Um Outro Lado da Meia-Noite escrita por Gato Cinza


Capítulo 34
Werecat




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Caos e discórdia. Essas palavras definiam o que acontecia quando não havia alguém regendo a escuridão. Todos eram afetados desde animais e humanos á criaturas mágicas e sobrenaturais. Notei mudanças no humor das pessoas, pareciam mais sensíveis e tão cruéis que uma palavra continha o peso de toda magoa que se podia possuir. Margarida me trouxe noticias ruins. Até mesmo Narciso e Valentine pareciam se equilibrar em uma corda fina colocada sobre farpas envenenadas, os ouvi discutindo de modo rude e deram as costas um ao outro, Valentine sequer demonstrava traços de arrependimentos das palavras duras que dissera ao meu irmão. Dylan havia entrado em um estado taciturno da qual não me atrevia a tirá-lo, ele fora ao funeral de Devlin Bellovà e desde seu retorno mal fala com as pessoas, apenas vai e volta em silêncio se esgueirando pelos cantos como sombra. Falando em sombras, elas estão inquietas. Antes sussurravam coisas, agora se agitam de um lado para o outro, silenciosas e assustadoras, temo pelo que possa acontecer. Ouvi rumores sobre problemas em Ferrara e em mediações, começam com discussões e terminam em agressões graves, ouvi um senhor que trabalha na estufa dizendo que uma criança pegara uma faca e matara seu cachorrinho de estimação por que o animalzinho estava latindo, outros relatos não eram tão diferentes. As coisas não iam bem. E eu... Sou a atual rainha das sombras que se esconde na luz aguardando até que outra tome meu lugar. Quando acho uma brecha, saio do quarto e caminho procurando informações sobre o mundo fora das cercas da fazenda de flores. Ouço ruídos á uma distancia surpreendente, sou capaz de ouvir todas as conversas em um raio de quarenta metros, é claro que isso me confunde, mas é extremamente útil quando não se deve ser vista. Esperei as coisas soarem menos caóticas para poder ir visitar Leonel, mas tudo fica pior a cada dia que se passa sem uma regente sombria.

...

Dylan fora resolver algum problema com insetos que estavam matando os gerânios, aproveitei-me de sua ausência que seria demorada para desaparecer, mas primeiro precisaria de mais pó de bicho-papão. Mexia nas coisas dele quando fui surpreendida.

— Fascinante – fiquei imóvel quando o ouvi atrás de mim – Esperava muitas coisas de você, mas roubo? Podia jurar que não fazia seu estilo.

— Não estou roubando, estou pegando sem permissão – disse tentando soar tranquila.

Peguei o que queria e ia sair do quarto, mas ele não deixou. Segurou meu braço e tirou o frasco com pó de minha mão. Ele deu um de seus sorrisos petulantes antes de falar:

— Pó de bicho papão, em quem ia usar isso?

Podia ter mentido várias respostas passaram por minha mente, entretanto preferi lhe dizer a verdade.

— Ia mudar de forma para ir visitar um amigo – me arrependi assim que falei, os olhos dele ficaram alaranjados e apertou meu braço com tanta força que podia sentir o sangue parando de circular pelas minhas veias.

— Por que insiste em se arriscar? Sua irmã, vindo te visitar não é o bastante?

— Não, meu assunto é com outra pessoa.

— Diga o que quer que trago á você.

— Quero conversar com George e resolver seja lá o que ele tiver contra mim. Quero voltar a temer apenas meus pesadelos. Quero a minha vida de volta.

— O que acha que estou tentando fazer? Não te mantenho aqui dentro por te querer mal, Morticia, eu estou apenas te ajudando do melhor modo possível para que não haja consequências piores que sua atual situação. Custa tanto assim confiar em mim?

— Esse é o problema – disse olhando a mão dele em meu braço – Confio em você e isso me torna vulnerável, fico esperando que me traia o tempo todo.

Ele permaneceu em silêncio, olhando para mim com seus olhos profundamente alaranjados e tão brilhantes que pareciam imãs me atraindo para a beira de um abismo da qual não tinha forças para me afastar. E nos beijamos novamente. Um beijo profundo e gentil que me tirou novamente de minha zona de conforto e tudo mais já não importava... me dei conta do que estava fazendo quando o abracei, desfiz o abraço e o empurrei zangada. Não com ele, estava furiosa comigo e minha capacidade de ter estúpida.

— Tire suas mãos de mim seu cretino desprezível.

Corri para longe dele, resolvi ir para a cozinha me encher de doces até me esquecer dos lábios macios de Dylan sobre o meu e o efeito aparvalhado que ele me causa, mas ouvi algo interessante que me levou para a biblioteca, Valentine estava sentada lá, sozinha na varanda. Olhei ao redor buscando a origem daquelas batidas rápidas e ritmadas de modo suave, como o pulsar de um coração frágil.

— Morticia? É você?

Apenas resmunguei “sim” ainda procurando pelo barulho que me fez desviar da cozinha.

— Está ouvindo isso? – perguntei – Parecem tambores.

— Não ouço nenhum tambor.

Meus sentidos me confundem, podia ser algo em um lugar distante e eu o percebia como se estivesse ali, fechei os olhos procurando outros sons, sons ambientes. Ouvia a brisa da tarde quase imperceptível ao toque, o cheiro de grama e terra, o perfume de Valentine feito de jasmim, a respiração e o coração dela, e... abri os olhos, fui até ela que parecia nervosa com minha aproximação, me ajoelhei e coloquei a orelha sobre a barriga dela.

— Está vindo daqui – sussurrei – Por que escuto som de tambor vindo de dentro de sua barriga?

— N-não sei. E você está me assustando Morticia.

— Sente fome ou comeu algo que não lhe caiu bem? – ela negou – Deve ser alguma esquisitice que o corpo humano faz ou você tem dois corações.

Valentine riu da ideia de ter dois corações e eu me lembrei de quando Margarida estava grávida de Andreas, o passatempo de Magnólia era ficar ao lado dela apenas para sentir seu bebê se mexendo. Então coloquei minha mão sobre o ventre de Valentine.

— O que você está fazendo? – ela sussurrou colocando suas mãos sobre as minhas sem me afastar.

— Sabe o que as freiras diziam que era mais magnífico em ser mulher? Poder gerar vida, carregar em seu ventre um pequeno ser e lhe dar amor incondicional antes mesmo de ver sua face. Eu gostava de irrita-las perguntando se é tão maravilhoso ter filhos qual era o motivo por elas como mulheres se trancarem em uma vida religiosa e não desfrutar da dádiva de ser mãe.

— Maldade sua, mas o que isso tem haver comigo e sua mão na minha barriga?

Deixei-a sentir o que eu sentia. Vinha do ventre dela, uma energia indescritível. A expressão dela se iluminou, seus olhos cegos se abriram vidrados em minha direção sem me ver. Uma lágrima seguida de outra marcou o rosto sorridente dela. Então ela se assustou e afastou minhas mãos.

— Isso é não é possível, não é real. Não deveria brincar com magia desse modo – falou irritada limpando as lágrimas do rosto

— Desculpe – falei – Estou confusa, o que foi que fiz?

— Deu-me esperança. Sou cega.

— Você é cega, mas é fértil. E agora está grávida, não é minha culpa. A culpa e sua e de... Oh! Céus. Narciso vai ser pai, vocês ainda nem se casaram. Vou matar ele, como pôde tê-la desonrado desse modo?

Valentine que chorava emocionada por sentir a nova vida dentro de seu ventre, agora estava inteiramente vermelha. Ela colocou uma mão sobre a barriga reta e outra ela levou para cobrir a boca.

— Ah! Dylan vai ficar furioso comigo, ele vai matar Narciso.

Sente-me diante dela observando sua expressão exasperada.

— Por favor, não desmaie na minha frente. Não quero ter que contar á seu irmão os motivos de um desmaio. Mas tranquilize-se, Narciso sabe se defender muito bem de pessoas irritadas e Dylan não o mataria por que se o fizer você ficará grávida e sem marido.

Julieta entrou no momento exato em que disse que Valentine estava grávida, quase derrubou a bandeja com chá, que eu fiz levitar até a mesa enquanto a criada se recuperava do susto. Valentine, pálida agora, respirava ofegante. Era a primeira vez desde que a conheci que via a ruiva de calma inabalável, perder o controle, apesar de ser algo sério não evitei achar divertido, pois o era e muito.

— Como pode achar uma desgraça dessas, engraçado? – perguntou Julieta me repreendendo

— Uma criança é sempre uma benção, mesmo quando sua chegada seja inconveniente – respondi um pouco rude demais – E a expressão das duas é muito engraçada, estão em pânico.

— Não seja cruel, Morticia – pediu Valentine recuperando a calma – E não seja tão severa Julieta, vá chamar Narciso para mim e peça que Dylan venha também. A reação dele quando disse que amava Narciso não foi boa, agora nem me atrevo imaginar o que ele vai fazer.

Julieta saiu contrariada para ir chamá-los, resmungando entre os dentes que o mundo estava perdido. Olhei para Valentine que inspirava e expirava lentamente, como quando se concentra para fazer algo difícil.

— Acho que terei que me retirar.

— Fique aqui, pelo menos até eles chegarem. Acho que foi impulsivo mandar chamar os dois ao mesmo tempo.

— Concordo, deveria ter falado com Narciso primeiro. Mas se Dylan não reagir bem a informação coloque sua mão na barriga e comece gritar, meu bebê, meu bebê...

Valentine riu, ouvi passos apressados e olhei na direção da porta, já havia memorizado o ritmo daqueles passos o bastante para localiza-lo em uma multidão. Então fiz mais alguns comentários que resultaram em mais risadas da futura mamãe, e quando Dylan entrou na varanda ela estava vermelha e ofegante de tanto rir que mal notou a presença dele, até que ele perguntou:

— O que está havendo?

 Valentine se engasgou com os risos começando a tossir. Socorri-a servindo seu chá e a forçando a beber enquanto pensava em uma resposta para o olhar desconfiado de Dylan.

— Estamos tomando chá – falei – Por que não se junta á nós?

— Julieta me alcançou quando saia, tinha uma expressão de pânico, pediu que viesse aqui e quando perguntei para que, ela saiu correndo para o campo de flores.

— E é aqui que me despeço – disse – Isso é assunto de família.

Valentine segurou minha mão, me fazendo parar á força quase caindo.

— Você faz parte da família.

Ri dando-lhe um beijo na testa.

— Boa tentativa cunhadinha, mas você fará parte da minha família e não eu da sua.

Soltei-me dela, ao passar por Dylan, ele segurou meu braço fitando-me com seus brilhantes olhos alaranjados, questionando sobre o que estava acontecendo. Olhei para Valentine que parecia á beira de uma sincope – por que não posso ser apenas boazinha? Falei:

— Valentine espera um filho de meu irmão – felizmente não precisei de mais palavras para convencê-lo, segurei seu braço quando ele deu um passo na direção dela – Não se atreva a machucá-la com suas palavras cruéis, ela já vai ter problemas demais quando o bebê nascer, que tipo de mãe pode ser alguém que precisa de outra pessoa para ajuda-la andar dentro da própria casa?

Ouvi o arfar de Valentine que tinha uma expressão de choque no rosto, sei que soou cruel e foi, mas disse para o bem dela, não queria que ela e o irmão brigassem por causa de algo que já havia acontecido e que em algum momento lhes traria alegria. Não nego que me doeu magoa-la, mas aprendi a ignorar dores emocionais agindo com indiferença. Desviei-me de Dylan e corri para o quarto onde cai no chão e permaneci em silêncio ouvindo a longa conversa entre irmãos no andar inferior. Valentine dizia:

“Morticia em razão, como serei boa mãe sendo cega?”

“Está mesmo se sentindo mal com isso? Não foi nem de longe a coisa mais terrível que ela já disse”.

Ele estava certo.

“Como hei de cuidar de um filho? É uma criança, requer cuidados que vão além de minhas capacidades”

“Val, posso não gostar de Narciso tanto quanto você queria que eu gostasse, mas se ele se dedicar ao bebê tanto quanto se dedica a tudo á sua volta, eu tenho certeza que você não terá com que se preocupar”.

Assenti concordando com as palavras de Dylan, ainda que eles não me vissem ou soubessem que eu os ouvia. Ouvi Dylan dando um sermão interminável sobre responsabilidade em um tom debochado que fizera Valentine rir e fazer comentários pouco femininos sobre sua condição atual, fui obrigada até ouvi-la falando sobre o prazer que Narciso lhe proporcionara, quando ela começou a falar sobre isso, Dylan começou cantarolar algo em irlandês aumentando o tom de voz para não ouvir a irmã que começou a falar em irlandês, também. Ás vezes eles se permitem ser criança novamente, na maioria do tempo é irritante.

“Valentine?!” – ouvi meu irmão, já tinha virado um hábito ouvi-lo e conseguia distinguir quase todos seus tons de voz, agora ele estava preocupado.

Dylan e Valentine falaram algo no idioma natal deles, então ouvi passos. Fiquei confusa, devido ao silencio que se seguiu lá embaixo até que Narciso se pronunciou novamente em um tom mais descontraído.

“Não achei que ele soubesse rir”.

“Eu disse que Dylan não é o insensível que aparenta, apenas é um pouco tímido demais para ser ele mesmo” – disse Valentine em defesa do irmão – “Venha, sente-se comigo tenho algo para lhe contar”.

“O que há? Ria á pouco agora parece... nervosa”.

“E estou... se lembra de quando me pediu em casamento?”

“Claro. Eu achava que você era alguma visitante e que logo iria embora. Ainda nem sabia seu nome”.

“De lá para cá tantas coisas aconteceram, a maioria coisas ruins, então você me pediu novamente em casamento e agora... agora...”.

“Mudou de ideia? Não quer mais se casar comigo?” – o tom ansioso de Narciso me deixou ansiosa também.

“Não precisamos nos casar para que saibam que sou sua, mas não podemos viver em pecado quando nosso filho nascer”.

“Eu sei disso, nos...”.

— O que está fazendo ai?

Fechei os olhos e respirei profundamente, olhei para Dylan que me observava com cenho franzido como se fosse a primeira vez que via alguém deitada no chão.

— Se continuar me assustando assim, eu vou precisar de um coração novo.

Perdi-me da conversa lá embaixo, Narciso falava algo que não compreendi.

— Estava ouvindo a conversa do casal lá embaixo. Não gosto quando você me olha assim.

— Te olho como olho para todas as outras pessoas – disse ele entrando e se deitando ao meu lado no chão não me afastei, mas fiquei incomodada com a aproximação dele – Não dá para ouvir nada daqui.

— Eu posso – estava na hora de contar para ele o que estava acontecendo comigo – Desde que você me enfeitiçou para não virar mais gato que consigo ouvir mais, sentir mais, ver mais e fiquei mais rápida. É como ser gato permanentemente só que em forma humana.

— É serio? Não achei que isso fosse acontecer. Parecia um feitiço seguro.

— Pelo menos afetou só meus sentidos, fico feliz por não estar caçando ratos e comendo insetos.

— Lamento por isso – disse soando sincero – O pouco que entendi da contramaldição era que servia para transformados. Lobisomens. Um meio eficaz de manter a fera sobre o controle do homem.

— Usou em mim um feitiço para lobisomens? Ao acaso lhe pareço com a grande Loba Prateada?

— Não, ao que me consta os lobos maus não são perigosos – disse debochado.

Ele se sentou conjurando o pesado livro de Rowena á qual folheou até encontrar o que procurava. Várias páginas com gravuras estranhas de lobisomens em suas várias formas e símbolos complexos, uma das quais reconheci como a marca Izvah. Por impulso me afastei do livro sentindo um arrepio percorrer meu corpo. Dylan percebeu.

— Não se deixe levar pelas lembranças ruins, minha flor, este símbolo já foi sinal de poder e quem o usa para te ferir não sabe o quão estúpido está sendo.

Ele continuou folheando o livro, me explicando o que conseguia entender. Eram anotações dos efeitos observados em poções, feitiços e coisas semelhantes que Rowena usara para tentar impedir as transformações de homem em lobo, por fim havia um feitiço cuja observação final era apenas “Os lobos estão sobre o domínio da lua sangrenta”.

— O que quer dizer isso? – perguntei

— Não sei. O que sei sobre as luas de sangue é que são fontes de poder, mais poder que as luas azuis. Imagine um lobisomem sobre o efeito da lua que os criou?

— A Lua dos Lobos. Interessante, mas ainda não explicou sobre mim.

O livro desapareceu de sua mão, então ele se aproximou bastante de mim. Murmurou em voz baixa, quase um sussurro.

— Você não é um lobisomem e sua maldição não é influenciada pelo luar.

— Você ao menos pensou no que estava fazendo quando lançou esse feitiço em mim?

— Sim, pensei que se não houve nenhum efeito colateral nos lobisomens podia usar em você e te manter em forma humana. Vê-la frágil sem poder ajudá-la...

— Ajudou – falei o interrompendo – Para ser franca estou adorando meus sentidos mais apurados, posso enxergar no escuro sem precisar usar feitiços de luminosidade.

Ele sorriu, meu coração falha algumas batidas quando ele sorri sem ironia. Senti sua mão tocando meu rosto e subindo aos meus cabelos. Ele tinha implicado com aquilo dizendo que eu parecia uma versão em miniatura de Narciso, só que mais agradável ao olhar.

— Prometi que não te faria mal novamente, meu amor, e enquanto puder evitar nada de mal vai te acontecer.

— Você me chamou de meu amor – observei.

— Minha flor, meu amor.

Nossos lábios se tocaram e alguém pigarreou na porta. Era uma Julieta vermelha e desconcertada, como se tivesse visto algo indevido.

— Algum problema Julieta? – ele perguntou

— Estão lhe chamando, parece importante.

— Quem me chama?

— Vitório, é algo á respeito dos insetos.

— Diga que estou indo, mande-o levar o saco que deixei na porta quando você me encontrou.

— Sim senhor – ela se afastou em passos rápidos.

— É melhor você ir – falei me levantando

Ele estava saindo, mas voltou.

— Vim te agradecer e acabei me desviando do assunto... Agradeço muitíssimo pelo que fez comigo e Valentine.

— Não fiz nada.

— Me impediu de brigar com ela sendo rude com ela antes que eu fizesse.

— Dei á ela uma boa noticia que a fez se sentir maravilhosa, depois tirei dela o motivo por qual sorria lembrando-a que era cega.

Ele deu um de seus sorrisos debochados e me estendeu um frasco. Era o que ele tomara de mim mais cedo, o frasco onde tinha pó de bicho papão. Estendi a mão para pegar, mas ele fez com que flutuasse alto demais e segurou minhas mãos, desviando minha atenção para ele.

— Te deixarei ir seja lá onde for com uma condição – Lá vem— Vou com você.

Assenti, ele não era tão má companhia e apesar de não falar outro idioma como ele fazia, Leo e eu sabíamos nos comunicar de nossa maneira complicada para que outras pessoas não compreendessem. Teria que esperar até a manhã seguinte para irmos, ele ainda ia resolver os problemas com insetos e não sabia que hora voltaria. Podia esperar mais algumas horas para rever meu amigo, e descobrir mais sobre a contramaldição para lobisomens que Dylan usou em mim. O ouvi chamando Narciso para acompanhá-lo quando saiu de casa, disse que tinham que conversar em particular – não devia ter dito que podia ouvir á longa distancia. Desci quando não os ouvi mais, Valentine parecia feliz e com motivos. Disse-me que se casariam em breve, Narciso ia se casar, meu irmão ia se casar. Em parte estava muito feliz por ele e Valentine, mas havia uma pequena parcela de meu ser que se entristecia por não estar participando daqueles pequenos momentos felizes ao lado de meu irmão. Desejei felicidade á minha cunhada para que tornasse meu irmão feliz também e resolvi distraí-la conversando sobre o bebê.


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