Primeiro Encontro escrita por Pokie


Capítulo 1
Único - Save The Last Dance For Me.


Notas iniciais do capítulo

A música "Save The Last Dance For Me" deu o embalo para a Oneshot! Eu simplesmente a amo... E espero que gostem dessa one Jily bem simples :)
Beijoss



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Quando estava se arrumando para aquela noite, Lily Evans prometeu a si mesmo que não dançaria.

Se James Potter achava que ele podia fazer o que bem quisesse com Lily em um encontro, ela deixaria claro que era a última vez que daria qualquer chance a ele. Se James Potter ousasse insinuar que ela deveria dançar com ele, Lily ia aparatar de volta para o Salão Comunal e demonstrar que ler um livro era mais interessante do que deixar James Potter cortejá-la.

– Então, sem danças? – James quis confirmar, durante a caminhada que faziam até o Três Vassouras. Lily tinha estabelecido algumas regras importantes, a mais importante era:sem danças. O céu estava escurecendo e a iminência da noite trazia consigo o frio do fim de novembro. Os dois andavam lado a lado, não muito distantes, mas também não exatamente perto.

A expressão aflita de Lily, a tranquilidade de James – e o sorriso que ele não conseguia tirar da boca – só queria dizer uma coisa.

Aquele era o começo de um primeiro encontro.

– É. Sem danças – ela disse, com firmeza.

Nos primeiros trinta minutos James foi sensível o suficiente para não levá-la ao espaço que algumas pessoas começaram a dançar ao som das Esquisitonas em um rádio. Eles ficaram sentados em uma mesa, cada um dos dois saboreando o gosto das cervejas amanteigadas e Lily evitando ficar ruborizada a cada maldito segundo que pegava James olhando para ela.

Mas então uma música começou a tocar. Não tão lenta, mas romântica, divertida, animada.

Foi quando algo inacreditável aconteceu.

Com o silêncio nervoso e ansioso dos dois naquela mesa, Lily se viu confessando:

– Eu gosto dessa música.

A voz dela misturou com a de James, que disse exatamente a mesma coisa.

Os dois se entreolharam.

James se levantou e Lily imediatamente olhou alarmada, quase engasgando ao dar um grande gole de cerveja amanteigada. O olhar do rapaz denunciava sua intenção.

– Não, não, James, não.

– Ah, sim! Vou ter que quebrar sua regra depois dessa.

– Não! Eu disse que não vou dançar-

Sentiu a mão dele em seu pulso de uma forma suave. Não a obrigou, nem mesmo se esforçou, para realmente tirar Lily Evans daquela cadeira. Ela sabia, todo mundo sabia, que uma hora a garota teria que ceder. E, para falar a verdade, era impossível ficar parada com sua música preferida soando pelo Três Vassouras.

– Ok, calma – ela disse, quando alcançaram a pista de dança. Riu, nervosa, tirando o cabelo do rosto e colocando as mechas atrás das orelhas. – James, calma.

O rapaz estava fazendo uns movimentos estranhos com o braço, mas as pernas não estavam no mesmo ritmo. Começou a rir dele, sem acreditar que James Potter pudesse ser um desastre em alguma coisa.

– Você é péssimo nisso – ela constatou como se fosse questão de honra que James soubesse do fato.

Ele não ficou ofendido. Na verdade, isso deu embalo para que ele piorasse a dança, de propósito, só para deixar a moça na incerteza se deveria continuar rindo ou morrendo de vergonha.

Mas Lily não sentiu vergonha. Ela gostou de ver que James não fazia questão de ser perfeito naquela noite.

Por isso, e apenas por isso, ela achou melhor informar:

– Você tem que segurar a minha cintura.

James parou. Sem perguntas, sem enrolar, usou as duas mãos para isso. Seus dedos firmemente apoiaram-se sobre a blusa de Lily, na região da cintura. Ela se concentrou em indicar o próximo passo. Ergueu sua mão direita para apoiar no ombro do rapaz. Suavemente, então, indicou o ritmo que James deveria seguir, para guiar a dança, quando segurou a mão esquerda com a direita dele.

– Concentre-se em não pisar no meu pé – pediu e percebeu que estava sorrindo para ele. James não estava olhando para ela, porque quando alguém lhe ensinava algo, ele era teimoso o suficiente para querer fazer o melhor que podia. Com a testa levemente franzida, o rapaz observava os pés, para ter certeza de que não pisasse em cima dos de Lily. Então Lily pigarreou e disse: – Sabe, você tem que fazer isso sem desviar os olhos da garota.

– É uma regra? – ele continuou olhando para os pés.

– É o desafio da dança.

Interessante. James gostava de desafios.

Lily se arrependeu de ter feito James olhar para ela, porque agora encarariam seus olhos. Mas não ia gostar que James não olhasse, de qualquer forma. Então era uma contradição inevitável. Os castanhos dele estavam preparados para qualquer desafio que aqueles olhos verdes dela jogassem na mesa. James sabia que quando alguém estava se divertindo, os olhos sorriam mais do que a boca.

Os olhos de Lily brilhavam naquela noite. Ela não ia admitir tão fácil, mas James não precisava confirmar nada. Ele era confiante desse jeito.

– Desculpe – pediu quando pisou no pé dela.

– Desconcentrado? – se viu provocando.

– Até parece que não sabe.

Lily achou muito interessante olhar as pessoas ao seu redor depois de ouvir aquilo. Não percebeu que mordia os lábios; mas James, ah, James não desviava os olhos. Era incapaz.

E então dançaram até aperfeiçoarem os passos. Dançaram juntos, qualquer ritmo, qualquer música, com James tentando fortemente não suar nas mãos e Lily tentando fortemente não ficar mais próxima do corpo do rapaz. Pelo menos não mais do que seu orgulho permitiria naquela noite.

Às vezes música tem o mesmo efeito que vários goles de cerveja amanteigada. Faz você se sentir embriagado, faz você sorrir e rir a toa, conversar sobre coisas aleatórias e cantar.

Enquanto caminhavam de volta para o castelo, satisfeitos com a comida, as danças e as bebidas, James se viu com aquela maldita música na cabeça. Baixinho, quase inaudível, um assobio...

Oh Darling, save the last dance for me...

Lily estava tentando entender como conseguiu se divertir com ele. Nem acreditava que não estava com nenhuma vontade de voltar tão cedo para o castelo. James parecia ainda mais preguiçoso, e quando ele começava a fazer suas graças – como passinhos idiotas na calçada, fingindo que estavam em um musical –, era porque ele tentaria evitar o “boa noite” a todo o custo.

Quanto mais fazia Lily Evans rir, menos vontade de sair dali os dois tinham.

E foi então que eles pararam de andar, no mesmo segundo, como se estivessem bastante sincronizados naquela noite. Como se a dança tivessem criado um ritmo só para os dois.

James se apoiou no poste de luz. Lily fez o mesmo. Os dois se encararam de perto, a cabeça de Lily alguns centímetros mais baixa.

– Foi tão ruim como achou que seria?

– Tiveram alguns pontos positivos – admitiu Lily, dando de ombros.

Por que ela não conseguia parar de sorrir? Devia ter alguma coisa no ar daquela noite. Algum feitiço estranho.

– E foi tão mágico como achou que seria? – perguntou a James, que olhou estupefato para ela.

– Convencida! – deu uma risada alta. – Eu nem estava esperando muita coisa, Evans.

– Ah, não. Só passou os últimos três anos fazendo a mesma pergunta todo o santo dia. “Ei, Evans, quer sair comigo?” – fez uma perfeita imitação de James Potter.

– Quem diria que a solução seria ameaçar uma queda na vassoura?

– Não faça mais isso – ela disse, agora com um tom muito sério. Quase preocupado. James sorriu ainda mais. – Não teve graça nenhuma o que você fez no campo ontem. Você não me deu outra escolha.

– Todo mundo tem escolhas, ruiva.

– Entre sair com você ou vê-lo cair uma altura de treze metros, eu prefiro sair com você – admitiu fácil demais para o gosto dela.

– Então existe algo pior do que sair comigo – provocou.

Ela ficou preocupada que, se fizesse alguma confirmação, deixasse o ego dele ainda mais inflado. Mas James não parecia tão preocupado com o ego, porque perguntou:

– Você sabe que eu não iria realmente soltar minhas mãos da vassoura se falasse que não queria, não sabe?

– Sim! Mas você é idiota, e maluco. E todas as arquibancadas começaram a gritar “sai com ele, Evans!”. O que você queria que eu fizesse? Aquele foi um truque baixo!

– A ideia foi do Sirius!

Lily soltou uma risada pelo nariz.

– Bem, lembre-me de agradecê-lo, então. Se eu não tivesse saído com você, não saberia que era possível me divertir.

– Nesse caso, a ideia foi totalmente minha. Sirius não teve nada a ver com isso.

– Você é tão previsível!

– Engraçadinha.

– Mas é sério.

– Ótimo. Eu juro que, da próxima que vez que chamá-la para sair, será do jeito tradicional de sempre. Sem pressões.

– É sério sobre o que eu disse. Não foi tão ruim. Eu me diverti.

James tinha uma mania que nem ele sabia que tinha, de ajeitar os óculos pela lateral quando ia sorrir para mostrar os dentes brancos e perfeitos. Um sorriso brilhante, um sorriso contagiante.

Voltaram a caminhar por uma estrada em Hogsmeade que os levariam para o castelo. Conversaram, depois ficaram silenciosos, só escutando os próprios pensamentos e os barulhos dos morcegos, dos grilos, das conversas alheias de outros grupos de amigos por perto. James o tempo todo imaginando qual seria a reação dela se ele a beijasse. Lily o tempo todo se perguntando por que James ainda não tentou beijá-la.

– Então é aqui...

– Chegamos. Sala Comunal da Grifinória...

– A senha deve ser Sapos de Abóbora ou algo assim...

– Até amanhã e...

Perceberam que estavam atropelando as palavras. Lily ajeitou a bolsa nos ombros. Em um impulso, James levou uma das mãos até o rosto dela e afastou uma mecha ruiva de seu olho.

Ele nunca viu ou sequer veria pares mais bonitos.

Gostou de ter tido o privilegio de olhar para eles naquela noite.

Lily ficou bem parada, preocupada que fosse possível ouvir o coração dela batendo. Estava mesmo disparado, enquanto o rosto de James se aproximava. Ele ia beijá-la.

E a beijou.

Não soube se ficou decepcionada ou aliviada quando sentiu os lábios quentes na bochecha, no canto bem próximo a sua boca, mas não exatamente ali na boca. Roçaram em sua pele quente por alguns segundos. Lily só percebeu que tinha fechado os olhos quando James sussurrou:

– Boa noite, Lily.

Lily ia gaguejar alguma coisa se chegasse a falar, então ficou calada.

Viu que James estava se afastando, então segurou o pulso dele para impedi-lo. Pensou o menos possível – na verdade, não pensou em nada. Só em segurar o rosto grande de James, sentir uma leve aspereza de sua barba rala no maxilar, e mirar um beijo em sua boca.

Os lábios se prenderam aos dele e ficaram bem colados. Quente, suave. Doce. No momento que James teve alguma reação, Lily se afastou relutante, muito lentamente.

A ruiva não disse nada – ainda temia que gaguejasse. Então apenas sorriu para ele, mordendo os lábios, sentindo-os formigarem. Entrou na Sala Comunal sem dizer nada, deixando um estupefato James Potter para trás, cheio de expectativas, cheio de vontades, querendo mais, precisando de mais. Só que Lily nunca deixou as coisas fáceis para ele. James não estaria apaixonado por ela se fosse de outra maneira.

Mas agora, se ele quisesse convidar Lily Evans para sair outra vez, ela esperaria ansiosa.


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Notas finais do capítulo

Como eu estou sem tempo e tenho duas fanfics para terminar, mas mesmo assim aparecem trilhões de ideias sobre James e Lily na minha cabeça, vou postando aqui apenas oneshots. É isso que dá ser ficwriter e viajar duas horas por dia... você não pensa na sua vida, você pensa na vida dos seus personagens! kkkk Além disso, quero ter mais fanfics que não sejam +18, é época.De qualquer forma, espero que tenham gostado. Reviews se sim, reviews se não. Reviews!