela não poderia lutar, afinal estava completamente desarmada, a roupa ridiculamente transparente não permitia o porte de nenhum tipo de arma, o que a deixava em grande desvantagem. Protegida pela sombra de um muro em uma esquina deserta, ela planejava como escalar o muro que cercava o armazém, mas tentava calcular quantos guardas haveria do lado de dentro.

Era tarde demais quando ela sentiu o calor de alguém muito próximo a ela. Uma mão foi colocada sob sua boca, impedindo que ela gritasse, enquanto o outro braço passou por sua cintura descoberta, pressionando-a fortemente contra um corpo que parecia ser largo e forte. Essa era sua maior fraqueza, sendo pequena ela não tinha muita força física, apesar de se debater e tentar derrubar seu sequestrador jogando o peso de seu corpo para frente, ele era muito mais forte que ela e a arrastava para longe do muro sem dificuldade. O desespero começou a tomar conta de sua mente, Maya nem ao menos conseguia saber quem a puxava com tanta força a ponto de tirá-la do chão. As luvas que cobriam as mãos do homem a impediam de arranhar sua pele ou morder a palma da mão que segurava sua boca. Era seu fim.

Então ele parou.

— Quieta. – ela reconheceu a voz no mesmo instante e então parou de se debater, sentindo o aperto em sua cintura se afrouxar. Maya cambaleou para trás, ofegante.

— Ficou louco?! – foi sua reação ao se virar para encarar Ezio sem o capuz branco.

— Eu fiquei louco? Vai tentar invadir um ninho de cobras sem nenhuma arma e me pergunta se eu estou louco? – ele a olhava de cima abaixo.

— Quase me matou de susto! – Maya massageava a cintura dolorida pelo aperto forte dele.

— Desculpe... – o Assassino se desculpou ao perceber que provavelmente a tinha machucado em sua pressa para impedir a ideia mais idiota que já havia visto Maya executar. – Devia ter sido capaz de evitar um ataque como esses, poderia ser qualquer um dos capangas de Cesare, você estaria morta.

— Qualquer um dos capangas de Cesare jamais seria capaz de se aproximar sem parecer uma manada de elefantes. Ninguém é tão bem treinado. – ela ajeitou a calça de tecido transparente – Se me dá licença, tenho um armazém para queimar.

Ezio a segurou pelo braço antes que se afastasse. – Não vai entrar lá desarmada. Dê-me a chave e fique quieta aqui.

— Chave? – se fez de desentendida.

— Ande logo, de onde acha que eu te segui? Estava tão de olho naquele banqueiro quanto você.

Maya fechou a cara. Era difícil notar quem estava falando, Ezio ou Maquiavel, ele parecia ter se tornado o próprio durante os poucos dias desde a volta dela. Contrariada, ela tirou a chave prateada do meio dos seios e entregou para ele.

— Se não voltar em dez minutos eu vou atrás de você, desarmada ou não.

Ezio não respondeu, apenas correu na direção de onde havia arrastado Maya e dentro de poucos minutos o armazém explodiu, causando um barulho tão alto que seria impossível não ser ouvido por guardas que faziam ronda por perto. Logo o Assassino retornou, não parecia ter tido que lutar para entrar ou sair dos limites dos muros, mas não era hora para perguntar, tinham que correr para não serem pegos pelos soldados que já corriam na direção dos dois.

Nenhum guarda era de fato preparado para enfrentar os Assassinos, os dois desapareceram sobre os telhados e depois pelas ruas desertas e mal iluminadas até chegarem ao Rosa in Fiore. Mas então pararam na entrada do estabelecimento, a porta estava aberta e havia sangue nos batentes das portas e janelas, o interior estava escuro e não havia nem sinal das garotas que deveriam estar trabalhando. O dia começava a raiar, mas a luz não era suficiente para iluminar além da porta. Ezio barrou a passagem de Maya com o braço, desembainhando sua espada e entrou primeiro, seus ouvidos estavam atentos a qualquer som que viesse de um dos lados do corredor. Logo em seguida havia uma sala ampla e o fogo queimava os últimos resquícios de madeira na lareira, ali ele pôde ver corpos no chão, eram soldados de Cesare a julgar pelo brasão em seus uniformes. Mais a frente o pátio do jardim estava mais iluminado, possibilitando que Ezio visse perfeitamente os corpos no chão e as três mulheres no centro de tudo, as costas coladas uma na outra, todas muito bem armadas. Uma delas era Claudia que carregava duas espadas já ensanguentadas, mas apesar da luta terminada, permanecia em posição de defesa, pronta para mais uma onda de ataques.

— Alguém o seguiu? – ela perguntou ao ver Ezio.

Ele apenas negou com a cabeça, abaixando o capuz. – O que aconteceu Claudia?

— As meninas foram seguidas por guardas depois que a festa terminou, o banqueiro se deu conta do sumiço da chave e de alguns outros pertences preciosos que outras roubaram. Os soldados as seguiram até aqui e nos atacaram.

Maya notou que as mãos dela tremiam. Ezio se aproximou e retirou as duas armas das mãos da irmã, acalmando-a.

— Não achei que iria se meter em uma missão como essa. – ele falou ao sentar Claudia em um dos bancos de pedra do jardim.

— Não podia ficar simplesmente olhando vocês tentarem se infiltrar em um lugar em que minhas meninas poderiam caminhar livremente. – Claudia respondeu com firmeza. – A propósito, obrigada por ajudar Maya, explodir o principal armazém foi um plano inteligente.

Claudia não demorou a se recompor, ela havia se tornado uma mulher muito mais forte e determinada do que a jovem que Maya conheceu em Monteriggioni quatorze anos atrás. Ela se levantou e respirou fundo, olhando para o estado do lugar.

— Se me dão licença, tenho muito que fazer antes de poder abrir esse estabelecimento outra vez e pelo que vejo vocês têm muito que conversar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Bem, minha escrita mudou bastante desde o último capítulo que eu escrevi (que foi em janeiro de 2015), então eu realmente espero estar agradando... caso não, estou aberta a criticas.
Juro que não vou mais adiar o reencontro do casal preferido de vocês, no próximo capítulo eles vão se entender, e eu também juro que não vai demorar 1 ano e meio pra sair esse capítulo hahahaha
Obrigada por ler até aqui, agora deixa um cometário pq não custa né ;D

Beijos da Charlie.



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