Angie
Me sentia completamente relaxada, sentindo a água quente cobrindo meu corpo até o pescoço, sentindo o corpo do meu marido por baixo do meu e com a espuma escondendo nossos corpos.
Era um momento calmo e relaxante, depois de alguns minutos saímos dali e coloquei meu pijama e cai na cama, eu estava completamente exausta. Não demorou muito para meu marido se deitar ao meu lado e adormecemos juntos.
Acordei e olhei para o relógio no criado-mudo, são nove horas, olhei pro lado e German estava acordado apenas me olhando.
–Bom dia! -falamos ao mesmo tempo e trocamos um selinho.
–Vamos tomar café? -perguntou ele se levantando.
–Sim, espera só um pouquinho! -me levantei e depois de me espreguiçar, fui ao banheiro fazer minha rotina matinal.
Depois que sai, German fez o mesmo. Quando ele saiu do banheiro descemos de mãos dadas até a cozinha.
Ele ligou a TV da cozinha que passava Bob Esponja.
–O que quer comer? -me perguntou mexendo nos armários.
–Que tal se eu fizer panquecas? -perguntei e os olhos de German brilharam, sei que ele gosta.
–Excelente ideia!! -respondeu como uma criança de 3 anos, ri.
Peguei a panela e os ingredientes e fiz o suficiente para nós dois, enquanto eu preparava, German me abraçava por trás e me enchia de beijinhos. Peguei os pratos com as panquecas prontas, German havia colocado suco de manga, torradas, café e iogurte na mesa. Comemos nosso café da manhã assistindo desenho animado. Estava uma delícia, saber que meu marido ama Bob Esponja, comer esse café da manhã delicioso e fazia um dia lindo. Raios de Sol entravam na casa pelos vidros.
–Ih Angie, topa fazer a aposta agora? -perguntou quando terminamos de comer.
–Hã? Agora? -perguntei confusa e ele apontou para a pia lotada, ri -Vamos nessa.
Me sentei no sofá já com o controle do video-game em mãos, apenas esperando German ligar o aparelho.
–Eu tinha mais CDs de jogos mas os esqueci na mansão, vai esse mesmo -disse German colocando o CD no aparelho e se sentando ao meu lado com o outro controle na mão.
–Qual você colocou? -perguntei.
–Um que eu nem lembro o nome, mas é para matar zumbi -respondeu e uma expressão desafiadora se formou em sua face -E eu sou craque nisso!
–Ok! Vamos ver! -respondi da mesma maneira e demos play.
XX
–"E eu sou craque nisso" -imitei a voz dele comemorando a minha vitória.
O jogo era pra matar zumbis, quem matava mais zumbis e perdia menos vidas ganhava. E eu ganhei graças a um zumbi que o atacou, tudo graças a este zumbi pois eu estava perdendo.
–Eu dediquei horas da minha vida nesse jogo atoa! -reclamou German e eu ri.
–Pode reclamar a vontade com os pratos e talheres que precisam ser lavados -brinquei e ri da fofa cara de bravo que ele fez -Só porque sou uma pessoa muito legal, linda e super generosa, vou te ajudar!
–Que modesta! Mas agradeço sua ajuda, baby! -eu amava quando German falava assim, sei lá, eu achava tão fofo.
Ele lavava enquanto eu guardava e fizemos isso em poucos minutos, a cozinha estava novamente arrumada.
–O que vamos fazer agora? -perguntei enquanto retornávamos a sala e me jogava na poltrona que era totalmente macia, parecia me abraçar.
–O que acha de irmos para o mar? -sugeriu e eu sorri.
–Excelente ideia, vamos nos trocar.
Subimos para nosso quarto e eu procurei por minhas roupas de banho, coloquei um biquíni azul royal e German colocou uma sunga preta.
–Amor me ajuda aqui? -pedi de costas pra ele e com um vidro de protetor solar em mão, German entendeu e passou protetor em minhas costas.
Saímos da casa e fomos correndo ao mar, corríamos até a parte um pouco mais funda, foi uma delícia sentir a água cristalina ao chegar a beira do mar.
Chegamos até onde batia acima da minha barriga, ele tinha as mãos em minha cintura e as minhas estavam em seu ombro.
–Você não sabe o quanto eu te amo! -falei e dei-lhe um selinho.
–Eu te amo mais, ao infinito e além! -brincou German e me deu outro selinho.
German começou a beijar meu pescoço e eu estava toda encolhida dando risada, aquilo estava dando muita cosquinha.
–Para, bobo! -falei e pus as mãos em sua nuca o puxando pra mim.
Demos inicio a um beijo que me deu um enorme frio na barriga, uma sensação de estar no espaço e flutuando sem a força gravitacional me prendendo ao chão.
Por uns instantes, esqueci onde estava, esqueci tudo ao redor e me entregando ao beijo que estava ficando cada vez mais intenso. German Castillo tinha um grande efeito sobre mim, conseguia me tirar do mundo e me levar ao paraíso. Cada toque, cada gesto de carinho, cada declaração me deixava cada vez mais apaixonada e de pernas bambas. Por fora, posso apenas usar uma aliança, mas por dentro, em meu coração está desenhado German. Que é, sempre foi e sempre será dono do meu coração.
Nos separamos por falta de ar, eu poderia desmaiar, meu coração batendo a mil, minha respiração completamente ofegante.
Me recuperei e sorri aliviada, tampar a respiração de qualquer forma não é meu forte.
Mergulhamos juntos diversas vezes, e em quase todas German me roubava um beijo.
Ele me pegou no colo e foi se aproximando da areia, entrou comigo dentro da casa e me levou ao banheiro de nossa suíte.
–Amor toma um banho e se arruma que vou fazer nosso almoço! -disse German me colocando em pé no banheiro e saindo. Eu nem havia notado o tempo passar para já ser hora do almoço.
German
Desci para a cozinha e comecei preparando o almoço, poderia demorar então enquanto eu deixava cozinhando eu subi e fui no banheiro de outra suite e tomei um banho rápido. Vesti uma camiseta e shorts e fui continuar com o almoço.
Logo estava tudo pronto e coloquei na mesa. Minha princesa desceu usando um vestido vermelho e com os cabelos molhados.
–Hm que cheiro maravilhoso! -elogiou se sentando na mesa comigo.
–Espero que goste! -disse e ela sorriu.
Começamos a comer, estava um clima agradável. Nossa conversa era sobre o Studio, Violetta, nosso casamento, futuros filhos.... É incrível como um assunto chega a outro.
Depois do nosso maravilhoso almoço, resolvemos preparar uma sobremesa. Havia três potes enormes de sorvete na geladeira, um era de chocolate, morango e pistache. O que fizemos foi nos servir com uma bola de cada sabor e acrescentar coisas como M&M, granulado, cobertura de chocolate, de morango e de caramelo e para finalizar colocamos uma bolacha Wafer.
–Vou ganhar uns quilinhos mas vale a pena! -disse Angie se lambuzando com seu sorvete e eu ri de sua situação.
–Estou no mesmo caminho mas concordo com você!
Fomos para a sala e colocamos um filme, nem prestávamos atenção. Ou estávamos devorando nossos sorvetes ou nos beijando.
XX
Já havia anoitecido, mas o céu estava um pouco claro ainda. Eu e Angie ainda estávamos fazendo um cinema em casa. Eu havia planos para hoje, e Angie estava morrendo de curiosidade.
Agora estamos em nosso quarto trocando de roupa, não disse nada a Angie de onde íamos, apenas disse para colocar um biquíni por baixo da roupa.
–Af German!!! Aonde vamos? -perguntou Angie bufando, era a décima vez que perguntava.
–Calma! -respondi e já estávamos prontos -Vamos?
–Vamos! -respondeu com a animação estampada nos olhos.
Saímos da casa. Ficamos alguns minutos ali parados, vendo o mar, as ondas fracas chegando a areia.
A puxei pela cintura e a beijei. A vida é cheia de incertezas, mas a única certeza que tenho é que amo Angie profundamente e sempre vou ama-lá. Nosso amor só cresce com o tempo, e cada vez que nos tocamos uma corrente elétrica sempre irá percorrer todo o meu corpo e nossos lábios são como imas, nunca vou me cansar dessa pessoa, ou melhor, desse anjo.
Quando nos separamos, a abracei de lado e fomos andando.
A ilha é particular e tem outras coisas além da mansão, aposto que Angie não sabia disso.
–Aonde vamos? -perguntou confusa.
–Você vai ver! -apenas respondi isso.
E cada vez estávamos nos afastando mais da mansão e Angie parecia estar mais surpresa.
–A partir daqui você vai ter que fechar os olhos! -falei tirando uma venda do bolso.
–Ah não! Assim você me mata de curiosidade! -reclamou.
–É uma surpresa! -falei e ela acabou cedendo.
Amarrei a venda em seus olhos e fui a guiando com cuidado, aonde estávamos era como um bosque, então eu estava a ajudando para não tropeçar ou esbarrar em alguma coisa. Eu conhecia a ilha como a palma da minha mão, estávamos andando na trilha de pedra que havia lá, estava de noite mas qualquer um conseguia enxergar. Havia luzes de LED espalhados por toda a ilha.
Guiei Angie até nosso destino, a mesma não parava quieta de curiosidade.
–Pronto, chata! -falei desamarrando a venda.
Angie piscou algumas vezes com seus lindos olhos verdes e ficou de queixo caído. Na ilha havia uma cachoeira, semelhante a uma cascata. Era lindo.
–Amor... -lágrimas escorreram do rosto da Angie, possivelmente da beleza do lugar.
–Eu sei, é emocionante! Sabe que o nome dessa ilha é Violetta? Nomeei assim quando Vilu nasceu, eu e Maria vínhamos muito aqui e quando Vilu fez um aninho comemoramos aqui. A beleza desse lugar é semelhante a de Violetta, ela era apaixonada por aqui e era lindo ve-lá brincando e correndo entre as flores, principalmente as violetas -ri e Angie me acompanhou -Agora ela nem deve se lembrar daqui, depois da morte de Maria, só estive aqui umas duas vezes e agora achei que aqui seria um lugar perfeito para nossa Lua de mel.
Angie sorriu.
–Acertou em cheio! Que lugar maravilhoso! -exclamou ainda emocionada.
Aproximamos nossos rostos e demos um selinho demorado.
–Vamos entrar? -perguntei tirando a roupa, ficando apenas com roupa de banho.
–A água ta muito fria! -disse Angie colocando um dos pés na água e sentindo o corpo inteiro se arrepiar pelo contato com a água fria.
German fingiu nem escutar e pulou na água. Levantou a cabeça e tirou o excesso de água dos olhos. À profundidade da água batia acima de sua barriga.
–Entra logo, Angie!
Angie não teria coragem de entrar de uma forma normal que desistiria com a temperatura da água. Então respirou bem fundo e pulou. Logo voltou para a superfície com um verdadeiro "o" formado em seus lábios.
–Ta..a fri...o -disse totalmente trêmula.
–Calma, você se acostuma! -o moreno disse se aproximando da mulher e a abraçou.
Angie sentiu seu corpo esquentar com o contato do marido. Se virou para German e se esqueceu do frio. Olhou nos fundos dos olhos de German e juntaram suas testas.
–Amo você! -Angie se arrepiou sentindo o hálito quente de German bem próximo a ela.
Angie o beijou, com as mãos no cabelo molhado do moreno e o mesmo a puxava mais para si. Intensificando o beijo.
XX
Alguns dias se passaram, e numa tarde de ensolarada, Angie e German estavam juntos em uma rede na sacada da mansão. Dava-se para ver quase toda a ilha e ouvir o som das ondas do mar. Ambos estavam abraçados, Angie com a cabeça apoiada no peito de German e o mesmo fazendo carinho nos cabelos loiros da mulher.
–Quando voltarmos, vamos ter nossa rotina de casados! -comentou a loira pensando.
–Sim, mas por que diz isso? Já vivemos essa rotina! Acordamos juntos, nos amamos, brigamos, fazemos as pazes e dormimos juntos, cada dia é mais precioso que o outro, se for pra mudar, espero que pra melhor! -desejou German olhando o horizonte.
–Na verdade tem como sim mudar para melhor! -disse a loira mordendo os lábios.
–Como? -perguntou German confuso se separando da mulher para olha-lá nos olhos.
–Digamos que ganhamos um presentinho, e falando nisso, vou entregá-lo agora! -Angie pegou no bolso de seu short um pequeno envelope e o entregou a German.
German não havia entendido nada, abriu o envelope lentamente. Estava curioso e nervoso para saber o que era, mas manteve a calma. Havia duas coisas no envelope, ele pegou a maior. Um papel com algumas palavras escritas em caneta azul, a caligrafia que German conhecia perfeitamente bem.
"Sou grata por você ter me feito a mulher mais feliz do mundo, cuidar de mim e me dar o presente mais valioso da minha vida inteira, uma família! Cada gesto de carinho, cada beijo, abraço resultou o meu melhor presente. Meu amor por você é tão grande que eu não consegui guardar todo pra mim, somos três. Dentro de mim, batem dois corações por você!"
German lia tudo calmamente e quando chegou a última palavra de Angie começou a fazer sentido em sua mente.
A sua ficha caiu. Seria pai pela segunda vez, seu coração começou a bater mais rapidamente, um misto de nervosismo, ansiedade e felicidade tomavam conta de suas emoções.
Angie estava com medo da reação do marido, e se não fosse o que ele esperava? Ele rejeitaria por não ter sido planejado?
A loira foi surpreendida com German repousando uma das mãos em cima de sua barriga.
–Amor, teremos um bebê! -não foi uma pergunta, e sim uma afirmação. German esboçou um sorriso, seus olhos estavam marejados assim como os de Angie.
Angie chorou e sorriu ao mesmo tempo quando o marido depositou um beijo em sua barriga.
–Tem mais! -avisou Angie apontando para o envelope.
German com as mãos trêmulas, pegou o que havia no envelope. Foi surpreendido por uma foto. A foto da ultrassom, a primeira foto do bebê.
Tão pequeno mas German já sentiu um amor incondicional por aquele pequeno ser que estava a caminho.
Minutos depois de conversa e comemoração, estavam novamente abraçados assistindo o sol se pondo.
–Quando descobriu? -perguntou German.
–Uma semana antes do casamento, eu sentia um pouco de enjoo e minha menstruação estava atrasada então fiz um teste de gravidez que deu positivo mas, fui ao médico para confirmar -contou Angie -Agora tem certeza que nossa vida vai mudar daqui pra frente?
–Sim, e com você vai mudar para melhor!
–Amo você!
–Eu amo mais!
German puxou a mulher para um beijo.  Demonstrando todo o seu amor e a felicidade do momento, que podia se dobrar com o tempo.