Elfen Lied – Um Novo Futuro escrita por Leitor de Animes


Capítulo 6
Capítulo 6 – Nova Chance


Notas iniciais do capítulo

Galera, desculpe não postar no horário comum. Hoje não tive aula e esqueci de postar.
Espero que me perdoem.



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Após as férias, o cotidiano de todos voltou ao normal: Escola, faculdade, trabalho, etc.

Mas havia um porém: Desde o dia do “incidente” com Mayu, Miguel não dava uma palavra. Naquele dia, eles fariam um passeio pela cidade, para Miguel conhecer um pouco mais Kamakura, mas após aquilo, ele deixou Mariko com as meninas e saiu. Mais tarde, voltou para busca-la, mas não conseguiu olhar nos olhos de Mayu.

Na escola, ele ficava lá, quieto, escrevendo, desenhando, fazendo qualquer coisa. Já estava usando o uniforme normal do colégio, calça azul e camisa de botão branca. Por baixo da camisa, sua corrente de sempre. Sempre que o professor chamava, ele tomava um susto. Mayu não tinha coragem de tentar conversar com ele e Nana tentava puxar conversa, mas sempre que ele se virava para ela, via Mayu com o canto do olho. Assim, ele nem terminava a frase e já voltava para seu canto, olhando o céu.

No laboratório, Kurama tinha novas descobertas todos os dias. O dia em questão era uma sexta de setembro.

– Dr. Kurama, o que descobriu dessa vez? – perguntou Arakawa, curiosa, chegando-se ao lado dele.

Kurama tirou os olhos do microscópio, mostrando um brilho muito grande nos olhos e nos óculos.

– Acabo de achar outra função para o vírus diclonius. – disse, sorrindo. – Chute qual é.

– Bem, já achamos a cura de várias doenças, – ela estava contando nos dedos. – sendo elas alguns tipos de câncer, uma possível vacina para a AIDS e outras doenças virais, uma chance de curarmos a diabetes, entre outras coisas. E nós ainda nem começamos com isso... – os olhos dela brilharam ao perceber do que se tratava. – O-o se-se-senhor achou... – ela não conseguiu terminar a frase.

– Isso mesmo... – Kurama confirmou seus medos. – Uma chance de...

Enquanto isso, alguns andares acima, Kouta e Yuka estavam em aula. Kouta não conseguia se concentrar nas aulas, desde quando ele e Yuka tinham conversado sobre as finanças da casa. Ele estava com a mente perdida no espaço, com o pensamento no mundo da lua.

– Senhor Kouta, – disse o professor Gendo, chegando ao seu lado. – o senhor poderia me dizer por que está na minha aula sem prestar atenção?

Kouta olhou para o lado, olhou para o outro, até perceber que a pergunta era para ele. Levou um susto, mas depois se recompôs.

– Desculpe, professor Gendo. – ele baixou o rosto. Depois, coçou a cabeça. – Eu ando meio preocupado com algumas coisas...

– Entendi... – o professor se abaixou um pouco. – Após a aula, venha falar comigo, tá certo?

– Claro, professor. – respondeu ele.

O professor voltou a dar sua aula, todos voltaram a prestar atenção, mas Yuka estava preocupada com Kouta.

– O que ele disse? – sussurrou ela, quando viu que o professor não estava olhando.

– Disse que quer me ver depois da aula. – sussurrou ele de volta.

Após a aula, todos saíram da sala, deixando somente Kouta, Yuka e o professor Gendo. O homem, que estava sentado em sua mesa, fez um gesto para eles chegarem perto.

O professor tinha cabelos grisalhos, que um dia foram pretos, e olhos azuis bem escuros. Tinha aparência de uns quarenta e pouco a cinquenta e poucos anos. Usava uma calça caqui e uma camisa listrada, de gola de botão. Usava sapatos pretos e engraxados e um óculos um pouco antigo.

– Kouta, eu já sei exatamente qual o problema que você está passando: Falta de dinheiro. – ele jogou na lata.

– Bem, é isso mesmo. – respondeu Kouta, sem jeito.

O professor se apoiou de costas na mesa, sentado, e olhou bem nos olhos do rapaz.

– Eu acho que posso te ajudar com isso. – ele mexeu em alguns papeis na mesa, pegando um formulário.

Ele o entregou para Kouta, que começou a ler.

– Esse formulário é para uma vaga de estágio remunerado que a faculdade está abrindo. – disse o homem. – Se lhe interessa, sugiro que preencha e leve para a secretaria. É uma chance de se tornar meu estagiário.

Kouta tirou os olhos de papel e os guiou para o professor.

– É uma chance de eu me desculpar com seu pai, por causa de alguns problemas do passado. – o professor olhou para o alto, como se tentasse lembrar-se do ocorrido.

Kouta se curvou, em sinal de respeito ao professor.

– Muito obrigado, professor Gendo. – agradeceu.

– Não me chame assim. – disse o professor, repreendendo-o. – Eu não dou tanta intimidade para meus colegas de trabalho quanto dou a meus alunos. A partir de agora, você vai me chamar de senhor Ayanami.

– Certo, senhor Ayanami. – disse Kouta, se levantando. – Muito obrigado, senhor Ayanami.

De volta ao colégio, já no horário do intervalo, Mayu saiu da sala, arrastada por Nana.

– Aonde nós vamos? – perguntou Mayu, seguindo Nana.

– Você já vai ver... – respondeu a menina.

Elas foram andando até chegarem à parte de trás do prédio do colégio. Lá, ao lado de uma árvore, estavam Kanae e Miguel.

– Miguel, diga um “oi” para a Mayu. – disse Kanae, quando Mayu chegou perto.

Miguel virou o olhar e Mayu também. Kanae já estava ficando com raiva daquilo.

– Vocês dois! – gritou, fazendo ambos olharem para ela. – Vocês não estão se falando por qual razão? Por causa do que rolou lá em casa? Aquilo foi um acidente!

– Mas... – Miguel conseguiu dizer, mas ainda muito tímido. – Mas... Eu não tinha coragem. Queria pedir desculpas, mas não conseguia olhar para ela.

Ele se virou para Mayu, que também olhou para ele.

– Me desculpe. – disse ele, se curvando.

– Você não tem que se desculpar. – disse Mayu. – Foi só um acidente. Só isso.

– Eu sei, mas... – ele se levantou, com a cara mais vermelha que um camarão. – Se eu não tivesse olhado...

Ele virou o rosto, envergonhado. Mayu olhou para baixo, também envergonhada.

– Tá ok. – Kanae não aguentava mais aquilo. – Ele viu seus peitos por acidente. Tá certo. Aconteceu! Já foi!

– Kanae! – repreendeu-a Nana. – Não fale assim!

– Tá certo, tá certo. – Kanae deu de ombros. – Mas já tá na hora de parar com essa vergonha toda. Já aconteceu, é passado.

Mayu levantou os olhos em direção a Miguel, que olhou para ela de volta.

– Me perdoe... Por ter visto os seus seios... – disse Miguel, envergonhado.

– Tu-tudo bem... – disse Mayu, igualmente envergonhada. – Eu te perdoo.

Kanae suspirou

– Agora vamos. – disse. – Se não, vamos ficar sem comer.

Eles foram para a sala e começaram a comer... Dois minutos depois, o professor entrou...

– Tô com fome! – reclamou Kanae, entrando em casa após a aula.

– Espero que tenha algo pra comer! – gritou Nana, também entrando.

– Vocês comeram no caminho de volta e ainda estão com fome? – perguntou Mayu, entrando pelo portão.

Ela se virou para fora, onde Miguel estava.

– Bem... Até. – disse Miguel, sorrindo.

– Até. – disse Mayu.

Ele se virou para ir, mas Wanta correu até o portão e derrubou Mayu em cima dele. Ele virou, de impulso, e tentou ajuda-la a não cair. Ao caírem, seus lábios se tocaram. Eles ficaram alguns segundos lá, parados.

– Desculpe! – disse Mayu, se levantando.

– Tudo bem... – disse Miguel, já de pé, atordoado. – Acho que já vou...

Ele se curvou e foi. Mayu fechou o portão, ficou de costas na parede e levou a mão direita aos lábios, pensando naquele momento.

– Mayu! Vem logo! – gritou Nana, lá dentro.

– Já vou! – respondeu ela, indo até a varanda e tirando o calçado.

Miguel estava descendo a escadaria, com a mão nos lábios. Enquanto descia, começou a comemorar, feliz da vida.

– Eba! Uhuu! – gritava ele, correndo pelas ruas, alegre igual a uma criança.

Alguns minutos depois, Yuka chegou a casa.

– Estou de volta! – gritou, no portão.

– Bem vinda! – gritou Nana, na cozinha.

– Alguém sabe o que deu no Miguel? – perguntou ela, tirando o calçado para entrar. – Ele estava correndo nas ruas igual um louco. Quase foi atropelado.

Kanae e Nana pararam de procurar algo pra comer e olharam para Mayu. Ela estava parada na porta, pensando. Ao ver que elas olhavam para ela, ficou sem jeito.

– Nada! – gritou Kanae. – Não aconteceu nada!

Ela foi até Mayu e sussurrou:

– Mais tarde você me diz o que houve...

Kouta chegou mais tarde, às 19h, por causa da papelada do estágio. Bem, era o fim de um novo dia... Quando se ouviu um telefonema...

– Alo? – disse Kouta, ao telefone. – Quem fala?

– Alo. Aqui é o Kurama. – respondeu o homem, muito entusiasmado. – Eu posso falar com a Lucy?

– Claro. Lucy! – gritou Kouta. – Tem um telefonema pra você! É o Dr. Kurama!

Lucy veio de seu quarto, com uma roupa bem fresca.

– Aqui está. – disse Kouta, entregando o telefone para ela.

– Alô? – disse ela. – O que você quer, seu p#*$?

Passou um minuto conversando, desligou e voltou pro quarto.

– O que era? – perguntou Kouta.

– Ele disse algo sobre uma forma de evoluir a humanidade sem que eu mate todos...

Ela entrou no quarto e fechou a porta.

– Como? – Kouta ficou confuso.

No outro dia, Kouta, Yuka e Lucy se arrumaram cedo para ir à faculdade. Prepararam o café enquanto as meninas se arrumavam. Todos foram em direção à mesa. Lucy estava com as mesmas roupas de seu encontro com Kouta, no cinema. Kouta e Yuka estavam com seu estilo normal de se vestir.

– Eu odeio ir ao colégio no sábado! – disse Kanae, se ajoelhando para comer. – Posso ir à faculdade com você, irmão?

– Não. Você tem teste que eu sei. – disse ele.

Ela fez beicinho, com raiva.

– Mal começa as aulas de novo e já tem teste! E no sábado! – ela olhou para o alto. – Vocês ai estão de sacanagem comigo, né?

Eles comeram e foram.

Ao chegarem à faculdade, Lucy foi diretamente ao laboratório, deixando Yuka e Kouta irem para a aula. Ela bateu na porta do laboratório. Novamente, a doutora Arakawa abriu a porta.

– Pode entrar. – disse a mulher.

Lucy foi diretamente até Kurama, que estava sentado em uma bancada, olhando pelo microscópio.

– Olá, Lucy. – disse ele, tirando os olhos do microscópio e se virando para ela. – Espero que esteja pronta para doar sangue.

– Vai logo. – disse Lucy.

Enquanto isso, as meninas chegavam ao colégio. Logo na entrada, Miguel esperava por elas. Somente um dos dois portões estava aberto.

– Olá, meninas. – disse ele, apoiado no portão fechado.

Ele se juntou a elas e continuou o caminho para a sala de aula. Mayu e Miguel ficaram cada um em uma ponta do grupo.

– Ainda tão assim mesmo depois de ontem? – perguntou Kanae, indignada, olhando para os dois.

Miguel olhou para Mayu, por cima de Nana e Kanae, e usou linguagem labial: “Você disse a ela?”. Mayu respondeu: “Ela me obrigou.”.

Logo, eles chegaram à sala de aula. Cada um se sentou em sua cadeira, mas Miguel continuava sem atenção na aula. Mayu também não estava prestando atenção. Quando a caneta de Nana caiu entre os dois...

– Eu pego! – disseram os dois, se abaixando para pegar.

Eles bateram de cabeça um no outro.

– Ai! Desculpe! – disseram juntos novamente e se levantando, Mayu segurando a caneta de Nana.

Após se levantarem, eles olharam um para o outro e ficaram se encarando por alguns segundos.

– Hum... – o professor Akira estava ficando impaciente. – Eu queria começar o teste, né?

– Claro, claro. – Mayu devolveu a caneta para Nana e se sentou. Miguel fez a mesma coisa.

– Tá certo... – disse o professor. – Vai começar o teste então.

Após o teste, todos foram liberados. Já eram umas 11h30m mais ou menos quando eles saíram. Miguel ligou para casa para saber se podia passar na casa das meninas.

– Então? – perguntou Mayu, enquanto caminhavam para casa.

– Eles deixaram, mas pediram para não demorar. Eles têm algo para falar comigo mais tarde.

Mayu olhou para Kanae, que estava no seu lado direito. Ambas pensaram a mesma coisa.

Miguel e Mayu estavam no meio, rodeados por Nana e Kanae. Sempre que suas mãos se tocavam, eles ficavam tímidos e afastavam-se um pouco, o que deixava Kanae com vontade de enforca-los.

No caminho, eles passaram pelo bairro comercial de Kamakura. Enquanto passavam pelo local, Mayu viu a antiga padaria na qual conseguia comida, atualmente fechada.

Uma garota passou correndo e esbarou de frente em Miguel. Devia ter uns cinco anos. Ela usava roupas rasgadas, em trapos, e estava segurando uma sacola plástica. Sua pele e seus cabelos eram brancos como a neve. Seus olhos eram azuis e, no alto de sua cabeça, haviam dois chifres.

– Peguem essa ladra! – gritava um açougueiro, correndo em direção a eles.

Quando chegou perto dela, segurou-a pelos braços e levantou com a mão esquerda. Na direita, a faca de cortar carne, a qual ele parecia querer usar naquele momento. Todos em volta pararam para olhar a cena.

– Solte-a! – Miguel empurrou o homem, que deixou a garota cair.

– Ela é uma ladra. – disse o homem, pegando a sacola em suas mãos.

O homem levantou a faca, mas Miguel o parou.

– Qual o valor? – perguntou, pegando a carteira no bolço. – Eu pago o valor, mais um bônus pelo roubo.

– Dá... Uns 1600 ienes¹*. – disse o homem, cheio de raiva.

– Ok. – Miguel pegou o dinheiro e entregou ao homem, que deu a sacola para ele e foi embora.

Miguel estendeu a mão para a menina para ajuda-la a levantar. Ela segurou sua mão, mas cheia desconfiança. O movimento do local voltou ao normal.

– Você está com fome? – perguntou Miguel, se ajoelhando e ficando cara a cara com ela.

– Eu poderia matar todos aqui agora. – disse ela, o encarando. Tinha uma voz fraca e calma, com expressão indiferente. – Mesmo assim, não consigo atacar você.

– Bem, isso pode ser simplesmente gratidão. – ele olhou o que havia dentro da sacola e devolveu para ela. – Pode levar, mas vai ter que cozinhar isso antes de comer. Você sabe cozinhar?

Ela balançou a cabeça, fazendo que não. Miguel olhou para as meninas, que logo entenderam o que ele queria.

– Bem, podemos leva-la lá em casa e darmos algo para ela comer. – disse Mayu. – Mas o problema seria a Lucy.

Nana parecia assustada com a menina. Desde que a viu, ela estava paralisada.

– Está com medo? – perguntou a garota, olhando para Nana.

– Nem tanto. – disse Nana, dando de ombros. – Você pode ser mais forte que eu, mas não é tão boa em lutas.

Elas ficaram se encarando, até que Miguel se pôs entre os olhares de ambas.

– Vamos parar, meninas. – disse. Após isso, olhou novamente para Mayu. – Então?

Mayu assentiu. Ele se virou novamente para a garota.

– Então, você vem conosco... – ele não havia perguntado o nome dela.

– Emi. – disse a garota. – Meu nome é Emi.

– Então, Emi? Você viria conosco?

A garota assentiu.

– Vamos então.

Miguel se levantou e eles continuaram seu caminho. Ao chegarem a casa, foram recebidos por Nyu, que parecia bêbada.

– Nyu! – gritou, pulando em Miguel logo que ele entrou.

Miguel conseguiu ficar de pé, mas ela estava pendurada em suas costas. Parecia estar tonta. Usava somente uma blusa azul de Kouta e estava com a calcinha aparecendo.

– Nyu, o que houve? – perguntou Mayu, ajudando Miguel a carrega-la para dentro.

– Nyu... Sangue... Kurama... Muito sangue... Nyu! – balbuciava ela, enquanto era colocada em sua cama.

Eles a deixaram dormindo e foram para a cozinha.

– O que será que houve com ela? – perguntou Kanae, confusa.

– Do jeito que ela disse, o doutor Kurama deve ter feito uma coleta de sangue para as pesquisas dele. – Miguel estava parado na porta. – A quantidade deve ter sido alta, já que ela ficou tão tonta.

Emi estava ao seu lado, na porta. Ela observava de longe as meninas preparando o almoço.

– Miguel, você sabe que essa carne não valia tanto, né? – perguntou Kanae, cortando a carne.

– Bem, paguei logo pra aquele cara não ficar no meu pé. – respondeu. – E se eu ficasse negociando, ele iria querer levar a carne e a Emi.

Mayu preparava os legumes e Kanae cuidava da carne. Nana, que não estava fazendo nada, se aproximou de Emi.

– Emi, vem comigo. Vou te dar banho e você troca de roupa, tá?

– Tá... – respondeu Emi.

Nana foi até o quarto e pegou algumas roupas. Depois, levou Emi até o banheiro.

Aquela seria uma tarde bem demorada.


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Notas finais do capítulo

Notas:
¹*: 1600 ienes = 35 reais, mais ou menos.

Então, o que acharam? Muito meloso? Muito chato? Muito sem graça?
Respondam, por favor!



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