A substituta escrita por AnneHwang


Capítulo 28
Fique onde eu possa te ver!




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Pov. Castiel

Acordei cedo demais sem conseguir dormir, resolvi dar uma volta pra espairecer. Fui até o shopping para comprar umas roupas para Lynn, talvez ela goste de algo feminino. Seria bom ela ter algo assim para alguma emergência.

Entrei na primeira loja que vi, me perguntei que tipos de roupas combinavam com ela. Olhei para um manequim que vestia uma minissaia com estampa de onça, blusa preta decotada e um salto.

—Acho que isso a fará parecer uma garota. —Tentei visualizá-la naquilo. —Não, acho que não gostaria de uma garota vestindo isso. —Murmurei.

Me virei pra um outro manequim menos extravagante, ela estava vestida com um vestido rosa com rendas, era bem feminino... feminino até demais. Olhei pra outro, um vestido azul claro não tão curto de cetim, com um blazer branco e uma sapatilha da mesma cor.

Muito bem, gostaria de vê-la usando aquilo. —sorri. —Espera por que eu gostaria? É uma emergência qualquer roupa serve. Pensei.

Me aproximei da vendedora e pedi as roupas que estavam no manequim.

Quando voltei pra casa levei as sacolas comigo, quando eu estava indo em direção ao jardim pra entrar dei de cara com a Ambre, levantei uma sobrancelha.

—Por que está aqui? —Disse rispidamente.

—Vim visitar o Taylorzinho. E pensei em ver você também. —Ela sorriu daquele jeito irritante. —Ela olhou pras sacolas que eu carregava.

—Ei mentirosa, você parece inquieta... Esqueça. saia da frente.

Passei por ela, quando estava prestes a entrar ela me chamou.

—Eu tenho algo pra te dar. —Ela se aproximou de mim.

—O que? —Perguntei de má vontade.

—São alianças de compromisso. —Ela ergueu a mão, estava usando uma no dedo anelar e outro no polegar. —Preciso provar que você é meu. —Ela tirou a aliança do polegar e me estendeu. —Coloque!

—O anel é bonito. —Eu peguei da mão dela e coloquei de novo em seu dedo polegar. —Os dois ficam bem juntos, use os dois.— Ela me olhou com raiva — E mentirosa, caso não saiba vou deixar claro, não sou seu. —Me virei de costas pra ela e entrei em casa.

Fui em direção ao quarto da Lynn, Alexy e Lysandre pareciam estar lá dentro conversando com ela. Deixei as sacolas com as roupas no corredor e entrei.

—Castiel, você veio. —Disse o Alexy. —O Taylor tem algo pra nos dizer.

Eu olhei pros três que pareciam tensos, a Lynn estava com aquela cara de zumbi coitado de sempre. Será que ela ia contar que... Não ela não iria tão longe. Ela ficou olhando pra nós três um longo tempo hesitando.

—O que quer nos contar? —Eu disse impaciente. —Assim que ficou bom se meteu em outro problema?

—O quero dizer é... —Ela se interrompeu. —Na verdade eu sou...

Um som chamou a atenção de nós quatro. Ambre estava tossindo na porta do quarto. Ela estava tossindo como se fosse morrer.

—Ei Ambre, você está enjoada? —Disse o Alexy. —Será que você está...? —Ele fez uma pausa sugestiva.

—O que você tem? — Perguntei irritado.

—Castiel...— Ela me encarou. — Sinto muito. — Ela colocou a mão na boca como se fosse vomitar e correu pro banheiro.

Nós a acompanhamos com o olhar.

—Castiel você vai ser papai? —Eu olhei irritado pro Alexy que ficou quieto.

—Não vai cuidar dela? — Perguntou o Lysandre. — Ela está enjoada, deve ser por sua causa. Vocês devem ter feito...

—Aff. Mentirosa, eu te mato! —Disse alto suficiente pra eles ouvirem e fui atrás dela no banheiro.

Ela estava no corredor me esperando com aquela cara de sonsa.

—O que foi aquilo? — Perguntei, ela deu um passo pra ir embora, mas segurei o seu braço. — Onde pensa que vai? Você tem que explicar tudo pra eles.

— Está exigindo uma explicação? Não sou sua, não preciso te escutar. — Ela estava usando minhas palavras contra mim.

Ela saiu andando e eu a segui quando ela passou pela porta, eu peguei sua mão que estava com as alianças, ela estava segurando o celular dela.

—Está brava por causa disso? — Ela olhou pra mão.

— Você deveria ter sido um bom garoto e me escutado. Agora não me enche. — Eu sorri.

Peguei o celular da mão dela.

—Vai jogar meu celular longe dessa vez? —Ela perguntou.

—Nem sou o numero um da sua discagem rápida. — Fingi estar decepcionado.

—Claro que não. É o meu pai! — Ela afinou a voz. — Por quê? Quer ser o numero um?

— Você tem medo do seu pai? — Ela arregalou os olhos.

—Meu pai é assustador. Se meu pai te pegar, é capaz de arrancar seus cabelos.

—ótimo.

Comecei a digitar uma mensagem pro pai dela, fingindo ser ela:

Papai, estou grávida.

Mostrei a mensagem pra ela. Ela arregalou os olhos e tentou pegar o celular da minha mão. Mas eu coloquei no alto.

—Você está louco? Meu pai vai me matar! — Ela se desesperou eu enviei. —Você não enviou, não é? —Eu sorri presunçoso.

—E agora? Parece que é você que vai perder o cabelo. —Devolvi o celular pra ela.

—Ei! —Ela ficou gritando nas minhas costas enquanto eu ia pra dentro de casa.

Voltei pro quarto da Lynn o pessoal ainda estava ali.

—Não pensem besteiras. —Eu entrei dizendo, Alexy me olhou de um jeito malicioso. —Não pensem!

—De qualquer forma é problema de vocês então vamos fingir que não ouvimos nada. —Disse o Lysandre e então se virou pra Lynn. —Tay, o que ia nos contar?

—É que... Bem eu só queria me desculpar por causar tantos problemas. — Eu levantei uma sobrancelha.

—Não é incomum que se meta em problemas, mas é estranho nos reunir assim.— Eu disse.

—Não se preocupe, Tay. Está tudo bem. —Alexy disse sorrindo.

—Sim, você estava doente, e nós entendemos. — Disse o Lysandre.

Ela sorriu pra nós, Alexy ficou dando socos amigavelmente no meu ombro, por eu estar com a expressão séria.

Saí dali e voltei pro meu quarto, tomei um banho e me sentei-me à mesa pra trabalhar. Dei de cara com o CD da mulher que dizia ser minha mãe. Observei a letra da musica que ela queria que eu regravasse com ela.

Philippe é o nome do compositor, a letra se tratava de arrependimento e uma tentativa de reconciliação.

Canção triste. Foi por que ele te pediu pra voltar que você me abandonou? —Pensei. —Por causa desse homem?

Me virei pro outro lado da mesa. Como eu podia entender aquela mulher querendo regravar essa musica. Respirei fundo. A Lynn seria bem útil em uma hora como essa. Olhei pras sacolas com as roupas que eu comprei pra ela, era uma boa ir ao quarto dela entregar isso.

Fui até lá e a vi na sacada. Aproximei-me dela sem fazer barulho.

—... Não consigo ver as estrelas. —Eu a ouvi dizer. — Acho que porque está escuro.

—Não consegue ver porque está claro. —Fiquei do lado dela.

Ela me olhou surpresa.

—Se quer ver estrelas apague as luzes. Assim poderá vê-las. —Ela ficou em silencio.

Depois de alguns instantes ela entrou e apagou as luzes, em seguida voltou pro meu lado.

—Agora consigo vê-las. —Ela disse animada.

—Agora está escuro demais pra mim. Não enxergo quase nada. Mas por que está aqui fora? Está preocupada com a coletiva de imprensa pro lançamento do seu clipe amanhã?

—Enfrentarei tudo. —Senti a voz dela falhar.

—Sabe que não estaremos lá, não é? —Tentei ver seu rosto.

—Sim, presidente Faraize me avisou.

— É que você precisa ser a estrela lá. — Dei de ombros.

—Castiel... Quando me lembrar desse lugar, tudo vai ter parecido um sonho. Você, Lysandre e Alexy serão como estrelas distantes.

Apertei os olhos e vi ela sorrir, mas pelo tom de voz ela parecia um tanto triste. Era muito frustrante não poder ver direito.

— Como aquelas estrelas que eu posso ver de qualquer lugar, também poderei ver você. — Ela continuou, olhei desconfiado pra ela.

—Não consigo te ver bem. —Fiquei um pouco mais perto. — é terrível não poder te ver, então fique onde eu possa te enxergar.

—Mesmo aqui do seu lado você não consegue me ver. —Ela começou a passar a mão no ar perto de mim. Eu segurei o pulso dela.

—Eu te vejo. —Ela me olhou surpresa. —Vejo o bastante pra saber que está aqui.

— Consegue mesmo me ver?

—Sim. —Disse confiante. — Eu estou te olhando agora, no escuro fique a essa distância de mim.

—Sim, entendo. — Ela engoliu em seco. — Mas tenho um pedido... Quando eu deixar de ser o Taylor, e voltar a ser uma garota. — Eu a encarei. — Mesmo que me veja finja que não me conhece.

—O que? — Disse surpreso.

—No momento certo fingirei que não te vejo também.

—Está pedindo pra fingir que eu não te conheço? —Disse perplexo.

—Sim, por favor, me prometa que fará isso. —Eu engoli em seco, e desviei o olhar dela.

—Claro. Farei isso. Prometo. —Disse bravo. — Vamos fingir que não nos conhecemos!

—Obrigada. — Os olhos dela pareciam encher de água. —Vou entrar e ligar as luzes.

Ela voltou pra dentro e eu pensei um instante.

Agir como se não nos conhecêssemos? Aquela ingrata. Porcoelho ingrato.

Saí da sacada irritado, eu tinha deixado as roupas dela no quarto. Só me dei ao trabalho de deixar uma mensagem no celular dela dizendo do que se tratava.

Quando ela usar roupas assim, fingirei que não a conheço.

No dia seguinte evitei encarar a Lynn, nem me despedi dela quando ela saiu pra coletiva. Mais tarde o empresário Boris nos ligou pra perguntar dela, disse que ela desapareceu e não atende ao celular.

—Devemos ir até lá. —Disse pro Alexy e Lysandre. —Se ele não aparecer, ao menos estaremos lá. —Qual era a encrenca dessa vez?

Fui até o meu quarto pegar o casaco e vi o porcoelho em cima da minha cama, mas a presilha que eu a dei não estava na orelha dele. Foi então que uma ideia passou pela minha mente. Fui até o quarto dela e não havia nada ali, nem as roupas e nem seus objetos pessoais. A sacola com as roupas que eu dei estavam vazias.

O que está planejando? Pensei irritado.

Larguei a sacola ali e fui em direção ao meu carro. Alexy e Lysandre vieram comigo, dirigi o mais depressa que pude. Quando chegamos tentei várias vezes falar com ela pelo celular.

—Taylor não faça isso! —Deixei uma mensagem. —Não venha aqui desse jeito.

Ela só podia estar planejando aparecer vestida de garota, por isso aquela conversa de ontem.

Comecei a olhar em volta pelo saguão, estava quase desesperado, ela iria nos arruinar e arruinar a si mesma. Alexy e Lysandre foram pra sala onde seria a coletiva eu fui logo atrás.

Presidente Faraize anunciou que o vídeo ia ser passado primeiro e eles apagaram as luzes.

—Droga! Não consigo enxergar. —Tudo que eu via era a tela no fundo e Alexy e Lysandre próximo a mim. —Não consigo enxergar quase nada. —Disse pra eles. —Encontrem o Taylor.

—O que está dizendo, o Taylor está aqui? —Alexy perguntou.

—Provavelmente está aqui perto. Temos que encontrá-lo logo. —Não escondi a urgência em minha voz.

—Procurarei por ele. —Alexy disse se afastando eu segurei seu braço e olhei pros lados.

—Procurem por uma garota. —fui forçado a dizer isso.

Alexy me olhou confuso, Lysandre não se virou pra me olhar.

—Uma garota? —Alexy perguntou.

—Sim... — Respirei fundo. —Uma de vestido de azul e casaco branco. —Lysandre me olhou tentando esconder seu choque Alexy continuava com a expressão confusa.

—Você não disse pra procurarmos o Taylor? —Alexy disse.

—Taylor... —Olhei pros lados, indeciso. —É essa garota.

Vi o choque percorrer o rosto do Alexy. Então continuei.

—Não tenho tempo para explicar agora. Precisamos encontrá-la e tira - lá daqui. Vou procurar lá fora.

Voltei pro claro, olhando em volta. Onde ela havia se metido?

Desci as escadas do topo vi a Lynn, só podia ser ela pelas roupas. Ela virou o rosto um pouco pro lado, seu cabelo estava preso num coque e ela estava com a presilha que eu lhe dei na lateral da cabeça.

Eu corri atrás dela, ela estava indo em direção a coletiva de imprensa. Não consegui alcançá-la antes que ela entrasse naquele lugar escuro. Entrei na sala sem conseguir ver nada.

Não consigo enxergar direito! Não consigo vê-la.

Cheguei ao auge do meu desespero.

—Eu disse pra ficar onde eu pudesse ver! — Gritei alto, todos naquela sala com certeza ouviram.

Alguns instantes depois as luzes se acenderam, ouvi alguns gritos de fãs ao me verem.

Ela estava na minha frente, me encarando com aquela cara de choro. Eu olhei pra ela aliviado e ao mesmo tempo bravo. O que passou na cabeça daquela garota?

Repreendi ela com o meu olhar, o dela parecia implorar por minha compreensão. Ela se virou de costas pra mim pra continuar, Lysandre estava bem atrás dela e a abraçou escondendo o rosto dela em seu peito. Flashes dispararam na direção deles e os fotógrafos os cercaram.

Lysandre ficou me olhando com aquele olhar desafiador, Alexy pareceu logo atrás dele tentando entender o que estava acontecendo.

—Ela é minha namorada! —Lysandre gritou para os fotógrafos. —Não pude falar sobre ela. É minha namorada.

Senti certo prazer em sua voz quando ele disse essas palavras, nós nos encaramos.

—Não quero que o publico a veja. Por favor, abram caminho para sairmos.

Nenhum fotógrafo parecia se mexer, eu estava paralisado quando voltei a mim tirei meu casaco. Caminhei até eles abrindo caminho entre os fotógrafos a cotoveladas. Encarei o Lysandre de perto e lhe estendi meu casaco. Ele pegou e cobriu a cabeça dela com ele.

—Castiel, você conhece a namorada do Lysandre? —Um dos repórteres perguntou eu ignorei.

Lysandre saiu com ela do meio deles e caminhou pra fora os repórteres os seguiram. Quando a Lynn se virou deixou cair sua presilha, e todos a pisotearam, fiquei olhando a presilha dela se quebrar, ainda entorpecido.

Só Alexy ficou na minha frente.

—Aquela... Era... Mesmo? —Ele perguntou.

—Sim. —Disse friamente. Ele arregalou os olhos.

—Ele é uma garota? —Ele deu um leve sorriso.

Eu me abaixei pra pegar a presilha e seus pedaços. Por alguma razão me sentia quebrado como aquela presilha.

Alexy correu atrás deles, e a Ambre estava na minha frente, eu nem tinha notado a presença dela.

—O que há de errado com ela? —Ela disse, eu a olhei irritado.

—Como sabe que era ela?

—Oh... —Ela com certeza estava envolvida nessa história, meu sangue ferveu.

—Converso com você depois.

Eu lhe dei as costas e saí da sala.


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