O Segundo Reino escrita por Jay


Capítulo 9
IX - Oposição


Notas iniciais do capítulo

Olá sombrinhas! *-* Ah, eu sei que atrasei, mas eu tô de ressaca literária e é tão triste... :/ rs
Mas fiz um capítulo fofinho para vocês :B Quero saber a opinião de vocês sobre essa oposição. Aprovam? Não aprovam? Digam nos comentários! ;)
Boa leitura!



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Minha segunda missão de alta importância foi ir a Terra com o Kaleo, o chato... Fomos supervisionar como estava a guerra, como os humanos e os anjos estavam agindo. Mas antes de ir, tive que aprender a levantar voo... Sempre achei que seria uma coisa simples a fazer, porém não foi nada fácil.

— Pense que as asas estão saindo das suas costas. — Johnny disse com um leve tom de irritação na voz. Já tinha tentado três vezes e nada de asas.

Não funcionou como eu esperava. As asas só saíam pela metade e por mais que eu tentasse, nada as fazia abrir por completo. Foi um sufoco ter Johnny como professor.

— Você tem que ordená-las a abrir.

A irritação dele passou e agora se divertia vendo o meu esforço falho. Eu bufava de raiva, já nem sabia se voar seria algo bom, no entanto, era necessário para conseguir cumprir a missão.

Quando consegui abri-las, tudo ficou ainda mais difícil, pois tinha que batê-las até que me fizessem ficar suspensa no ar; não funcionou da primeira, muito menos da sétima vez.

Johnny teve a grande ideia de me levantar alguns metros do chão e me soltar. Cai quatro vezes com a cara no chão e ele gritou:

— Concentre-se, Haven! Isso não é uma brincadeira. — meu rosto queimou de tanta raiva! Ele achava que eu estava me jogando no chão de propósito? — Não, não estou achando que você esteja se jogando no chão porque quer, mas precisa se dedicar.

Ótimo, deixei a minha mente livre para ele! Depois do dia em que descobri que todos os meus pensamentos ficavam expostos para quem quisesse ler, tomei cuidado em me proteger. Alie me deu um grande livro com capa de madeira e folhas velhas e amareladas, lá continha todas as instruções para não deixar a mente à mostra para toda e qualquer pessoa. Sempre me precavi em deixar Johnny ver só o que eu quisesse que visse, mas, mesmo assim, era como se a minha barreira não funcionasse contra ele, e qualquer coisa que passasse pela minha cabeça, parecia que ele já sabia antes de eu mesma pensar. Talvez fosse por causa da ligação que temos, mas eu realmente não sabia e isso me preocupava.

Temia que ele soubesse que eu ainda tenho um lado bom e que não sou totalmente um demônio. Estaria perdida se ele descobrisse que eu me sentia tão humana quanto antes...

Após um longo tempo, consegui manter o foco e bati as asas algumas vezes conseguindo ficar suspensa no ar, sorri nervosa procurando o rosto de Johnny, mas só pude ver a sua mão puxando as minhas penas e eu caindo de encontro ao chão.

— Por que você fez isso? — gritei o mais alto consegui. Levantei o encarando, meus olhos começavam a ficar vermelhos.

— Você não está levando a sério! Voar não é diversão, nós usamos essas malditas asas para a batalha, Haven! — fechou as mãos em punho e eu cheguei mais perto o encarando, furiosa. — Não banque a durona. Você precisa controlar seus instintos, não pode deixar a raiva te envenenar. Lembre-se: você é forte e pode me matar agora mesmo, se quiser.

Meus olhos voltaram a coloração normal e eu desabei, meus joelhos bateram no chão com força, agarrei a grama ao meu lado e me senti um pouco mais calma. Minha respiração estava curta pelo nervosismo, meu cabelo caia sobre o meu rosto e tudo que eu mais desejava era chorar...

— Calma... — ele falou agachando e segurando meu rosto com as duas mãos. — Eu sei como você se sente, juro que sei. Também me senti assim.

— Já se sentiu assim? — sussurrei e ele sentou ao meu lado começando a falar:

— Nós temos dois lados, sabe? Um lado dos humanos que sente amor, esperança, alegria e todos os sentimentos bons... Mas também temos o lado dos demônios, que sente ódio, desprezo, solidão e todos os outros sentimentos ruins. Você está mais sensível a todos esses. — ele pegou a minha mão e pôs no seu peito. — Meu pai fez de tudo para acabar com os sentimentos, que quando humanos herdamos dos anjos, mas não foi possível. Eles nascem com os humanos e não adianta querer refutá-los, nada pode fazer eles te deixarem. Só nos basta saber equilibrá-los, entende? Temos a bondade de anjos e a ruindade de demônios...

O compreendia agora... Ele não era tão diferente de mim e sentir coisas boas não era errado. Sorri abertamente em pensar que ele poderia realmente me amar, me amar verdadeiramente.

— Então você me ama? — perguntei cheia de esperança.

— Amo, Haven. — o vi abrir um sorriso torto e sincero. — Mas não é tão fácil. Todas as minhas tentativas de te machucar era para você se manter o mais longe possível. Não é seguro ficar ao meu lado, não é. Eu sou um monstro, não sei qual hora vou querer te beijar ou cortar seu pescoço.

Isso me fez pensar o quanto eu o amava. Parei e me questionei se o amor que eu sentia seria tão forte a ponto de eu me arriscar tanto... Sim, era. Tinha certeza que jamais poderia encontrar alguém como ele. O seu olhar escondia mistérios e eu queria desvendá-los...

A inocência sempre foi um ponto inegável para mim, mas agora acreditava que nós poderíamos nos amar e sermos felizes naquele reino, naquele Inferno ou no meio de uma guerra... O importante não era o lugar.

— E ainda tem o meu pai... — sai de meus devaneios e senti minha visão escurecer só com a menção a Lúcifer. — Ele não pode saber. Nos castigaria ou até mesmo poderia te dar um fim.

Ah, Lúcifer... Não me importaria de morrer se estivesse ao lado de Johnny. Porém me fez estremecer pensar na possibilidade de ele ser atingido também, será que ele seria capaz de o machucar? Não, ele não poderia machucar seu filho...

— Não quero que ele te machuque. — o abracei como se aquele fosse o nosso último abraço e senti meu corpo vibrar de tensão. — Não vou permitir.

— Você é mais forte do que pensa, sabia? Só precisa se dedicar e estaremos prontos para executar o meu plano...

— Que plano? — perguntei observando seu olhar esperançoso.

— A guerra está só começando e nós podemos usá-la a nosso favor. Podemos vencer o maior dos anjos caídos. — seu semblante se iluminou. — Podemos mudar este reino. Só peço que confie em mim e não fuja quando o demônio vir a tomar meus sentimentos.

— Mudaremos não só esse reino, mas todos os outros. — eu disse e ele segurou meu rosto depositando um beijo na minha testa.

— Sim, começaremos pelos meus irmãos e formaremos aliados. A guerra começa agora!

Mal podia acreditar... Será que conseguiremos vencer todos? Será que derrotaremos Lúcifer? Meu estômago se embrulhava de excitação. O que eu tenho a perder? Lutarei até o meu último suspiro...


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Notas finais do capítulo

Opa, não esqueçam de deixar uma autora feliz :B hehe
Até o próximo, gente! :*



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