O Olho do Fim escrita por Red


Capítulo 2
Capítulo 2: A Brilhante Mente de Dave Wood!


Notas iniciais do capítulo

Não sei ao certo se demorei muito, mas o segundo capítulo já estava pronto, na verdade. Boa leitura!



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– É aqui?

Marshall empurrou a porta depois de uma concordância facial de Dave. Ele observou o quarto com visão privilegiada para a linda cidade sobre qual estavam por cima.

– Eu recebi esses móveis de meus familiares. Desculpe-me se não gostar, mas quebrará o galho por enquanto.

– Nada pode ser ridículo sobre uma vista dessas. – Marshall brilha seus olhos diante a janela. As casas brilhantes, reluzindo a ideia falsa de que qualquer sonho pode ser realizado. Aquela luz toda enfeitada pelas ruas... Qualquer esperança poderia ser criada ali mesmo. – Admita, Dave. Isto é inspirador.

– Concordo plenamente, Marshall! – Dave puxou um colchão. – Aonde vai querer dormir?

– Eu não me incomodo com isso não, Dave. Pode dormir no colchão e eu durmo no sofá. Não me trate como seu chefe, por favor.

– Tudo bem. – Ri de descontração e arma o colchão para si mesmo.

A noite passa e Dave se move pelo colchão, já no ápice do seu sono. Mas o sono não despertava nem um pouco na mente bagunçada de Marshall. Ele enxergava várias linhas se conectando no teto da sala, o qual estava encarando por um tempo. Ele via cada conexão diferente no caso, mesmo esperando as provas.

Depois do delegado sair de cena, eles procuraram por mais pistas. E acharam. O sangue na sala não era sangue de verdade. Arrisca molho de tomate? Pois não é. Era alguma mistura química, oculta com outra mistura química. Descobri-la seria uma demora infernal, e tempo era uma coisa que eles não tinham. Duro de sono, Marshall dorme.

Um barulho na calada da noite passa despercebido por Marshall, mas o sono leve de Dave o desperta. O barulho de uma derrapagem, baixo como se fosse abafado, mas o bastante para Dave acordar desesperadamente. Marshall acordou com o susto de Dave, e os dois enfim, saíram às cinco da manhã, às pressas, por o que poderia ser apenas um acidente normal de carro. Mas não era.

*******

Tudo foi muito de repente, de surpresa. Dave mandou Marshall subir em sua lambreta que os dois iriam até o lugar do acidente. Eles podem confessar: Nem eles mesmos sabiam pra onde iriam com tanta pressa. Era apenas um pressentimento de detetive. Algo relacionado ao caso estava acontecendo.

Cruzaram diversas ruas de casas, apenas seguindo a luz da lua, dos postes perfeitamente postos, e de um sinal de fumaça do acidente que ainda não tinha sido apagado. Ainda que um resquício de pessoas pelas ruas, elas andavam desesperadas. O lugar era realmente longe da casa deles. Que ouvido apurado, Dave!

Chegaram lá, enfim. Devido ao posicionamento, Marshall desceu primeiro. Havia três pessoas além deles lá. Isso sem contar alguém encapuzado, com algo na mão. Essa pessoa encarava no final da rua a grande fumaça se alastrando. Mas bastou uma piscada para a pessoa sair de vista. Aquele labirinto de ruas era indecifrável para alguém novo na cidade.

– Dave, tem ideia de onde aquele homem foi?

– Nenhuma. Você vai por aquele lado que eu vou desse, ok?

Os dois seguem seus caminhos apressados. Depois de um tempo procurando, o homem já havia ido. Dave e Marshall acabaram se encontrando no local do acidente novamente, agora com uma equipe de bombeiros trabalhando. A equipe estava espalhada, também, tampando um bueiro que estava sem tampa.

– Ele não está mais por aqui. Como... Aquela pessoa conseguiu sair de nossas cabeças em tão pouco tempo?

Dave deixou que a pergunta de Marshall fosse deixada no ar. Os dois, mesmo que sem vontade, tiveram que voltar a dormir, pois o dia seria bem puxado. Já cedo, Marshall acorda com o desespero de Dave, novamente.

– Marshall, acorde! Acorde!

– Que horas são? – Disse sonolento.

– Umas seis ou sete horas depois de nós acordarmos pro caso. Marshall, eu descobri pra onde o homem foi. Estava na nossa cara o tempo todo.

– O que? – A curiosidade desperta Marshall na hora.

– Pensa bem, ele não estava na direita e na esquerda. Ou ele subiu o prédio ou ele desceu a tampa de esgoto. E o que é mais rápido de se sumir?

– O esgoto! Claro! Por isso ele sumiu tão rápido. Ele caiu! A equipe de bombeiros estava fechando uma tampa de bueiro. Dave você é um gênio.

Os dois sorriem de entusiasmo e se apressam para se vestir. Prestes a voltar à cena do crime da noite anterior, o delegado os chama pelo telefone.

– Marshall? Dave?

– Dave, senhor.

– Ótimo, Dave. Escute, o resultado da perícia já acabou. Podem vir ver os resultados, a equipe se encontra na delegacia.

– T-Tudo bem, senhor. – Dave desliga depois de se despedir do delegado. – Os exames já estão prontos, Marshall.

– Já? Nossa, que perícia boa. Tomara que tenham pegado resultados bons.

Já prontos, os dois saem de casa e, de lambreta, vão até a delegacia. Era uma lambreta bonita e potente. Parecia ser bem mais veloz que uma moto, mas Dave preferia andar de motos mesmo. Seu sonho era ter uma. Mas enfim, eles chegaram à delegacia, e bastou eles entrarem para verem o quanto de policial vestido de branco havia naquela delegacia. Como se todos fossem fazer perícia ou fossem médicos.

– Ora, ora. Chegaram rápido, hein?

– É a minha lambreta, senhor delegado, ela é muito... Bem, isso não importa agora.

– Por que esses policiais estão de jaleco?

– Bem, a perícia envolve técnicas delicadas de preservação e cuidado das provas. Para que ninguém infecte as provas ou qualquer lugar em volta, todos estão com uniformes apropriados. Vamos. Irei mostrá-los aonde a equipe de ontem está.

O delegado os guia até uma sala da delegacia. Era mais do que uma delegacia, como uma grande empresa de policiais ou um alto recanto de encontro deles.

– Que delegacia enorme!

– Delegacia? Esta é a Base dos Policiais. Policiais de várias cidades se encontram aqui para resolver tanto casos internacionais quanto interestaduais. O caso em questão ainda está sendo estudado, mas...

– Delegado, nós vimos um assassinato ontem.

O delegado continua andando, mas mesmo de costas, demonstra uma expressão de surpresa.

– Um assassinato? Explique-se, Andrews.

– Dave me acordou no meio da noite e fomos até um lugar em que uma explosão aconteceu. Lá nós vimos o acidente de perto e encontramos com um homem, de capuz, que desceu aos esgotos para escapar de nós!

– Com “aos esgotos”, você quer dizer o que, mocinho?

– Ele desceu um bueiro de esgoto enquanto nós estávamos nos afogando na fumaça.

– Isso nos diz muito. Quem deduziu isso? – Dave levanta a mão, encabulado. – Não seja tímido, rapaz. Muito bem, nós vamos enviar bastante policiais para a rua em questão. Vamos procurar a rua pelos documentos: Se houve um acidente ontem, a rua estará escrita! – Ele faz um sinal e explica a situação para um policial de jaleco que estava passando. – Nós não podemos parar com o caso agora, Wood. Venham. É esta a sala.

Ele os chama para uma sala cheia de homens de jaleco, mas desta vez, bem mais familiares. Era o laboratório da perícia, e os homens de jaleco eram os mesmos da mansão. Eles se cumprimentam e seguem para dentro do laboratório.

– O caco de vidro tinha a impressão digital mais engraçada que eu já vi.

– E aquele fio? Era piada aquilo?

Dois policiais bem humorados conversavam perto das provas.

– O que descobriram?

– Bem, aqueles dois fios de cabelo estavam bem indescritíveis. Dando o nosso jeito, descobrimos o DNA de apenas um fio. Zack Williams. O sujeito vende de tudo. De tapetes mofados à explosivos de alto porte. Como vocês vieram cedo, ainda não sabemos a localização dele, mas logo a teremos, e então, prosseguiremos com o suspeito.

– E o outro fio?

– Os dois fios estavam afundados nas entranhas da idosa. Fazendo a perícia com cuidado, o mesmo fio se perdeu em vários DNA’s diferentes. Mas uma coisa me intrigou bastante.

– O que foi?

– O fio era áspero demais. Deve ter sido por isso que ele se misturou, talvez, concorda?

Marshall colocou a mão no queixo e raciocinou um pouco.

– Vamos esperar a localização do homem chegar e depois conversaremos sobre isso. O que mais?

– Uh? Ah sim. – O outro policial se atrapalhou. – O caco de vidro tinha a impressão digital de duas pessoas diferentes. E mesmo com uma complicada perícia sobre isso, saiba que não dormimos esta noite, uma digital é apenas a pressão de uma luva, então, era um borrão à toa, feito só para nos atrapalhar. O outro era da velha. Ou seja, alguém queria e não queria, ao mesmo tempo, que suas pistas fossem descobertas.

– Só isso? Tudo bem. Quem dera a velha estivesse viva para nos contar o que houve. Ou que sua boca não fosse explodida se nenhum resto pra contar a história...

– Alto lá, detetive Marshall! Nós conseguimos achar outra pista. O sangue de químicos misturados acabou deixando um rastro de alguma bebida já tomada ou própria saliva, acredite se quiser, e conseguimos separar este rastro.

– Como? Não conseguimos nem separar cada ingrediente do sangue falso!

– Acontece que essa gota de água não se misturou com a mistura de químicos. Então foi quase que fácil achá-la no meio daquilo tudo. Parece complicado, talvez, mas resumindo, temos outro nome de outra pessoa. Lilian Moore. Ela também não foi identificada pelo local onde vive.

– Isso demora tanto assim?

– Bem, foi o máximo que conseguimos fazer depois da hora do almoço. Os nomes foram descobertos a poucos minutos, mas relaxe! Os policiais têm fichas de pessoas que nem mesmo foram presas. Tudo isso com a ajudinha do estalar de dedos do governo superior. A prefeitura, sabe?

– Hm... Então... Grande parte das decisões policiais provém da prefeitura?

– Bem, nem todas, mas as mais pesadas sim.

– Previsão para a entrada das localizações?

– Huh... Já vai chegar. Estamos fazendo ligações a pouco tempo, a prefeitura é carregada de funções... E vocês chegaram bem cedo... – O policial pareceu se sentir culpado pelo atraso.

– Não se preocupe, fizeram o melhor. Não conheço uma perícia que faria trabalhos de semanas em tão pouco tempo! Vocês são experientes demais.

– Ah, que isso! O segredo é que...

– Owen! Calado! O detetive só veio fazer seu trabalho, não abra sua língua!

– Uh... Sim, claro. Desculpa, delegado.

O detetive e o delegado trocaram olhares mentais. Não bastava os dois olharem um para o outro para desconfiarem uns dos outros. Era o mínimo que eles poderiam fazer em uma situação daquelas. Dave percebeu o clima que ficou.

– Desculpe puxar seu saco de perguntas... Owen, certo? Bem, nós vamos dar uma saída da delegacia para tomar um ar... – Ri disfarçadamente e pega Marshall pelo ombro. Sai sem olhar para outras pessoas, com uma expressão neutra.

O vento corria bem para dois apressados correndo em uma pobre e linda lambreta. Eles pareciam os únicos que andavam em lambretas pela cidade, apesar de se achar uma ou duas por aí, apenas reservando a cultura. Eles não precisaram se olhar também para entender o pensamento um do outro.

Voltando à cena do crime do dia anterior, eles acharam a mesma cena de antes, mas sem toda aquela fumaça desnecessária e multidões inúteis. Apenas policiais e bombeiros trabalhando. Parecia que esses policiais eram mais lentos que a perícia, pois nada havia mudado desde a madrugada anterior.

– Ele desconfia de nós, Marshall. Ele acha que nós matamos a idosa. – Dave e Marshall não expressam faces de surpresa. Continuam com a mesma cara, sem se movimentar, sem contato visual, apenas olhando para frente, largados naquele frio confortável da manhã. – Por quê?

– Ele não tem culpa. Ele é um simples policial. E policiais erram toda hora. – Marshall expira ar como uma pausa conclusiva. – Além do mais, somos os únicos suspeitos que ele pode ter. Um detetive novato que chegou mostrando pistas e... Bem, ele não deve ter nada contra você.

Eles esperaram um pouco antes de continuarem a conversa. O vento deixou o silêncio mais sofrido, mais quebrado. Dave interrompeu onde deveria responder.

– E agora, então? Vamos ter que fazer o que? Pegar as informações do corpo e sair resolvendo o caso sozinho?

Uma espera menor surgiu agora. Os dois já sabiam a resposta.

– Se nos afastarmos, seremos um alvo maior ainda no olhar daquele delegado ingênuo. Mas talvez, Dave. Talvez devêssemos. Mas não podemos fazer nada sozinhos.

Marshall encarou por trás dos bombeiros e policiais uma pessoa, de mesma aparência familiar. A pessoa não reagiu, apenas ficou encarando-os, esperando que eles percebessem. Era a mesma pessoa que fugiu pelos esgotos.

– Dave, você consegue vê-lo?

– Sim, Marshall. Eu consigo.

Marshall tirou uma câmera lentamente de suas mãos e apontou para o homem, que não a percebeu, pois estava escapando das bolsas no casaco de Marshall. Quando a foto foi tirada, o homem começou a andar para trás. Marshall achou que já era hora de correr atrás dele, e foi o que fez, sendo seguido por Dave. Mas meros passos não o alcançavam. Dave e Marshall não estavam correndo o suficiente, até quando o homem encapuzado subiu nos prédios e escapou pelos telhados.

– Ele está neste telhado! – Disse ofegante. Já sentia suas mãos suarem, mas guardou sua câmera em segurança.

Marshall se atreveu a subir umas escadas convenientemente postas para subir até o topo dos prédios e casas. Mas foi em vão. Quando ele terminou de subir, em sua máxima velocidade, encontrou o vazio. Ele sacou na hora o que aconteceu. A pessoa encapuzada subiu na casa apenas para atravessá-la para o outro lado. Ele distraiu genialmente Marshall e Dave, que o procurou pelos tetos.

– Dave! – Disse, depois de um tempo após descer as escadas e voltar ao chão da movimentada cidade.

– O que foi, detetive?

– Nós precisamos voltar para a delegacia. – Ele pegou em sua outra mão um celular, que também estava escondido em suas mãos. Este estava na esquerda, enquanto a câmera estava no bolso do casaco oposto, com a mão oposta, obviamente. – A localização foi confirmada. Vamos atrás de Zack Williams.


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Notas finais do capítulo

Se possível, comentem sobre o que acharam do capítulo. Até mais!



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