Once Again - Interativa escrita por Ella


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores. Ah, eu disse que novembro/dezembro era um mes muito complicado pra mim. Prometi a reportagem no site e até agora não consegui finalizar. A tendência é que essa correria aumente. Mil desculpas. E é por isso que eu aviso que vou postar capítulo novo mais ou menos a cada quinze dia (postando em uma terça-feira e pulando outra). Mas depois que passar meu espetáculo do ballet (esse o qual estou tendo que ter vários ensaios extras) e minhas provas finais pretendo postar dois capítulos por semana, logo ali perto das festas de finais de ano.
Espero que gostem desse capítulo



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Capítulo 13

Graças a Deus ela não estava na cozinha hoje.

Kaleb já estava no automatico quanto aos horários de Bailey, mas o que ele não sabia era que ainda tinha isso tudo decorado em sua mente. Foi muito fácil encontrá-la. Ele precisou apenas de um segundo para pensar em que dia da semana estavam e então correu direto para os tanques, no quintal dos fundos do castelo.

Aquele lugar era sempre muito movimentado por empregados, mas não chegava nem perto do alvoroço que era a cozinha, portanto era a melhor opção.

Apenas mulheres trabalhavam no setor de lavagem, carregando enormes cestos de lençóis e baldes com barras de sabão e esfregões. O príncipe lembrava que era o lugar que Bailey menos gostava de trabalhar, porque ouvia muitas fofocas e rumores e tinha medo que alguma das suas colegas de trabalho descobrissem sobre o envolvimento dos dois ou que ela acabasse deixando algo escapulir mesmo que sem querer. Elas eram águias pronta para o ataque. Mas por outro lado, era importante que estivesse sempre por lá, para saber do que falavam e quais eram as fantasias que ouviam ou inventavam.

Quando Kaleb apareceu, as mulheres não pararam com seu serviço – tinham que se fingir de cegas para coisa que não era do seu respeito – mas mesmo assim pareciam muito impressionadas. O alvoroço diminuira de uma maneira muito rápida e ele foi muito bem recebido com reverências intercaladas e olhos estaqueados.

Bailey não foi diferente.

Ali, diante dos outros, ele era seu soberano.

E Kaleb buscou por aqueles olhos azuis. Prendeu a respiração e soltou-a ligeiramente.

–Vamos conversar.

Ele ergueu o braço para pegar no cotovoelo de Bailey, mas percebeu que o gesto pareceria meio grosseiro diante das outras, então disfarçou coçando a nuca. A loira o olhou desconfiada mas passou as mãos ensaboadas debaixo da corrente de água e as secou no avental cor creme.

–Algo importante, Vossa Alteza? – pediu.

–Hã, sim. Creio que sim senhorita. Ouvi rumores sobre a sua pessoa que gostaria de esclarecer.

O ar pesou. O príncipe fez questão de dizer a última frase em um tom a mais na sua voz. As mulheres abaixaram os olhos e Bailey fingiu hesitar.

Ela era boa naquilo. Até mesmo seus olhos pareciam refletir um medo e uma fragilidade que Kaleb nunca conhecera.

Ele deixa com que ela parta na frente, seguindo logo atrás. Os dois caminham em passos rápidos até um dos corredores vazios – era quase noite e numa altura daquelas, era muito fácil encontrar um lugar a sós.

Bailey entra na primeira entrada livre que encontra, ela se encosta na parede fria e bate propositalmente os cotovelos contra as pedras ao choque. Não dói. Ela não esboça nenhuma reação, mas é claro que sabe que ele não estava falando sério.

–O que você precisa, Kaleb?

–Bastian está aqui. E preciso mantê-lo vivo antes que meu pai possa matá-lo.

Bailey se impunsionou para frente, de form que seu rabo de cavalo alto roçasse em suas bochechas.

–Bastian? O príncipe?

–Sim. Ele está em cacos, disse que planejam matar minha família e que a mãe dele quer roubar todo poder e não sei mais o que, mas isso não é uma coisa muito impressionante. Ela sempre quis isso. Todo mundo sempre quis isso.

Bailey espera.

–E óbvio que não vou confiar nele até que tenha provas o suficiente de que não é uma armadilha. Mas não estou realmente feliz em acolher dois Suvernnoye dentro da minha casa. Mas... Acho que eu acredito no Bash. Ele parece um garoto inocente demais para ter tanta noção do que acontece em sua volta e ele só quer me ajudar. Só quer ser útil. Mas estaria sendo um péssimo governante se colocasse o que quero acima do bem para meu povo. Confiar em Bash é como dar um tiro no escuro.

Ninguém diz nada por longos segundos. A respiração de Kaleb está tomada por adrenalina. Aparentemente ele ainda não conseguira se desligar. Bailey suspira:

–Talvez você devesse testar sua sorte.

–Já escolhi fazer isso. E tem mais... enquanto conversávamos, Bastian disse que me escolhera como seu rei. Só que não posso trabalhar sozinho contra o que não quero. Eu nunca teria chances. Preciso de um time. Pensei que talvez você pudesse fazer parte dele.

–Não posso entrar contra o rei Philip. Sinto muito.

–Não estou pedindo para você entrar contra meu pai – dessa vez Kaleb agarrou o pulso de Bailey. Ela tinha cheiro de lavanda com sebo da barra de sabão. – Estou pedindo sua amizade. Bailey, você não precisa fazer drama por qualquer coisa.

–Não é drama. É que eu já ofereci uma trégua. E a gente brigou.

–Vamos tentar de novo então.

–E de novo... E de novo... E de novo... Quantas vezes isso vai se repetir?

–Nenhuma no que depender de mim.

–Mas não depende! Não depende só de você.

–Não acredito que você tá começando a brigar.

–É porque eu nunca concordo com você, Alteza! – a essa altura, Bailey jogara os braços com força para trás, quase batendo a cabeça na parede e gritando alto – Porque você é muito certo de si mesmo e acha que pode ter planos incríveis. Eu admiro você, mas desde que tudo terminou eu não consigo mais concordar com nada.

–Porque? Você quer fechar os olhos e não quer ver que nada é questão de escolha e sim questão de aceitação. Você não é livre, eu não sou livre. Agora vamos seguir em frente e arrumar um jeito de arrumar o presente sem voltar para o passado da forma como você faz todas as vezes que tentamos conversar.

–Então porque você simplesmente não admite para si mesmo que precisa da minha ajuda? – Bailey não gritava mais, mas seus olhos ardiam de raiva.

–Porque eu não preciso! Não vim atrás de você por precisar mas sim porque quero que você esteja do meu lado.

–Como sua empregada. Ótimo. Lembro-me do tempo em que era como esposa.

Kaleb socou a parede. Sua cabeça vibrava. Ele precisava descontar em algo.

–Isso é rídiculo – suspirou. – Quer saber – agora ele olhava para ela – Se quer relembrar de tudo, vou te contar como lembro: Lembro de uma menina doce e alegre que sempre estava pronta para se aventurar. Ela não parecia ter medo de nada. Nem mesmo de quando quase havíamos sido pegos no flagra. Só que só foi preciso a primeira merda acontecer pra ela se tornar amargurada. Se você sente falta da situação anterior, eu sinto falta da Bailey anterior. Não sei quem você se tornou e não tenho a mínima vontade de saber. Mas se você de verdade ainda existir, quero que apareça logo.

Bailey chorava, algumas lágrimas escorriam pelas suas bochechas e ela não fazia nem questão de esconder.

–Pra que? – murmurou.

–Ela está ou não está?

–Sim. É claro que está.

Kaleb a puxou para um abraço.

Naquele momento, ele percebeu que nunca fizera aquilo. Abraçá-la de forma amigável, de forma que ele demonstrase gratidão. Porque era um alívio. Era um alívio ter a nova Bailey de volta.

Ela se distanciou. Estava chorando ainda mais.

–O que devemos fazer primeiro?

Ele riu:

–Como eu disse, manter Bastian vivo.

X

–O que o príncipe queria com você?

Bailey colocou a cesta de roupa sobre o tanque de concreto e começou a separar as peças por cores e tecidos. Algodão e branco para lá, seda e colorido para cá.

–Nada – ela disse.

Leah colocou as mãos na cintura e bateu os pés.

–Sabe que eu não acredito. – mas não houve resposta. – Porque você trouxe mais roupas?

–Isto?

Ela não olhava para o rosto da amiga, apenas se concentrava em seu trabalho.

Sabão, água, esfregão... Mais um pouco de água. Esfregar. Torcer. Enxaguar.

–É. Isso.

–Nada demais, Vossa Alteza só me pediu para que lavasse melhor essas roupas. Parece que alguém revelou que eu as lavei mal.

Leah pegou arrancou uma peça de roupa da mão de Bailey. Seus olhos levemente puxados estavam programados a desconfiar.

–Essa camisa... tenho certeza de que foi Tracy quem lavou.

A loira a puxou de volta.

–Deixe, Leah. Você sabe que não podemos reclamar. Quem eles quiserem culpar eles culpam. São nossos soberanos.

A empregada suspirou.

–Eu sei. Mas... Você me pareceu assustada, tem certeza que está tudo bem?

–Sim. Além do mais, tenho trabalho em dobro. Você pode me alcançar aquelas cestas de roupas bem ali?

–Ah meu Deus, Bailey! São muitas roupas! Lave-as que eu as distribuo no guarda-roupa de Kaleb.

–Eu disse para deixar quieto. Não é tantas assim. Pode me alcançar ou não?

X

Jade estava de butuca. Sentada em um dos bancos dos milhares de corredores.

Aquele lugar era muito grande, muito novo e muito diferente do que imaginava.

Sua mãe conseguira implantar imagens em sua mente que agoram se mostravam uma grande ilusão.

Ela imaginava que teria bailes durante a semana inteira ou que pelo menos o príncipe viesse buscá-la no meio da madrugada para passeios noturnos. Então ele a pararia num lugar escuro e naquele momento ela teria medo, mas não hesitaria quando enfim ele a empurrase contra a parede.

Eles se beijariam a noite inteira. Ela o enfeitiçaria.

Sua mãe sonhara isso para ela. Isso era seu objetivo.

No entnato, ela via Kaleb abraçado com uma empregada qualquer. Sua garganta ardia de ciúmes. Ela se sentia reclusa, ameaça, um legítimo zero a esquerda.

Ele a abraçara mais cedo naquele mesmo dia. E agora estava abraçada com outra. UMA EMPREGADA!

Jade queria agarrar a barra de seu vestido e enfrentar de peito o príncipe. Julgá-lo por seus atos antes que pudesse ouvir qualquer explicação. Mas sabia que seria uma tolice e poderia estar colocando tudo a perder antes mesmo de conseguir um beijo.

Mas aquilo tudo andava muito devagar para ela. Ela queria beijá-lo. Ela queria ser a rainha.

Só que não conseguia dar um passo para frente. Sua respiração acelerada refletia toda a raiva e os xingamentos que gritavam em sua mente era o reflexo de sua raiva intensa. No entando, de nada adiantava quando ela se mostrava impotente diante a cena.

Mas ela foi paciente. Pela primeira vez na sua vida soube ser paciente.

Viu Kaleb soltar a moça e depois conversarem por alguns minutos. Mas não riam, nem trocavam carícias. Mas Jade já não percebia à essa altura, eles dois estavam próximos demais. Ela podia jurar que o príncipe sentia a respiração da loira diretamente em seu peitoral.

E então ela partiu, caminhou a passos largos para a direção contrária do príncipe, limpando o rosto com o dorso na mão e fingindo explendidamente bem que nada daquilo acontecera. Inútil. Jade tinha visto.

Jade tinha uma informação muito importante em suas mãos.

Ah, grande coisa!

Não adianta palavras quando você não tem provas concretas que mostram o que dito.

Não adianta falar algo que iria contra a palavra de um soberano.

Mas a garota... A loira não era soberana.

Então Jade a seguiu.

Observou cada um de seus passos, enquanto ela recolhia duzias e duzias de roupas masculinas e lençóis novos.

Havia meias, camisas, camisetas comuns, casacos, calças... Provavelmente arrecadara 50% do guarda-roupa de Kaleb.

Ela ouviu um diálogo com outra criada e presenciou quando as mulheres começavam a deixar o tanque aos poucos, até que ficasse apenas a loirinha bonitinha.

Será que ela não tinha medo de ficar ali sozinha?

Aquele lugar era aberto para os fundos do quintal, o lugar mais perto da floresta. Jade imaginou que se houvesse um ataque, os revolucionistas entrariam por ali antes de tomarem o castelo. Mas a loirinha estava tranquila. Esfregava, Torcia, Enxaguava e então torcia de novo e pendurava.

As roupas levariam a noite inteira para secar e por mais que fosse bem óbvio isso, ainda assim havia um pouco de urgência na forma como ela as manuseava. Ou talvez tivesse tanta técnica que já era automático e agil o jeito que lavava as roupas.

Jade esperou. Seu pescoço queimava, sua raiva não queria ir embora. Era bom ter um ar fresco para amenizar a fervente que era seu corpo. E quando a menina finalmente pendurou a última peça de roupa – uma camisa de algodão branca – ela atacou.

–Eu vi você. – disse.

A menina levantou os olhos e ajeitou o cesto diante do corpo. Estava cansada, mas não dava a mínima para Jade.

–Olá senhorita.

–Eu disse que eu vi você – repetiu.

–Desculpe?

–Conversando com o príncipe.

–Ah, Vossa Alteza de fato pediu para que eu lavasse suas roupas.

–Sim, claro. E quando você disse que sim ele lhe deu um abraço afetuoso.

Ela deu um passo para frente, tentando passar. Jade a bloqueou.

–Sou mais rica que você. Sou uma dama da sociedade, agora. Você está servindo a mim.

–Assim como sirvo ao príncipe?

Havia um tom de ironia no modo como a frase foi colocada, um pouco de veneno. A senhorita a olhou sem entender.

–Exigo que você me de respostas.

–Desculpe senhorita... senhorita Jade, mas creio que não lhe devo resposta alguma. Não sou sua criada particular. E também não devo respostas para alguém que não é de total confiança do rei e da rainha. Deixaremos para a próximo.

–Garota você...

–Estou cumprindo ordens, e você deveria fazer o mesmo. Vou ser uma pessoa gentil e prometo não contar a ninguém sobre seu passeio noturno, mas tome cuidado, passeios noturnos são requisitos que eliminam uma concorrente.


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Notas finais do capítulo

Então? Não deixem de publicar a opinião sobre o capítulo, e vou deixar uma prévia do próximo:
Vai ocorrer uma passagem de tempo. Uma das selecionadas vai descobrir sobre Bastian e o Kaleb vai se aproximar mais das meninas da Seleção. Bailey e Kaleb vão voltar a ser muito próximos.

Dessa vez não escutei nenhuma música, fiz meio corrido o capítulo, digitei meio rápido e foi mais ou menos "tive essa ideia e preciso escrevê-la". Mas olha só, tenho uma recomendação muito legal pra quem gosta de Jogos Vorazes e de fanfics, é essa fic maravilhosa aqui (eu estou participando): http://fanfiction.com.br/historia/565842/The_New_Hunger_Games-Interativa/
Quem perder vai ser no mínimo um grande insano!
Beijos minhas amadas