Eu não me importo, repetiu o Doutor para si mesmo, girando uma alavanca qualquer da Tardis. Eu realmente não me importo.

Ainda assim, as memórias da briga com River vieram a sua mente. Fora mais uma daquelas brigas comuns, em que certa situação ou acontecimento a induzira a perguntar algo que inevitavelmente o levaria a revelar mais do que podia sobre o futuro dela, sobre a Biblioteca. Então, ele havia se mantido em silêncio diante de suas indagações, tentando com deliberação desviá-la do assunto.

Quando River não quis deixar o assunto cair, havia se recusado com todas as palavras, o que é claro levou os dois a brigar sobre, nas palavras dela, sua mania de esconder as coisas dos outros. Diante de suas repetidas recusas, terminado com uma firme, dura, ela havia parado, lhe encarando por um longo tempo. O seu olhar, tão magoado e aturdido, ainda o assombrava. Ele não poderia ser o causador daquilo, podia?

O Doutor fez uma carranca, apertando um botão de forma final, deixando a Tardis lhe levar para um lugar desconhecido e provavelmente horrível (Ela havia feito sua posição bem clara em como achava que ele estava sendo um idiota).

Mas… era necessário. Ele não podia contar para ela sobre aquilo, simplesmente não podia. O levaria para terrenos muito perigosos, medos e futuros terríveis demais para serem revelados agora. Então, ele não se importava com o modo que ela havia saído, como se nunca pretendesse voltar. O fato de seu coração ter se quebrado mais um pouco não significava nada.

Ele não se importava mesmo. (E, talvez, se repetisse isso o suficiente, se tornaria verdade).