Que o tempo pare... escrita por Arashima


Capítulo 1
Capítulo Único - Que o tempo pare...


Notas iniciais do capítulo

Yeey! Olá para aqueles que estão aqui para ler a minha one shot o3o Espero que gostem dela, tal como eu gostei de a escrever. Para ser sincera, eu estava tão feliz que até fiquei corada por escrever isto. Queria algo simples e ao mesmo tempo romântico, então espero sinceramente que fiquem com a mesma impressão! Tentei dar o melhor e gostei do resultado final. Vivo em Portugal, logo poderão haver palavras que talvez lá no Brasil não são tão usadas e escrevi usando o novo acordo ortográfico, qualquer dúvida é só perguntar. Bem, fiquem com o capítulo, vemo-nos nas notas finais! ♥



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Era uma tortura acordar cedo pela manhã depois de um jogo intensivo como foi o de ontem. Pior ainda, era ter um hoje numa região meio distante da nossa e por causa disso sermos obrigados a ir de trem que demoraria duas horas até nos levar lá. Geralmente eu não estava assim tão esgotado, mas visto que participei na partida anterior e estava com os músculos relaxados — muito mais que habitualmente — tinha de fazer algum esforço para me manter de pé a estas horas.

Involuntariamente, já quando estava à chegar perto dos membros da equipa que se encontravam na estação a espera do trem, bocejei e disse um olá pouco energético.

—Sugawara! — cumprimentou o Daichi com um sorriso. Porque razão ele tinha de estar tão fresco logo pela manhã? — Pareces cansado…

—É…acho que enferrujei um pouco nos últimos tempos… — respondi, pondo o braço atrás do pescoço e massageando essa zona.

—É normal! Já não entravas num jogo oficial há algum tempo! Mas estiveste ótimo como sempre! — ele dizia isso com tanta felicidade na voz que o meu coração soltava uma batida irregular e fazia ter-me algumas esperanças.

—VOU CHEGAR PRIMEIRO! — quando ouvi isso, virei-me logo para trás para ver quem gritava.

—EU É QUE VOU! — provavelmente, em algum lugar profundo da minha mente, eu já sabia quem eram, mas ao virar-me tive a minha confirmação: Kageyama e Hinata. Eram as únicas pessoas à face da terra para fazerem uma corrida até aqui e a berrar tão alto.

—Vejo que estão muito energéticos hoje… — proferi com o mínimo entusiasmo.

—SIM! — exclamaram os dois simultaneamente. Realmente não mudaram nem um pouco desde que entraram para a equipa. Era bom ter pessoas assim por perto, fazia-nos sentir mais animados só de olhar para os seus rostos sorridentes.

—Pessoal, o trem já está aqui! — ao ouvirmos isso do nosso treinador, ele confirmou rapidamente se já estávamos todos presentes. Após a confirmação, entrámos rapidamente para dentro do vagão que não estava muito cheio. Ou nada cheio. Cada um se sentou no lugar e perto de quem desejava e como fui o último a entrar iria sentar-me ao lado de quem restasse. Olhei para os lados e notei que alguém mantinha o braço no ar, acendo enquanto me chamava pelo nome.

—Sugawara, aqui! — era o Daichi. Estava sentando num assento atrás de todos os membros da equipa. Dei uns passos até ele e abanquei ao seu lado, encostado à janela. Provavelmente ele tinha noção de que era o lugar que eu gostava, visto que em todas as viagens que fizemos na escola eu ficava perto da mesma. Por um momento senti-me realmente feliz por estar ali tão próximo do Daichi.

Pousei a mala em cima dos joelhos e pus-me confortável na cadeira.

—E então? Esse sono já passou? — repôs.

—Bem que eu queria que isso acontecesse, mas está a ser complicado… —resmunguei com um sorriso.

Depois dessa minha resposta, o silêncio foi a única coisa que permaneceu entre nós no meio de um vagão entusiasmado. Eu queria conversar com ele e ouvir mais a sua voz, mas encontrar um assunto para falar era complicado. Talvez os meus sentimentos unilaterais estivessem a bloquear o meu cérebro quando se tratava de comunicar com ele.

—Sugawara… — finalmente, o ar tenso fora quebrado por ele, contudo, assim que pronunciou o meu nome, uma longa pausa se seguiu — … está tudo bem?

Ouvindo tal questão, não consegui entender o que prendia com ela. Notou que fazia uma cara estranha enquanto pensava nele? Ou talvez eu estava com um ar tão horrível depois das poucas horas de sono que isso fazia-o ficar preocupado comigo?

—Ah? — no fim, foi a única coisa que consegui responder.

—Quero dizer…ontem… — ele fazia algumas pausas e aparentava não encontrar palavras para dizer o que pretendia — …Eu estava a regressar à casa ontem à noite depois de um jantar com os amigos dos meus pais e vi-te a treinar no campo de basquetebol. Estavas apenas a dar toques com a bola de vôlei para cima, mas parecias tão concentrado nisso que nem tive coragem de te interromper.

—Ah…sobre isso… — já estava a perceber onde ele queria chegar. Mesmo depois do jogo, eu estava tão animado que não consegui ficar parado e fui treinar de noite. — Não tens nada com que te preocupar. Simplesmente não consegui conter a energia toda que ainda me sobrava depois de ter entrado naquele jogo e tive que a descarregar treinando ainda mais. Além disso… — hesitei por um momento, questionando-me se devia ou não dizer-lhe, mas queria desabafar com alguém sobre como me sentia — …se eu não fizer nada, o Kageyama ficará cada vez melhor na sua posição e eu não terei nenhuma oportunidade para jogar. Eu não quero ficar para trás, então, mesmo que eu necessite de esperar vários jogos, quando eu entrar quero mostrar que ainda sou bom, aliás, ainda melhor que era! - ri um pouco depois de ter dito algo assim e o Daichi permanecia calado como se não soubesse a maneira mais correta de reagir à uma afirmação deste género. Possivelmente eu não deveria ter referido nada disso, mas já estava feito e eu não tinha como mudar o acontecimento. Não lhe podia somente pedir para esquecer o que lhe contei, estaria a mentir-lhe e eu não o queria fazer.

—Toma, ouve isto.

—Ah? — proclamei, com surpresa na voz e no olhar.

—Essa música. Encontrei-a por acaso, mas quando a ouvi, algo nela me lembrou de ti.— ele estendeu a sua mão para me dar o fone e eu peguei, colocando-o no ouvido. Era uma melodia calma, mas não conseguia perceber nada do que dizia porque não era nem japonesa, nem inglesa. Contudo, era bonita de se ouvir. — Não fiques a remoer nesse assunto. — quando ele disse isso, desliguei-me da música e direcionei toda a minha atenção à ele. — Tu és diferente do Kageyama, tens o teu próprio estilo de jogar. Mesmo que não participes em todas as partidas, nos minutos em que entras no jogo, o espírito da equipa muda completamente. Só tu és capaz de fazer isso. — ouvir tais palavras fazia o meu coração soltar batidas irregulares. Mais do que a melodia, eu podia ouvir o som que provinha do meu peito quente. — Tu és um excelente jogador e uma pessoa importante. — dito isso, a sua mão cruzou-se com a minha e os nossos dedos ficaram entrelaçados. Podia sentir o calor da sua mão e a firmeza com que me segurava. Talvez esse amor fosse mesmo unilateral e ele não sentisse nada mais que uma forte amizade por mim. Talvez com essas palavras - "uma pessoa importante" - ele quisesse dizer que eu era alguém importante para a equipa. Era tudo um "talvez" para mim, perguntas que eu queria que ele me respondesse, mas impossíveis de eu perguntar. Naquele momento, a única coisa que consegui fazer foi pousar a minha cabeça no ombro dele,escutando a doce melodia que provinha do fone enquanto apertava a sua mão com força. Não a queria largar por nada neste mundo. Necessitava de sentir a sua pele ainda mais perto de mim nem que seja através de um simples toque de dedos. Precisava de ouvir a sua voz. Jamais pretendia deixar de escutar esse som interior emitido pelo coração e essa dor insuportavelmente prazerosa que se fazia sentir no peito e que aquecia o meu corpo inteiro.

Queria que o tempo parasse agora e que essas duas horas de viagem fossem uma eternidade. Era esse o desejo que ecoava na minha mente enquanto lutava contra o sono…


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Notas finais do capítulo

E então? Como foi? Mereço aplausos ou ovos podres? Espero do fundo do coração que tenham gostado de ler!
Quanto à música que eles estavam a ouvir pelo fone, foi a que me deu inspiração para escrever. Não consigo escrever nada sem música! Aqui está o link dela: https://www.youtube.com/watch?v=Ar_MIRS3Fgw
É uma música russa, portanto talvez vocês não entendam nada (eu percebo russo, é por isso que estou a dar essa explicação mais à frente xD). Mas basicamente ele canta sobre os olhos verdes de uma mulher, e quando eu dei por mim mesma, ela lembrava-me os olhos esverdeados do Sugawara.
Enfim, até mais uma fic, quem sabe? Beijos à todos! ♥