Minha Negra Rosa escrita por Penas de Cera


Capítulo 1
Piloto


Notas iniciais do capítulo

Bom, essa é minha primeira fanfic baseada em Amor Doce, e como eu não leio as fanfics dessa categoria, pelo menos não tenho o costume, não sei muito como se situar aqui.
Espero que gostem e que tenham uma boa leitura.
Obrigado por ler.



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- Salete... Salete, querida. - Ágatha pediu carinhosamente. - Vamos querida, você precisa acordar. Não quer chegar atrasada no seu primeiro dia de aula, quer?
O pedido carinhoso da mulher de cabelos róseos não fizera a jovem erguer-se de imediato, pelo contrário, acabou aprofundando-a ainda mais em seu sono. Ágatha voltou a tentar acordar a sobrinha, dessa vez de uma maneira um pouco mais grosseira.
- Salete Catherine Eliete! - gritou erguendo a mão. - Acorda agora!
O tapa desferido fez com que a adolescente quase saltasse da cama, em sua pele estava marcada a mão da tia. Os olhos castanho escuro, quase negros, encheram-se de lágrimas.
- Ai... - reclamou a adolescente. - O que eu fiz, tia Ágatha?
- Ah querida, demorou muito para se levantar. - disse a mulher de um jeito exagerado. - Olha só, já são quatro e meia da manhã!
- Tia, minhas aulas começam às seis. - a garota respondeu passando a mão sobre o rosto.
- É, mas você tem que começar a se arrumar cedo. - disse Ágatha em uma tentativa de se redimir. - Seus pais pediram pra que eu cuidasse de você enquanto eles estiverem viajando.
- Eles já foram? - perguntou Salete um tanto quanto decepcionada. - Nem pude me despedir.
A garota olhou para o porta-retrato no criado mudo. A foto da mulher de cabelos igualmente pretos, sorriso confiante e roupas um tanto quanto extravagantes ao lado do homem de sorriso calmo e gentil, apesar das roupas e aparência séria, aquela foto sempre a fazia lembrar de como seus pais costumavam viajar a negócios, mas nunca podia ir com eles, a desculpa era que isso poderia atrapalhar seus estudos.
- Vamos anjinho, não fique assim. - Ágatha passou a mão pelo rosto da sobrinha. - Se arrume que eu vou preparar o seu café da manhã.
Salete deu um sorriso forçado para a tia antes que a mesma saísse. Uma das coisas que mais lhe doía era o fato de seus pais não serem muito presentes em sua vida. Já havia perdido a conta de quantos momentos importantes que seus pais não puderam participar ou ver por causa dos negócios da família.
A garota ergueu-se da cama e rumou para o banheiro, decidida a fazer com que todos aqueles pensamentos fossem para o ralo junto com a água. Ligou o chuveiro e deixou a água cair sobre o seu corpo.
O cabelo preto e cacheado batia na altura de seus ombros realçando a pele morena. Vestia uma blusa de um tom cinza-azulado junto com uma saia estilo colegial de cor branca. Deu alguns passos para tentar se acostumar com a sapatilha nova, mas o plástico borrachudo e preto não amaciava tão fácil.
Respirou fundo na tentativa de achar algum pensamento positivo que fosse, mas tudo o que conseguiu foi sentir o cheiro de algo queimando, com certeza Ágatha deveria ter se atrapalhado na cozinha e deixado a torrada queimar. Desceu as escadas desajeitadamente e dirigiu-se para o cômodo de onde vinha a fumaça, encontrando sua tia em guerra com o fogão, literalmente. A imagem de Ágatha gritando com a torradeira, que a esta altura já estava quase pegando fogo, seria cômica se aquele não fosse seu café da manhã.
- Vamos, sua pequena máquina do demônio. - exclamou a mulher.
- Tia Ágatha? - chamou Salete. - Tá tudo bem?
- Ah, está tudo sim, querida. - respondeu a mulher de olhos igualmente rosados. - É só que esse utensílio enviado do inferno não quer devolver a torrada que coloquei!
A garota de pele morena sorriu de canto ao ver que tinha acertado o motivo do cheiro de queimado. Era comum ver sua tia queimar alguma coisa na cozinha, ela mesma dizia o quanto odiava ficar na frente de um fogão ou qualquer coisa que ela tivesse que se esforçar muito pra cozinhar, mas sempre que os pais de Salete viajavam Ágatha teimava em ir pra cozinha para que a sobrinha não passasse fome.
- Acho que vou ter que mandar isso pro concerto, de novo. - comentou a mulher. - Desculpa amorzinho, mas parece que não vou poder te fazer aquele café da manhã especial.
- Não tem problema tia. - Salete se aproximou e beijou o rosto de Ágatha. - Obrigada por pelo menos ter tentado.
As duas se abraçaram em uma despedida terna e a mais velha desejou sorte no primeiro dia de aula da garota. Apesar do momento de carinho da duas, a morena acabou por ficar sem café da manhã e ainda teve que correr para não se atrasar.

As passadas rápidas deram lugar a uma corrida um tanto quanto difícil para a garota, afinal correr não é algo fácil quando se está de saia. Com a respiração ofegante a garota só parou quando chegou a porta do colégio, dando uma boa analisada na fachada do mesmo. O nome 'Sweet Amoris' tornava-se quase imperceptível de tão grande e largo que era o prédio colegial. Tentou movimentar-se pela multidão de alunos sem esbarrar em algum deles ou gritar cada vez que alguém pisava no seu pé, mas estava cada vez mais difícil fazer qualquer uma dessas coisas. Foi ai que sua sorte disse adeus, sem querer acabou trombando com um rapaz à sua frente e o impacto a fez cair no chão.
- Desculpe. - o garoto de olhos bicolores estendeu a mão.
Salete havia ficado no mínimo constrangida pelo tombo, mas aceitou a ajuda para se levantar. Assim que se pôs de pé tratou de ajeita sua roupa para enfim olhar para o rosto do rapaz. Os cabelos brancos, negramente tingidos nas pontas, batiam em seu ombro, realçando a beleza e o mistério dos olhos heterocrômicos.
- Você está bem? - A voz grave e calma a fez sair de seus pensamentos.
- Sim, sim obrigada. - respondeu a garota ficando levemente corada.
- O tombo foi tão forte assim? - o rapaz pareceu se preocupar. - Seu rosto está meio avermelhado.
- Ah, n-não é nada. - Salete tentando disfarçar o leve rubor. - Eu que sou muito desastrada, a propósito, eu me chamo...
Quando a adolescente iria se apresentar o sinal da escola tocou, fazendo com que os alunos, inclusive o rapaz com quem estava conversando, rumassem para as salas de aula. Tirou o papelzinho da mochila e se dirigiu até a segunda porta do corredor, com a mão suando a garota girou a maçaneta e empurrou a porta.


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