Como dizem; “depois da chuva vem o arco-íris”... mas algo estava completamente errado, pois certamente essa frase não fazia qualquer concordância com a situação atual, ou seja, o inferno da tempestade anterior deu espaço para o presente inferno ardente, e não a um arco-íris...

O sol gritava presença naquela manhã. Com seus raios tão fortes, capazes de ofuscar a visão de quem quer que os olhassem. E seu contato com a agua do mar causava a impressão que a mesma fervia sob seus raios.

O submarino dos Piratas do Coração se encontrava amarrado ao Sunny por uma resistente corda de aço que puxava o submarino com facilidade.

A aliança permanecia navegando por mais de três dias de baixo daquele sol escaldante, e o ar se tornou tão pesado que mal havia vento para soprar as velas, o que os atrasavam ainda mais.

Mas com esse atraso ao destino estabelecido, Law teria mais tempo para arquitetar planos futuros, pois ainda haviam diversas coisas a serem decididas.

Então, para matar a curiosidade dos Chapéus de Palha, Law revelou o pouco que sabia sobre a Ilha Ezo. Não se sabe o porquê, mas o moreno nunca ouviu relatos de alguém que já tivesse voltado de lá. Mas de acordo com ele, aquela ilha é conhecida como um mistério insondável, não é à toa que também é chamada de Ilha Inóspita.

Essa ilha intrigou a todos, principalmente um certo capitão. Mas como não ficar intrigado e curioso? Uma ilha isolada sempre guarda segredos.

...

– Mas se é assim, como você sabe que a pessoa que procuramos vai estar lá? - Franky questiona.

– Em Dressrosa ouvi uma conversa entre alguns homens da marinha. – Law começa a esclarecer. – Eles citaram o nome de quem estamos procurando, e em seguida disseram a localização do mesmo.

– Hm. – Franky levanta os óculos para enxergar melhor o moreno. – E como é esse homem que procuramos?

Law o olha por alguns incontáveis segundos, e logo se depara com os demais curiosos que se arrastaram até a conversa.

– É, é. Como ele é? - Luffy, com seus olhos brilhando estupidamente, estica a cabeça até bem próximo de Law. – Ele conhece um Yonkou pessoalmente? Ele é forte? Em quanto tempo chegamos na Ilha Exo?

– Ezo... – Usopp o corrigi e suspira.

Law afasta o rosto de Luffy pro lado, aquela aproximação o sufocava.

– Ele é um homem peculiar, meio desagradável (como um certo alguém à minha frente) ... então já vou avisando, melhor se prepararem pra uma luta.

– Esse cara é tão forte assim? - Zoro começava a se interessar.

– Dá para se dizer que sim. Ele tem sua força...

– Mas afinal, quem é ele? - Nami entra na conversa.

– Vocês não precisam saber agora, mas... – Law pensa bem antes de terminar. – Para ficar mais fácil procura-lo, tenham em mente o nome do sujeito: Gadio. Médico Gadio.

– Gadio? - Chopper também parece interessado. – Já ouvi falar dele, Kureha deve ter comentado em algum momento...

Chopper tentava lembrar, pois aquele nome era muito familiar, mas ao mesmo tempo perturbador.

– Bem, é só isso por enquanto. Vou voltar para o submarino. – Law se afasta.

Como os companheiros de Law tinham suas ocupações, tanto eles, como o moreno, permaneceram no submarino.

***

– Isso parece um inferno... Qual o problema com esse clima? – Usopp reclamava enquanto lançava o anzol no mar repetidas vezes. – E onde foram parar os peixes?

– Ah, eu preciso de gelo. – Quase que literalmente derretendo, Luffy se arrastava até a sombra de uma laranjeira. – Cadê essa ilha?

– Não sei, mas eu adoraria que ela fosse uma ilha cheia de neve. – Chopper dizia ao se esparramar no chão.

A pequena rena era quem mais sofria. Vindo de uma ilha de inverno, não estava acostumado com grandes temperaturas, e se não bastasse, seu pelo o fazia sentir mais calor ainda.

Depois do episódio de Punk Hazard, talvez aquele fosse o dia mais quente que eles já tiveram que enfrentaram.

E o tédio e calor deixaram o bando amuados e principalmente, com muita fome e sede.

– Saanji! – Luffy gritou. – Comida!

– Ah, pare de gritar. – Sanji dizia ao sair da cozinha. Ele carregava uma bandeja com dois refrescos de limonada. – Mellorie! – Sanji estendia os refrescos na direção de Nami e Robin.

– Obrigada Sanji-kun. – Nami agradeceu ao pegar uma limonada.

– Cadê o nosso? - Usopp fez uma careta.

– Na cozinha, seus folgados. Vão pegar – Sanji respondeu com cara feia e em seguida voltou a seu sorriso bobo. – Aqui esta o seu Robin-chwaan!

– Obrigada. – Robin agradeceu com um sorriso simpático.

Usopp e companhia foram correndo para cozinha e logo retornaram apenas com copinhos contendo menos de 50ml cada.

– Ué, porque só isso? - Luffy dizia inconformado. – O da Robin e da Nami são maiores... e onde está a comida?

– Não reclame. – Sanji indagou. – Isso tudo é culpa sua. Não pude recolher suprimentos necessários por que você queria ir pra sua aventura suicida. – Sanji joga corações com os olhos na direção das garotas. – E as damas ganham mais porque elas merecem mais.

Luffy se agarrou aos pés de Sanji, completamente desesperado.

– Sanji, por favor. – Luffy chorava. – Eu vou morrer de fome assim.

Sanji fez um movimento com a perna que arremessou Luffy direto ao mastro do navio.

– Quando chegarmos a próxima ilha, procuramos um restaurante ou algo do tipo. – O cozinheiro dizia. – Então agora pare de encher o saco!

– Ou, ou, ou. – Franky dizia sem tirar os olhos do horizonte. – Pessoal! Terra à vista.

Luffy se lançou até a proa do navio, até mesmo esqueceu da fome que estava.

– Wooow, que ilha grande. – Usopp dizia com os olhos arregalados.

– Vamos, vamos. – O capitão erguia as mãos animado. – Haha, espero que tenha muita comida boa nessa ilha.

– Bem, pelo escândalo parece que estamos chegando. – Law surgia do nada junto de sua tripulação, mostrando um sorriso satisfatório.

Ele estava absurdamente sexy, pensou Nami. Mas logo em seguida descartou aquele pensamento, pois ela na verdade não gostava de Law como aliado, tanto que ela, juntamente com Usopp, foram contra a aliança, mas tiveram, e ainda têm que suportar a escolha de Luffy.

Basicamente, Law vestia uma regata preta razoavelmente justa, o que lhe dava um aspecto mais másculo que o normal. E por incrível que pareça, aboliu o convencional naquele dia, então ao invés de calças, ele usava uma bermuda azul clara, e em sua cabeça, novamente os cabelos à mostra.

O sol era o ponto fraco de Law. Não é à toa que suas roupas haviam se tornado mais confortáveis e soltas por conta do clima. Já em sua pele, o suor escorria como agua.

– Trafal! – Luffy exclamava todo animado. – Olha a ilha. Ela é imensa.

– Eu vi. – O moreno disse num tom indiferente, mas no fundo, bem lá no fundo mesmo, estava ansioso para conhecer a ilha e reencontrar um certo alguém.