Say Something escrita por Sappho


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

OK. Por sua conta em risco, certo? https://www.youtube.com/watch?v=-2U0Ivkn2Ds dá play aqui antes de começar.



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Say something, I'm giving up on you
I'll be the one, if you want me to
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

Não era novidade para ninguém que eu tinha estragado o que eu devia consertar. Pelos últimos três anos eu desenvolvi esse desejo, essa necessidade de consertar as coisas. Eu era a salvadora, certo? Era o que eu tinha que fazer, era o meu objetivo, meu destino.

E no centro do meu objetivo estava a minha família, minha família e Regina, que de alguma forma, estava inclusa no grupo e, ultimamente, vinha sendo minha prioridade.

Como vocês já viram o sorriso dela, acredito que seja compreensível que eu queira vê-la feliz. E também, tem Henry. Ele gostaria disso. Não é? É claro que gostaria!

And I, am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all

Eu gostaria também, gostaria tanto de acertar as coisas que faria qualquer coisa para vê-la feliz de novo, mesmo que eu tivesse de por em jogo meus princípios.

Na verdade, eu não consigo me importar com mais nada além do erro que cometi. Queria me transformar em uma barata e voar até o escritório dela, só para que ela pudesse descontar, assim talvez eu ficasse em paz.

And I, will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl

Eu nunca notei o quão solitária eu me sentia ao passear pela orla do mar, tão pequena e insignificante. O frio nem parecia me assolar mais, já me sentia entorpecida por ele e nem daria conta do momento em que meus pés tocaram a água congelante se não fosse o arrepio que subiu por minha espinha.

Say something, I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

O ar frio preenchia meus pulmões com força, eles doíam em reclamação, mas a dor parecia fraca comparada ao que eu sentia entre eles. O vazio das batidas de meu coração ecoava em meus ouvidos.

A saliva pareceu dura demais para engolir e naquele momento, não havia nada mais que eu desejasse além de curá-la de alguma forma. Curar a ferida que eu abri sem pensar nas minhas atitudes.

Seria mais fácil lhe entregar o meu coração em uma bandeja de prata do que assisti-la sofrer novamente.

And I will swallow my pride
You're the one, that I love
And I'm saying goodbye

Enquanto isso, em seu escritório, Regina tentava lidar com a dor da perda focando no trabalho que tinha para fazer até ouvir o toque suave do celular e busca-lo com ânsia. Podia ser uma mensagem de seu amado. Mas para seu infortúnio era só aquela loura sem graça querendo infernizar.

Demorou longos minutos para tomar coragem de abrir a SMS.

“Hey, Regina! Eu sei que sou a última pessoa que você gostaria de ver no momento, e tudo bem, eu só gostaria de te pedir uma coisa: Deixei algumas coisas muito importantes para você escondidas no antigo forte. Não precisa buscar agora, ou amanhã... São suas, estarão à sua espera.”

Naquele momento, aquilo pareceu uma tolice enorme para a morena que bufou e retomou o trabalho do dia, ainda que a curiosidade lhe assolasse a mente entre um documento e outro.

Ao entardecer do dia seguinte, Henry apareceu no escritório da mãe um tanto quanto cabisbaixo.

-Hey, mãe!

-Oi, querido. O que houve? Você me parece abatido…

-É… então… Eu queria saber se você viu minha mãe por aí... Desde ontem que ela não aparece…

-Emma?

-Sim... Ela disse que ia dar uma volta e não voltou.

-Deve ter passado a noite com o Gancho, querido.

-Já procurei. Ele disse que ela estava perturbada com o que aconteceu, que ela queria arranjar uma forma de compensar com você, pensei que soubesse onde ela está.

-Não sei, querido.

-Ok. Bem, te vejo por aí, vou continuar procurando! Até mais, mãe!

E ele sumiu da mesma forma que apareceu, deixando a morena intrigada com o que ouviu e logo buscou a mensagem de Emma, talvez ali tivesse alguma coisa, alguma pista.

Ela não estaria esperando no forte por todo esse tempo, pelo menos era o que Regina acreditava.

Colocou o sobretudo e um par de luvas e então seguiu para o local indicado. Buscou com o olhar alguma coisa, alguma pista, mas não demorou para se enfezar com a brincadeira da mulher.

-Argh.

Resmungou, sozinha, buscando o celular para discar o numero da Xerife, esperando que ela atendesse e lhe explicasse que palhaçada era aquela.

O toque característico chamou sua atenção e olhou ao redor, buscando Emma com os olhos, mas só via a imensidão da natureza de onde estava. Um brilho característico chamou sua atenção e alcançou o celular entre a madeira, derrubando um emaranhado de roupas ao chão.

Um arrepio sinistro percorreu-lhe a espinha e confirmou o seu numero no visor do aparelho da outra mãe de seu filho.

Recolheu suas roupas e ajeitou-as sobre o piso do forte, notando a característica jaqueta vermelha enroscada à algo.

-Ela disse que tinha algo...

Sorriu um pouco mais aliviada enquanto desenrolava o couro e sua expressão fora depuro espanto ao ver o que tinha embrulhado ali.

Um coração apagado, inerte.

Os olhos encheram-se de água, o ar pareceu faltar e buscou o celular para ligar novamente pra ela, querendo acordar, querendo se livrar daquele pesadelo.

-Atenda, Emma! Vamos lá! Atenda!

O outro aparelho em sua mão tornou a tocar. Regina rejeitou a ligação e notou a ausência de travas no celular, resolveu tentar buscar alguma informação do paradeiro de Emma, mas deu de cara com o bloco de notas e as palavras eram bem claras para si.

Sentou-se no forte, derrotada, intercalando o foco entre o azul do oceano e as letras embaçadas à sua frente:

“Say something, I'm giving up on you
And I'm sorry that I couldn't get to you
And anywhere, I would've followed you”

Na tarde anterior

Incrivelmente, a ideia que surgiu como insanidade pareceu óbvia. Aproveitei a curta distancia até o antigo forte de Henry e mandei uma mensagem para o celular de Regina. Eu Não sabia se ela receberia ou não, se ela leria ou não.

Muito menos se ela seguiria o que eu disse ou não.

Mas já não importava. Na verdade, naquele momento, nada mais importava.

Tirei parte de minhas roupas e tudo o que eu tinha de valioso, escondendo entre duas ripas de madeira que encontrei.

Meus braços pálidos começam a apresentar sinal do frio que eu sentia, não só pela temperatura, mas o frio interior, o gelo que parecia engolir minha alma. Uma lágrima escorreu, embora eu tivesse lutado com todas as minhas forças contra ela.

Meus dentes batiam na intenção de conter o frio conforme meus pés seguiam rumo à dentro do oceano, meus braços me rodearam com certa força, certa firmeza.

Os passos eram firmes, ainda que lutando contra a força da maré que parecia querer me expulsar dali ao mesmo tempo que abraçava meu corpo e o engolia até o momento em que eles se perderam do chão.

Abri meus olhos para enxergar a imensidão azul ao meu redor e senti uma paz estranha, ainda que o ar começasse a faltar e a água a me engasgar.

Aos poucos, a dor insuportável que eu sentia cessara. As batidas de meu coração diminuíam consideravelmente, até que o eco que eu ouvia não passara de um “Tum... Tum... ... “

Say something, I'm giving up on you
Say something…


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Notas finais do capítulo

Pra quem chegou aqui, obrigada por ler.
Pra quem me acompanha, obrigada por ter acompanhado e desculpa por todas as fics interminadas até agora. Pretendo terminar um dia, sério, mas vou dar um tempo de escrever por enquanto, me afastar dessa vida por algum tempo.
Eu volto. Um dia.
:**