A substituta escrita por AnneHwang


Capítulo 25
Feliz aniversário




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Eu mal fiquei ao lado do melhor amigo do meu irmão eu já o considerava muito. Ele se despediu de mim mais uma vez, sussurrando no meu ouvido: ‘’Eu realmente gostava da sua irmã. ’’

Ele foi embora feliz dizendo que ia me procurar quando saísse do exercito, mas continuou me tratando como Taylor.

Esse dia havia sido muito divertido e surpreendente pra mim, mas a hora de voltar pra casa chegou, Castiel foi embora com a Ambre em seu carro... Nada mais justo do que dar uma carona pra namorada. Eu caminhei em direção a van da banda pronta pra ir.

Quando cheguei a casa me deparei com a minha tia mexendo nas coisas dos rapazes, ela estava usando um conjunto de moletom amarelo e um lenço amarrado na cabeça escondendo seus enormes cabelos cor de rosa. Fiquei espiando o que ela pretendia fazer com as coisas, ela segurava uma caixa de papelão.

—Ei tia, o que está fazendo? —Olhei a etiqueta da caixa quando peguei o pacote de suas mãos.

Havia um papel escrito com letras grandes que era uma encomenda para o Castiel.

—Tia como pôde abrir isso? —Ela me olhou sem graça.

—Não Foi nada. Ele ia abrir mesmo então abri... Tenho que ir ao banheiro. —Ela correu.

—Aff. —Suspirei.

Como eu ia fechar aquilo sem que ele descobrisse? Analisei a caixa de papel, dentro dela havia um disco de vinil, quando eu a virei pra olhar o outro lado, um bilhete caiu da caixa.

É o disco que você tanto queria.

Feliz aniversário. De seu pai

Então era um presente de aniversário, mas ninguém havia dito nada que hoje é o aniversario do Castiel.

Por fim consegui fechar a caixa e a deixei em cima da mesa no quarto dele, procurei pelos rapazes pra perguntar sobre essa historia de aniversario. Encontrei Alexy no jardim, ele estava brincando com a Jolie.

—Alexy. —Ele se levantou. —Não teremos uma festa hoje? —Se era aniversário do Castiel, com certeza Alexy tinha uma festa planejada.

—Hã? Por quê? —Ele me olhou confuso.

—Hoje é aniversário do Castiel. —Ele continuava me olhando confuso.

—Mas hoje não é aniversário do Castiel. Nós festejamos o aniversário dele em maio. —Foi minha vez de ficar confusa.

—Estranho.— Naquela caixa dizia ser hoje — Perguntarei quando ele voltar — Já estava me virando pra entrar em casa.

—Ele disse que não voltará hoje. Ele me ligou e disse que vai trabalhar até tarde no estúdio. — Ele se abaixou de novo pra brincar com a Jolie.

Eu fiquei pensando um instante. O próprio pai não se enganaria sobre o aniversário do filho.

Fui até o quarto do Castiel pra trocar de roupa, mudei o casaco coloquei um gorro e um cachecol. Eu estava realmente curiosa sobre essa história. Me olhei no espelho por um momento, eu estava bonita, bonita como um garoto. Havia momentos que eu me esquecia de quem era.

Liguei pra empresa de táxis e pedi um, eu estava pronta pra ir até a gravadora ver o Castiel, só torci pra que a Ambre não estivesse com ele, não queria atrapalhar nenhuma comemoração particular.

Quando cheguei lá, tive que andar um pouco procurando por ele, no estúdio ele não estava, olhei as salas, mas também não tive sucesso. Algo me disse pra olhar no jardim, de longe ouvi vozes, me aproximei sem fazer barulho. Uma das vozes era do Castiel a outra era de uma mulher, me encostei atrás de uma parede pra poder ver de quem se tratava.

Fiquei surpresa ao ver que era uma cantora famosa, no dia que eu soube sobre o falecimento da minha mãe, eu havia entrado no camarim dela por engano e até feito massagem nela. Não sabia que ela era amiga do Castiel, mas de qualquer forma eles pareciam discutir. Me perguntei se era certo ficar ouvindo a conversa deles, mas não pude evitar.

— Como ousa me humilhar daquela forma? —Ela disse brava.

—Você ficou tão brava que até veio aqui. —Senti um tom de divertimento na voz dele. —Acho que não tem mais medo que as pessoas descubram.

—Não, não tenho mais medo. —Ela respirou fundo. — O que tenho a perder? Francamente, considero revelar a todos que você é meu filho. —Fiquei em choque ao ouvir isso —O que, está com medo agora? — Castiel ficou em silencio, ela continuou.

—Eu não quero que essa canção se perca no tempo, por isso preciso de você.

—Você amou tanto assim o compositor daquela canção? —Senti um tom triste na voz dele. —Aquele amor, foi o motivo de ter me abandonado, não foi?

—Aquilo era preciso pra mim. — A voz dela estava um tanto embargada.

—Vá embora. — Castiel caminhou.

—Mas eu dei a luz a você! —Ela gritou, ele parou de andar. —Por sua causa perdi o que era mais precioso pra mim. Você deve achar que foi horrível ter sido abandonado, mas quando eu o perdi por sua causa, foi ainda pior.

Os dois estavam de costas pra mim, então não pude ver os seus rostos.

—Como dei a luz a você. —Ela continuou. — Ao menos me ajude a manter aquele amor na minha memória. —Ela parecia estar quase suplicando, Castiel virou de frente pra ela e a encarou.

—Se quer me levar algum crédito por ter me dado a luz, ao menos... —Ele estava com os olhos vermelhos. — Ao menos deveria se lembrar quando foi isso. —Eles se olharam por um longo tempo em silencio, parecia que uma lágrima ia escorrer pelo rosto dele.

—É hoje? —Ela perguntou.

Sem responder ele deu as costas pra ela e saiu andando, eu coloquei a mão na boca, eu estava horrorizada com o que eu tinha acabado de presenciar. Como alguém podia ser tão cruel daquela forma? Eu esperei ela ir embora e fui atrás do Castiel.

Ele tinha se encostado à parede, a mão cobria a boca. Ele parecia estar chorando compulsivamente, mas evitando fazer qualquer tipo de barulho, aquilo me doeu por dentro mais do que qualquer outra coisa que eu já passei. Eu fiquei observando ele do escuro, olhar era quase insuportável pra mim, cobri a minha boca também, e chorei por vê-lo chorar sem poder fazer nada.

Madre superiora... A minha estrela está sofrendo...

O que eu devo fazer?

Após longos minutos, ele entrou no estúdio, me aproximei devagar pra olhar pela janela de vidro, ele não estava mais chorando, nem seus olhos estavam vermelhos, mas ainda assim ele parecia tão triste. Não devia ser nada fácil ter aquela mulher como mãe. Será que eu deveria agir como se não soubesse de nada? O que mais me preocupava era se ele ia ficar bem já que é o aniversário dele.

Ele deve estar sofrendo muito, sou uma inútil.

Naquele momento o que eu mais desejava era ser útil pra ele em alguma coisa.

Ele estava bebendo água de uma garrafa, mas ela já estava no fim, talvez eu fosse útil se saísse e comprasse água e café já que ele iria passar a noite ali. Corri pra loja que ficava do outro lado da rua e comprei algumas coisas. Corri de volta pro estúdio, tomando cuidado pra não cair e nem derrubar nada. Quando subi as escadas dei de cara com o Castiel.

—Lynn. —Ele disse surpreso. —O que faz aqui? — respirei fundo e tentei esconder as sacolas atrás de mim.

—Castiel. —Forcei um sorriso.

—Agora você trabalha entregando café? —Disse ironicamente.

—Ah...

—Você estava andando por aqui? —Ele ficou sério. —Viu algo?

—Bom... Eu —Fiquei sem saber o que dizer então,lembrei o que me trouxe aqui. —Eu vi seu presente, um pacote que veio dos EUA, minha tia abriu e eu vi. Me desculpe. —Ele pareceu levemente aliviado.

—Como sempre, você fez algo errado e veio até aqui pedir desculpa.

—Me desculpe. —Eu estendi o copo de café ainda quente, ele encarou.

—E dessa vez não vai usar só palavras, mas também um suborno. Você está progredindo. —Ele pegou o copo da minha mão. —Ahh! —Por que está quente? —Ele me olhou bravo eu olhei pros lados.

—Castiel, você pode até ficar bravo por eu dizer isso, mas... Feliz aniversário! —Ele me olhou surpreso. —Desculpe por ter olhado seu presente, até que se sinta melhor pode abusar de mim o quanto quiser. —Disse inocentemente.

—O que? —Ele ficou indignado. —Se ouvirem isso vão achar que eu vivo abusando de você. —Eu franzi os lábios ele sorriu. —Estou ouvindo feliz aniversário de uma sem noção. —Eu abri uma grande sorriso.

—Castiel, feliz aniversario! — Levantei os polegares pra cima.

—Você suborna, e sabe como elogiar as pessoas. —Ele sorriu, ele tomou um gole do café e fez uma careta ao ver que estava quente, eu não fiquei olhando diretamente pra ele, mas vi que ele sorriu pra mim.

—Vem vamos dar uma volta. —Ele disse andando.

Eu corri para segui-lo, andamos até o jardim e nos sentamos no banco de madeira.

—Castiel, é seu aniversário. Não tem nada que queira fazer?

—Não sei, tem algo mente? —Ele estava olhando pra frente.

—Mas, quando estamos juntos é você que tomas as decisões. —Fiz uma careta. —E não gosta quando eu me intrometo.

—Decido ir pra onde você quiser. —Ele cruzou os braços. —Então pense em algo. —Pensei um pouco.

—O que costuma fazer no seu falso aniversário? Eu farei por você. —Disse feliz.

—Ah é? —Ele se levantou. —Então alugue um ginásio que caiba umas 15 mil pessoas, como convidados especiais vamos precisar de cantores e comediantes, emissoras de TV também, pode fazer isso? —Ele era tão sarcástico.

—Que festa falsa mais extravagante. —Resmunguei.

—Só porque divido o quarto com alguém como você, acha que eu sou insignificante? — Eu olhei pros lados. —Por onde começamos?

—Bom... A primeira coisa em um aniversário é um bolo. —Disse feliz.

Procurei dentro da sacola, um cupcake e dei pra ele.

—A essa hora é o melhor que eu arrumei. —Eu disse. Ele olhou de má vontade pro bolinho.

—Vamos pular isso, qual é a próxima coisa? —Disse de mau humor.

—Não sei... comprar um presente. — Olhei pro outro lado da rua, havia uma loja com coisas baratas, por hora seria a melhor coisa que eu iria conseguir. —Vem! —Puxei ele pelo braço até lá.

Observamos o lugar, havia tanta coisa de 1,99 que me senti mal por ir a um lugar tão barato, Castiel olhou pra loja com a cara fechada.

—Acho que esse é o único Lugar que você consegue comprar presentes. —Ele cruzou os braços.

—Escolha o que quiser. —Eu disse. —Mesmo em um lugar assim, há lápis e cadernos que você pode usar. —Eu olhei pro lado e vi adesivos da A.N.Jell, corri até elas. —Olha isso, não é você?

—O que? —Ele disse de mau humor. — quando foi que o Faraize começou vender isso?

—Esses adesivos da a.n.Jell são nossos itens mais populares. —Disse uma vendedora.

Castiel se apressou em esconder o rosto pra não ser reconhecido, ela olhou pra ele com uma cara estranha e se afastou.

—Vamos embora. —Ele sussurrou e saiu da loja.

Eu fiquei olhando ele se afastar e fui até a vendedora dizer que ia comprar os adesivos, paguei a ela e voltei pro jardim da gravadora, Castiel estava me esperando sentado no banco.

—Resta pouco tempo pro seu aniversário acabar. —Eu respirei fundo. —Você não quis o bolo, não aceitou o presente. No fim não fiz nada por você. —Eu disse tristemente.

—Como passei um tempo com você esqueci as coisas ruins. —Ele quase sorriu. —Se não fosse por você... —Ele se interrompeu com uma expressão triste, me lembrei do que tinha acontecido hoje mais cedo.

—Castiel! —Tirei ele dos seus pensamentos. —Ainda temos cinco minutos antes da meia noite. A madre superiora que me criou, sempre fazia algo por mim antes do fim do meu aniversário.

—E o que é? —Ele me olhou desconfiado e se levantou do banco.

—Como você me disse pra tomar as decisões hoje, farei o que eu quiser.

Eu dei uns passos na direção dele, fui um pouco hesitante. Encostei a cabeça em seu ombro e passei minha mão em suas costas em um abraço sutil, eu respirei fundo sentindo o seu perfume, meu coração ficou acelerado, mas eu continuei me lembrando das palavras da madre.

—Hoje é o dia em que você nasceu, é um dia precioso. —Fiz uma pausa. —Obrigada por nascer.

Eu senti que ele ficou desconfortável com a minha proximidade, ele ficou em silencio por um momento. Eu estava com um olhar triste.

—Lynn... —Ele sussurrou. —Não seja tão informal. —Senti que ele só disse algo por ter ficado com vergonha daquele clima.

Eu continuei passando minha mão de leve nas costas dele, tentando reconfortá-lo. Nos meus aniversários a madre sempre me fazia bem dizendo para mim essas palavras, eu só queria demonstrar um pouco do amor que ele me dava.

Forcei um sorriso e me afastei dele pra encará-lo.

—Seu aniversário acabou. É melhor irmos. —Ele me deu um leve sorriso de agradecimento.


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