“Sem nenhuma lágrima para derramar

Eu gritei com minha voz perdida.

Ei, com um sorriso sempre no seu rosto,

Você me ensinou sobre tudo.

Coisas felizes, coisas tristes e que eu

Nunca morro.”

Sou uma maquina criada por John Winchester, minha função é cuidar do único herdeiro de John: Dean Winchester.

Jurei protegê-lo pela minha eternidade. Quando fui conhecê-lo, ele era um garoto de seis anos e parecia muito feliz em me ver. Cuidei de Dean Winchester desde sempre e ele, que não suportava a ideia de eu ficar sem nome, nomeou-me como Castiel.

Até em momentos nos quais eu não entendia muito bem eu o ajudei, como, por exemplo, a morte de John Winchester, ele tinha dezessete, o loiro parecia muito triste, pois, agora era só eu e ele.

- Pelo menos você não irá embora. – Ele diz, em meio de lágrimas –

Naquele momento eu sorrir pela primeira vez. Dean Winchester passou a me ensinar várias coisas como a felicidade e a tristeza. Certa vez, o rei anunciou que estava disposto a pagar em uma alta cotia um mecânico para construir um grande relógio.

Dean, com seus vinte e seis anos, começou a elaborar projetos para o tal relógio enquanto outros mecânicos, sem a mínima ideia de como fazer um relógio se inscreveram para fazer o relógio.

No dia, Dean e eu fomos até lá para ver as ideias junto com todos os cidadãos e logo vimos que os tais não sabiam nem por onde começar e foi ai que Dean me puxou até o palco e mostrou o seu trabalho mesmo sem ter se inscrevendo. Como se chama mesmo...? Há, sim! Ele teve muita coragem em ir para o palco.

O rei adorou e pediu para Dean ser o engenheiro chefe o que foi muito bom, enquanto ele comemorava eu olhava para aquelas pessoas e percebe que a guarda do real nos fitava, na hora eu não me importei muito. Um erro.

Durante a construção do relógio, Dean me deu um anel muito bonito. Ele o coloca em meu dedo e pede para colocar o segundo anel no seu.

- Mas Dean, se pormos esses anéis em tais dedos, significa que estamos casados? – Pergunto –

- Isso mesmo Cas, para ficar sempre juntos. – Responde –

Dean Winchester, sempre com surpresas, mas, para se casar não é preciso ter o sentimento amor? Eu sou um androide, sentimentos são totalmente irrelevantes a minha realidade. Será que Dean não sabe disso? Talvez.

“Ei, por que meu tempo parou?

Eu não consigo entender essa dor desconhecida perfurando o meu peito.

Isso era uma ilusão que nunca ia acontecer

Era nisso que eu acreditava.

Ei, por que você está rindo hoje e me abraçou gentilmente nos seus braços?

Mesmo no meu corpo onde o sangue não corre eu conseguia sentir o seu calor.”

Até então tudo estava normal até que, em certo dia, Dean e eu voltávamos para o prédio no qual o relógio estava sendo feito, então a guarda do real me atacou e eu não percebe e Dean logo fica em minha frente e perde a visão.

Sente algo em meu peito que não entendo, mas eu não liguei e, aquele que retirou a visão de Dean foi certamente morto por mim. Dean mesmo sem a visão leva-me até o prédio e ficamos por lá. Ele pega um pano e coloca sobre seus olhos e amarra para ficar seguro de que o pano não cairá.

Não tinha nenhum mecânico lá e logo soubemos que tais foram mortos junto com suas famílias pela guarda real. Por alguma causa a guarda real não queria que fizéssemos o relógio. Dean logo me coloca na caixa na qual, no dia em que me ganhou teve de tirar os parafusos para abrir a caixa e dar corda.

- Fique aqui Cas. – Disse ele –

Dean logo sorrir e me abraça gentilmente – Eu te amo Cas. – E sentir meu rosto se esquentar quando ele sussurrou isso em meus ouvidos e aperta minha mão –

Ele me deu a chave e sorriu pela última vez para mim e fecha a caixa. Logo escuto passos de sapatos da guarda real e abro uma pequena porta que tinha sobre meus olhos e vejo Dean Winchester sendo morto pelo famoso golpe “x” da guarda.

Quando a guarda real sai de lá eu empurro a tampa da caixa e corro até meu amado. Lágrimas saem de meus olhos, acho que estou virando humano. Dean Winchester, essa foi a única surpresa que eu odiei.

Eu fiquei com ele por bastante tempo até algo me dizer que eu preciso dar corda para não morrer. Então penso no tal céu que Dean me contou uma vez, aonde as pessoas boas vão após a morte. Eu pensei em fazer o mundo parar e logo olho para o relógio, pego um martelo e começo a quebrar o maldito relógio, se Dean morrer o relógio vai junto! Logo quebro a chave com o martelo e fico perto de Dean até minha morte.

Se eu o encontrei no céu? Eu estou contando a história certo? Eu finalmente conseguir responder o meu amado:

- Eu também.

“Que o mundo pare de girar.

Eu desejei.

Mas eu sabia a verdade, eu já sabia que

Que não tem como parar de fazer o mundo girar.

Ei, com um sorriso no seu rosto.

Com um sorriso no seu rosto em algum lugar do passado

Coisas tristes, coisas felizes e que eu estou viva.

Agora estou muito feliz

Se essas lágrimas estão escorrendo

Eu ainda sinto que posso lhe ver novamente

Além desse céu.”