Bridge Of Light escrita por Emna Ai


Capítulo 10
Capítulo IX - Aceitação


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoa, peço desculpas pelo atraso, fiquei quatro dias sem internet e esse capítulo já está pronto a esse tempo todo. Espero que vocês entendam e apreciem o capítulo.



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Bridge Of Light

Capítulo IX

Aceitação

Fugaku Uchiha era um homem sério. Seus objetivos eram traçados com precisão e decisão, nada escapava de seus olhos observadores. Desde que assumira os negócios de sua família o lucro triplicara. Coordenava toda a empresa Uchiha com mão de ferro desde que seu pai lhe colocara no cargo de presidente geral. Claro que existiram momentos conturbados que foi necessária muita tranquilidade e concentração, mas ele conseguiu contornar todos esses momentos e alcançara a perfeição quando se tratava de conduzir e gerenciar o maior banco particular do país.

Organizara cada detalhe daquele vasto império econômico. Queria deixar tudo da melhor forma possível para que seus filhos assumissem, assim como seu pai fez. Tinha certeza que nem Itachi e nem Sasuke lhe decepcionaria. Criara seus filhos da maneira que achava correta e o interesse deles pelos negócios da família era a prova de que havia funcionado muito bem. Enquanto os meninos iam crescendo fez questão que cada um se aperfeiçoasse em uma área específica. Enquanto Sasuke poderia falar sobre todos os números e aplicações financeiras do banco, Itachi era capaz de organizar e efetuar toda prática burocrática. Era uma boa dupla. Muito diferente da dupla que seu pai e tio foram.

Lembrar-se das divergências entre seu pai e seu tio faziam que um temor crescesse dentro dele. Evitar que Itachi e Sasuke seguissem no mesmo caminho era seu objetivo principal. Ainda podia lembrar-se das discussões acaloradas do tio com seu pai quando seu avô anunciou que o presidente geral seria o pai de Fugaku. Madara não aceitara aquilo muito bem. Na história da família Uchiha ter dois herdeiros era raridade. Os Uchihas não gostavam de poder dividido. Quando a avó de Fugaku dera a luz a dois meninos todos já sabiam que uma disputa aconteceria. Quando Mikoto anunciou que teria outro filho Fukagu começou a pensar no que faria para evitar que os meninos acabassem se tornando rivais, como seu pai e seu tio.

Havia conseguido. Itachi e Sasuke eram uns exemplos de companheirismo e amizade. Tinha certeza que não seria necessário que ele nomeasse um presidente geral, os dois conseguiriam decidir qual deles era o mais capaz de assumir aquela posição , e o que tinha acontecido com sue tio e pai não voltaria. Aquele era seu maior temor, ver sua família dividida por uma disputa de poder, que acabaria se tornando uma guerra, como no passado.

Foi por esse motivo que quando viu Madara na festa se sentiu incomodado, e agora havia decido voltar com as investigações sobre o tio. Era de conhecimento de todos que Madara não era um poço de virtude, Fugaku desconfiava que os negócios do tio eram envolvidos com coisas que estavam fora da lei. Queria manter a união e a hegemonia das empresas Uchihas, e se quisesse manter isso deveria afastar problemas como os que Madara com certeza causaria. Pensando nisso mandou que sua assistente buscasse todos os documentos que ainda estavam guardados da época em que seu tio deixara suas funções no banco.

Mais de quinze pastas de papéis estavam em sua frente esperando que ele analisasse. Eram diversas planilhas que relatavam toda a movimentação das contas que Madara tomava conta no período em que trabalho no banco, antes de seu avô nomear o pai de Fugaku como presidente. A suspeita na época era de que Madara estava desviando pequenos fundos para sua conta particular, oferecendo investimentos duvidosos para seus clientes. Seu avô resolvera arquivar tudo aquilo tentando zelar o nome da família após devolver todo capital desviado para as contas que foram saqueadas. Madara saíra do banco sem admitir o que tinha feito.

Com o repentino aparecimento do tio ele achou melhor dar uma nova checada em todos os relatórios. Não ia permitir que ninguém tirasse a harmonia e união que criara dentro das empresas Uchiha com tanto esforço e trabalho. Sasuke e Itachi não seriam atingidos pelos ideais que Madara tinha, faria o possível e o impossível para que eles ficassem seguros, longe de qualquer imprevisto que poderia acontecer. Ele faria questão de ser quem colocaria um ponto final definitivo em toda aquela história de divisão e ciúmes dentro de sua família.

XXX

Aquela era uma noite de glamour. O dourando que cobria quase tudo no ambiente era prova disso. Todas as pessoas que estavam reunidas naquele salão sabiam que seria uma noite memorável. O chão do lugar era tão lustroso que se você se curvasse poderia ver sua imagem refletida com todos os detalhes possíveis. Em pequenas mesas grandes arranjos florais davam ao ambiente um aroma delicioso de inicio de primavera. As pesadas cortinas douradas escondiam o palco dos presentes. As cadeiras estofadas em vermelhos garantia conforto para a apresentação que duraria quase duas horas. Os garçons que passeavam entre as cadeiras ofereciam champanhe e vinho.

Pessoas sorriam enquanto esperava o espetáculo começar. Em uma das fileiras principais, os que ficavam logo a frente, um casal aguardavam enquanto conversavam e trocavam sorrisos ansiosos. Não se passou meia hora desde que chegaram. Ela estava linda em um vestido tão negro como a noite, seus cabelos estavam soltos e presos parcialmente na lateral por um belo grampo enfeitado com pedrinhas verdes. Ele estava confortavelmente vestido com um smoking também negro, a noite pedia por aquilo. Sentiam-se felizes por aproveitar uma noite tão bonita como aquela e compartilhar aqueles momentos de diversão.

—Você tinha razão, Sasuke-kun. — Isso tudo é lindo.

—Tudo vai ficar melhor quando o espetáculo começar. — Ele sorriu com o entusiasmo dela.

Três dias depois de se encontrarem na cantina da faculdade marcaram aquele encontro para que pudessem ir juntos a ópera como haviam combinado na festa filantrópica que os Uchihas ofereceram. Sasuke havia imaginando que nunca poderia vê-la mais bonita do que ela estava naquela noite, havia se enganado. O tecido negro na pele clara dela parecia ressaltar ainda mais a beleza exótica de Sakura. Os olhos verdes dela brilhavam quando refletiam o dourado das luzes daquele salão majestoso. Ele soube naquele momento que não havia combinação melhor : Sakura e dourado.

Foi necessário mais dez minutos para que o espetáculo começasse. Aquela noite eles seriam presenteados com uma nova versão de uma das peças mais famosas de Shakespeare , Otello. Quando os artistas começaram a cantar, Sakura se sentiu transportada para um mundo mágico, as belas vozes tomaram seus sentindo e ela navegou no meio do mar de canções e sensações. Apenas a mão de Sasuke que segurava a sua era seu contato com o mundo real. Ela se permitiu imaginar cada detalhe daquela tragédia, cada nuance das cores apresentadas ficou grava em sua memória.

Otello, uma estória de traição e amor. Ela se viu angustiada pelo destino de Desdemona, odiou Iago a cada instante e torceu para um final feliz que não aconteceu. As atrizes e atores valsavam pelo palco com graciosidade ela se pegou imaginando fazer aquilo. Qual seria a sensação de atua? De receber aplausos, de interpretar alguém. Foi então que ela percebeu que já sabia qual era a sensação. Porque era isso que ela estava fazendo desde a morte de seus pais. Atuar. Fingir ser uma pessoa que não era. Exibir apenas o necessário para alcançar seu objetivo. Ela era uma atriz.

Não, não era assim dessa forma, pensou calmamente. Quando estava com Sasuke não conseguia fingir. Era ela de verdade, sem maquiagem ou fingimentos, o fato de esconder algumas coisas dele não lhe transformava em uma impostara. Pelo menos nisso ela queria acreditar. Com ele a garota meiga e delicada que existiu até a tragédia dos Harunos aparecia com toda sua força. Mesmo assim ela sabia que devia usar aquela relação com Sasuke para alcançar seus objetivos. O grande problema era esse, ela sabia que o ditado popular era verdadeiro: muitas vezes querer não significava poder.

A apresentação acabou mais rápido do que ela desejava. Haviam combinado de jantar logo após o espetáculo. Foi um pouco agitado sair do teatro. Pessoas movimentavam o corredor e eles demoraram mais do que o normal para sair. Fora do local a noite estava fria e foram obrigados a usar casaco. O restaurante que Sasuke escolhera não ficava muito longe então eles foram caminhando pela bonita alameda frente a um rio que naquela noite refletia a luz do luar. Tudo parecia tão mágico. Sakura não se cansava de olhar para tudo e observar como todas as coisas pareciam se encaixar com perfeição.

Cinco minutos foi o tempo necessário para chegarem ao restaurante e serem conduzidos a uma mesa previamente reservada. Os pedidos foram realizados e eles conversavam enquanto esperavam.

— Eu achei tudo tão lindo. — Sakura suspirava pela milésima vez ao falar do espetáculo. — Parecia tão mágico, apesar do final trágico.

— Todos os finais de Shakespeare são trágicos. — Sasuke comentou enquanto bebia o vinho oferecido como entrada. — Mas tem outras peças com final feliz, podemos ver qualquer dia.

— Eu vou adorar. — Ela deu aquele sorriso que ele passou a gostar de uma forma insana. Sakura ergueu a mão e segurou a dele por cima da mesa. — Obrigada por essa noite tão maravilhosa.

Ele retribuiu a aquele toque confortante e sorriu para ela. A conversa foi interrompida pelo garçom que trazia seus pedidos em bandejas e pratos muito requintados. A comida estava deliciosa e o vinho foi o melhor que Sakura já provara. Ao fundo do restaurante um quarteto tocava jazz, a melodia tomava conta do ambiente e transformava tudo em harmonia com todos os detalhes da decoração. As mesas eram cobertas por uma toalha verde musgo, em cima de cada um pequeno arranjo de tulipa decorava delicadamente. O piso era forrado de carpete vinho e as paredes tinham papel de parede que lembrava rendas francesas.

A comida era um show a parte. A textura do espaguete e o sabor do molho estavam no ponto certo. O casal se deliciou com a sobremesa e apreciou a música. Conversavam sobre a ópera e sobre a balada futura que Sakura havia prometido. Não desviavam seus olhares a todo tempo se comunicando, trocando sensações e sentimentos. É difícil descrever o que se passava em seus corações, pois eles mesmos não conseguiam identificar. O que podemos saber é que ambos tinham certeza que não desejavam estar em outro local a não ser aquele.

No fim daquela noite, e no momento o cenário era a mesma rua que passaram para ir até o restaurante , caminhavam rumo ao local onde o carro de Sasuke estava estacionado. Nenhum dos dois queria pensar no desejo inconsciente que fez suas mãos se juntarem durante a caminhada. Os únicos sons vinham do ambiente natural, da boca deles nada era ouvido. A sensação era confortável, por isso quando pararam frente ao carro e Sakura sentiu o frio metal do automóvel em suas costas ela sabia que era aquilo que queria. Na sua frente Sasuke deixou sua mão acariciar a bochecha dela e sorriu quando viu a garota fechar os olhos.

Era raro encontrar uma garota que fechava os olhos antes de ser beijada. Para ele aquele ato mostrava o quanto era delicada e o quanto , assim como ele, ela estava encantada com o momento. Seus lábios se tocaram no beijo que há muito queriam. Suas bocas se encaixaram e ele sentiu pela primeira vez o quanto a boca dela era macia. Suas mãos estavam no rosto dela acariciando a pele rosada, transmitindo através de seu toque todo cuidado e segurança que ele podia e que ela parecia precisar.

XXX

Quando finalmente deitou em sua cama Sakura ainda não havia conseguido acalmar a agitação e seu coração e muito menos controlar os sorrisos que cismaram em ficar gravado em seu rosto. Ainda podia sentir o toque dele em sua pele, o gosto dos lábios macios que a beijaram de uma forma mais que perfeita. Toda vez que fechava os olhos conseguia sentir exatamente aquilo que sentira nos momentos que passou nos braços dele. Aquilo com certeza ficaria marcado em sua memória e em seu coração por todos os dias que vivesse, e em todos os outros se existisse vida após a morte.

Naquele momento não estava preocupada com o que poderia acontecer. Sentia-se nas nuvens e as preocupações foram esquecidas. Ainda existiam todas as coisas do mundo que estavam relacionadas ao assassinato de seus pais. Tinha beijado um Uchiha e sentia seu coração se rendendo a ele. Qual seria seus pensamentos e reações ao perceber que teria que lutar contra a família de quem estava começando a amar. Coisas como essa só passaram pela cabeça dela no dia seguinte, quando acordou e se deu conta do que havia acontecido. Em um primeiro momento sentiu as pernas vacilarem.

Trancou seus sentimentos e percebeu que aquilo era o que havia planejado. Estava perto dele, seria mais fácil descobrir todas as coisas que precisava. Tinha que reforçar aquela ideias em sua mente se quisesse atingir seus objetivos. Não havia maneira de voltar atrás, entrou naquela estória para descobrir tudo e seguiria até o fim, mesmo que esse fim significasse sacrificar seu coração e sua alma.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu só péssima descrever beijos haha



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