Forgotten Love escrita por Bia Benson


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Hello :)
Não, eu não me esqueci dessa fic se é o que vocês pensavam. De fato, é uma das únicas fics que eu continuo trabalhando sem parar. A falta de atualização se dá apenas por causa da falta de feedback, então eu não sei se vocês ainda leiam e aproveitem a história ://
Anyway, enjoy *-*



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Era noite. Chuviscava do lado de fora, trazendo certo frio à noite, mas apesar de estar escuro, o quarto de Zola Shepherd era iluminado por um pequeno abajur somente. A menina, como qualquer outra criança, tinha pavor da escuridão.

Mas ela não estava sozinha. Pelos últimos minutos, Meredith estava sentada ao seu lado, simplesmente fazendo cafuné na sua cabeça. A mãe não sabia se a filha estava dormindo ou não, já que a mesma tinha os olhos cerrados. Mas independente disso, não deixaria seu lado tão cedo.

“Moma” chorou após um tempo. “Eu tou com fome”

Meredith sorriu um sorriso fechado. Fome era um bom sinal. “O que você quer comer, Lovebug?”

“Cookies” respondeu simplesmente.

“Ok” deu-lhe um breve beijo na cabeça, mostrando-lhe afeto ao mesmo tempo que checava se tinha febre ou não. “Moma já já voltará”

Meredith dirigiu-se à cozinha, na intenção de pegar alguns biscoitos e preparar um chocolate quente. Mas ao ver seu marido de terno, esqueceu tudo que pretendia fazer. “Onde você está indo?”

“Eu tenho que ir para DC” respondeu simplesmente, já esperando a desaprovação de sua esposa.

“São oito da noite, Derek. Eles não podem te ligar essa hora e esperarem que você largue sua vida e vá para o outro lado do país”

“Bem, eu fiz um compromisso, então eles podem”

“Você também fez um compromisso com sua família” argumentou, um pouco de decepção misturado com raiva em sua voz.

Derek revirou os olhos. “Eu não vou sair sabendo que você está brava comigo”

Meredith ofereceu-lhe um sorriso sarcástico, seguindo para o balcão da cozinha. “Então você não deveria ter aceitado o trabalho em primeiro lugar”

“Se nós estivéssemos em DC, ambos estaríamos felizes”

Meredith bateu o punho na mesa. “Não, você sabe muito bem que isso não é verdade. Você estaria feliz, e eu, tentando fazer meu melhor para não o ressentir”

Derek balançou a cabeça negativamente. “Você já parou para pensar que se apenas tivesse concordado de ir para DC, não teria sido estuprada? Não estaria passando por metade dessa dor?”

Meredith simplesmente congelou. Ficou imóvel por diversos segundos, com seus olhos arregalados, apenas processando as palavras de seu marido. Engoliu um seco e baixou a cabeça. “Apenas vá”

“Meredith, eu-“

“Apenas vá, Derek, eu não quero ser a causa de você perder seu avião”

“Meredith, por favor, não fique brava”

E de submissão ela passou a sentir raiva. “Sério, Derek? Você joga na minha cara que o estupro é minha culpa e espere que eu não fique brava?”

“Eu não quis dizer nesse sentindo” ela podia gritar, mas sua voz era branda.

“Você disse isso, então apenas seja homem o suficiente para não retirar o que disse” sua voz parecia como se estivesse prestes a gritar.

“Eu sinto muito” eram as únicas palavras que eles conseguiam dizer.

“Não, você não pode jogar meu estupro em uma briga da pior maneira possível e ainda se martirizar!” continuou. “É o meu trauma, minha jornada. Se for muito para você lidar, apenas me deixe. Se não, seja homem para não tornar o pior momento de mina vida em minha culpa”

Ele ficou em silêncio.

“Apenas vá.” ela se virou de costas. “Eu não consigo olhar para você agora”

Assim, Derek dirigiu-se para dar um breve adeus aos seus filhos, mas logo estava de volta ao seu lado. “Eu te amo, Meredith. Estarei de volta em alguns dias”

Como ela nada respondeu, simplesmente saiu de casa, deixando-a sozinha. Meredith lutava contra as lágrimas, ao tomar respirações profundas. Não podia chorar, não quando seus filhos estavam no cômodo ao lado.

Mas o comentário de seu marido estava preso em sua mente. Não duvidava que o estupro fosse sua culpa, mas todos tentavam convencê-la do contrário, então ela tentava não se culpar. E Derek era seu marido, a pessoa que mais precisava, e se ele dizia que era sua culpa, era sua culpa.

Após recompor-se parcialmente, pegou a refeição em suas mãos, dirigindo-se ao quarto de sua filha, mas não antes de passar pelo quarto de Bailey e certificar-se que este estava dormindo.

Adentrou o outro quarto, visando a cama na escuridão ainda. Forçou seus olhos a procura da menina porém não a viu. Seu coração começou a palpitar.

Acendeu a luz, logo caminhando para perto da cama. Deixou um suspiro escapar de seus lábios quando a viu em uma posição fetal debaixo das cobertas por completo. “Zola” disse seu nome, como se seus olhos simplesmente não fossem possíveis de certificarem-se sua estadia ali.

Delicadamente, puxou as cobertas de cima dela, vendo a menina agarrada à sua girafa de pelúcia, por debaixo do braço, ao mesmo tempo que tinha suas mãozinhas cobrindo seus ouvidos. “Zo, o que você está fazendo?”

Zola não olhou nos olhos de sua mãe, porém, tudo que fez foi tirar suas mãozinhas de cima de suas orelhas. Em troca, abraçou sua girafa ainda mais.

Meredith não entendia o que acontecia, embora podia ver o medo e a dor presente nas ações de sua filha, apesar dela aparentar fisicamente bem. “Está tudo bem, Zozo, você pode falar com a mamãe”

“Onde está o papai?”

“Papai teve que ir trabalhar”

Assim, Zola finalmente deixou a posição fetal, sentando-se na cama. E Meredith entendeu o que acontecia. Em todo divórcio, a criança escolhia lados, e apesar dela e Derek não estarem se divorciando, Zola aparentemente estava do lado de sua mãe.

Meredith a acolheu em seus braços, abraçando-a fortemente, Não queria que a menina pensasse que seus pais iam se divorciar, queria protege-la acima de tudo. “Eu te amo, Zozo. E eu amo o papai. Apenas porque nós brigamos, não significa que deixamos de nos amar”

“Mas papai gritou com você”

“E eu gritei com o papai” concluiu. “Papai e mamãe apenas tiveram uma briga, meu amor, mas está tudo bem.

Zola simplesmente balançou a cabeça.

“Sua cabeça ainda dói, Zo?”

Novamente, maneou a cabeça.

Meredith delicadamente a colocou de volta na cama, com sua cabeça deitada no travesseiro. “Você acha que alguns cookies fá-la-ão melhor?”

Continuou concordando, desta vez com um pequeno sorriso no rosto porém.

Apagou a luz, então sentando-se ao lado de sua filha, assistindo-a saborear os biscoitos simplesmente. “Moma, papai vai voltar pala casa?” a criança perguntou, de boca cheia.

“Hoje não, meu amor” sua mãe respondeu condizentemente, fazendo cafuné em sua cabeça.

“Ele stá pensando?”

“Como assim?”

“Papai stá pensando como eu e Bails quando estamos de castigo?”

Meredith fez uma careta. Não tinha parado para pensar de tal forma, mas era verdade. Amos estavam pensando sobre sua mais recente discussão. Mas preferiu mudar de assunto, não querendo atormentar os pensamentos de uma menina inocente com sua vida problemática. “Você quer mais cookies?”

Zola negou com a cabeça. “Estou com sono, moma”

Sua mãe a cobriu com a coberta. “Durma um pouco, meu amor. Estará se sentindo melhor pela manhã.

“Moma, eu quelo dormir com você” ela sussurrou, já de olhos cerrados.

“Você quer ir para a cama grande?”

Mas ela negou. Queria dormir em sua pequena cama com sua mãe. E quem era Meredith para negar o desejo de sua filha, portanto deitou-se entre ela e a parede, passando seus braços protetoramente ao seu lado. “Você pode descansar agora, lovebug”

“Conte uma história, moma”

“Qual história você quer ouvir? Cinderela? Branca de Neve?”

“Eu quelo ouvir... você e papai se conhecendo!”

Meredith mordeu o lábio inferior. A história dela e de Derek realmente não era apropriada para uma criança de três anos. “Zola...”

“Por favor, moma” a criança implorou.

E Meredith simplesmente não conseguia dizer não, Zola sempre foi muito boa em convencer as pessoas em sua vontade. “Bem, moma e papai se conheceram em uma festa, e havia certa... certa química entre nós, então ele me beijou. Mas a mamãe foi embora sem sequer saber seu nome. E no dia seguinte, mamãe começou um trabalho novo e adivinhe? O papai era seu chefe. E por mais que tentamos evitar, simplesmente não conseguimos não nos apaixonarmos um pelo outro. E agora não conseguimos mais viver um sem o outro”

“Moma, papai é seu príncipe?” perguntou, com uma voz meio adormecida.

Meredith sorriu amplamente. “Sim, Zozo. Seu pai é meu príncipe”

Mas Derek não era somente seu príncipe, era seu cavalheiro brilhante e tal, era seu salvador, e este guardava um significado muito maior que simplesmente um príncipe. Se ele não a amasse tanto, ela provavelmente ainda estaria jogada no fundo do mar. Derek era seu salvador.

De fato, era um milagre ela ainda estar viva. Meredith tinha passado mais de uma hora provavelmente debaixo d’água, totalmente desprivada de oxigênio, e sobrevivido. Milagres assim não aconteciam frequentemente na medicina. E ela só podia imaginar o desespero de seu marido ao tirá-la da água, sem vida, sem uma batida cardíaca. Derek provavelmente esteve mais assustado que nunca, até mesmo que quando ela foi arrastada às forças para um beco no meio da noite. Apesar de serem dois tipos de dores diferentes, o medo de perder ao ente amado era muito maior que o medo de se perder.

E ainda, se não fosse pelo hospital ser sua família, não estaria aqui. Se sua família não tivesse feito tudo possível, várias vezes, ela não estaria viva. Não estaria viva, consequentemente Bailey tampouco, e Zola estaria jogada em orfanatos, provavelmente ainda na Malásia. Tudo seria tão diferente.

E ao olhar para sua filha, pode vê-la já dormindo profundamente, seu peito subindo e descendo de acordo com sua respiração. Mas Meredith não conseguiu de lá sair, não queria deixa-la sozinha. Tanto ela como Bailey estavam crescendo tão rápido, e ela não queria perder nenhum momento de suas infâncias.

Mas ela não conseguia dormir tampouco. Se dormisse, teria pesadelos, e sua filha não precisava testemunhar sua mãe ter um ataque de pânico. Meredith precisava proteger sua inocência a qualquer custo.

Entretanto, não queria nada além de terminar aquele dia tão exaustivo. Nele apenas, Meredith fora diagnosticada com depressão, viu a polícia falhar em achar o homem que a atacou e ainda, brigou com seu marido. Só queria que aquele dia finalizasse para que pudesse recomeçar.

Sem outra escolha, fechou os olhos, embora não se permitiu dormir. Apenas fechou os olhos na esperança que a manhã chegaria logo.


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Notas finais do capítulo

Outra briga Merder, oh no. De qualquer jeito, digam o que vocês acham do capítulo e talvez eu atualize a fic novamente no próximo final de semana :)



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