Coletânea de Falsas Poesias escrita por Ryppa
Notas iniciais do capítulo
Somente uma profusão de sentimentos, inconstantes, desatentos...
Turvos olhos na tela,
sou loucura que sussurra
Ele me vê mas só me enxerga,
sua sou e não o sabes
A distância entre cabos de pensamento
nos une nos segundos da sinapse
Queria ter nascido outro
pra viver em teus olhos
Queria ter morrido arriscando
do que morrer assim
Suspiro súplicas que escondo
e teus olhos de retrato me respondem
Almas são almas e nada mais
dizem os deuses em suas loucas sabedorias
E jogam minha vida
como um xadrez mal calculado
As letras escorrem em meu coração
assim como o sangue por minha boca
Tolo amor, tolo amor
Porque amas sem razão?
Em olhos divinos encontro sossego,
em passos seguros encontro ardor
Mas não me basta a esperança
se minha busca é a loucura
Quero em seu corpo um dia ser insana
quero em um louco deleitar-me a alma
Esse é a justiça dos jurados:
Cair por terra, trair o rosto
Meu corpo se mutila,
enquanto percebo-me cruel
E deito meus ossos na terra
gritando pra que me calem
Afogada na confusão das certezas
espero a luz daqueles olhos
Espero o gosto doce,
a vida pura que me faz sorrir
Somos andarilhos do mundo
você sou eu, é quem me liberta
Sendo só corpo preciso de asas,
mas sendo Ícaro não hei de voar
Desculpo e culpo o mundo,
a essa sensação em mim
Toques macios em meu rosto,
é só o vento entre a vida e fôlego
É sonho um sonho doce e estranho
é só vontade de ter você
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