O escolhido escrita por Claramelo


Capítulo 12
Violet Schreave


Notas iniciais do capítulo

Gente, devo confessar Q esse capítulo foi trabalhoso, apesar de não ter ficado tão grande, Pq tive muitas ideias e uma sempre superava a outra, até Q decidi o que fazer...
Espero Q gostem e deixem a opinião.



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– Ví. - Ouço sua voz em meio às pessoas.

Quando viro para procurá-lo vejo-o vindo em minha direção, dou um sorriso, feliz por ver Píetro depois de tanto tempo.

– Esta cada dia mais linda. - diz dando-me um abraço forte.

– Olha quem fala. - digo sorrindo. - Tenho pena das pobres jovens de Roma com você andando por ai.

Ele sorri para mim, como se não discordasse.

Um vulto passa por mim e se joga nos braços de Píetro, que praticamente a levanta do chao.

– Que saudade de você Ambs. - diz sorrindo.

–Acho bom ter preparado uma boa lista com festa para irmos nessas duas semanas.- Amberly cobra dele, como sempre.

– Por favor, alguma vez te deixei na mão?

Ela franze as sobrancelhas e ele lhe dá um leve empurrão. Então Píetro olha fixamente para algo que está atrás de Amberly, quando sigo seu olhar vejo que não se trata de algo, mas sim de alguém. Olívia vem se aproximando.

– Você se lembra da Liv, né? - pergunto para ele.

Ele encara Olívia momentaneamente surpreso com algo, porém, rapidamente se recompem e deposita um beijo na mão dela.

– É claro que eu lembro.

Finalmente me dou conta da quantidade de pessoas que estão lá fora, parece uma parada...

– Nossa...- digo encarando a multidão lá fora. - vocês fizeram uma parada.

– Foi ideia de Antônio. - diz Píetro se aproximando de mim.

– Sempre quis participar de uma parada.- digo com um certo ar sonhador.

– Bom então hoje é seu dia de sorte, porque aquela ali é pra vocês. - diz abrindo os braços para enfatizar todo o ambiente. - Vocês vão sentados ali naquela carruagem para apreciar melhor todo o show.

Nem sei o que dizer para agradecer, apenas fico estupefata observado todo aquele festival preparado para a nossa chegada.

Lembro que em uma das histórias que meu pai contava sobra a antiga América e de suas tradições, as paradas estavam inclusas, era uma espécie de comemoração por alguma data especial ou pela presença de alguém. Quando ele contou pela primeira vez sobre elas, eu imaginei por semanas como seria participar de uma, porém com rebeldes a solta isso era impossível. Contudo, lá estava eu prestes a participar de uma, não apenas participar, mas ser uma das atrações principais.

Estava tão distraída com todo aquele alvoroço que mal percebi que Liv tinha se afastado, até o momento que voltou com Charlotte, que é apresentada à Pietro.

– Bom meninas. - diz ele para nós - a gente se vê no palácio.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Amberly me puxa em direção a carruagem, onde nossos pais já estão acomodados juntos com a família real italiana. Ela esta bastante empolgada, claro que esta, ela adora festas.

Eu sento perto da princesa Annabelle, que parece tão empolgada quanto minha irmã. A carruagem é provavelmente a coisa mais fascinante da parada, ela possui dois vagões, e ao invés de ser guiada por cavalos, como é de se esperar de carruagens, está parece ser motorizada. Meus pais estão no vagão da frente com rainha Nicoletta e rei Ferdinando, enquanto eu e Amberly, ficamos no segundo vagão, com Antônio, Clarissa e Annabelle.

Quando todos estão acomodados, tantos nobres, como soldados nos carros em frente e atrás da carruagem, seguimos caminho.

– Nunca achei que fosse tão legal estar em uma dessas de verdade. - diz Ambs olhando ao redor encantada.

– Achei que você nunca prestasse atenção nas histórias do papai.

– Claro que prestava, pelo menos as partes boas.

Entramos em uma grande avenida, onde vejo as pessoas balançarem fervorosamente a bandeira do país, vejo até bandeiras de Illéa em meio as cores Itálianas.

Não posso evitar sorrir da felicidade e gentileza com que estamos sendo recebidos...

Aconteceu tão rápido, que eu não consegui pensar em nada,quando o barulho ensurdecer chegou até nós, junto com uma enorme claridade. A explosão foi tão forte, que conseguiu virar a carruagem onde estávamos, como se ela fosse de papel.

Logo em seguida, mais uma explosão, e depois outra. Eu não conseguia raciocinar, não conseguia compreender, a única coisa presente era a visão um pouco embaçada das pessoas correndo desesperadas pelas ruas, meus ouvidos zunem, provavelmente pelo impacto das explosões. Amberly... A imagem de minha irmã surge em minha mente, tento virar na posição onde estou, para procurá-la. Ela está alguns centímetros de mim, desacordada, sangue escorre da lateral da sua cabeça.

Não,nao,nao... Amberly, por favor. Ouço vozes gritando nossos nomes.

– Aqui! Socorro, por favor! - Grito, sentido as lágrimas em minhas bochechas, vendo o sangue escorrer de minha irmã. Minha irmãzinha.

– Violet! - ouço uma voz feminina chamar meu nome.

Logo em seguida cachos loiros surgem em meu campo de visão, seguido de rostos familiares. Soldados de Illéa.

– Vocês, tirem os italianos! - ouço a voz de Aspen Leger, dando ordem aos seus subordinados. - Vocês dois, ajudem as garotas!

Mãos surgem e começam a ajudar Antônio,Clarissa e Annabelle que estão feridos, mas concientes. Vejo um rosto moreno em minha frente. Louis. Quando ele tenta me puxar empurro sua mão e grito.

– Minha irmã, tire minha irmã primeiro!

Ele não discute, apenas se abaixa e começa a se arrastar no chão até chegar onde Amberly está. Quando ele começa a trazê-la consigo ela geme de dor, e um grande alívio toma conta de mim, ao saber que ela está viva.

Uma mão começa a me puxar para fora da carruagem, sinto uma dor na costela. Olívia me tira debaixo e me levanta com dificuldade.

– Vamos temos que sair daqui!

– Não! Meus pais! - Rebato, puxando minha mão da sua.

– Eles já foram, retirados. - ela recomeça a me puxar.

Dessa vez eu não resisto e começo a segui-la. As pessoas correm em todas as direções. Esta difícil forçar passagem. Chegamos em uma parte onde o chão esta vermelho, vejo coisas atirados no chão... Não eram coisas, eram...

Eu caio no chão e começo a vomitar. Ai meu Deus, o que está a acontecendo?! Olívia se ajoelha perto de mim e segura meu rosto.

– Violet, precisamos continuar. - eu balanço a cabeça em negativa. - Pare com isso! Você precisa ser forte, não acabou, eles vão voltar!

Ela me ergue do chão com força. Então o inferno recomeça. Dessa vez não eram explosões, eram tiros. Estavam vindos de todos os lados, pessoas perto de mim que a alguns segundos atrás estavam correndo para sobreviver, estavam agora caídas no chão em uma poça do próprio sangue.

– Segure minha mão. Segure a minha mão e não solte, está ouvindo?! - ela levanta a barra da calça e tira de lá uma arma pequena.

Minha mãos tremem enquanto seguro na sua. Mais uma vez forçamos passagem entre as pessoas que correm. Sinto uma mão agarrar minha cintura e me puxar com toda força, para longe de Olívia.

– Violet!

–Olívia! - grito desesperada e começo a me debater nos braços do homem que me segura. - Me solta! Me solta!

Eu puxo minha cabeça para frente e jogo para trás com toda força. Ouço algo estalar e o homem que me segurava me derruba.

Quando viro para encara-lo vejo que seu nariz está quebrado e sangra muito. Eu o reconheço, já tinha visto fotos dele, no escritório do meu pai. Ele era um sulista.

Sulistas... Eles tinham vindo atrás de nós, eles tinham planejado tudo aquilo. Pavor toma conta de mim e eu começo a correr e me misturar na multidão.

– A ruiva! Peguem a ruiva! - ouço-o gritar a medida que vou me afastando.

Corro com todas as minha forças, as pessoas me acompanham, vou me distanciando. Os gritos vão ficando mais distantes, os tiros, os rebeldes. Meu peito arde implorando por ar, preciso parar.Vejo um beco à frente e entro nele, me recosto a parede arfando. Sugo o ar com força para dentro dos pulmões. A medida que o ar vai entrando eu vou me acalmando, de certa forma.

Preciso achar ajuda, não vou conseguir parada nesse beco. Eu devia ter olhado, para saber se era seguro sair, pois no momento em que eu saio da escuridão do beco, sou agarrada novamente e mãos tapam minha boca, impedindo que grite por ajuda.


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