Young and Beautiful. escrita por Lana


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Espero que gostem e boa leitura!



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Emmett McCarty estava repensando seriamente sobre sua vida quando desceu do avião naquela terça feira. Após desembarcar, pegar suas malas e entrar em um táxi, rumando para o hotel onde a empresa fizera sua reserva, ele havia chegado à decisão de que teria que ter uma conversa séria com a esposa se quisessem manter aquele casamento.

Quando foi falar com a recepcionista do hotel, que lhe foi exageradamente simpática, ele já estava exausto pela longa viagem e impaciente. Após subir para o quarto, tomou um banho longe e relaxante, pediu o jantar e pegou o jornal que havia comprado no aeroporto para ler enquanto esperava. Após passar pela sessão de economia e de esportes, as únicas que verdadeiramente o interessavam, ele leu outras notícias, já que sua comida não chegara.

Ele parou quando viu uma notícia na sessão de famosos. Era a sessão que menos gostava, mas a foto dela o fizera parar. Na foto ela estava com uma blusa larga de moletom e óculos escuros, como se quisesse disfarçar sua identidade, de cabeça baixa e ao lado de um homem que se vestia de modo semelhante. A manchete falava sobre as estrelas Rosalie Hale e Edward Cullen, que contracenavam juntos numa série de televisão e estavam tendo um envolvimento amoroso, para deleite dos fãs.

Ele leu a matéria avidamente, se sentindo um idiota por ser afetado por ela – mesmo que indiretamente – depois de tanto tempo. Quando sua comida chegou, jogou seu jornal de lado e se dedicou ao jantar. Não se demorou muito mais, deitando-se pouco tempo depois, e ao adormecer, as lembranças de Rosalie continuavam em sua cabeça.

-

Emmett não gostava de Los Angeles. Era uma cidade muito quente para o seu gosto, além de parecer sempre abarrotada, principalmente de artistas. Como um todo, não agradava Emmett nem um pouco. No quesito de cidade grande, ele preferia Nova York – mesmo que a cidade fosse ainda maior que Los Angeles e tivesse mais habitantes –, apesar de ter se mudado de lá e voltado a morar na cidade natal após o casamento, já que a esposa não apreciava a cidade grande tanto quanto ele.

À caminho da empresa para a qual se dirigia, de dentro do táxi, Emmett viu um grande anúncio de um perfume. O rosto de Rosalie se erguia gigante em um outdoor no centro da cidade. Ele observou até aquela imagem sumir de vista. Com um longo suspiro, ele se voltou para frente. Aquela cidade parecia tê-la em todos os cantos. Ao chegar ao local marcado, pagou o táxi e começou a subir os degraus que o levariam até a entrada do prédio. Seu celular tocou antes que ele chegasse e ao dar uma rápida checada, notou que era sua esposa.

- Oi Bella. – ele atendeu e continuou andando.

- Bom dia, meu amor. – ela disse com uma voz carinhosa. – Como foi sua viagem?

- Ótima.

- Desculpe não ligar ontem, houve alguns imprevistos na escola e...

- Tudo bem. – ele a interrompeu. – Eu dormi tão logo cheguei aqui.

- Onde você está ago... – o celular de Emmett saiu de suas mãos quando ele chocou-se com outra pessoa.

Ele grunhiu impaciente e abaixou para pegar seu celular. Ao fazê-lo viu sapatos de salto alto pretos e pernas claras e torneadas, além de outro celular no chão. Pegou então ambos e ergueu-se. A mulher na sua frente era alta, vestia saia e blusa também pretas, o cabelo estava preso em um rabo de cavalo e um óculos escuro grande escondia parte de seu rosto. Mas ele imediatamente a reconheceu.

E ficou parado, encarando-a como se estivesse em frente a um fantasma. A loura teve a mesma reação por alguns segundos, então ergueu o óculos e o olhou novamente.

- Eu não acredito... Emmett? – ela perguntou. Ele não conseguiu responder nada, a voz parecia travada na garganta. – Rosalie. – ela disse de forma confusa, insegura, achando que ele não a reconhecera de imediato. – Hale...? – ergueu uma sobrancelha em vista à falta de reação de Emmett. Ele por fim pigarreou, ficando automaticamente sem graça.

- Eu sei quem é você, é claro. – ele disse de maneira patética. Ela reprimiu um sorriso. – Rosalie. Como vai? – ela por fim sorriu.

- Melhor, vendo que você conseguiu me reconhecer. Estou bem e você? Que surpresa te encontrar aqui! O que o traz à Los Angeles?

- Trabalho. – ele ergueu a pasta. Ela aquiesceu.

- Lembro-me de Jasper ter mencionado que você está advogando. – ela sorriu. – E então, está aproveitando a cidade? – ela perguntou de maneira simpática.

- Cheguei ontem à noite. – ele deu de ombros. – E partirei amanhã, então aproveitar não está em meus planos.

- Isso é absurdo. – ela fez um muxoxo. – O que fará essa noite? Há ótimos lugares por aqui, deveria conhecê-los.

- Não tenho tempo realmente. – ele encolheu os ombros. – E não sou um grande fã da cidade.

- O que fará hoje à noite? – ela repetiu.

- Ficarei no meu hotel. – ele disse por fim.

- Nesse caso, vou te levar em um tour hoje à noite e você vai aprender a amar essa cidade. – ela sorriu. – Me dê seu celular, vou colocar meu número e você pode me mandar uma mensagem dizendo onde está ficando e eu passo para te pegar. – ela disse sorridente enquanto pegava o celular da mão dele, sem esperar uma resposta. – Oh, – ela disse – parece que alguém ainda está na linha. – ela franziu o cenho. Emmett quase gemeu quando se lembrou que estava falando com Bella. Rosalie ignorou e digitou seu número assim mesmo. Então estendeu o celular de volta para Emmett e pegou o seu da mão dele. – Tenho que ir, mas não se esqueça de me mandar a mensagem, Emmett. – ela sorriu. – Foi ótimo rever você. Te vejo mais tarde! – ela se despediu com um sorriso e um beijo rápido em seu rosto e então desceu as escadas rapidamente, colocando novamente o óculos e entrando em um carro vermelho estacionado perto dali. Ele encarara o carro sair e observou-o até ele se perder no trânsito.

Emmett por fim se lembrou da esposa, ainda na linha.

Ele colocou o celular de volta na orelha.

- Bella?

- Quem é essa mulher? – ela grunhiu.

- Ahn, apenas uma velha colega do ensino médio que eu não via há algum tempo.

- E te chamou pra sair? Que cara de pau! Você não vai sair com ela! – Bella ditou.

- É claro que não. – ele revirou os olhos, impaciente.

- Ela conhece Jasper. – a esposa comentou. – É alguém que eu conheça?

- Provavelmente. – ele respondeu depois de um suspiro.

- Espere, quando ela disse Rosalie Hale, ela quis dizer a Rosalie Hale? A atriz? Aquela que é irmã gêmea de Jasper?

- Exatamente. – ele confirmou.

- Ai meu Deus, como essa mulher é cara de pau!

- Eu achei que você gostasse dela. Você assiste a todos os seus filmes. – Emmett franziu o cenho.

- Sim, até ela dar em cima do meu marido. – Bella bufou.

- Ela não deu em cima de mim, Bella. Só foi simpática. – ele explicou.

- Não seja ridículo. Você sabe tanto quanto eu que não foi isso, ela era sua namorada!

- É claro que foi. Ela tem namorado e eu sou casado, ela sabe disso. – ele suspirou.

- Como você sabe disso?

- Bella, olhe só, estou atrasado. Conversamos depois. – ele desligou antes que a esposa fizesse mais perguntas e seguiu para a Masen Int.

Emmett não conseguiu se concentrar em nenhuma das reuniões daquela manhã. Sua mente sempre o traia e disparava para o encontro com Rosalie. Ele não ia mandar a mensagem, é claro. Mas parte dele – aquela que ainda parecia estar no colegial – queria que ele mandasse. E ao final do dia, a maior parte dele o impeliu a fazê-lo.

Alguns minutos depois de enviar a mensagem para Rosalie, ele recebeu a resposta dela, dizendo que passaria em seu hotel às oito. Bella ficaria furiosa se soubesse, é claro. Por isso, ele decidiu omitir. Estava ansioso como um adolescente e não entendia tal comportamento. Por Deus, já era um adulto e não mais um jovem inconsequente que se metia em problemas com ela. Estava indo apenas para revê-la, botar o papo em dia, coisas que se fazem com antigo amigos.

É claro que apesar de enfiar isso na cabeça, não conseguia se sentir calmo com o encontro. Afinal, era Rosalie. Ela sempre o tivera nas palmas das mãos e ele não ignorava esse fato. Sim, ele era mais maduro agora. Mas isso seria suficiente para se livrar da persuasão da loura? Ele se lembrava de tudo que haviam vivido quando eram namorados nos últimos anos do colégio. Os três anos mais turbulentos de sua vida. Eles viviam entre brigas e reconciliações e na época perdera a conta de quantas vezes haviam terminado para voltar no dia seguinte. Era verdade que brigavam mais do que qualquer pessoa, mas era inegável que eram loucos um pelo outro e que se amavam.

Tudo tivera um fim quando ele entrara para a Columbia após ganhar uma bolsa por seu bom desempenho no futebol e um olheiro a interpelara ressaltando seu potencial para as passarelas, fazendo com que Rosalie pulasse a universidade e saísse pelo mundo brilhando em desfiles e consequentemente mostrando seu talento para atuação.

Eles haviam se visto duas vezes, no máximo, após o final de seu relacionamento. Apesar da grande amizade com o irmão da loura, Rosalie raramente passava muito tempo em sua cidade natal, principalmente agora que estava no auge de sua carreira.

Naquela noite, às oito, Emmett estava esperando por Rosalie no saguão de seu hotel. Desde que descera já havia se levantado duas vezes na intenção de voltar para seu quarto e desistir daquela ideia, mas não conseguira ir em frente e sentara-se novamente. Alguns minutos depois das oito, Rosalie apareceu.

Ela usava um vestido de tecido leve que se moldava a seu corpo e escorregava por suas curvas quando se movia. Os saltos altos davam-lhe alguns centímetros a mais, fazendo com que ficasse quase tão alta quanto Emmett. O cabelo louro caía em ondas por suas costas e um colar ressaltava seu busto. Ao entrar no saguão, fora notada imediatamente. Não só por ser uma atriz mundialmente conhecida, mas também pela beleza que irradiava. Era inegável dizer que Rosalie fazia cabeças virarem quando entrava em um recinto.

Sempre fora possuidora de uma beleza insana, mas agora, Emmett tinha que admitir, ela estava ainda mais bonita. Os anos haviam a deixado ainda mais bela. Ele levantou-se e foi a seu encontro, que o recebeu com um sorriso imenso.

- Olá, Emmett. – ela disse após dar um beijo em seu rosto. – Pronto?

- Claro. – ela sorriu.

- Depois de hoje, – ela disse enquanto saiam do hotel. – você vai querer voltar a essa cidade sempre. – ela prometeu.

- Pra onde estamos indo? – ele perguntou quando entraram no táxi. Rosalie deu um sorriso excitado pra ele e disse um endereço que Emmett não conhecia para o motorista.

- Você vai saber em alguns minutos. – ela prometeu. – Mas então, como vai você? Como anda a vida?

- Bem. – ele deu de ombros. – Nada de tão empolgante quanto a sua. – ela sorriu e revirou os olhos.

- Ah, qual é! Conte-me o que aconteceu depois da sua formatura em Columbia. Eu não o vejo desde então e, bom, já se passaram mais de cinco anos.

Ele se lembrava do episódio, é claro. A formatura de Direito. Jasper também estava se formando naquele ano, embora em um curso diferente. Ela aparecera, causando sobre ele o impacto que possuía no colegial.

- Eu consegui um emprego em uma firma de advogados e me casei. – ele deu de ombros. – Nada de tão empolgante. – ele repetiu e ela riu.

- Então você se aquietou mesmo, huh? – com um sorriso de lado ela olhou pela janela do carro. – Sempre achei que após Columbia você continuaria em Nova York. Você sempre amou aquela cidade, não entendo o motivo de ter partido.

- Ham, Bella não aprecia Nova York tanto quanto eu. Ela gosta de cidades pequenas e queria voltar pra casa. – ele se moveu desconfortável no banco.

- Bella queria voltar pra casa? – Rosalie se voltou para ele. – Bella, tipo, Bella Swan? – ele assentiu e ela sorriu. – Não acredito que Jasper não me contou que você se casou com Bella Swan!

Bella era três anos mais jovem que eles e entrara para o colegial no último ano deles. Ela se lembrava de a ter visto poucas vezes. Bella sempre fora tímida e reservada, totalmente o contrário dela.

- Por que ele contaria? – Emmett perguntou franzindo cenho, mas Rosalie o interrompeu.

- Chegamos! – ela anunciou. Antes que Emmett pudesse pagar pelo táxi, ela entregou algumas notas ao taxista e puxou o acompanhante para fora do carro enquanto o ouvia dizer que ele pagaria – e solenemente o ignorava. – Bem-vindo ao Hollywood Bowl!

Emmett encarou o lugar que estava repleto de pessoas. O anfiteatro era cercado de gramados e era para lá que Rosalie o levava, puxando-o pela mão. Desviando das pessoas que estavam deitadas e sentadas na grama verde, a loura o puxou até um lugar próximo aos assentos.

- Eu tenho que falar que aqui não é nenhum restaurante cinco estrelas, mas com a pessoa certa você consegue uma ótima comida. – ela disse com um sorriso de lado.

- Eu fico satisfeito se você achar alguém vendendo algo aqui. – ele disse olhando em volta. Ela riu.

- Espero que você ainda goste de pizza, porque entre toda a culinária que você poderia provar, não existe ainda nada melhor que pizza. – ela disse o puxando pela mão até uma pequena barraca simples, composta por uma tenda branca e uma mesa larga.

Rosalie pediu alguns pedaços de pizza, que foram entregues a eles em pratos de papeis e com guardanapos. Eles voltaram com a comida e sentaram-se no primeiro lugar em que haviam parado anteriormente.

Eles acomodaram-se pouco antes de uma banda subir ao palco do anfiteatro. Emmett encarou o palco e franziu os lábios.

- Achei que a Filarmônica de Los Angeles tocasse aqui no verão.

- E toca. – ela sorriu. – Hoje é uma noite diferente. É quase como um concurso de calouros, mas não exatamente. Quem quiser se apresentar e tiver algo bacana pra mostrar, sobe e se apresenta. É aberto pra todo o público e você vê todo tipo de coisa.

- Parece promissor. – ele disse inseguro. Ela riu enquanto pegava a bolsa pequena e preta que usava e a abria.

- Diga-me, você ainda canta?

- Não, não de verdade. Larguei o violão logo depois de entrar na universidade. – ele disse dando uma mordida na pizza. Rosalie tirou da bolsa uma cantil prateado revestido em couro preto e ergueu-o com um sorriso. – Você trouxe bebida?

- Claro. Bom, aqui vende cerveja, mas você sabe que eu sempre carrego um bom uísque comigo. – ela ergueu uma sobrancelha e ele sorriu e balançou a cabeça negativamente.

- Aparentemente algumas coisas nunca mudam.

- É verdade, não mudam. – ela sorriu e deu um gole, oferecendo a ele em seguida. Ele recusou.

- Acho que vou ficar com a cerveja. – Rosalie indicou com a mão uma pequena barraca não muito longe deles e Emmett levantou, voltando de lá com seis garrafas de cerveja presas em uma grade de papel. Ela riu.

- Acho que não sou a única que mantive alguns hábitos. – ele deu uma risada rápida enquanto abria uma das cervejas.

- Bom, você sabe o que dizem sobre hábitos. – ele ofereceu uma a ela, que aceitou e então ambos comeram e se viraram para ver a apresentação que começava.

Vários artistas amadores passaram pelo palco e demonstraram ter talento, entretendo o público que os assistia. Conforme o tempo passava e o conteúdo das garrafas diminuía, eles foram recuperando a antiga cumplicidade. Eles passaram a conversar facilmente, com uma intimidade construída anos antes e que aparentemente não se fora para nenhum deles.

- Então, me diga, como é a vida de casado? – Rosalie perguntou quando eles já estavam na segunda grade de cerveja.

- É... Complicada. – Emmett deu um gole.

- Isso parece ruim. – a loura franziu o cenho. – Qual o problema?

- Casamento é o problema. – ele respondeu e ela riu.

- As coisas não vão tão bem com a Bella?

- Mais ou menos. – ele deu de ombros. – Mas me fale você como é namorar uma super estrela. – ela riu.

- O que quer dizer?

- O seu namorado. Aquele cara que também é ator. Acho que trabalha com você.

- Ah! O Edward? – ele assentiu. – Nós não namoramos. É uma estratégia de marketing que nos fizeram assumir. – ela deu de ombros.

- É mesmo? – ela sorriu.

- Você sempre foi muito ciumento. – ela comentou batendo um dos ombros no ombro dele. Ela então olhou para o céu escuro que se erguia acima deles quando o show de fogos de artifício começou a explodir. – Você se lembra do último dia que nos vimos? Antes de irmos cada um pra um lado?

- Sim. – como esquecer?, Emmett se perguntara.

- Aquela foi uma noite intensa. – ela comentou.

- Eu não me lembro de uma noite com você que não tenha sido intensa. – ele franziu o cenho. – Você era bem explosiva. – ela riu.

- Ah Emmett... Nossas vidas mudaram tanto desde então. – ela disse se virando para encara-lo. A profundeza daqueles olhos azuis o acertaram com a força de uma bola de demolição. Ele viu que ela pensava sobre todo o futuro que podiam ter tido juntos, mas que não haviam tido. Nenhum deles havia desistido do próprio sonho para apostar no amor de ambos.

- Acho melhor eu ir. – ele disse por fim. – Tenho que acordar cedo amanhã e...

- Não! – ela disse parecendo sair de um transe. – Ainda falta um lugar que eu tenho que te levar.

- Rose, eu realmente acho que seria melhor se eu fosse agora. – ele discordou.

- Eu não o perdoarei se você não me acompanhar. – ela o ameaçou com olhos cerrados. Ele sorriu e revirou os olhos. Ao que parecia, aquilo também não havia mudado.

-

Rosalie guiava Emmett pela Sunset Strip, onde se localizavam alguns dos clubes noturnos mais famosos de Los Angeles. Vários estabelecimentos sofisticados, com luzes brilhantes e neon passavam por eles, e enquanto Emmett olhava, Rosalie passava decidida por eles, como se procurasse por um em especial. Ela passou por todos os bares e restaurantes que pareciam lotados e que Emmett sabia serem frequentados por celebridades. Ao virarem em uma esquina, Rosalie indicou uma pequena porta de madeira que parecia quase perdida no meio de todos os lugares badalados.

- Ah, aqueles clubes lá atrás não são mais o seu estilo? – ele franziu as sobrancelhas. – Quer dizer, você é toda chique agora, não deveria procurar por mais luxo? – ela riu ao ouvir o comentário e o empurrou porta adentro.

- Ah Emmett, você não percebe que as melhores coisas quase sempre são as que não brilham? – ela revirou os olhos enquanto o levava para uma mesa de canto.

Apesar da aparência que dava a quem olhava de fora, o lugar era bem arrumado e havia um número razoável de pessoas. Havia um grande bar e um pequeno palco ao canto onde uma banda tocava jazz. A decoração era em tons escuros, principalmente marrom, mas havia alguns detalhes em dourado. O lugar era mais aconchegante do que qualquer outro do tipo que Emmett já conhecera.

- Eu sei que não parece grande coisa, – a loura falou enquanto um homem vestido de preto vinha em direção a eles e eles pediam bebidas. – mas é o melhor bar que eu já fui. É calmo, não há alvoroço ou música gritante. Você pode só sentar, tomar uma boa bebida, ouvir uma música boa... É maravilhoso.

- E desde quando você não gosta de alvoroço? – ele ergueu uma sobrancelha. Ela riu.

- Desde quando ficar numa aglomeração é o mesmo que tirar fotos, dar entrevistas, mais fotos, autógrafos, mais fotos, conversar com gente que não vou muito com a cara... – ele assentiu.

- Vida de famosa.

- Acho que sim. – ela deu de ombros. – Não que eu esteja reclamando, eu amo os fãs e o quanto eles se importam, mas é bem inconveniente o resto ás vezes.

- Então, o que você tem feito ultimamente além de atuar e fingir namorar seu amigo?

- Viajado. É a melhor parte. Você conhece todos esses lugares incríveis e pessoas maravilhosas. – ela sorriu e agradeceu quando trouxeram as cervejas. – Me fale, como você acabou ficando com a Bella? – Emmett encolheu os ombros.

- Ah... Ela também foi para Columbia, cursar Literatura, então acabamos nos esbarrando algumas vezes por lá. Começamos a sair e quando ela terminou o curso estávamos noivos e eu estava trabalhando numa firma, pensando em abrir a minha própria. Mas ela queria voltar pra nossa cidade, então voltamos, nos casamos, consegui trabalho em outra firma e as coisas estão assim até hoje.

- Por que desistiu de abrir a firma?

- Não era um bom investimento no lugar onde moramos. Seria melhor me afiliar a uma firma que já existia e já tinha a confiança da população. – ele deu de ombros.

- Mas esse sempre foi seu sonho. – Rosalie franziu as sobrancelhas.

- Eu sei. – ele suspirou enquanto bebia.

- E você desistiu dele... pela Bella. – ela constatou. Emmett entendeu o que ela quis dizer.

- Não é bem assim... – ela deu um sorriso de lado.

- Está tudo bem, Emm. Não estou cobrando nada, longe disso. – ela riu. – Temos o direito de fazer o que quisermos, não estou aqui pra julgar nada. – deu de ombros. – Há quanto tempo você e ela estão juntos?

- Nos casamos há dois, mas estamos juntos há uns quatro, quatro e meio.

- Bastante tempo. – ela observou.

- É.

- Ainda é emocionante como no começo? – ele suspirou. Eles receberam outra rodada de bebidas.

- Nunca foi emocionante com a Bella. – ele soltou.

- O que? – ela soou confusa. – Por que?

- Eu não estava procurando exatamente emoção depois de você. – ele confessou bebendo um grande gole de sua cerveja. – Achei que se encontrasse alguém tão emocionante quanto você provavelmente acabaria com o coração partido novamente, então priorizei o seguro.

- Emm... Eu te ensinei melhor que isso. – ela tinha um pequeno sorriso de lado e balançava a cabeça negativamente. – Um coração partido não é motivo para deixar de procurar por algo emocionante.

- Você com certeza nunca teve o coração partido por Rosalie Hale. – ele constatou com um sorriso e ela riu. Um pequeno silêncio pairou enquanto ambos estavam presos em seus próprios pensamentos.

- Você lembra da noite do baile? – ela perguntou com um sorriso e bebendo um gole de sua cerveja quando voltou à realidade. – Eu e você brigamos tão feio! – ele sorriu.

- Mas então a banda tocou nossa música e tudo que eu consegui pensar foi em pegar você em meus braços e ficar com você o resto da noite toda. – ele assentiu.

- Nós estávamos dançando tão perto. – ela lembrou. – Tão devagar. E você prometeu que nunca me deixaria ir. – Emmett bebeu mais um gole de sua cerveja, desviando o olhar. – Outro dia eu estava com um amigo conversando sobre colegial e estava lembrando de quando estacionamos naquele terreno baldio que ficava há alguns minutos daquela igreja abandonada e depois eu perdi a chave do seu carro no banco de trás e ficamos horas sem achar, e eu fiquei desesperada porque não teríamos como voltar para casa. – ela deu uma risada curta e revirou os olhos. Emmett não pôde conter um sorriso.

- Eu lembro que você perdeu mais do que isso naquele banco. – ela riu novamente.

- Absolutamente verdade.

- Lembra de quando costumávamos fugir do colégio com os outros para beber e fazer rachas? – ele deu um risada. – Nós achávamos que aquilo nos tornava tão legais.

- Nós não tínhamos lugar algum para ir. – ela assentiu sorrindo. – Não precisávamos ir a lugar algum.

- Sim.

- Oh, lembra-se daquela vez que você caiu da minha janela enquanto tentava entrar no meu quarto escondido? – ela riu. – O Jasper chegou no meu quarto com um taco de baseball por causa do grito que eu dei enquanto você resmungava no quintal com um corte na perna. – ele sorriu.

- Lembro que você teve que descer para me encontrar e passou horas cuidando de mim. – ele balançou a cabeça. – Ah, e aquela vez que fomos para aquela sala do zelador para matar uma aula e encontramos o Jasper e a Alice lá? – Rosalie riu novamente.

- O Jasper ficou como um tomate e a Alice me xingou por dias! - Emmett sorriu.

- A baixinha sempre foi muito veemente.

- Nós achávamos que aquilo nunca teria fim. – ela balançou a cabeça negativamente. – Nós quebramos tantas regras.

- Você sempre foi muito boa nisso. – ele concordou e ela riu.

- Às vezes quando penso nessa época mal posso acreditar que o Jasper de fato se casou com a Alice. Quer dizer, eram nossos colegas, namoravam naquela época, e ainda estão juntos. Acho que era o plano da maioria dos casais naquela época, mas não achei que de fato fosse acontecer.

- É. Eles se dão muito bem até hoje. – Emmett comentou.

- Por que as coisas não deram certo com a gente, Emm? Nós nos dávamos muito bem juntos também. Poderíamos ter sido felizes juntos.

- Poderíamos. – ele concordou encarando sua garrafa e girando-a lentamente.

- Por que não fomos? – Rosalie perguntou levando sua mão ao rosto de Emmett e erguendo-o para olha-lo nos olhos.

- Você fez sua escolha, Rose. Você podia ir pra Columbia comigo. Você tinha conseguido. Você não quis. – ela suspirou.

- Acho que nenhum de nós era tão esperto ou maduro quanto pensava naquela época. – ela respondeu soltando o rosto dele. Depois de um momento em silêncio, no qual Rosalie parecia perdida em lembranças, Emmett suspirou.

- Acho que é hora de eu ir.

- Não! Ainda há um lugar ao qual quero que você vá. – ela subitamente disse saindo do transe. Outra vez. Aquilo parecia acontecer muito.

- Eu não acho que seja uma boa ideia. Já está tarde.

- Quando você se tornou um covarde tão grande, Emmett? – ela quis saber com um sorriso provocante nos lábios, mudando drasticamente o estado de espírito. Emmett se esbofeteou intimamente antes de responder.

- Vamos então. – concordou sem sequer saber aonde iriam. Rosalie abriu um largo sorriso.

- Gosto de ver assim! – ela elogiou. Emmett pagou as bebidas e eles saíram e caminharam alguns minutos enquanto a loura contava coisas sobre as ruas em que passavam antes de chegarem ao lugar que Rosalie queria.

- Outro bar? – ele perguntou quando pararam em frente a uma porta azul que a loura abriu com um floreio.

- Não qualquer bar. – ela discordou. – Você vai fazer algo que eu estivesse louca para vê-lo fazendo desde que te vi mais cedo. – Emmett estacou quando entraram. Em um pequeno palco com um karaokê havia um homem cantando.

- Não. – ele disse, certo de que ela se referia aquilo.

- Ah, qual é Emm, você sabe que amo sua voz. – ela disse puxando-o para uma das mesas vagas.

- Não. – ele repetiu.

- Por favor. – ela pediu encarando-o. – Como você pode me negar isso? – ela perguntou fazendo uma encenação dramática. – Depois de todos esses anos e de tantas coisas... Como pode não fazer isso por mim? Depois de tudo que eu fiz por você, Emmett! – ele riu e abaixou a cabeça, negando lentamente. Ela sorriu. – Vamos lá, Emm. Eu prometo que te pago uma cerveja. Duas! – ela disse quando ele não respondeu. Revirando os olhos ele por fim assentiu. Rosalie abriu um largo sorriso e pediu duas cervejas.

- Mas você vai ter que cantar comigo. – ele decretou. A loura fez uma careta.

- Nah... Você sabe que cantar nunca foi muito meu forte.

- Onde está a garota corajosa que você costumava ser? – ele perguntou fazendo a mesma encenação dramática que ela anteriormente fizera. Ela sorriu.

- Eu odeio você. – ela disse com uma voz chorosa.

- É tudo ou nada. Ou nós dois ou nenhum de nós. – ele deu de ombros enquanto citava a familiar frase que costumavam usar no colegial antes de fazer alguma estupidez. Ela o olhou com os olhos cerrados.

- Tá bem! Mas eu realmente vou precisar beber um pouco mais para fazer isso. – ele sorriu. – E eu escolho a música.

Depois de uma cerveja, Rosalie falou com o homem que cuidava das músicas do karaokê qual música queria e esperou a vez dela e Emmett cantarem. Quando a hora deles chegou, depois de meia hora e algumas cervejas, foram até o palco, pegaram o microfone e a música começou.

- Espero que você conheça essa. – ela disse antes de começar a cantar.

A melodia de Home, de Edward Sharpe and the Magnetic Zeros, começou a preencher o lugar.

- Alabama, Arkansas, eu amo minha mãe e meu pai, não da forma como eu amo você. – a voz dela se juntou à melodia.

- Santa, moley, eu, oh minha. Você é a menina dos meus olhos, garota eu nunca amei alguém como você. – Emmett se juntou à ela quando chegou sua vez. Rosalie sorria.

- Ah, lar, deixe-me ir para o meu lar! Lar é qualquer lugar que eu esteja com você. Ah, lar! Deixe-me ir para o lar, lar é qualquer lugar que eu esteja com você. – eles cantaram juntos.

- Nós rimos até pensarmos que iríamos morrer, pés descalços em uma noite de verão, nada novo é mais doce do que você. – o grandão cantou enquanto encarava a loura nos olhos, ela sorria e girava e cantava.

- E nas ruas você corre livremente como se fosse somente você e eu. Jesus, você é algo de se ver!

- Ah, lar, deixe-me ir para o lar! Lar é qualquer lugar que eu esteja com você. Ah, lar, deixe-me ir para meu lar. Lar é o lugar em que estou sozinho com você! – voltaram a cantar juntos e entre sorriso e risadas foram até o final da canção.

As pessoas bateram palmas e gritaram e ambos, rindo em cima do palco, agradeceram antes de descer.

- Você ainda tem o jeito. – ela elogiou quando voltaram a se sentar.

- E você definitivamente melhorou. – ele acusou e ela riu.

- Você sinceramente acredita que eu iria subir num palco se ainda desafinasse tanto? – perguntou ultrajada. – Eu tive que melhorar muito por causa da profissão. É quase um pré-requisito.

- Me pergunto o que mais mudou.

- Emm, eu bebi um pouco a mais do que deveria, então pare com essas frases que podem ser interpretadas de maneira pervertida porque eu posso fazer algo que cause arrependimentos. – ela disse como uma garota de colegial. – Em você. – completou. Ele riu.

- Hora de te levar pra casa. – ele decretou ao ver a hora. Ele mesmo havia passado da conta e tinha uma reunião na manhã seguinte. Dali a cinco horas.

- Certo. – ela concordou assentindo. Ele pagou a conta e foram pedir um táxi. Rosalie deu seu endereço ao taxista e se aconchegou em Emmett no banco de trás, colocando sua cabeça recostada no ombro dele, numa posição incrivelmente familiar.

Ao chegar ao destino Emmett decidiu leva-la até o apartamento, pois não confiava que ela conseguiria chegar lá sozinha. Ao menos, essa foi a desculpa que deu a ambos. Durante o trajeto de elevador, Rosalie estava risonha e provocativa, igual à garota que ele namorara durante o colégio. Ele quase conseguia vê-la no uniforme de líder de torcida. Eles chegaram ao apartamento dela enquanto ela terminava de contar uma história de uma de suas viagens. Ela destrancou a porta com um pouco de dificuldade, ainda falando.

- Então Emm, você quer conhecer meu apartamento? – ela perguntou com aquele sorriso travesso nos lábios, Emmett congelou. A risada de Rosalie soou alta. – Relaxe, estou brincando. Mas queria te pedir um favor. – Emmett assentiu. – Queria que você levasse um pacote para a Alice, eu queria entrega-la pessoalmente, mas não sei quando vou poder vê-la e isso tem que ser entregue logo. Ia mandar pelo correio, mas acho que você não se importaria de entregar pra mim, certo?

- Claro, sem problemas. – a loura sorriu.

- Entre. – ela entrou e ele hesitou. – ... ou fique aí parado, você que sabe. – ela deu de ombros. – Eu não vou te atacar, Emm.

Ele acabou esperando meio na entrada, meio para o lado de fora. Não confiava em Rosalie e principalmente não confiava em si mesmo. A loura sumiu apartamento adentro e os minutos passavam sem ela voltar. Emmett começou a ficar impaciente e acabou entrando no apartamento. Alguns minutos depois Rosalie apareceu com um moletom grande de Columbia, um short de malha curto e o cabelo preso. Emmett se surpreendeu. Esperava algo do tipo de Rosalie, era a cara dela faze-lo entrar e seduzi-lo, mas imaginou que ela viria vestida com uma camisola minúscula e cheia de rendas, coisas do tipo. Mas ao contrário, lá estava ela, igual quando ele a encontrava ao entrar escondido de seus pais no quarto dela, parecendo inocente, desarmada e ingênua. Ele sabia que ela não era nenhuma das três coisas.

- Desculpe a demora, fui tirar a maquiagem e trocar de roupa, porque eu estava louca pra tirar aquele vestido do meu corpo. Quer comer algo? Estou faminta. – ela disse indo para a cozinha. Emmett suspirou. Quem ele estava tentando enganar? Aquela mulher o conhecia. Sabia exatamente o que fazer. Ele grunhiu. Estava perdido. Ela provavelmente estaria planejando seduzi-lo na cozinha, e conseguiria.

- Rose, eu tenho que ir. – ele falou, seguindo-a. – Por que você não me entrega o pac... – ele parou ao vê-la recostada no balcão secando algumas lágrimas. – O que houve? – ele perguntou desesperado.

- Nada.

- Rosalie! – ele disse se aproximando e pegando-lhe o rosto entre as mãos. – Por que você está chorando? – as lágrimas voltaram a encher-lhe os olhos.

- Nada. É só uma bobagem, não ligue pra isso. – ela desviou os olhos. O coração de Emmett se contorceu. Sempre odiara vê-la chorar.

- Rose, conte-me. – ele pediu a puxando para seus braços. O corpo dela se sacudiu quando outra rodada de lágrimas veio.

- Eu não estava esperando por isso. – ela confessou com o rosto enterrado em seu pescoço.

- Pelo que?

- Isso. Essas emoções idiotas. Sair com você e lembrar tudo me fez lembrar porque eu me apaixonei por você. E saber que eu perdi tudo isso e que poderíamos ter tido o que Jasper e Alice tem me faz querer voltar no tempo e ter escolhido Columbia.

- Rose, isso é tudo o que você queria. Pare de chorar por isso. – ele pediu sem saber o que fazer.

- Não é. Não é como eu pensei que seria. – ela soluçou. – Só porque eu escolhi isso não quer dizer que seja bom pra mim. Nos primeiros anos que nos separamos eu fiquei tão triste que escrevi centenas de cartas para você, já que eu não tinha com quem conversar sobre aquilo. Às vezes eu ainda escrevo. – ela se afastou enquanto dava uma risada curta e limpava os olhos, ficando de costas para ele. – Me desculpe, Emm. Desculpe por partir seu coração. Desculpe por não escolher você. Eu não vou fazer nada, não se preocupe, eu sei que você tem a Bella. E você deve amá-la muito, já que desistiu de tanto por ela.

- Não faça isso. – ele grunhiu. Ela se virou para encara-lo, sem entender. – Não fale como se eu não tivesse amado você. Eu amei você. Eu amei você durante todo o tempo, droga. Sempre fiz tudo por você, Rosalie.

- Eu não quis dizer isso. Eu sei que nós nos amamos de verdade. Eu quis dizer que você encontrou sua alma gêmea, aquela capaz de fazer você mudar seus planos, sua vida, seus objetivos. Aquela capaz de mudar você.

- Não foi uma mão de via única. – ele discordou. – Todos nós fazemos sacrifícios num casamento.

- É verdade, você falou que tem tido alguns problemas com ela. Quer falar sobre eles? Você sabe, sou muito boa em ouvir. – Emmett a encarou. Como ela mudava de assunto e de humor tão rapidamente? Qual era o problema com aquela mulher? Ele suspirou, desistindo de tentar entende-la. – Emm?

- Tem algo que você queira que você não consegue? – ele desistiu, sentando-se.

- Tem, tem sim. – ela deu um sorriso triste. Então abriu a geladeira e colocou alguns frios e pão sobre a mesa. – Fale. – pediu enquanto começava a preparar um sanduíche para eles.

- A Bella não quer ter filhos. – Rosalie ergueu os olhos. Ela sempre imaginara que Emmett teria um filho nos primeiros anos de casamento, ele sempre quisera ser pai. – E eu ainda quero ser pai. Ela não quer sair daquela cidade e eu ainda quero voltar para Nova York. Ela é inflexível nas decisões sobre isso. E ela é excessivamente ciumenta e acha que eu não a amo o suficiente, por isso me acusa de ter um caso com qualquer mulher que converse por mais de dez minutos comigo. Ela acusou a esposa do meu chefe de ser minha amante e eu quase perdi meu emprego pela confusão que se sucedeu a isso. – ele suspirou. – Essas pequenas coisas se acumulam de tal forma que não dá para aguentar.

- Não são pequenas coisas, Emm. – Rosalie discordou passando um dos sanduiches pra ele e chamando-o para se sentar na sala. Ela trouxe duas garrafas de água e ambos se sentaram no tapete e se recostaram no sofá. – Achei que sacrifícios fossem feitos por ambas as partes em um casamento. – ele suspirou. – Por que ela acha que você não a ama o suficiente?

- Eu não sei. Vocês, mulheres, são loucas. – ela sorriu.

- Mostre a ela então que você a ama. Você é bom nisso, Emm. Você era bom com demonstrações de afeto quando namorávamos.

- Eu já disse a você que fiquei um pouco mais retraído depois do nosso fim. – ela balançou a cabeça.

- Não fique. Não deixe que isso interfira no seu relacionamento a esse ponto. – Emmett balançou a cabeça. Como explicar a ela que a culpa de tudo era ela? A loura o encarou. – Emm, você a ama? – Emmett a olhou de volta.

- Sim.

- Convicção, onde está?

- Eu gosto da companhia dela. Ela é uma boa esposa.

- Emmett! Você não fala esse tipo de coisa sobre quem ama.

- Mostre-me então. – ele disse. Ela olhou para ele, hesitando.

- Eu o amo. Não sei o que seria da minha vida se você nunca tivesse aparecido. Você é a única pessoa que quero ver quando acordo e quando vou dormir, e se pudesse passaria todos os momentos a seu lado, porque você é a companhia que mais me importa, a única pela qual eu lutaria contra tudo e todos. Porque por mais que os dias sejam preto e branco, você os colore quando está comigo. E porque mesmo que eu tenha o pior senso de direção do mundo e continue seguindo caminhos errados, você se perde comigo e não me deixa sozinha. O que sinto por você ultrapassa a razão e eu não me importo porque tudo que quero é ter você ao meu lado. Não consigo pensar em outra pessoa para dividir a minha vida, porque você é tudo que eu sempre quis. Tudo que pediria se me conhecesse o suficiente para saber o que quero.

Emmett encarou Rosalie, paralisado pela intensidade com a qual ela proferira aquelas palavras. Por um momento, ele achou que ela estivesse falando sério. Devido à distância em que eles estavam e à intensidade com a qual o olhar dela pairava sobre o dele, ele quase achou que ela fosse o beijar. Emmett engoliu em seco e pigarreou.

- Você é mesmo uma ótima atriz. – ele comentou bebendo um gole da água. Ela deu um sorriso de lado.

- Eu te falei que não precisa se preocupar, Emm. Você é um homem casado e eu respeito isso. Não vou fazer nada que possa te colocar numa situação que você não queira estar.

- Acho que você não entende. – ele suspirou. Ela o encarou.

- O que? – ele apenas balançou a cabeça.

- Eu tenho que ir. Tenho uma reunião daqui a pouco. – falou se levantando. Rosalie se levantou também e o acompanhou até a porta.

- Obrigada pela noite, Emm. Eu não ria tanto há um bom tempo. – ela disse quando abriu a porta.

- Eu também. – ele voltou-se para se despedir quando foi surpreendido com um beijo da loura em seus lábios. Era como anos atrás, tudo de novo, as mesmas sensações. Uma das mãos dela segurava seu rosto, não dando a oportunidade dele se libertar. Não que ele fosse, de qualquer forma.

- Desculpe. – ela disse quando se separavam. – Eu sei que disse que não ia, mas eu nã-

Rosalie não conseguiu continuar quando os lábios do moreno se chocaram contra os dela novamente. A mente de Emmett estava nublada e ele não conseguia achar nada que o impedisse de beijá-la. Tudo que ele queria era tê-la em seus braços novamente. Era aperta-la contra seu corpo e sentir a pele macia correr contra a sua. Era acabar com toda aquela tensão que os rondara a noite toda. Todas as lembranças da juventude que o assaltaram durante aquela noite estavam prestes a ser substituídas por novas.

A loura se agarrou à ele como se fosse um porto seguro no meio de uma tempestade. Ela nunca o esquecera, afinal de contas. Não conseguia se importar com o fato de ele ter uma esposa e ela ter uma reputação. Tudo que ela queria era estar com Emmett.

A porta foi fechada e ele estava a segurando, as pernas longas da loura enroladas em seu quadril, antes que eles se dessem conta. Chegar ao quarto foi rápido e as roupas saíram do corpo com uma pressa não contida. Há anos eles não dividiam a cama e ambos estavam ansiosos para aquilo.

As horas seguinte foram preenchidas com uma melodia vibrante de sons derivados do prazer que ambos sentiam e proporcionavam um ao outro. Rosalie não hesitava e nem era tímida, dando a Emmett tudo que ele poderia querer. Ela era dele e deixara aquilo claro no tempo que dividiram. O encontro de seus corpos repetidas e repetidas vezes parecia não ter fim enquanto os ponteiros do relógio mudavam de posição. A suavidade da pele, o cheiro do corpo, os sons emitidos, tudo ficaria na lembrança. Rosalie não tinha a ilusão de que Emmett largaria tudo para ficar com ela, então guardava tudo na mente, certa de que jamais queria esquecer aquele momento.

Quando não havia mais nada a ser feito e ambos estavam esgotados, Emmett permaneceu abraçado a Rosalie, sentindo novamente o que era ter aquela mulher – a mulher de sua vida, sua verdadeira alma gêmea – nos braços. Ela estava acordada, olhando-o profundamente nos olhos, de maneira que ele não conseguiu dormir nem mesmo alguns minutos, mesmo que quisesse e precisasse, fazendo-o se amaldiçoar por ficar acordado, sabendo que não iria conseguir ficar acordando quando realmente precisaria dali a uma hora.

O tempo passava enquanto Emmett acariciava os fios dourados de Rosalie, que deslizava os dedos pelos braços musculosos do homem com quem compartilhava a cama.

- Eu não estava atuando e você sabe. – ela comentou sem olhar nos olhos dele.

- Eu prefiro pensar que você estava.

- Mas você sabe a verdade. E sabe dela porque você sente o mesmo, não sente? – ela perguntou com a voz triste. Ele não respondeu. Não precisava. – Eu esperava que você ainda me amasse. Mas ao mesmo tempo eu esperava que não. Porque se você me amasse significaria que em algum lugar do seu coração você estaria em um estado tão miserável quanto eu. Significaria que você não amava completamente sua mulher. Eu não estava certa até alguns momentos atrás.

- O que aconteceu alguns momentos atrás?

- Você disse que me amava.

- Eu o que?! – ele parecia genuinamente surpreso.

- Você nem sequer percebeu. – ela sorriu e balançou levemente a cabeça. – E a pior parte é que nós dois ainda nos amamos, mas ainda não podemos ficar juntos. Vamos encarar os fatos. Você não está pronto para deixar sua mulher. Eu não estou pronta para abandonar minha carreira. Nós mudamos e amadurecemos, mas talvez menos do que eu gostaria.

- Você ainda é incrivelmente confusa e inteligente nesses seus pequenos discursos, acho que isso não mudou. – ela riu e beijou o peitoral dele. – E aquelas cartas que você mencionou antes? – Rosalie gemeu baixinho e Emmett sorriu. – Você ainda as tem?

- Não. – ela respondeu rápido demais. Emmett riu.

- Mentirosa. – acusou em um sussurro e ela sorriu antes de suspirar.

- Nós deixamos belas memórias um ao outro, certo Emm?

- Certo, querida.

- Você ainda vai me amar quando eu não for mais jovem e bonita? – ela perguntou, enterrando o rosto entre o pescoço de Emmett e o travesseiro. – Parece que isso é tudo que importa no meio em que vivo. Quando eu não tiver mais tudo isso, ainda terei você?

Ele a apertou em seus braços, perguntando o que aquela vida famosa e cheia de holofotes havia feito com a garota que amava. Ela ainda parecia a mesma: atrevida, sorridente, confiante, tremendamente sexy e esperta. Mas em sua última fala ele sentira uma vulnerabilidade que jamais imaginara naquela mulher e aquilo fizera seu coração se apertar e perguntar no que a vida a estava transformando.

- Para mim, você sempre será jovem e linda. – ele sussurrou em seu ouvido antes de beijar o topo de sua cabeça. – Não se preocupe, Rose. Você sempre terá para onde voltar, se precisar.

- Eu amo você. – ela disse com o rosto ainda escondido. – Mesmo deixando você ir e não te pedindo para ficar. Mesmo não olhando mais nos seus olhos todos os dias e não ouvindo a sua voz. Mesmo não fazendo mais parte dos seus dias e estando longe, eu te amo. De verdade.

Os braços de Emmett se tornaram mais firmes ao redor dela e ele não disse nada, mas ela não precisava que ele dissesse, porque ela entendia. Apesar de se amaldiçoar e amaldiçoar a vida por aquela situação, ela sabia que faria tudo exatamente igual se lhe fosse dada a escolha. Ela ainda escolheria ser modelo, não Columbia. Ela ainda escolheria seu sonho, não seu amor.

Eles continuaram em silêncio, mas o momento de se separar havia chegado. Emmett precisava estar numa reunião em menos de uma hora e ainda precisava ir em seu hotel para ficar pronto. Rosalie suspirou e com um suspiro triste se separou dele, movendo-se para o outro lado da cama. Ele a olhou sem entender o comportamento.

- Você tem que ir. – ela se antecipou. – Eu sei. – ele ergueu uma sobrancelha e ela sorriu. – Eu senti seu corpo ficar tenso, que nem quando você dormia no meu quarto escondido e alguém batia na minha porta de manhã, e entendi que você tem que ir.

- Eu tenho uma reunião daqui a pouco. – ele disse em tom de desculpa enquanto se levantava e começava a se vestir.

- Não se preocupe, Emm. Eu não vou fazer uma cena, nem pedir pra você ficar. Eu te conheço melhor que isso e você também.

- Eu não esperava que você fizesse. – mas ele esperava que ela o pedisse para ficar. Ele quase queria aquilo.

- Você quer café? Pode ficar pronto em alguns minutos.

- Não, obrigado. – ele encolheu os ombros, sem saber como agir. – É melhor eu ir.

Rosalie vestiu a primeira coisa que alcançou – seu moletom – e foi acompanhar Emmett até a porta. Depois dele passar por ela, ambos se encararam sem ter certeza do que dizer.

- Então, acho que isso é um adeus, por agora. – ela disse com um sorriso fraco. Aquilo a havia afetado mais do que ela gostaria, mais do que esperava.

- É. Adeus, Rose. Foi muito bom rever você e obrigado pela noite. Foi...

- Eu sei. Pra mim também. – ela sorriu de lado. Ele deu um sorriso pequeno, agradecido por ela não o fazer falar. Ele assentiu e começou a se virar, mas parou e se voltou para a loura.

- Não há pacote algum para a Alice, há? – ele perguntou e o sorriso que Rosalie tentava reprimir foi resposta suficiente para ele. Ele riu baixinho e se virou.

Rosalie o observou partir, olhando até que as portas do elevador se fechassem. Seus olhos se encheram de lágrimas ao se dar conta de que provavelmente jamais acharia um outro homem que fosse amar.

-


Em todo o tempo que passara em Los Angeles depois de partir do apartamento de Rosalie, Emmett só conseguiu pensar nela. E nas coisas que ela dissera. E no fato dela sequer perguntar se ele estava disposto a deixar Bella e assumir que ele não estava. Diabos, talvez ele estivesse. Talvez ele quisesse tentar. Mas ela não lhe dera a oportunidade. E, quem sabe, ele decidiu, aquilo fosse para o melhor.

A viagem de volta para casa foi longa e ele sabia que uma esposa furiosa o aguardava. Bella o ligara diversas vezes e ele não atendera nenhuma. Mandara uma mensagem de texto dizendo que estava pegando o avião e só. Sabia que ela estaria irritada e não tirava sua razão, ele não dera notícias e por mais que a esposa não fosse saber, tinha todos os motivos para gritar com ele. Ele estava esperando por uma briga, embora não quisesse uma.

Durante seu voo, ele se perguntava o que Rosalie estaria fazendo. Se estava pensando nele ou relembrado a noite que passaram juntos. Ele certamente estava.

A viagem havia sido longa e mais cansativa do que ele esperara. Apesar do cansaço, pouco conseguira dormir e então estava exausto quando chegou em casa e encontrou Bella.

O esperando com o pior humor do mundo.

- Por que você não atendeu as minhas ligações? – ela perguntou assim que ele entrou em casa.

Nada de ‘bem-vindo’, nada de ‘saudade’ ou ‘como foi a viagem, querido?’. Nada de palavras carinhosas.

- Olá para você também, querida. A viagem foi boa, obrigado por perguntar. – ele disse num tom irônico passando por ela com sua mala.

- Não mude de assunto! Por que não atendeu minhas ligações?

- Eu estava em uma reunião Bella, essa foi a razão de eu ter viajado, esqueceu?

- À noite?! – ela rebateu.

- Eu estava dormindo. Eu sou só um ser humano, preciso dormir também. – ele disse entrando no quarto enquanto ela ia atrás.

- Desde às oito?

- Eu estava cansado. Aliás, eu estou. Quero tomar um banho e dormir, você vai deixar ou vai continuar esse interrogatório sem sentido? – ele perguntou irritado. A privação de sono piorara drasticamente seu humor. Bella se calou e assentiu.

- Desculpe. – ela disse indo em direção ao marido e passando os braços ao redor dele. – É só que, eu senti sua falta, sabe? E fiquei preocupada.

- Eu senti sua falta também. – Emmett congelou ao ouvir a clara mentira em seu tom, mas se a morena havia percebido isso, ela não havia comentado.

-

Uma semana havia se passado desde sua volta e a vida voltara ao normal. Mas ele não. Emmett se afastara da mulher, sem que sequer percebesse. Tudo em que ele pensava era Rosalie. Aquilo era ridículo e irracional, é claro, e ele sabia disso. Mas ele não conseguia parar. Se amaldiçoou todos os dias por deixar aquilo acontecer, por ter se permitido fazer aquilo. Ele não era aquele tipo de homem, e parte de si se consumia em culpa. A outra parte de si queria a loura para si e estava prestes a tomar um avião para ir busca-la.

- Adivinha quem veio visitar a família. – Jasper disse entrando na sala do melhor amigo que ergueu os olhos ao vê-lo. – Minha irmã.

Emmett contara a ele que vira Rosalie, mas só isso. Omitira o detalhe mais importante.

- É mesmo? – Jasper sorriu.

- Que coincidência que ela tenha feito isso pouco depois de ter te encontrado... – ele disse sugestivamente.

- Ela disse que sentia falta da família. Vai ver ela queria aproveitar enquanto tinha tempo. - ele deu de ombros, tentando parecer indiferente. Jasper riu.

- Sim, claro. Vamos todos jantar na minha casa hoje à noite. Você deveria ir.

- Não sei se a Bella gostaria.

- Por que? Achei que ela fosse fã da Rose.

- Eu também, Jazz. Eu vou falar com ela. Te ligo para avisar. – Jasper assentiu e se despediu, voltando para a própria sala.

Ao chegar em casa, Emmett encontrou uma Bella adormecida em sua cama. Ele foi para o chuveiro tomar um banho e tentar relaxar, mas o conhecimento de que Rosalie estava na mesma cidade que ele e que talvez fosse vê-la hoje à noite o deixava ansioso. Quando voltou ao quarto, enrolado em sua toalha, ele encontrou Bella com seu celular nas mãos. Ela virou-se em sua direção quando ouviu a porta do banheiro se fechar.

- O que você está fazendo? – ele perguntou olhando para as mãos dela e então para seu rosto.

- Você recebeu uma mensagem e eu fui ver o que era, checar se era algo importante. – ela disse e sua voz era uma mistura de irritação e tristeza. Emmett suspirou.

- O que a mensagem dizia? – ele perguntou enquanto procurava uma roupa.

- Jasper quer saber se você e eu vamos jantar na casa dele hoje à noite. Disse que Rosalie está ansiosa para revê-lo. – Emmett hesitou por alguns segundos ao ouvir o tom de voz de Bella. Não era o tom irritado que ele esperava. Era o tom mais magoado que ele já ouvira. Ele terminou de vestir uma calça e voltou-se para a esposa. Ela o encarava com o olhar magoado. – É ela, não é? É por causa dela.

- O que?

- Você está distante. Você nunca voltou de Los Angeles. – ela franziu os lábios. – Você não parece o mesmo.

- Não é verdade. – ele a contradisse enquanto procurava uma camisa, evitando olhar para ela.

- O que aconteceu lá, Emmett?

- Nada aconteceu.

- Você a viu?

- Sim.

- Você saiu àquela noite com ela, não é? – Bella perguntou, um sentimento ruim a invadindo. Ela sabia a resposta, mas ainda assim esperava uma diferente.

- Sim.

Ela fechou os olhos, seus olhos se enchendo de lágrimas. Todas as outras suspeitas infundadas de antes... Agora era verdade. Ela ficou com medo de perguntar porque dessa vez sabia que ouviria um sim.

- Você dormiu com ela? – ela sussurrou.

- Não. – ele respondeu e então virou-se para olhar para a esposa. – E sua falta de confiança em mim ainda vai acabar com nosso casamento.

- Você dormiu com ela, eu sei que você dormiu! – Bella acusou. Emmett suspirou.

- Eu já disse que não. Bella, eu não sei o que você quer que eu faça. – ele disse exasperado.

- Por Deus, Emmett, tudo que eu quero é que você me ame! É tudo que eu preciso! – ela exclamou desolada. – E eu sei que você não ama. – ela deixava que as lágrimas descessem por seu rosto agora, não mais tentando controla-las. Emmett deu um longo suspiro e se sentou ao lado da esposa na grande cama, cansado. Cansado das mentiras, cansado de fingir. Estava exausto daquilo.

- Eu não posso. – ele disse lentamente com uma honestidade que assustou a ambos.

- Por que? Por que é tão difícil para você me amar? – a pergunta saiu em uma lamentação. Ele não respondeu. – É ela, não é? É por causa dela que você não consegue me amar. – as palavras saíram com raiva. Emmett suspirou novamente, por que negar? Tudo parecia muito obvio para ambos naquele quarto.

- Ela esvaziou minhas reservas de amor por uns cinquenta anos. – ele concordou.

Ela não disse mais nada, assim como Emmett. Ambos ficaram sentados lado a lado, olhando para qualquer direção que não fosse o outro e observando seu casamento desabar.

-

Rosalie saiu da loja com um sorriso de expectativa nos lábios e algumas garrafas de vinho que Alice a pedira para comprar. Ela finalmente veria Emmett naquela noite. Apesar de todas as coisas que dissera, ela não pudera se conter. Não depois da noite que passaram juntos.

Ao virar numa esquina ela viu um grupo de rapazes com uma expressão suspeita mais adiante, e como não viera de carro teria que passar por eles. Olhando em volta, ela não viu ninguém mais na rua. Mordeu os lábios e viu que eles a tinham notado. Rapidamente virou na primeira rua que viu e seguiu a passos rápidos, parando quando viu um grande muro à frente. Ela entrara em um beco sem saída.

- Ei, linda. – ela ouviu uma voz atrás de si dizer e virou-se depressa, vendo o grupo de três rapazes no início do beco. Ela respirou fundo, tentando se acalmar. Olhando mais de perto, eles não eram tão rapazes. Eles eram homens, de sua idade.

- Você parece perdida. – outro deles disse. – Acho que podemos te ajudar. – Rosalie olhou discretamente para o lado, procurando uma saída, qualquer saída, mas não havia nada.

- Eu não preciso de ajuda, obrigada. – ela disse tentando deixar a voz firme, mas na verdade sua voz mal saíra. Eles sorriram.

- Vamos lá, deixe-me segurar esses sacos para você. – o terceiro disse se aproximando e tomando as garrafas, sua única arma, de suas mãos. Os outros dois se aproximavam devagar.

- Você não é aquela atriz da televisão? – um deles perguntou com um sorriso. – O que está fazendo perdida nessa cidadezinha? – quis saber enquanto botava uma das mãos em seus ombros e então a descia pelo braço da loura. Ela se afastou e andou para trás até bater na parede atrás de si.

- É verdade. – um moreno concordou. – Rosalie Hale. – ele disse com surpresa. – Quem diria. Você se lembra de mim? – ela o encarou, tentando reconhece-lo mas nada veio à sua mente. Talvez fosse o medo. Talvez fosse a adrenalina. Talvez fosse o pavor ao ver os três homens se aproximarem dela. – Parece que não. Sou Royce King, querida. Lembra-se agora? – o nome era vagamente familiar para ela. Ele havia feito o colegial com ela e a chamara para sair no mínimo umas trinta vezes, as quais ela recusara. Emmett até brigara com ele certa vez por causa dela. Royce sorriu ao ver o reconhecimento no rosto da loura, ao vê-la engolindo em seco.

- Acho que ela se lembrou. – um louro disse com um sorriso irônico.

- Bom. – Royce respondeu ainda com um sorriso. – Eu quero que ela saiba quem fez isso com ela antes de ir queimar no inferno. – seu sorriso aumentou enquanto ele avançava na direção de Rosalie.

Ela não teve tempo de gritar.

-

A ligação tirou Emmett da cama no meio da noite. Era Jasper. Com palavras rápidas ele explicou bem rasamente o que ocorrera. Emmett se levantou antes de sequer perceber o que fazia, se trocou e pegou seu carro para ir ao hospital que Jasper dissera.

- Onde está ela? – Emmett perguntou no momento em que viu Jasper. O louro se virou ao ouvir a voz do melhor amigo.

- Cirurgia. – ele disse com um suspiro cansado.

- O que aconteceu com ela, Jasper?

- Ela saiu para comprar algumas bebidas e demorou mais do que o necessário para voltar. – o louro sentou-se numa das cadeiras da sala de espera, suspirando profundamente, vincos de preocupação em seu rosto. – Nós ligamos e ela não atendeu, então ficamos preocupados e fomos atrás dela. Quando não a encontramos, contatamos a polícia. Ela foi encontrada em um beco distante da loja em que foi, estava... não estava nada bem. – sua voz mal saíra nas últimas palavras.

- O que aconteceu? Ela foi assaltada? – ele quis saber.

- Não. Ela foi abusada. – a voz de Jasper exprimia toda a repulsa e ódio que sentia. – E não sendo suficiente, bateram na minha irmã e enfiaram uma faca na barriga dela, para ter certeza de que ela não sobreviveria.

- Enfiaram? Foram mais de um? – Emmett rosnou ao notar o plural.

- A polícia acredita que sim. Eles acham que foram no mínimo duas pessoas.

- No mínimo? – Emmett repetiu com a voz cheia de ódio e ao mesmo tempo horror e pena. Ele nem conseguia imaginar o que ela sentira, pelo que ela passara. Ele podia ver que Jasper compartilhava aquele sentimento. – Jasper... ela vai sobreviver?

- Nós esperamos que sim. – mas pelo tom de sua voz, Emmett entendeu.

Eles ficaram sentados esperando por cerca de duas horas. O resto da família de Rosalie também estava lá. O médico que fizera a cirurgia veio dizer que apesar de algumas complicações, eles haviam conseguido estabiliza-la, ela estava sendo levada agora. Todos ficaram aliviados, apesar do médico dizer que ainda haviam riscos, os danos internos haviam sido extensos, sérios e as próximas horas seriam críticas e decisivas. Os pais foram vê-la primeiro, mas não puderam demorar muito. Não foram permitidas mais visitas naquela noite, então os pais de Rosalie e Alice voltaram para casa para descansarem um pouco e voltar na manhã seguinte. Jasper e Emmett se recusaram a ir.

- Algo aconteceu entre vocês, não é? – Jasper perguntou à Emmett enquanto pegavam um café. O moreno olhou no rosto do melhor amigo antes de suspirar.

- Ela me convidou para sair em Los Angeles, como eu te falei. – ele começou. – Nós bebemos bastante e eu fui leva-la em casa. Ela me convidou para entrar e uma coisa levou à outra...

- Vocês fizeram sexo. – Jasper concluiu.

- Eu a amo, Jasper. – Emmett encarou o copo de café em suas mãos. – Eu não vou me perdoar se não puder dizer isso a ela.

- Eu acho que ela sabe. – o louro disse com um meio sorriso.

- Ela sabe. – ele concordou. – Mas eu preciso dizer à ela.

- E a Bella? – Jasper perguntou bebericando seu café. Emmett suspirou.

- Nós discutimos. Ela sabe que não a amo. Eu não sei o que ela vai fazer. Eu não sei o que fazer. Mas as coisas não podem continuar do jeito que estão.

- Você vai se divorciar? – as sobrancelhas louras se ergueram.

- Eu não sei. Provavelmente. – ele deu de ombros. – Tudo que sei é que não posso mais enganar a ela e a mim mesmo fingindo que a amo.

Jasper assentiu, entendo. Ele não podia imaginar o que era ficar com alguém que não amava, sua relação com Alice era repleta de amor. Ele desejava o mesmo para a irmã, sabia que ela ainda nutria sentimentos por Emmett, então não hesitaria em dar força a ambos se quisessem ficar juntos.

- Eu acho que ela voltou mais por você do que por nós. – o louro comentou, conseguindo de volta a atenção de Emmett, que havia momentaneamente se perdido. – Nós planejávamos viajar para vê-la dentro de um mês, já estava tudo arranjado e ela sabia, então ela deve ter vindo mais por sua causa. – um sorriso pequeno brincou nos lábios do homem maior.

- Desculpe, eu acho que deveria me sentir culpado por isso, mas não consigo. – Jasper deu um sorrisinho.

- O que eu quero dizer é... Ela ainda ama você, Emm. Rosalie alcançou tudo o que sempre almejou e é verdade que ela adora a vida que leva, mas falta algo a ela e ela sabe disso. Não importa o quão famosa e conhecida seja... o quanto tenha mudado. Ela ainda é aquela garotinha da cidade pequena e no fundo ela quer o que todas as mulheres querem. Ela quer alguém para amar e que a ame de volta. – ele deu outro gole no líquido preto. – Vocês perderam o caminho antes, e eu bem sei o quão foi ruim para cada um de vocês, mas vocês estão tendo outra chance agora. Não deixa ela passar. – Emmett assentiu.

- Não vou.

-

Depois de se esgueirar silenciosamente pelos corredores do hospital, tomando cuidado para não ser visto por nenhum funcionário, Emmett conseguiu entrar escondido na unidade intensiva em que Rosalie estava. Ao se aproximar do leito onde ela estava dormindo, o homem teve vontade de pegar quem quer que tivesse feito aquilo com ela e arrancar cada um dos membros lentamente. O rosto de Rosalie estava roxo em vários lugares, assim como seus braços que estavam visíveis sobre os lençóis – as marcas de dedos das mãos que a seguraram com força estampadas contra a pele clara. Os punhos de Emmett se cerraram enquanto ele tentava conter seu ódio – ele nunca antes sentira aquela emoção com tamanha intensidade.

Após alguns segundos, depois de respirar fundo, ele sentou-se em uma cadeira ao lado dela. Segurou sua mão, que parecia ainda mais frágil do que antes.

- Oi, baby. – ele sussurrou enquanto acariciava sua mão. – Eu estou tão feliz por você estar bem. Por Deus, Rosalie... nunca mais me assuste assim. – ele pediu e deu um pequeno sorriso. – Eu vou lhe contar uma história agora. Quando nos vimos pela última vez você falou que eu havia encontrado minha alma gêmea. É verdade. Deixe-me lhe falar sobre isso agora... Eu conheci minha alma gêmea quando eu tinha quinze anos. É claro, ninguém leva um garoto de quinze anos a sério, mas é verdade. – ele assegurou. – Eu lembro de cada pequeno detalhe do dia em que nos conhecemos. Eu havia terminado uma prova de inglês e então eu a vi no corredor. Ela estava usando um vestido branco e amarelo que combinava com os cabelos dourados e aqueles lindos olhos azuis. Ela usava uma tiara azul no cabelo ondulado e estava rindo com duas amigas. Ela era a coisa mais linda que meus olhos já haviam focado. – ele deu um pequeno sorriso, se lembrando. – E, baby, naquele momento eu soube. Eu soube que ela iria ser minha. Eu soube que teria que amá-la, que seria minha sina. Soube que teria que fazê-la minha mulher. Eu a amei desde a primeira vez que a vi, e até hoje não houve um dia sequer em que eu não tenha pensado nela, desejado vê-la ou ouvir aquela risada novamente. Eu a amei durante todos os dias dos últimos treze anos. – seus olhos estavam focados no rosto dela enquanto ele dizia aquelas palavras. – Desde a primeira vez em que pus meus olhos sobre ela naquele corredor repleto de alunos. Eu a amei quando saímos pela primeira vez. Eu a amei quando demos nosso primeiro beijo. Eu a amei quando ela disse pela primeira vez que me amava. Eu a amei até mesmo quando a odiei. – ele deu uma risada curta.

- Agora... – ela disse com a voz fraca, uma tentativa de sorriso brincando em seus lábios, os olhos ainda fechados. – Isso sim é algo que se fala sobre a pessoa que se ama. – ela abriu os olhos lentamente, meio incomodada com os machucados, com os pontos, com o corpo dolorido e com a sensação horrível que a abatia.

- Você acordou. – ele disse aliviado, apertando um pouco sua mão.

- E bem em tempo de ouvir você ficando todo meloso novamente... – ela disse com a voz em tom provocativo, menos confusa do que deveria estar, mais alerta provavelmente por causa do homem a seu lado e da dor que sentia. Ele riu baixinho.

- Eu senti sua falta, baby. – ele disse depois de beijar a mão dela. – Como você está se sentindo?

- Bem. – ela disse, seu sorriso diminuindo um pouco.

- Você não é tão boa atriz assim, querida. – ele disse com um sorriso torto enquanto balançava a cabeça em tom negativo. Ela sorriu.

- Eu estou bem. – ela disse novamente. Ele olhou a mulher deitada naquele leito e sentiu seu coração se apertar.

- Você vai ficar bem. – ele disse firmeza.

- Onde está o Jazz?

- Ele está lá fora. Eu não devia estar aqui também, eu vim escondido. – ele deu um sorriso conspirador. – Seus pais e Alice foram para casa descansar, eles devem voltar pela manhã.

- Eu sempre faço você quebrar as regras, huh? – ela brincou e ele riu, concordando. – Obrigada... por ficar aqui. Eu continuo te colocando em situações que você não deveria se encontrar, não é? – ela deu um sorriso de lado. Ele rolou os olhos.

- Não seja absurda. – ele pediu.

- O que sua esposa pensa sobre isso? – ela perguntou. Apesar da voz fraca o tom provocativo estava alto e claro ali. Ele sorriu.

- Não vamos falar dela agora. – ele apertou a mão dela. – Queria, eu sinto tanto pelo que aconteceu, mas eu prometo que os farei pagar por isso. – a loura se encolheu. – Eu sei que você não quer falar sobre isso, especialmente agora, mas Rose... Quem fez isso com você? – ele perguntou, não podendo mais conter a necessidade de vingança que havia o possuído quando ele ouvira a notícia. Porque no momento, era isso que ele queria. Não justiça – vingança.

- Eu... – ela hesitou. Ela certamente não queria falar daquilo naquele momento, quem sabe nunca. Não era o lugar e nem a hora. Mas Emmett não conseguia tirar aquilo da cabeça.

- Rose. Você conhece algum deles? Se lembra dos rostos? – ele quis saber, sua voz estava firme, precisa. Ela pôde ver que ele não ia desistir daquilo tão fácil. E ela não estava em disposição para uma briga.

- Eu conheço um deles, mas não reconheci os outros dois. – Emmett engoliu em seco, a raiva tomando conta dele de maneira devastadora enquanto ele se segurava para não abraçar Rosalie e protege-la do mundo dentro de seu abraço. Três. Três homens. E uma Rosalie indefesa e assustada.

- Quem você conhece? – ele perguntou.

- Royce... Royce King. – o nome gerou um reconhecimento instantâneo no rosto de Emmett e aquilo alertou Rosalie. A expressão lá. Ela já a conhecia. – Emm... o que quer que você esteja pensando em fazer, pare. – ele a encarou.

- O que você está dizendo? Rose, esse homem quase te matou! Ele tentou te matar! – ele disse exasperado.

- Não interessa. Eu estou bem. – ela engoliu em seco frente a mentira que contava. Emmett quase praguejou. – E eu não quero que você faça nada. Eu sei o que você quer e eu sei que você está querendo ir atrás dele, mas não.

- Rosalie...

- Não. – ela o interrompeu.

- Você não pode esperar que eu fique de braços cruzados sabendo quem fez isso com você!

- Não estou esperando isso. – ela o acalmou. Ele a olhou sem entender. – Você é um advogado. Você vai os colocar na prisão pra mim.

- Não é suficiente. – ele grunhiu, levantando-se num ímpeto.

- Emm... – ela chamou em um fio de voz. Ele automaticamente voltou-se para ela. – Por favor... – ele suspirou e sentou-se novamente, tentando conter toda a revolta que tomava conta de si naquele momento.

- Não se atreva a me deixar, Rosalie, entendeu? – ele falou depois de alguns minutos em silêncio. – Você sequer me deu uma opção àquela noite, mas eu vou escolher ainda assim. Eu escolho ficar com você. Eu posso deixar tudo isso para trás, eu posso ir até para Los Angeles. – ela sorriu lentamente.

- Eu realmente fiz você mudar de opinião sobre LA, não fiz? – ele sorriu.

- Você sempre consegue o que quer. – ele concordou. Ela sorriu.

- Isso é bom.

- Além do mais, LA tem algo que nenhum outro lugar tem. – ela sorriu mais.

- Eu? – ela perguntou com a voz sonolenta.

- Não, estou falando daquela pizza que você me levou para comer quando saímos. A melhor que já provei. – ela revirou os olhos e fez um beicinho enquanto ele ria.

- Você é um idiota. – ela decretou com um sorriso de lado.

- Que ama você. Não se esqueça.

- Eu não vou. – ela prometeu com a voz lenta e um sorriso singelo no rosto.

Alguns minutos depois uma enfermeira entrou para checar Rosalie e imediatamente expulsou Emmett do quarto, repreendendo-o ferozmente por estar ali. Ele encontrou Jasper, então. Falou que vira sua irmã – foi então bombardeado de perguntas sobre o estado dela, a pergunta ‘ela está bem?’ vindo repetidas vezes em diferentes momentos – falou o que ela havia contado sobre o incidente e que ela voltara a dormir.

Jasper estava tão sedento quanto Emmett, se pudesse caçaria cada um dos homens que havia machucado sua irmãzinha. Mas o melhor amigo contara o que Rosalie dissera, fazendo com que o louro parasse alguns segundos para refletir. Ele não mudara de ideia – ainda queria acabar com a raça daqueles seres –, mas falou antes com a polícia e decidiu esperar antes de tomar uma atitude que seria mais drástica.

Ligou também para os pais, dizendo que Rosalie havia acordado e estava estável, bem. A esperança se renovara entre eles. Todos estavam aliviados pelo fato da loura estar viva. Apesar disso, decidiram ficar no hospital, já estava quase amanhecendo, de toda forma. Pela manhã, poderiam enfim falar com o médico e ter mais precisão sobre o estado de Rosalie.

Mas ao amanhecer, não houve boas notícias do médico. Rosalie tivera uma parada cardíaca no final da madrugada e apesar dos esforços, nada conseguira salvá-la. Emmett e Jasper assistiram a agitação começar quando rondavam a porta da UTI e correram para lá ao ver uma equipe se dirigir naquela direção. Ambos viram quando a equipe tentou repetidas vezes ressuscitar o coração parado da mulher que ambos amavam, mas todos os esforços foram inúteis. Eles viram, com desespero e horror, quando a equipe desistiu. Gritando de indignação, de desespero, de raiva, de pura loucura – quando pessoas já os estavam segurando para evitar que eles invadissem o local –, ouviram quando um dos membros da equipe anunciou o horário da morte com os lábios numa linha fina e reta.

Cinco e vinte e sete da manhã.

-

Não havia palavras para descrever a comoção que seu falecimento causara. Não só na família, mas em todos que a conheciam. Nos amigos, nas pessoas com quem trabalhava, nos fãs. O funeral de Rosalie Hale fora notícia no mundo inteiro, manchete em diversos jornais, capa de revistas. Emmett não conseguia ficar perto daquilo. Ele estava devastado. Ele finalmente recuperara a mulher que amava – e então a perdera de novo.

Ele se isolou durante dias, sem conseguir ter contato com ninguém. Não falava com a esposa, nem com Jasper, nem com os pais – com ninguém. Ele sumira sem explicações depois daquela noite no hospital e ninguém fora capaz de contatá-lo depois daquilo. Ele se recusava.

Depois de seu luto solitário e da tristeza demolidora que o tomara, ele estava com raiva. Com raiva e pronto para colocar no pior presídio que existisse os bastardos que haviam matado sua Rosalie.

Ele voltou para sua casa – apenas para pegar suas coisas e dizer a Bella que se divorciariam – e foi direto a Jasper. Juntos, com o apoio da polícia – que também se mobilizara pelo caso – conseguiram descobrir os outros dois agressores. Emmett trabalhou dia e noite, reunindo tudo o que conseguira, cada podre que fosse possível encontrar daqueles homens, qualquer violação da lei que os pudesse mandar para prisão e levou tudo isso à polícia. Emmett foi o advogado de acusação em todos os julgamentos contra eles – não só envolvendo o abuso, mas também envolvendo assaltos, sonegação, fraude. A família King era rica e poderosa, entretanto também era uma das mais sujas daquela pequena cidade.

Royce King. Travis Howl. Harry Taylor.

Ele jamais esqueceria aqueles nomes, tinha certeza disso. Assim como tinha certeza de que suas últimas imagens de Rosalie o atormentariam pelo resto de sua vida – ela machucada, com dor, fraca, deitada em um leito de hospital e ainda assim o provocando com um sorriso nos lábios.

Ele nunca teria a chance de dizê-la que se separaria da esposa. Nunca poderia dizer a ele que queria que ela fosse a mãe de seus filhos. Não poderia dizer a ela que ela era a única mulher que ele amaria e que queria passar o resto da vida a seu lado.

Emmett demorou quatro meses para cuidar de tudo. Depois de muito esforço conjunto reunindo provas, longas horas nos tribunais e uma acusação estarrecedora, conseguiu colocar os três agressores de Rosalie na cadeia – não sem antes dar uma surra nos três homens, fazendo com que eles ficassem em uma situação quase tão ruim quanto a que deixaram Rosalie.

Uma semana depois do último julgamento, quando as penas já haviam sido dadas e aqueles homens já estavam na prisão, Emmett fez seu embarque no aeroporto de sua cidade natal.

Ele entrou no seu voo para Nova York com a cabeça erguida, uma caixa cheia de cartas antigas assinadas por Rosalie na mão e apenas uma certeza: daquela vez ele não voltaria.


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Notas finais do capítulo

Tãn tãn tãn! Oi galera.
E aí, o que acharam? Espero que voces tenham curtido. *cruza os dedos* eu pensei nessa história inicialmente quando vi um video Emmelie com essa musica da Lana, que eu particularmente acho tudo a ver com a Rose e o Emm, e comecei a escrever pensando em focar mais nisso. Mas aí as coisas saíram do controle e meus dedos tomaram conta do teclado sem eu ter chance e acabou saindo isso aí, desviando totalmente do que eu havia planejado. Mas eu meio que gostei dela, só não curti o final - esse final ficou realmente paia, me decepcionei, mas não consegui escrever de outro jeito :/
Btw, não me matem por ter matado de novo! Huehauehaueahu. Eu adoro um drama, voces sabem né. Anyway, mereço reviews? Quem sabe uma recomendação? çç.
Pra quem lê Perfeito pra Mim, logo vai ter o ultimo capítulo lá, só falta dar uma revisada, sepa, hoje mesmo eu posto. Enfim, é isso, obrigada por lerem!
Ótimo domingo para vocês e beijo grande!



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