Filhos de Clairmond Interativa escrita por Le Clair


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Bonjour!
Então, sei que demorei, rs', espero que não tenham se esquecido da fanfic e que não me matem! Voltei apenas semana passada de viagem e hoje terminei o capítulo. Nesse foram mais criações de alianças e amizades, afinal, não quero que os Selecionados e Selecionadas se relacionem apenas com o Étienne e a Céline. Espero que goste ^_^



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Leonhard Rockwell

Ele não esperava que seu gato fosse fugir assim que colocou os pés no castelo. Bem, primeiramente porque Tyrion costumava ser um rapaz dócil, apesar de ranzinza (mas, afinal, não eram todos?) e preguiçoso. Um de seus únicos amigos na Corte, um território hostil. Não, repetiu para si mesmo, não é hostil, e esta seria exatamente como seu falecido pai descreveria toda a situação, e ele não anseiava por se tornar a figura varrida do pai, considerando que realmente já o era em aparência. O Conselho de Van Ruchérlees esperava que ele caísse em desgraça, esperavam ansiosamente por qualquer passo em vão que pudesse, de qualquer forma, prejudicar o governo de sua mãe. Qualquer passo em falso poderia ser sua desgraça, portanto, deveria ser cauteloso.

Já era manhã e Tyrion ainda não havia mostrado as caras,, o que o deixava ligeiramente preocupado, além de desapontado; não conhecia ninguém daquele mundo de príncipes, embora fosse um conforto saber que apenas uma porção deles tinham algum nível de interação, enquanto a maioria brincava com seus próprios dedos ou entupiam a boca de comida para que não precisassem falar nada além do necessário. É claro que alguns puxavam assunto, afinal, a coroa de Clairmond não era a única em jogo, muito menos o único aliado que poderiam encontrar ali.

“O casamento vem mais agitado?”, alguém lhe perguntou de lado, “Daniel, prazer”, o rapaz ergueu a mão sobre a mesa. “Daniel Specter, de Valyria, o país mais ridiculamente louco dos Reinos Unidos”.

Leonhard apertou a mão do jovem príncipe e deu seu melhor sorriso.

“Leonhard Rockwell, de Van Ruchérlees, o país mais ridiculamente rígido dos Reinos Desunidos”, ao ver a expressão confusa do outro príncipe, tratou de explicar: “Passamos por alguns problemas, e durante estes, ninguém chegou a assinar o contrato dos Reinos Unidos”, riu, esperando que Daniel não perguntasse motivos, mas o rapaz pareceu entender.

“Bem, nós somos um país louco e desorganizado”, Daniel deu de ombros, “Mas unidos como o próprio inferno. E unidos a tudo, então não acho que ninguém ali iria gostar, nem um pouco, de não fazer parte de qualquer coisa que envolvesse todo canto. Ainda mais com o nome de Reinos Unidos”.

“Nunca visitei Valyria”, admitiu.

“É agradável. Temos praias paradisíacas e geleiras atormentadoras, além da maior floresta do mundo. Oferece todo o pacote turístico”, ele ainda piscou, como que num comercial “Se chegarmos a casar um com o outro, prometo que te levo para um passeio na pirâmide maia-sei-lá-das-quantas”.

Algo no tom de voz do novo colega indicava ser uma brincadeira, então acompanhou-o na risada. Algo lhe dizia que havia tomado um aliado fora do castelo, e um possível competidor pela mão da princesa.

Cleopatra de Nile

A primeira coisa que a jovem rainha percebeu sobre Clairmond era o quão linda era; o castelo milenar colocava-se acima de um enorme rochedo, ocupando todo seu espaço, e em sua volta, algumas vilas e propriedades. Ela se sentia bem como algum de seus antepassados na própria Idade Média, visitando algum rei importante para algum tipo de negociação política. A única coisa que mudava no cenário eram os séculos de diferença.

“Vossa alteza”, um dos soldados lhe rodeou, “Deseja descansar?”.

Meio relutante, aceitou, erguendo os braços como uma menina manhosa. Aqueles, afinal, eram homens que lhe conheçeram por toda sua vida, talvez os amasse mais do que jamais amou os pais ou o irmão; eles, sim, acompanharam cada passo de sua vida, eles, sim, seriam por quem ela choraria caso a morte lhes viesse muito cedo.

Lokesh lhe pegou no colo, como fazia quando pequena, e deixou que a rainha se aninhasse ali.

“Vamos, minha criança” ele cantarolou em seu ouvido, “Durma. Amanhã estaremos a salvo, e depois de amanhã, em casa”. A velha canção nunca lhe pareceu mais adequada e menos improvável.

Adormeceu ali, nos braços quentes e confortáveis de seu soldado. Ela não queria ser uma rainha fugitiva eternamente, decidiu. Ela queria seu reino, sua coroa, o amor de seu povo e muito provavelmente Phytos, seu amado irmão, como seu bobo da corte quando voltasse para casa. Ela apenas precisava… Voltar.

Katrine Landvik

Ela deslizou em silêncio pelo quarto enquanto dava seu próprio toque às paredes, estantes e armários. Era a manhã seguinte ao dia da chegada, talvez um pouco cedo demais, mas quando lhe disseram que apenas conheceria o príncipe Étienne no dia seguinte, acabou por se focar no quarto; enviou dois de seus guardas para lhe trazer tintas e pincéis.

“Deus do céu”, se surpreendeu quando eles lhe trouxeram seis latões de tinta de diferentes cores. Ao menos teria opções.

Molhou o rolo de tinta na cor azul e só quando deu a primeira pincelada foi que percebeu que eram da cor dos olhos de Aksel. Aksel, seu querido Aksel… Ela queria estar perto dele, agora. Queria que ele afagasse seu cabelo e tomasse seu rosto nas mãos carinhosas, beijasse-a até que pedisse por fôlego. Naquele momento, ela odiara o pai por os separar de maneira tão brutal.

Continuou com sua arte delicada, subindo e descendo, o azul-petróleo tomando conta da parede cor-creme, suas lembranças do irmão tornando-se cada vez mais nítidas. Ela o amava com todo o seu ser, ela o queria perto dela, ousaria dizer que parte de si era tomada quando estava com ele.

“Está fazendo um belo trabalho aí”, escutou uma voz masculina parada na porta, ele falou num francês polido e com um sotaque meio puxado.

“Obrigada”, ela sorriu timidamente. Não que fosse tímida, apenas porque não convivia com pessoas bem o suficiente para conhecê-las.

“Eu sempre achei o azul uma cor viva”, ele entrou, contornando as latas de tinta e pisando cautelosamente no plástico que cobria toda a extensão do chão, “É minha cor favorita, definitivamente”.

“Então o senhor entende de pinturas”, ela observou.

“Alguma coisa do tipo”, sorriu, “Prazer, sou o Príncipe Ítalo Sona, de Gutersang”.

“Princesa Katrine Landvik, de Norveg. O prazer é meu”.

Algo brilhou nos olhos de Ítalo.

“Landvik? Irmã de Aksel Landvik?”, ele pareceu se surpreender.

“É, sim”, uma pontada de familiaridade se formou com ele. Afinal, se ele conhecia seu irmão… “Você o conhece?”.

O príncipe de Gutersang se perguntou o porque de nunca tê-la conhecido, afinal, Norveg e Gutersang eram aliados natos e estavam sempre prestando assistências e visitas uns aos outros.

“Conheço, sim. Estou mais surpreso por não conhecê-la”.

“Oh, eu geralmente não participo das reuniões diplomáticas; papai prefere assim. Aksel será o rei, afinal”.

Ela não queria dizer o quanto aquilo a frustrava; sempre quisera ser algo mais para o reino, sempre desejara ter uma participação ativa na política de seu reino, mas seu pai ainda assim a afastava. Tinha medo dele não achar que ela fosse capaz apenas por que era uma mulher. Mas Ítalo desconversou.

“O que você quer fazer nessa parede?”, perguntou, curioso.

Ela girou a cabeça, ponderando. Iria ficar ali nos próximos meses, ela acreditava. Precisava se fixar em algo para dormir, se livrar dos pensamentos tortuosos de estar longe de seu Aksel.

“Algo como…”, analisou novamente a parede, “Irei pintar tudo de azul, como fundo, e então queria pintar estrelas pequenas em branco conforme vai se aproximando do teto. Então acho que gostaria de um detalhe, perto do chão, como uma árvore seca e um balanço de corda em um de seus galhos”, satisfeita com a própria ideia, ela sorriu, “Vai demorar, mas um dia eu termino”.

Ítalo pareceu observar também, e tomando outro pincel, decidiu:

“Posso te ajudar, se não se importa. O resto do castelo está tão entediante que eu poderia dormir nas escadarias”.

Katrine sorriu, feliz pela ajuda e pela companhia. Faria com que desviasse seus pensamentos da ameaça enrustida do pai, das obrigações com o reino e do irmão.

E, além disso, poderia reforçar suas alianças com Gutersang.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Próximo capítulo sai logo, logo