Lost in the Echo escrita por Enziio


Capítulo 3
Esclarecimento




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Lá estava eu, sozinho em busca da menina de asas brancas, com tudo o que restou de Zeldon, sua espada e colar. Depois de uma boa caminhada encontrei uma rocha grande com um pequeno buraco, do buraco saia um eco estranho que dizia: "Vem, vem", com um som cada vez mais intenso e intimidador. Peguei a espada e entrei no buraco, e fui cair em uma cave grande e vazia.

– "Uau! De fora isto parece muito pequeno, ninguém diria que isto é tão grande assim julgando pela aparência" - e do nada percebi passos estranhos de um rapaz;

– "As aparências enganam" - falou uma voz estranha;

– "Quem está aí?!"

– "Um amigo... Eu tenho respostas as tuas mais importantes perguntas, mas só posso responder a uma"

– "Que mundo é este e por quê estou aqui?!"

– "Ai são duas perguntas e eu só posso responder uma"

– "Por quê estou aqui?!"

– "Estás aqui por que só tu podes parar a Sif e salvar o nosso mundo"

– "Mas que Sif é essa que tanto falam?!"

– "Respondi a tua pergunta, adeus..."

O rapaz começou a brilhar de forma a focar até que por fim desapareceu. Eu não conseguia entender por quê eu devia parar uma tal de Sif que nem tinha ideia de quem poderia ser. E o facto de ter conhecimento de como uma cidade normal deve ser, carros, tecnologia, e outras coisas normais me deixava confuso por que eu não tinha lembranças sobre minha vida mas no consciente eu tinha uma ideia de como uma vida normal devia ser. Por vezes eu me perguntava: "Será que o paranormal aqui sou eu? Será que estou maluco? E então por quê? Por quê não consigo entender este mundo? Fiquei deitado no chão da cave a pensar, a tentar responder a essas perguntas, lágrimas saíram de tanto desespero por respostas. O tempo foi passando, e quando começou a escurecer, a menina das asas brancas apareceu e me abraçou.

– "O quê eu sou exactamente?!" - perguntei enquanto chorava;

– "Um homem! Um bom homem..." - ela respondeu;

– "Que bom homem é esse que deixou alguém morrer no seu lugar?!!"

– "Um homem muito especial"

– "O quê tenho de tão especial se não consigo nem mesmo entender o significado da minha existência!"

– "Você tem um coração especial, e hoje saberás a razão das minhas palavras" - falou ela com um sorriso sincero.

A menina das asas brancas me ajudou a levantar e saímos então da cave, e seguimos o caminho até a vila. Chegamos a vila e encontramos Nina e Samson à nossa espera na entrada da vila, e fomos então a um local para dormir. No caminho contei a Nina e Samson sobre Zeldon, os dois choraram muito mas depois aceitaram a perda.

Chegou então a alta noite e tive um sonho, mas desta vez não era um sonho estranho, o sonho era tão vivo, tão real, era bem claro e diferente dos outros sonhos. No sonho:

~~ Eu estava dentro de um avião a voar, tudo parecia normal, saí um pouco para os sanitários, enquanto caminhava percebi que no avião estava Milli, uma mulher que eu conhecia e por incrível que pareça me lembrava dela apesar da aminésia, ela era jovem, linda, cabelos lisos morenos, pele lisa clara, olhos castanho-escuro, e muito simpática, quando passei perto dela ela estava a ler, achei melhor não incomodar e provavelmente ela nem percebeu que eu estava lá. Quando saía dos sanitários em direcção ao meu acento algo atingiu a janela onde Milli estava sentada e explodiu. Abriu-se um grande buraco e Milli foi lançada do avião. Quando vi aquilo peguei um pára-quedas e saltei do avião para tentar lhe alcançar. Estava em queda livre, por isso não conseguia respirar ou ver bem, mas depois de um tempo consegui tocar a mão dela e segurei. Peguei o pára-quedas e coloquei nas costas dela, mas vi lá um aviso 'Suporta apenas uma pessoa'... Ai pensei «Fogo...»

~~ Em queda livre estávamos eu e Milli, e eu acabava de perceber que só um de nós podia sair vivo daquela situação. Larguei a mão de Milli para deixar o pára-quedas bem seguro nas costas dela, e feito isso larguei o pára-quedas e me coloquei em posição vertical de cabeça para baixo com objectivo de cair mais rápido, e enquanto caia ela me segurou na mão esquerda e falou a gritar:

– “Tony! Tony, obrigada por te arriscares tanto assim por mim, agora segura-te a mim por que eu vou abrir o pára-quedas!”

– “Espere, quero te dizer algo antes!”

– “O quê?”

– “Lembras das instruções de segurança sobre o uso de pára-quedas?”

– “Nunca li aquilo”

– “Bom, terás tempo suficiente para ler” – falei aquilo com um sorriso, face a face com ela;

– “Serás tu quem irá mostrar-me!”

– “Não tenho tanta certeza sobre isso!”

– “Por quê? O que você quer fazer?!”

– “Não te esqueças, eu farei isso por que…” – o vento soprou forte que não deu para ouvir as últimas palavras, então estiquei o meu braço direito e segurei na corda do pára-quedas;

– “Tony! Não consegui perceber a última parte!”

– “Fique bem!” – puxei a corda e larguei a mão dela;

– “Tony! Tony não!”

A voz dela gritando “Tony! Tony não!” era a mesma voz que eu ouvia nos meus sonhos, e foi ouvindo essa voz e vendo aquela mão a tentar me alcançar enquanto eu caia mais a fundo que meu sonho acabou. Por algum motivo estranho eu não conceguia lembrar o que falei daquela vez que o soprou um vento forte no meio do sonho.

Acordei, e já era manhã, naquele sonho percebi que aquela mulher que gritava nos meus sonhos anteriores e a Milli do último sonho tinham algo em comum, mas eu não entendia a razão de ter aquele sonho do avião. Procurei então a menina das asas brancas em busca de alguém que podia me ajudar a entender o significado dos meus sonhos.

– "Você me falou que ontem eu perceberia algo sobre os meus sonhos" - falei a ela

– "O que tiveste ontem, não foi um sonho"

– "Como assim?"

– "Era um pedaço da memória mais marcante na tua vida"

– "Então aquilo aconteceu?!"

– "Provavelmente sim..."

– "Como podes ter certeza?!"

– "Olha, eu sou uma parte do teu cérebro"

– "Impossível"

– "Este mundo foi criado dentro da tua mente, tipo um sonho em que tu não podes acordar"

– "Você é algo que meu consciente criou?"

– "Sim, sou como uma chave para tuas memórias, com objectivo de te guiar caso te percas"

– "Ok, não entendi exactamente mas ok"

– "Com o tempo..."

– "Então, essa tal de Sif, eu criei ela também?"

– "Não, é exactamente isso que não entendo, ela parece pertencer ao consciente de outra pessoa"

– "Eu lembro que tu não lembravas de nada e do nada sabes tudo"

– "Meu nome é Pina, eu lembrei exactamente quando tu tiveste aquele sonho que na verdade é uma recordação"

– "Ya ya, imaginava uma resposta parecida com essa..."

Eu não entendi tudo, mas percebi que não era o maluco ali, aquilo tudo provavelmente é algo que meu cérebro criou para eu recuperar minha memória de forma divertida... Pelo menos sei que Zeldon não morreu por que nunca existiu... Que alívio...


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