A Bruxa Negra do Bosque da Lua escrita por Tyler


Capítulo 1
A Bruxa Negra do Bosque da Lua




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“Ela sai de noite com sua legião de odores podres, ela não corre, ela não anda, ela flutua na própria loucura. Apenas alguns sabem o segredo da Bruxa Negra e os que sabem gostariam de não saber”



Era lua cheia quando minha curiosidade me levou ao bosque verde, agora negro e cinza por conta da pouca luz. Eu caminhei por algum tempo respirando profundamente os odores escondidos da noite, o ar era frio e úmido. O chão era traiçoeiro, as plantas de sombra se enroscavam aos meus pés e me lembro de ter caído uma ou duas vezes antes de encontrar o lugar.

Encontrei uma clareira anatural no meio do nada, a luz da lua caia prateada sobre todo o lugar e a neblina da noite parecia dançar conforme o ritmo do meu coração e de meus pensamentos. A clareira era confortável, um círculo perfeito de sete metros, decidi que era um bom lugar para se pensar e deitei me bem ao centro.

A lua estava incrível, imperando perante as estrelas douradas e azuis, quase podia ouvir os tambores da corte lunar tocando em festa. Quase não! Eu podia! Eu ouvia! As batida ritmadas em tambores de couro, as risadas das estrelas, a voz da lua...

Sabaton, amigo e companheiro da noite. Tu que exultas com o uivar dos lobos, tu que traz a peste, tu que toca os sinos do inferno, tu que és amigo da volúpia e do vicio. Sabaton, rei dos hipócritas e das prostituas. Tu que faz as sombras se curvarem, tu que anda pelos bosques profundos e os profana, tu que se alegra perante o precipício negro da maldade humana, tu que tem os odores do inferno. Ouve a prece de tua serva fiel! Vê com amor os meus sacrifícios e aceita me como tua esposa. Aceita minha mão perante este sangue que ira escorrer até o teu reino!”

A cada palavra da lua meu coração batia ainda mais forte e mais rápido, em que terra maldita eu havia caído? A neblina havia se densificado com o fim das palavra e agora eu não ouvia apenas os tambores, ouvia passos. Rápidos e surdos como se feitos por cascos, mas não enxergava nada. Então eu vi dois pontos flutuantes brilhando em vermelho, como dois olhos de um demônio. Os pontos se multiplicavam, o nevoeiro se densificava próximo deles, os passos param. Todos aqueles olhos me observavam brilhantes com desejo evidente. Os corpos não eram visíveis o nevoeiro era parte deles, mas não se densificava em algo sólido.

O tambor parou, agora era ponto máximo, os olhos esperavam, a nevoa esperava, o bosque esperava, a noite esperava. E como que vindo do inferno a risada cortou o silencio da clareira, uma risada doentia de velha, uma risada que faria qual quer um enlouquecer e se esconder no buraco mais sujo e escuro. Estava paralisado o medo enrijeceu meus músculos e nada fiz quando ela surgiu na minha frente.

A mais horrível das aranhas se assustaria perante ela. Surgiu de lugar nenhum, sorrindo com as gengivas cortadas e podres, o cheiro também veio com ela, uma fragrância doce como a decomposição impunha as sombras da morte certa na minha mente. Os olhos negros e perdidos na loucura do vazio, a ausência do fogo da alma era evidente. Um dedo fino e gélido percorreu minha bochecha em um gesto irônico de carinho que contradizia numa perfeição assombrosa com a faca cheirando a ferrugem encostada de leve na minha garganta.

“O Sabbath não pode parar”, ela disse e os braços frios da morte se abraçaram a minha alma.


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Notas finais do capítulo

Para quem leu tudo, eu agradeço. Não sei se vou fazer alguma continuação, sinto que a ideia é boa, mas não sei se vale a pena continuar. Enfim agradeço por dicas e ideias desde já.



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