Não É Para Sempre... escrita por Corujinha


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Silêncio. Era a única coisa que havia naquela casa, o insuportável silêncio. Isso é estranho aos olhos de Lila que estava mais do que acostumada ao barulho e bagunça que aquela casa sempre foi. 7 irmãos, 2 famílias e 5 filhos, 14 pessoas no total, a casa era bem grande parecia uma mansão apesar de não ser, 3 andares, 14 quartos e 6 banheiros lógico que de vez em quando acontece alguma briga por causa de algum banheiro entre os adolescentes, mas logo era resolvido. Só que dessa vez estava diferente, era diferente, a casa, a sua casa, a mesma que era extremamente barulhenta, bagunça aonde havia brigas, discussões, risadas, brincadeiras... amor estava mais silenciosa que a própria noite, o único som que se ouvia naquele momento era passos e o pior é que ela sabia a quem pertencia. Ela era a única naquela casa que reconhecia melhor do que ninguém aqueles passos, aquele jeito de andar, seus gestos, seus modos, o sorriso, a linguagem e principalmente os seus carinhos, os seus beijos, o seu abraço, o calor de seu corpo ao dela e até mesmo sua forma de respira, mas isso não é importante agora.

Os passos aviam se intensificaram e, minutos mais tarde, cessaram, Lila não precisava ver pela janela para saber aonde todos estavam. Parado em frente a casa estava o carro que ia leva-lo embora e todas as 13 pessoas estavam reunidas, se despedindo, choros e abraços eram dados ao garoto que havia conquistado o coração de Lila e desde então não saiu dele. Ele estava lindo como sempre, com seu cabelo negro arrepiado suas vestimentas simples destacando, como sempre, sua correntinha prata e sua jaqueta preta. Ela não precisava pergunta para saber quem ele procurava freneticamente, enquanto abraçava cada pessoa no local, ele tinha esperanças que ela aparecesse por ali mas ela não tinha coragem e não iria, ela somente observava ao longe e se impressionava com tanto carinho que um adotado poderia receber. Isso mesmo, adotado.

A dona Lucia, mãe adotiva de Wiliam e melhor amiga de dona Marcia mãe de Lila, a amizade entre elas é tão intensa que decidiram mora juntas, o encontrou no meio da rua em um dia de chuva. Era noite de sábado as duas famílias aviam saindo para um passeio e quando começou a chuva todos abriram seus respectivos guarda-chuvas e pegaram o caminho de volta para casa na metade eles encontraram um lindo menino chorando ao lado de um poste completamente encharcado usando roupas rasgadas e desgastadas, tinha apenas 6 anos. Dona Lucia tinha o coração mais nobre e mole que se pode imagina quando ela viu aquela criança, naquele estado, seu coração se encheu de um amor materno desconhecido e como se estivesse sendo puxado por fios do destino, ela foi até aquele menino conversou com ele e, mesmo tremulo e com medo, ele foi com ela até a casa. Ela o banhou, alimentou, deu roupas confortáveis e o deixou dormi, quando ele acordou a dona Lucia o puxou para uma conversa serie e lhe contou que iria adota-lo e se ele aceitava, no começo ele hesitou mas logo disse que sim. Antes de fala com ele, enquanto ele dormia, dona Lucia avia conversando com seu marido, como ele conhecia muito bem a sua esposa e sabia que seu coração nunca errava, aceitou a ideia. E o coração de dona Lucia realmente não errou Wiliam cresceu forte, carinhoso de coração humilde, se preocupava com os outros principalmente com uma certa jovem de cabelos negros que avia conhecido logo nos primeiros dias na casa e se apaixonado desde de então, Lila tinha apenas 3 anos na época.

O quarto de Lila fica no segundo andar, aonde os outros estavam não dava para ver muito principalmente porque ela escondia a metade do rosto pela cortina, mas ela sabia que ele a olhava, a distancia e o escuro não impediam, seus olhos aviam se cruzado, eles sabiam que estavam olhando um no olho do outro apesar da distancia. Então Wiliam dispensa todos e entra na casa, ela sabia para onde ele estava indo, mas apesar disso, ela não conseguia se mexe nem desvia o olhar, eles disseram que tentariam fica afastados um do outro para que não doesse tanto e agora ele estava quebrado naquela palavra. Wiliam bate três vezes na porta, mas fica sem resposta então aos poucos abre a porta, Lila continuava paralisada, Wiliam fechou a porta e tirou a jaqueta a colocando na poltrona que ficava do lado direito da porta e com passos lentos se aproximou de Lila:

— Lila? — a chamou, mas ficou sem resposta então acelerou os passos até fica bem próximo dela, se sentou e envolveu os braços nela, ao senti aqueles braços em volta de si ela sai do transe que estava se aconchegando nele e colocando sua cabeça em seu ombro:

— Você não devia estar aqui.

— Eu sei — ele entrelaça suas mãos nas dela e beija seu ombro — Mas eu não consegue fica afastado, precisava toca-la uma ultima vez

— Nós tínhamos um acordo.

— Eu sei — ele sussurra, continuando a beija seu ombro. Ela se ajeita e fecha os olhos, envolvida nos braços dele ela se esquecia do mundo e do tempo, ali era o único canto em que ela queria ficar, permanecer, naqueles braços ela se sentia segura e única. Ela amava a forma como aqueles braços se encaixava perfeitamente em seu corpo, amava a intensidade de seu abraço como se quisesse prende-la e nunca mais solta-la, mas sempre que se lembrava da realidade seu coração doía como se estivesse levado uma apunhalada. Seus braços estavam envolvendo a pessoa que ele mais queria proteger, ele a amava muito e estava indo para longe e isso o preocupava, apesar de seu irmão não ser mais perigo, ele se preocupava com coisa banais. Seu irmão. Humft! Ele riu consigo mesmo ao pensar aquilo

— Qual é a graça? — Lila pergunta ainda de olhos fechados

— Nada é que, eu me lembrei da época em que meu irmão era uma ameaça para gente — responde olhando através da janela, Lila diz apenas um “hum”.

O irmão mais velho de Wiliam, Will, já avia se apaixonado por Lila. Desde de então a situação piorou, Will não media esforços em demonstra seu amor por Lila, não escondia de ninguém principalmente de Wiliam o que sentia por Lila e fazia de tudo para conquista-la aquilo apenas aumentava o ciúmes de Wiliam e o carinho de irmão que Lila sentia. As brigas entre os dois pioravam e o motivo era sempre a Lila, cansada daquilo, puxou Will para um canto e teve uma conversa serie com ele, disse o que sentia por ele e pediu para ele esquece-lo e segue em frente, ao seu desejo, ele o fez ou tentou. 4 meses depois em uma viagem de campo, Will conheceu uma linda garota, muito gentil e simples parecida com Lila, e se apaixonou por ela. Mais ainda tinha um problema e Lila tratou logo de resolver, prendeu os irmãos em uma sala e só os soltou quando eles começaram a se dar bem, uma coisa que demorou para acontecer mas, infelizmente, aconteceu e desde desse dia Wiliam ficou agradecido e mais apaixonado por Lila. Wiliam estava perdido nessas lembranças e não fazia ideia que ela também, até Lila se solta de seus braços e dizer:

— São apenas lembranças — Lila se levanta e anda até fica no centro do quarto, de costa para Wiliam

— Não são, é a nossa história Lila — diz Wiliam olhando atentamente a sua amada que estava mais do que frustrada e ele sabia

— Isso só faz piora, você terá que ir daqui a pouco tempo e eu só vou ficar sofrendo — diz Laila cruzando os braço. Odiava ser injusta, ela não era assim, mas que escolha tinha? A dor era de mais para ela aquenta.

— Você fala assim, mas e eu, como fico? — aquilo doeu no coração de Wiliam, ele saiba que sua namorada não era injusta, mas mesmo assim, doeu. Será que ninguém enxergava a dor dele? Odiava vê-la sofrer, mas e ele? Ele também estava sofrendo, não queria ir embora assim, não queria.

— É você que vai embora, é você que decidiu me deixar — ela se arrependeu no momento que falou, não queria dizer aquilo, simplesmente saiu.

— Não diz isso, você sabe que não é verdade — ele se levanta e se aproxima de Lila, novamente envolve seus braços nela, sua vontade de protege-la se intensificou e sem saber o que fazer, afastou seu cabelo e a beijou na nuca.

— Da mesma forma que você conhece todo o meu ser, eu conheço o seu. Sei quando estar com os braços cruzados é porque está chateada, frustrada e quer muda a situação atual por não aceita-la, mas Lila...— ele descruza seus braços e a vira para si — Isso não é para sempre, eu vou voltar, prometo.

— Acho bom — Lila diz colocando suas mãos no rosto de Wiliam e se aproximando aos poucos até o beijar. O beijo de Wiliam sempre foi calmo e tranquilo, sem pressa, sem preocupações, mas dessa vez estava diferente, seu beijo estava mais intenso pela primeira vez, era como se ele estivesse querendo memoriza aquele momento e ele realmente queria, queria lembra da macieis de seus lábios, do colar do seu corpo junto ao seu e a sensação, principalmente a sensação, que sentia ao beija-la. Ele iria senti saudades de tudo aquilo, não somente sua família mas de Lila também, especialmente dela. Eles se soltam e ficam um tempo assim, parados, apenas com suas testas encostadas e seus olhos fechados ela apenas acariciava se rosto, aos poucos eles foram se distanciando, lentamente para eles não perderem o contato até que somente as pontas dos dedos se tocarem. Wiliam pegou sua jaqueta e se virou Lila:

— Tchau — diz e fechou a porta ao sai

Lila voltou a sente aquele vazio que avia sido preenchido a minutos átras, sem saber o que fazer, voltou a se sentar e observa pela janela. Como ele já avia se despedido de todos então apenas lhes deu um greve aceno, mandou um beijo para Lila e entrou no carro para ir além da vista de Lila por sabe lá quanto tempo.

10 Anos Depois

Dez anos se passaram desde que Wiliam foi embora. Aquilo no começo foi difícil para Lila ela avia entrando em uma terrível depressão que durou cinco meses, todos tentaram ajuda-la: Seus pais, a família de Dona Lucia, seus irmãos, os filhos de Dona Lucia e até mesmo a namorada de Will tentou ajuda-la mas não conseguiram. Ela só conseguiu volta a vida normalmente quando as cartas de Wiliam começaram a chegar, aquilo a é motivou, ajudou ela. Nos cinco primeiros anos eles ficavam escrevendo cartas um para o outro sempre me contato, mas nós dois anos seguintes o contato foi se perdendo e as cartas paravam de chegar. No oitavo ano Lila achou que Wiliam a avia se esquecido e decidiu segue em frente para tentar supera-lo e ter uma vida como qualquer outra, mas não conseguiu; no nono ano ela começou a achar que Wiliam avia se casado e aquilo a destruiu, mesmo não tendo certeza absoluta aquilo doía e ela de alguma forma tenta reunir forças já no decimo ano ela achou que ele estivesse morto, já não conseguia pensar ou imaginar mais nada, nem mesmo seus irmãos tinham noticia dele, parecia que ele tinha sumido do mapa. Lila atualmente vive um simples apartamento na zona sul, é empresaria e vive viajando ao campo para ajuda seus pais, sua rotina era bastante simples com seus 26 anos ela se pegava pensando em Wiliam algumas vezes na sua vida e se perguntava como seria se ele estivesse ali com ela, uma pergunta que sempre ficava sem resposta. Quarta-feira seria mais um dia normal para Lila, era feriado e ela decidiu fica em casa e descansar, ela lavava a louça quando escuta a campainha tocar

— Quem será? — pergunta para si mesma enquanto limpava as mãos e abria a porta. No mesmo instante ela fica pálida, mãos trêmulas, sua respiração prende na garganta e ela começa a recua como se estivesse visto um fantasma

— Lila? — ele a chama, sua voz era rouca e baixa. Ele estava mais lindo do que a dez anos atrás, seus cabelos negros estavam bagunçados e ele usava a mesma correntinha pratinha, aos poucos foi se aproximando e quando entrou, fechou a porta.

— Lila? — Ele novamente a chama e novamente fica sem resposta.

— Não! Não pode ser — Lila começa a andar de um lado para o outro, mil e uma coisas passavam pela sua cabeça, como por exemplo, o motivo de seu desaparecimento? Por que ele parou de lhe escrever? O que aconteceu? E pior, será que ele é o mesmo? Cansada das mil perguntas em sua cabeça, ela para, reuni forças, se vira para Wiliam e mesmo com a voz tremula fala:

— O que aconteceu com você? — a voz de Lila era tremula e enfurecida

— Lila? — Wiliam a questionar por não entender a pergunta de Lila

— Por que parou de me escrever? — agora ela gritava, não conseguia mais se segura e queria as resposta as suas perguntas

— Você sumiu por três anos, não me deu nenhuma notícia, nenhum sinal de vida, eu achei que você estava morto.

Aquilo pegou Wiliam de surpresa, ele nunc imaginava que Lila passou por tanto sofrimento. Ele sempre teve noticias dela através da própria família e sofria, mas seu sofrimento nunca iria chegar aos pés do dela.

— Lila me perdoa

Lila me vira e segue para a cozinha, voltando a lavar a louça. Wiliam novamente a chama e tentando controla a raiva ela desabafa:

— Não sei se consigo te perdoa. Passei seis anos da minha vida vivendo em angustia e os últimos três anos foram os piores. No primeiro ano eu achei que você estava morto — Lila não conseguia mais se segura e se derramou em lágrimas, a única coisa que ela queria naquele momento era se enfia num buraco e nunca mais sair. Wiliam nunca suportou ver a garota que ama chora e não consegue se controla, foi abraça-la por atrás

— Eu sei que comete um terrível erro, mas eu posso explica é só você deixar.

Lila da um profundo suspiro e se vira para encara Wiliam, cruzando os braços.

— Então explica

Wiliam descruza os braços de Lila, tira suas luvas Scotch-Brite e a puxa para o sofá

— Depois dos cinco anos que passamos escrevendo cartas um para o outro a minha vida entrou em um turbilhão. Tinha começado o curso de mestrado e eu simplesmente não tinha tempo nem para mim, eu tentei manter contato nos dois anos seguintes mas não consegue. O resto dos três anos foi difícil, sem você então era pior, quando o curso acabou eu decide voltar, não aguentava mais de saudades de você. Por favor me perdoa, eu sei que comete um grande erro, mas voltei e lhe juro que nunca mais vou embora.

Wiliam se ajoelha em frente a Lila e pega suas mãos. Ele sempre foi assim, toda vez que a magoava, para lhe pedi perdão, se ajoelhava e isso sempre amolecia o coração de Lila como fazia agora. Ela ficou pensativa, pensou em tudo que passou e se devia perdoa-lo, não queria perde-lo não de novo.

— Esta bem, acho que posso te da uma chance

Ao ouvir aquilo Wiliam se alegrou de tal forma que logo a puxou para um abraço não importando se estava ajoelhado, finalmente eles voltaram a sentir o calor um do outro, os batimentos de Lila estavam acelerados e Wiliam podia ouvi-los claramente, não queria mais solta-la e não iria, avia voltando para busca-la e viver com ela, assim o faria. Eles passaram o resto da tarde conversando, contando todas as novidades e relembrando o velho tempo Wiliam avia voltando para o Brasil para busca-la, queria viver com ela pelo resto da vida e recupera o tempo perdido. Avia conseguido uma casa própria no Estados Unidos e não queria viver longe dela, quando ele lhe contou o que planejava ela recusou no começo e depois de muita insistência aceitou. Wiliam se aproxima de Lila, lhe da um beijo esquimó e depois a beijou de verdade, voltou a senti a macies dos lábios de Lila, a eletricidade que sempre os envolvia e principalmente a sensação, como sentiu saudades daquela sensação e tudo nela. Entre os beijos diz o que mais sentia:

— Eu te amo

— Também te amo

Mais anos se passaram Wiliam e Lila aviam se casado e moravam no Estados Unidos, tinham três filhos e um cachorro, eram felizes e passam as dificuldades da vida juntos. O amor deles superou barreiras e tribulações e nunca acabou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Comentários??? :D



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