Uma história sobre amor... escrita por Anaru Miyazaki


Capítulo 6
Capítulo 6: Novos desafios


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, tudo bem?
Esse episódio tá cheio de gente. Geral tá chegando junto! Vamos ver a Ambre, Li, Charlotte, que aparecerão a partir de agora.
Quero deixar uma observação: sempre amei a Charlotte, nunca a vi como uma menina má e resolvi me inspirar na Hannah Marin (do seriado Pretty Little Liars, que também é uma série de livros) para dar personalidade a ela. Tipo, não é ser má por gostar, mas é que ela tem medo de não ser popular e virar alvo de humilhações (como ela já foi!). Enfim, vai ter uma parte em que eu vou fazer um POV (point of view) dela, falando um pouco melhor sobre! Espero que gostem!

Boa leitura e deem um feedback, ok? *-*



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Saí da sala correndo no intervalo entre as aulas para procurar o Ken. Ele estava mais estranho do que o normal e eu sentia que algo estava errado. Corri para o Grêmio, o último lugar que eu sei que ele iria, para a visita guiada com o Nathaniel. Chegando lá bati na porta de forma frenética até ouvir um "Entre, entre" e abri a porta.

— Desculpa, Nathaniel, mas o Kentin passou por aqui? — perguntei preocupada e ofegante, sem sequer cumprimenta-lo

— Bom dia, Annie. Ele passou por aqui sim, fizemos a visita guiada e depois, até aonde eu sei, ele iria para a sala de aula, assim como eu fui para a minha. Está tudo bem? Você está pálida — ele me encarou com um olhar de preocupação

— Ah... É que ele não apareceu na aula, e isso não é costume dele, sabe? Hoje de manhã ele estava estranho e ontem ele faltou à visita guiada, ele não é de desmarcar compromissos, ele sequer se atrasa para os encontros. Eu definitivamente tenho um mal pressentimento — eu falo ainda meio ofegante de cansaço por descer correndo

— Olha, ele me disse que iria para a sala dele, eu até indiquei o caminho, mas daí ele falou que iria passar no armário dele antes e depois disso eu não o vi. Se você quiser eu posso te ajudar a procura-lo, só fica calma, ok? — ele colocou uma mão no meu ombro e a outra segurando o meu queixo, levantando o meu rosto. Nossos rostos estavam muito perto e os nossos olhos se encontraram, me fazendo ficar vermelha

— T-Tudo bem. Obrigada, de verdade. É que o Ken tinha alguns problemas no antigo colégio, eu e ele nos conhecemos desde crianças e sempre implicaram muito com ele, e por isso ele sempre foi muito fechado... e-eu só estou... preocupada — eu abaixo a cabeça, fitando o chão, mas prontamente a levanto — Você pode me ajudar a procura-lo agora?

— Bom, eu ia lanchar... — ele desvia o olhar — Mas se for para você ficar mais tranquila, eu ajudo agora sim, sem problemas — ele volta seus olhos para mim, com um olhar seguro e um sorriso

— Muito obrigada! Que tal se você visse no primeiro e segundo andar, e eu fosse nos últimos?

— Façamos ao contrário, até porque você não conhece muito bem os últimos andares, tudo bem? Procure aqui em baixo que eu vou lá em cima procura-lo, ok?

— Tudo bem!

Saímos do Grêmio e começamos a procura-lo. Eu entrei na Biblioteca, procurei no pátio da frente, fui até o Refeitório e nada. Resolvi subir e procurar nas salas do primeiro e segundo andar, até que eu ouço uma conversa vindo de uma das salas:

— Até que aquele nerd babaca serviu de alguma coisa, esses cookies estão uma delícia — ouvi uma menina falando e gargalhando logo após

— Sim... Que quatro-olhos otário que entrou nessa escola, hein? Me dá mais um cookie — ouvi de uma segunda voz, também feminina

— Bom... usar óculos não é lá um problema, né gente, e não precisava ter roubado o lanche dele, Ambre — ouço de uma terceira voz

— Olha aqui, Charlotte, se você quiser ficar amiguinha daquele imbecil e se juntar a ele no clube dos perdedores, ótimo, pode sair daqui agora, mas saiba que é um caminho sem volta, entendeu? — a primeira voz ressurge em forma de berro, de forma bem ditatorial — Além do mais, eu me esforcei bastante para fazer você, uma perdedora gorda e desajeitada, se tornar uma menina popular. Foi quase que uma caridade te deixar andar comigo, então não me venha com lições de moral, isso eu já tenho de sobra do meu irmão!

— E-Eu não quis dizer isso, Ambre... É-É verdade que ele é um imbecil. Me dá um desses cookies também — a voz que havia recriminado a ação agora força uma risada

— Toma aqui, só cuidado com as calorias, Lotte, andei reparando que seu jeans está mais apertado ultimamente — ouço umas risadas. Ok, já chega...

— O que raios vocês fizeram com o Ken, hein? — eu entro na sala, abrindo a porta bruscamente e berrando, enquanto vejo as três dando um pulo e me olhando assustadas

— Ora, ora, se não é a namoradinha do perdedor, a perdedora nº #2 — uma menina loira, de cabelos longos e encaracolados, olhos verde-água, magra e de estatura média se endireita e fala isso com um sorriso no rosto, enquanto coloca a mão na cintura. Posso reparar que aquela menina de traços orientais da minha turma também está ali, junto com uma outra menina de cabelos castanhos claros, presos em um rabo de cavalo com olhos castanhos claros. Sua pele era bronzeada, lábios carnudos e um piercing em sua sobrancelha esquerda. Maquiada e com um salto alto estilo vintage (com aqueles saltos mais grossos, sabe?) de cor marrom. Ao encara-la, ela desvia o olhar, com vergonha do que estava fazendo

— Eu não sou namorada dele — falo enquanto a encaro e coloco a mão na cintura — Eu sou amiga dele, e o que vocês fizeram foi errado. Qual o seu problema?

— Hmm, não foi isso que ele disse — diz a loira levando a ponta do dedo à boca, com uma expressão de dúvida — E convenhamos, nós fizemos um favor para o nerdzinho. Esse será o maior contato com uma menina que ele vai ter em toda a sua vida — ela fala rindo, enquanto a morena começa a rir também. A menina de cabelos castanhos claros só fica calada, olhando para o chão, parecendo estar envergonhada

— Olha só, me diz onde ele tá, AGORA! — falo berrando, me segurando para não brigar com as três ali mesmo

— Não, não digo, se vire pra achar aquele mongol — ela passa me empurrando — Venham, meninas, temos mais o que fazer — prontamente as duas meninas a seguem, quando a menina de cabelos claros para na porta e fala:

— Eu preciso passar no meu armário, vão na frente, já encontro vocês, o-ok?

— Anda logo, Lotte — a loira fala, indo embora junto com a menina morena de traços orientais. Diferente do que ela disse, a menina de cabelos castanhos espera alguns instantes e entra na sala de novo

— Olha... Eu vi o que elas fizeram com o seu amigo. A Ambre é assim, é a mais popular da escola e a Li faz tudo o que ela quer. Eu sinto muito por ter feito o que fiz com o seu amigo, mas eu não tenho escolha... — ela diz encarando o chão, com vergonha — Enfim, quando nós roubamos o biscoito e o dinheiro dele, ele estava no pátio, atrás da horta do Clube de Jardinagem. E-Eu espero que você o encontre, ok? — ela fala com um olhar de culpa, de quem sabe o que fez

— Pátio, atrás da horta, anotado. Hm... qual o seu nome? — eu pergunto, afinal, dentre as três ela parece ser a única que tem um coração... e consciência!

— Charlotte, mas não fale comigo em público e não diga pra ninguém que eu te ajudei, entendeu? Se a Ambre descobrir ela vai ficar furiosa — ela diz me olhando de forma severa, quase como uma ameaça

— T-Tudo bem, eu só quero achar o Ken, tchau... — passo correndo por ela, descendo até o local em que ela me indicou — Espero que ele ainda esteja lá — sussurro para mim mesma

~

Ao procurar pelo pátio, consigo ver o Ken sentado na grama, abraçando as próprias pernas no meio de uns arbustos e ao me aproximar ouço um choro:

— Ei, Ken! Eu estava preocupada — falo sentando ao seu lado — Você faltou às aulas e... O que houve com você? — falo enquanto me apoio nele, meio que o empurrando de leve como uma forma de "e aí?"

— A-Annie — ele fala virando o rosto e enxugando as lágrimas por baixo dos óculos — E-Eu não tive como ir para a aula. Depois da visita guiada eu encontrei três meninas que... me empurraram e roubaram os meus biscoitos e o meu dinheiro — ele fala olhando pra baixo, como se tivesse fracassado em alguma coisa

— Eu tive o desprazer de conhecê-las, Ken... Elas são idiotas, sabia?! Estou morrendo de raiva daquelas três — falo enquanto me apoio nele, quase que como um abraço — Ei, você não pode deixar que elas te afetem, ainda mais academicamente. Você nunca foi de faltar uma aula ou de se atrasar, e eu reparei que hoje de manhã você estava estranho... Foi por causa delas que você faltou à visita guiada ontem?

— Hmm-hmm — ele diz abraçando mais forte suas pernas e balançando a cabeça — Elas vieram falar comigo ontem, disseram que por eu ser novato queriam me apresentar alguns lugares, mas elas jogaram água em mim e depois saíram rindo, e eu resolvi ir pra casa... — ele fala enquanto deixa algumas lágrimas escaparem

— Ai, Ken — eu o abraço bem apertado... como eu queria tirar essa dor de dentro dele — Você precisa falar com a diretora sobre isso, você não pode deixar que elas dominem a situação!

— N-Não! De jeito nenhum! Eu não quero parecer fraco...

— Ken, você não é fraco, você é o menino mais incrível que eu conheço. Você veio até aqui porque estava preocupado comigo. Quem mais faria isso? Vem, vamos... — falo enquanto levanto, estendendo a mão para ele

— A-Aonde? — ele fala pegando na minha mão e levantando também

— Lanchar, ué, ainda faltam alguns minutos para voltarmos às aulas e eu vou comprar os cookies que você gosta, ok? Por minha conta — falo enquanto dou um enorme sorriso

— Obrigado, Annie, você é incrível. Ah... Elas perguntaram de você ontem e... E-Eu acabei dizendo que queria muito ser o seu namorado e que... e-eu sou... a-apaixonado...

— Ken... — eu o interrompo — tudo bem. Elas entenderam errado e... Nós já falamos sobre isso há anos atrás, lembra? Eu continuo... te vendo como amigo, sabe? Você é o meu melhor amigo e eu te amo, mas não da forma que você gostaria que eu amasse...

— T-Tudo bem, Annie, só de ter o seu amor eu me sinto muito especial, seja qual for a forma de amor — ele diz meio cabisbaixo, mas depois dá um sorriso envergonhado

E o dia foi assim, depois de lancharmos (e eu avisar o Nathaniel que estava tudo bem) fomos para a sala, onde eu reparei que as três idiotas estão tendo aula também. Quando ele foi se apresentar, na aula de Biologia, a Ambre tossiu falando um "fracassado" e muitos riram. Eu me segurei para não começar uma briga, mas o professor acalmou a turma e depois o Ken veio se sentar do meu lado e terminamos o dia de aula. No fim da aula, quando estávamos saindo, ele me chamou para dar um passeio:

— Hmm, claro, Ken! Até porque nós não conhecemos muito os arredores daqui, então poderemos andar e explorar um pouco, que tal? Eu só preciso passar na sala dos representantes antes, ok?

— T-Tá... Eu te espero no portão, Annie!

— Sem problemas — falo enquanto desço e me despeço dele. Ainda precisava agradecer ao Nathaniel por perder boa parte do seu intervalo me ajudando a procurar o Ken!

~

— O-Oi, posso entrar? — vejo a porta do Grêmio entreaberta

— Ah, claro, Annie — ele fala sem prestar muita atenção — Você conseguiu achar o seu amigo? — ele muda sua postura, falando com um ar de preocupação

— Sim, consegui sim. Ele... Ele estava no pátio. Enfim, eu vim aqui agradecer por você ter me ajudado a procura-lo, de verdade. E como você provavelmente perdeu o horário do seu lanche, eu vim aqui te dar isso — tirei um sanduíche que eu tinha feito para levar pra escola, mas, como comi os cookies com o Ken, acabei deixando de lado — Eu mesma que fiz hoje de manhã e está bom, é que eu acabei comendo outra coisa no intervalo e resolvi guardar pra você porque...

— Obrigado, Annie — ele diz caminhando até mim, sorrindo e pegando o sanduíche da minha mão. Por um momento nossas mãos se encostam e eu fico vermelha. Ele desembrulha e come ali mesmo, parando tudo o que estava fazendo — Hmm, bom! Muito bom mesmo! Obrigado, Annie, eu admito que estava com um pouco de fome...

— D-De nada. É o mínimo que eu podia fazer já que eu fui o motivo de te deixar sem lanchar!

— Não se preocupe. Fico feliz que tenha encontrado o seu amigo e esteja mais tranquila — ele diz me dando um sorriso muito lindo, como se ele se preocupasse comigo, o que provavelmente foi imaginação minha, até porque nos conhecemos há poucos dias

— Sim, estou sim. Obrigada! Agora eu preciso ir... Hm, você sempre fica depois das aulas?

— Ah, fico. Ser representante de turma e braço direito da diretora ocupa muito tempo, e ainda tem os estudos e os cursinhos que eu faço por fora — ele diz sorrindo

— Nossa, eu realmente não sabia — fico meio triste de saber que eu vou pra casa descansar e me divertir e ele fica aqui, sozinho em meio a documentos e livros, enquanto trabalha e estuda basicamente sozinho

Me despedi do Nathaniel e fui me encontrar com o Ken. Demos umas voltas aos arredores da escola, passamos pelo mercado de tudo, que fica numa galeria perto da escola e vimos algumas lanchonetes por perto também. No fim do dia o Ken quis me levar até em casa, apesar de eu insistir que não era necessário. Ai, ai, esse é o Ken... fico feliz que ele esteja aqui!


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