Academia de Mediadores : Linha vermelha escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 2
Capitulo 2




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A sentença estava dada : Eu tinha sido suspensa por uma semana.

Na volta para casa eu permaneci em silêncio enquanto meu avó dirigia devagar se demorando em casa semaforo mais que o habitual, eu sabia o que ele estava fazendo, de alguma forma ele estava me dando tempo.

–Para de fazer isso. - Eu digo

Minhas palavras soam mais ásperas do que eu pretendia, os olhos de meu avó continuam focados na rua a sua frente.

–Parar de fazer o que? - Ele pergunta como se não soubesse

Eu bufo irritada.

Não falo mais nada até chegarmos em casa, minha casa, eu morava com meu avó desde sempre, vovô morreu quando eu tinha sete anos o que me deixou um pouco solitária maternalmente já que ela era o que mais se aproximava de uma mãe para mim.

Ela costumava plantar flores em nosso pequeno quintal, eu lembro de quando pequena ela me mostrando cada tipo de flor diferente enquanto eu brincava, eu a amava muito, e toda vez que parava em frente da casa com um lindo portãozinho branco e uma cor vermelha desbotada eu lembrava dela, lembrava de sua simplicidade, persistencia e amor.

Eu abro a porta do carro abruptadamente e ando rapidamente para dentro de casa, sei o que vai acontecer a seguir mais ignoro até a porta da frente se bater atrás de mim.

–Pro chão Rose. - Diz a voz dura de meu avó

Eu solto um longo suspiro enquanto deixo minha mochila cair no chão e preparo minhas mãos para começar.

–Quantas? - Eu pergunto

Meu avó anda até a ponta da sala, mesmo sendo meio que velho ele parecia inteiramente duro de forma fisica, ele me encara áspero.

– 400. - Ele diz

Meu queixo cae em discrença.

–Mas vó eu nunca fiz mais que 200 flexões! - Eu brigo

Meu vó não sorri, ele apenas se vira e olha para janela.

–Você quer mentir, então terá que aprender a conviver com suas mentiras. - Ele diz

–Mas eu não menti! - Digo

–Me conte o que houve. - Ele insiste

Me dou por vencida e vou para o chão, provavelmente meus braços estariam tão doloridos pela manhã que o simples ato de lavar louças seria mortal para mim.

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Continua contando mentalmente as flexões feitas, o jeans me incomoda a blusa me incomoda e meus cabelos estão começando a me incomodar também, mas sei que não posso parar ou terei que começar do inicio.

Sempre foi assim, quando eu mentia 'flexões' quando eu fazia algo muito ruim 'correr por horas' fazer exercicios fisicos sempre foi o ato que meu avó escolheu para me castigar o que era horrivel, eu odiava correr, ele me obrigou a fazer karate, na época quando eu tinha seis anos bati o pé e disse que não, mas com o tempo me deixei ser convencida, não foi tão ruim, eu era uma garota mais durona e flexivel por ter feito tantas coisas de garoto.

Mas eu odiava receber ordens, viver com meu avó era como viver em um quartel general, nunca tinha treguas, e quando ele me pegava fugindo para alguma festa eu sempre tinha que pagar com horas suadas de corrida, o que com o tempo me fez aprimorar minhas táticas.

–Vai me contar o que aconteceu? - Meu avó quebra o silêncio

Minhas mãos estão escorregadias de tão suadas, eu encaro o chão e não respondo, sua voz é rispida quando ele fala comigo.

–Vá para o seu quarto Rosemarie.

Meu braços param tão rapidamente que eu quase despenco no chão com o peso de meu corpo, ele nunca havia me mandado para o quarto antes, não tão bravo como parecia estar.


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Notas finais do capítulo

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