Fragmentos escrita por Rose


Capítulo 5
Entre o real e o imaginário - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Quando o passado se torna presente é a vez de Niko entender que os erros do passado não podem atrapalhar o futuro dos dois.
Será que ele vai conseguir?



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“Eu sei que sou inseguro, que ele se aproveita disso pra, da maneira dele, tentar me fazer menos inocente, acreditar menos nas pessoas – quase perdi meu filho por acreditar naquela fura-olho que se dizia minha amiga. Mas se eu o escutar de verdade e não acreditar que as pessoas mudam...Bom...Daí eu não poderei acreditar que ele mudou...”

“Ele já deve estar chegando, não vejo a hora...Pareço um garoto de tão excitado que fico só de pensar que ele está vindo...Será uma loucura tudo isso? O Eron bem que tentou me afastar dele, mas com quê direito ou será que ele já esqueceu que me traiu aqui dentro e se não fosse o Félix, nossa, nem gosto de pensar o vazio que seria sem ele...Como eu gosto dele...”.

Essa era a nova rotina de Niko, pensar no seu amado, ficar ansioso pelo encontro e entristercer-se com a partida dele, bem verdade que se viam no restaurante, Félix por ciúmes ou falta do que fazer acabou por empregar-se como gerente do Gian...no fundo era uma desculpa para estar próximo de Niko no seu dia a dia, observar aquele sorriso loiro por trás do balcão tendo a certeza que ele só estava daquele jeito porque ele, Félix, estava ali o esperando.

O restaurante tinha um pequeno escritório, que entre papéis e contas, começou a ser palco para pequenas pausas para as conversas mais íntimas ou seja o namoro dos dois.

Só que naquela tarde houve algo que mudou tudo.

Horas antes Félix estava se preparando para sair de casa e uma das empregadas veio com algumas correspondências para ele:

– Ai criatura, deixa essas cartas aí que depois eu pego, não está vendo que estou de saída? – ácido como um limão não queria dar atenção a coitada da empregada que só queria fazer seu trabalho direito.

– Seu Félix, a d. Pilar que disse para eu lhe entregar tudo logo, que seria melhor que o senhor pegasse essas cartas. Deixo no quarto do senhor então...Com licença....

– Eu devo ter salgado o mar morto pra não conseguir sair de casa, depois eu atraso e o Carneirinho fica cheio de geniosidades...Passa isso para cá logo. – Com pressa ele joga tudo no meio do laptop e sai correndo para não atrasar-se para o encontro com Niko. Sua mãe lhe apoiava nessa nova fase, nunca houve um dia que ela não o incentivasse para ficar com o Niko, também como não gostar dele pensava. Só que por outro lado ela ainda não havia esquecido essa história de mesada...A mesada deveria durar o mês todo e ainda cobrir todos os gastos dele com o cartão de crédito, um verdadeiro apocalipse. Não podia nem mimar seu Carneirinho da maneira que ele gostaria, por sorte Niko não precisava de nada além da sua presença.

Aquela tarde era especial, Félix finalmente conseguiria mostrar para Niko que sim, havia dinheiro em caixa suficiente para investir em um novo restaurante e com os dotes matemáticos dele tudo seria um sucesso. Mesmo com o pai doente, aquela ocupação com Niko lhe dava ânimo para seguir em frente.

– Carneirinho... – ele inclinou a cabeça com os olhos mais convidativos possíveis – Que tal irmos ao escritório para eu te mostrar umas planilhas do restaurente, aposto que você vai gostar...

– Eu achei que você estava com fome, não está bom o peixe hoje? Eu tinha deixado essas ovas especialmente para você... – Niko não era vaidoso, mas adorava receber os elogios de seu amado, acabava ficando um pouco frustrado quando não conseguia agradar...

– Eu não vim aqui atrás desses peixinhos, Carneirinho – ele frisou bem que não estava interessado nos sushis... Mas muitas vezes Niko era tão inocente que cansava a esperteza de Félix...

– Niko, o que foi?

– Ah Félix, eu deixo pra você os melhores pedaços, praticamente iguarias da culinária japonesa e você chama as minhas criações de peixinhos...Eu devia era convidar o Eron para almoçar...Pronto, falei! – Se ele não recebia um elogio, também não gostava de ter sua culinária rebaixada:

– Niko, você pode ir agora comigo no escritório?

Só que o loiro estava magoado, terminou vagarosamente sua refeição para levantar-se e ir a contra-gosto para o escritório.

– Fala Félix! – Assim que entra, bate a porta em sinal de desaprovação, peixinhos pensava...

Mais rápido que um gato, o moreno lhe pressiona contra a parede para beijá-lo

– Niko...por que você não me beija de volta? Que eu fiz?

– Ai Félix, não sei, não fez nada, só falou demais. Eu tinha guardado os peixes com tanto carinho pra você hoje. Parece que já está enjoando dos peixes, de mim...

– Nikooo...Ei...Olha pra mim...Desfaz esse bico...Pra que eu vou querer aqueles peixinhos se eu tenho esse peixão aqui – Enquanto Félix falava sua mão no queixo de Niko fazia com que eles se olhassem novamente. Aquelas palavras, por mais óbvias que fossem acenderam Niko para seu amado.

– Você está se lembrando que estamos no escritório do restaurante? Não é porque todo mundo sabe que você ...que a gente... Melhor você me soltar...Daqui a pouco eu não vou conseguir voltar ao normal...

Félix ria por dentro e por fora, sua risada transparecia como lhe satisfazia deixar Niko naquela situação, precisava deixar seu Carneirinho no ponto para mais tarde e aquelas pequenas provocações também lhe deixavam cheio de desejos que só seu carneirinho podia satisfazer.

– O que eles sabem da gente, Niko? – Ele nunca havia dado valor àquele tipo de coisa, sempre vivera nas sombras, só que agora era diferente...Agora era aquela pessoa com aqueles olhos claros como água que o havia conquistado e ele faria de tudo para que ele fosse feliz:

– Ah Félix, ninguém é bobo, não é? Nós estamos juntos, não estamos? Quem não sabe isso? – a sua voz tinha uma pontinha de satisfação.

– Niko, eu não gosto quando você fala assim: “estamos juntos, não estamos?”. Você é meu namorado , eu não quero que você tenha dúvidas a respeito disso...Eu só tenho você comigo, aqui, no peito – E da mesma maneira que Félix se perdia nos olhos de Niko o oposto era verdade para aqueles olhos negros ipnotizantes daquela humor ácido e certeiro.

Mais e mais carinhos até que ambos concordaram que era melhor parar ...Niko precisava em poucas horas ter o restaurant e organizado para o jantar, melhor seria que vissem as milhares de planilhas que Félix havia preparado. O moreno pediu que ele ligasse seu computador enquanto ele pegava uma bebida para ajudar a esfriar os ânimos de Niko, sempre ele mais afoito que Félix demorava mais para voltar ao normal.

– Esse Félix, olha que bagunça esse computador, deixa eu tirar essa papelada daqui pra abrir direito...Nossa que lugar bonito, o que é isso? Barcelona, Félix, só falta você aqui, tanto pra fazermos juntos, me procura no face que te explico como me achar...Saudades do seu... – era demais para Niko, ele largou o postal e foi se trancar no banheiro, precisava de uns minutos...Aquelas palavras não ecoavam na sua cabeça como um tiro: "Ele não mudou..."


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Notas finais do capítulo

Pessoal, desculpem ter que quebrar em duas partes...eu comecei a escrever enquanto esperava algo aqui...foi de primeira e sem revisar...espero que gostem, vou depois revisar e colocar a parte II.
obrigada e até breve...



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